quinta-feira, 9 de abril de 2020

Dos que enfrentam o perigo

Milhões de pessoas estão assustadas, aterrorizadas. Sob incessante bombardeio de más notícias, notícias alarmistas fabricadas para produzir pânico, sucumbiram ao medo; e não são poucas as que, esmagadas, trucidadas, humilhadas, trancafiadas em suas casas, adotam postura derrotista, de quem já perdeu o desejo de viver a vida, e livremente; pedem, muitos suplicam, aos governadores e prefeitos que assumam poderes ditatoriais, pois, impotentes, não podem distribuir ordens às pessoas que enfrentam o medo, e, superando-o, seguem com a vida; querem que todas as pessoas se percam, amedrontadas, aterrorizadas, paralisadas pelo pânico que se instalou no mundo; não admitem a existência de pessoas que se atrevem, e corajosamente, a enfrentar o medo avassalador e vencê-lo.
Diante de cenário tão caótico, arrancam-se os cabelos e sobem pelas paredes, e reprovam as pessoas que ousam erguer a cabeça, e bravamente e por necessidade - pois têm estas de suar sangue todo dia para conquistar o prato de arroz e feijão diário que as sustenta -, e arrostar o medo, sobrepujando-o. Rejeitam toda demonstração de amor pela vida e de coragem como atos de irresponsabilidade e descompromisso para com outras pessoas. Vociferam contra as pessoas que usam do humor, da espirituosidade, da jocosidade, no trato com o chinavírus e a pandemia (que, insisto, é apenas um fenômeno midiático), para renovar as forças que lhes permitem viver a vida, conservarem as energias para enfrentar as incontáveis ameaças à vida - que não se resumem ao chinavírus, como pensam os histéricos. É nestas horas que se tem de usar do humor, do bom-humor, da espirituosidade para se conservar a lucidez e a vontade de viver. Humor e momentos de lazer e recreação são bons remédios. Renovam as energias. Infelizmente, os derrotados pelo medo, pessoas que temem até a própria sombra, pessoas que estão com medo, até, de respirar, assumem a sua condição de filhotinhos de Jó, a lamentarem a própria existência. Ora, penso, não é porque o mundo vai acabar amanhã, que temos de morrer de tristeza hoje.

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