sábado, 11 de abril de 2020

Futuro sombrio

Dizendo-se preocupados com a vida das pessoas, prefeitos e governadores determinam, por decreto, quais atividades econômicas são essenciais, e quais não o são, para o pleno funcionamento da sociedade num tempo de crise, como a atual. E trilhões de pessoas obedecem cegamente a eles. É o que se vê: submissão à autoridade de políticos ineptos e ignóbeis. Para impedir a disseminação do Chinavírus, decretam regras que promoverão o colapso econômico, se não de um país, de estados, de municípios. E o que irão fazer para impedir o colapso econômico? Quais medidas irão adotar? Medidas que reduzem os gastos públicos, talvez. É improvável. Supondo que venham a contrair empréstimos com bancos internacionais, que lhes imponham, como condição para a contratação de empréstimos, o corte nos gastos públicos, o que eles irão fazer? E nesta questão dos gastos públicos concentro o meu argumento, ciente de que são inúmeras as variáveis da equação, muitas delas desconhecidas de nós meros mortais.
Terão, portanto, os prefeitos e os governadores o interesse de concentrar os recursos públicos, escassos, nas atividades essenciais à vida humana, para o bom funcionamento da civilização; e para atingir tal objetivo têm de dedicar-se à valorização dos recursos à disposição que contribuem para o bom desempenho da produção de riquezas, e um deles está representado pelos seres humanos. Mas todos os seres humanos? Não. Só os saudáveis, física e mentalmente. Os fortes e os inteligentes. E negligenciarão cuidados aos que não são dotados nem de força física, nem de intelectual. Se é assim, decidirão pela eliminação das pessoas que não estão incluídas em tal categoria, pessoas que produzem gastos e não produzem riquezas, considerando-se o cálculo frio de tecnocratas e cientistas sociais; e tais pessoas podem ser inseridas em um, ou mais de um, de três grupos: o das crianças; o dos enfermos; e o dos idosos. Do terceiro grupo, o dos idosos, há as pessoas que podem trabalhar, mas são fontes de despesas, pois recebem aposentadoria, e as que, incapacitadas por enfermidades graves, nada produzem, e as que, mesmo saudáveis, decidiram, após trinta, quarenta anos dedicados ao trabalho, usufruir, nos seus derradeiros anos de vida, de afazeres que nenhuma riqueza produzem.
Para combater o Chinavírus, hoje, prefeitos e governadores determinam quais atividades econômicas podem ser abortadas, e quais não; amanhã, para respeitarem os contratos com os bancos, determinarão quem é útil, e quem é inútil, à sociedade, e, com apoio de intelectuais e juristas, decidirão quem pode viver e que deve morrer.
Se não se desenhar, após a passagem do flagelo chamado Covid-19 (e não vem ao caso se o estrago foi provocado pelo vírus, se por pessoas mal intencionadas), tal cenário se fará presente, é provável, após uma outra pandemia (seja real, seja fabricada para aterrorizar as pessoas e ampliar os poderes dos Estados e de organizações supranacionais e gigantes corporações multinacionais que detêm poder para influenciar decisões das organizações internacionais e dos Estados nacionais), a do Covid-20, daqui uns quatro anos, a do Covid-254, daqui uns cinquenta anos. E quando este dia chegar, o surto epidêmico devastando a economia de todas as nações, governos nacionais, sob a égide de organizações supranacionais, irão, para reduzir os gastos e concentrar os recursos disponíveis, escassos, nas atividades econômicas imprescindíveis ao bom funcionamento da sociedade, definir quais pessoas são essenciais para empreendê-las, e quais não. E crianças, enfermos e idosos, inseridos na categoria dos "não-essenciais", serão eliminados, para, irão alegar, o bom funcionamento da civilização.
Esta é a taxonomia social que nos impõem: Essenciais e Não-Essenciais. Hoje, de atividades econômicas; amanhã, de pessoas.
E quando chegar o dia em que as pessoas serão classificadas em "essenciais" e "não-essenciais" - e este dia irá chegar, mais cedo ou mais tarde, se os humanos não recuperarmos o amor pela vida -, em nome do bem-estar da humanidade políticos irão decretar leis de aborto obrigatório, de eutanásia obrigatória e de injeção letal obrigatória nos enfermos. E o arcabouço jurídico mundial dará sustentação legal e moral a tal enormidade. E os pais que se recusarem a abortar seus filhos, e os enfermos e seus familiares que rejeitarem a injeção letal, e os idosos e seus filhos e netos que não admitirem a eutanásia, serão processados e presos. Futuro tétrico. Estou vaticinando o apocalipse? Não. Estou apenas, fazendo uso da minha imaginação, que é razoavelmente bem fértil, antevendo políticas que talvez sejam implementadas num futuro não muito distante. Considerei, para imaginar futuro tão sombrio, o que se passa, hoje em dia, durante a pandemia do Covid-19, à luz do dia, pandemia que está provocando um pandemônio dos infernos. E presumo que, do mesmo modo que hoje em dia muitas pessoas dão razão aos políticos que, em nome do bem-comum, roubam aos humanos muitos de seus direitos naturais, num futuro próximo muitas pessoas irão apoiar, incondicionalmente, políticos que decretarem, em nome da conservação da saúde econômica da civilização, leis obrigatórias de aborto, de eutanásia e de injeção letal nos enfermos. Todos os eventos recentes levam-me a crer que estão os Senhores do Universo preparando o terreno para a aceitação, por pessoas de todo o mundo, destas três políticas humanicídas.

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