quinta-feira, 9 de abril de 2020

Chinavírus não é bicho-papão

Assim que prefeitos e governadores decretarem o fim da quarentena - caso o façam (e a considerar o andar da carruagem é provável que eles a estendam, indefinidamente, à conta gotas) -, muitas pessoas, que, em pânico, recolheram-se ao aconchego de suas casas, não terão vontade de dela se retirarem, pois o medo as imobilizará; além disso, haverá muita desconfiança: que certeza elas terão de que o chinavírus foi, de fato,exterminado?! Muitas entendem que o vírus é imortal, um ser poderosíssimo capaz de aniquilar a espécie humana - foi à esta conclusão que muita gente, aterrorizada pelos meios de comunicação, chegou. Aqui estará criado outro problema, talvez insuperável: o do medo mórbido. Pessoas, e não serão raras, que, hoje, contra todas as evidências em contrário, acreditam, piamente, que vivemos uma pandemia provocada por um vírus dotado de poder tão avassalador que pode causar a morte de trilhões de pessoas em questão de segundos, irão, contra todas as evidências em contrário, confinarem-se às suas casas, por tempo indefinido, desconfiadas, amedrontadas, certas de que há chinavírus à espreita prontos para surpreendê-las num ataque mortífero. Ora, o chinavírus, já se sabe, já se sabia há meses, não é o bicho-papão que disseram que ele é, o ser demoníaco que engendrará o apocalipse profetizado por São João; é um vírus que irá, é óbvio, provocar mortes, mas não a mortandade que pessoas mal-intencionadas, em defesa de interesses próprios, insanas, estão projetando para um futuro próximo.

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