sábado, 13 de agosto de 2022

Um conto e duas notas breves

 

 Quase morri num acidente de avião.

- Quase, Pedrão! Quase!
- Quase o que, Zé?! Quase o quê?!
- Quase morri, hoje cedo, Pedrão! Quase!
- Quê!? O que você está dizendo?! Não brinca, não, Zé?! O que houve?
- Eu ouço o que você me diz...
- Não perguntei se você ouve, se me ouve com os ouvidos; perguntei o que houve, houve com agá, o que aconteceu. Que história... Você quase morreu?! Você quase morreu?! O que houve?!
- É verdade, Pedrão. Eu quase morri. Felizmente, fiquei no quase. Hoje cedo, quase morri num acidente de avião.
- Quê?! Não brinca! De avião?! Não brinca comigo, não, Zé. Você estava em um avião?
- Não. Não. Não. Um avião, caindo, quase me atingiu ao espatifar-se no chão. Foi-se o filho do Santos Dumont.
- Conte-me o que aconteceu, Zé, e desde o início.
- Você viu, hoje cedo, a notícia do avião que caiu em B*?
- Não. Não vi. Mas eu soube do ocorrido. Contou-me o fato, na fábrica, o Paulinho Bolinha. Foi um bimotor que caiu, não foi? à margem da marginal C*. Você estava no avião, Zé? Estava?
- Não. Eu não estava no avião. No momento em que o avião espatifou-se no chão, eu estava, num carro, em E*, indo para J*.
- Quê?! Zé, o avião caiu em B*, e B* está a vinte... vinte, não... vinte e cinco; talvez trinta. Está B* a trinta quilômetros de E*!
- Eu sei, Pedrão. Eu sei. Vinte quilômetros. Vinte e cinco quilômetros. Que sejam trinta. Trinta quilômetros, Pedrão, na escala cósmica é nada. Passou-me o avião raspando-me a cabeça. Escapei da morte certa, e por um triz.

*

Dois vídeos de Rodrigo Gurgel, crítico literário.

Em dois vídeos, ambos publicados em seu canal no Youtube, "História da Literatura não é Cronologia" e "Na Literatura Precisamos ir Muito Além dos Chavões", publicados, ambos em Março de 2.020, o primeiro no dia 4, o segundo, dia 5, o professor de literatura e crítico literário Rodrigo Gurgel, com o seu bom-senso e a sua coragem, revela-se um homem estudioso, que não se dispõe a se curvar aos medalhões da literatura nacional, e tampouco a reverenciá-los, e menos ainda os críticos de renome, e não aceita subscrever, destes, acrítica, e automaticamente, os comentários acerca dos escritores nacionais. Diz ele, escapando ao atual ambiente cultural brasileiro, modorrento, ao ramerrão retórico de críticos literários desprovidos de virtudes e dotados de formação intelectual enviesada que têm olhos apenas para ver beleza na feiúra de obras de autores adeptos de ideologias afins e feiúra nas belas obras de autores talentosos que escrevem com esmero gramatical e superior retórica destituída de ouropéis, que não devem os leitores se intimidarem à presença dos medalhões da literatura nacional e aos críticos literários que só sabem dar à luz lugares-comuns que em sua maior parte não passam de tolices ditas com falsa elegância - em outras palavras, mais chãs: são apenas perfumarias. Segundo o professor Rodrigo Gurgel, devem os leitores, os estudiosos e os críticos da literatura brasileira lê-la com olhos críticos, com independência e coragem, sem se sentirem coagidos a repetirem os pareceres daqueles que se arvoram proprietários do pensamento nacional. Exorta as pessoas a irem aos livros - isto é, aos textos originais -, e não aos críticos, e lê-los com boa vontade, dispostos a ver o que eles têm a oferecer, e não ver o que dizem que eles têm. É sensato o professor Rodrigo Gurgel. Suas lições, simples, sustentadas pelo bom-senso, admitidas corretas por aqueles que não têm a inteligência corrompida pelas pelos despautérios intelectualóides modernos.

*

O desabafo do presidente Jair Messias Bolsonaro

No pronunciamento que fez, dia 2/8/2021, no Ministério da Cidadania, o presidente Jair Messias Bolsonaro, em tom de desabafo - palavras dele -, falou do uso, nas administrações anteriores ao seu governo, dos recursos do BNDES na compra de jatinhos particulares, e com subsídios camaradas; do empréstimo, por via legal - para espanto do presidente, ele confessa -, de dinheiro brasileiro para nações socialistas, que não irão saldar a dívida contraída com o Brasil - e dá-se como perdidos bilhões de Reais -; das assinaturas de Medidas Provisórias que sustentam políticas de remessa de dinheiro para o exterior; da Argentina, e do Foro de São Paulo, que muita gente acredita que não existe; da fuga, para o Brasil, da Venezuela e da Argentina, da elite destes dois países; de mulheres venezuelanas, que, emigrando, da Venezuela, para o Brasil, no Brasil prostituem-se para que possam ter o que comer; da taxação de grandes fortunas - e cita a França, que aumentou impostos sobre a renda dos mais ricos, e muitos dentre estes registraram residência fiscal na Rússia, escapando, assim, ao fisco francês; de eleições - que, é o seu desejo, têm de ser limpas; do avanço do socialismo na América do Sul - e reforçou o alerta feito em outras ocasiões ao declarar que pode o Brasil ser a bola da vez; do voto impresso, e de um ministro do TSE, ministro que insiste em rejeitar tal proposta; do Exército, que abre poços artesianos na região Nordeste; da Copa América - e da campanha contrária à da sua realização no Brasil (foi a Copa América pela imprensa nacional anunciada com o apelido Copa da Morte, para confrontar o presidente Jair Messias Bolsonaro e manter o estado de pânico alimentado pelas políticas de emergência sanitária que governadores e prefeitos decretaram, sob o beneplácito de organizações internacionais, para, supostamente, enfrentar um vírus - que, já se disse, e já se sabe, provoca uma gripe, cuja taxa de letalidade equivale-se ao da gripe comum -, políticas que se desdobraram em ações de cerceamento da liberdade dos indivíduos e a suspensão de seus direitos básicos, e que são o embrião, se bem nutridas, de um estado totalitário global sob administração de organizações internacionais, que estão sob comando de metacapitalistas e governos); e da Pfizer, que, em 2.020, ao governo brasileiro apresentara contrato que estipulava que ela nenhuma responsabilidade assumiria pelos efeitos colaterais que porventura fossem causados pelas vacinas que traziam rótulos com o seu logotipo.
O presidente Jair Messias Bolsonaro reiterou palavras que pronunciara em inúmeras outras ocasiões. Ao falar da Venezuela e da Argentina,  chamou a atenção dos brasileiros para as ameaças que pairam sobre o Brasil. Os últimos eventos políticos, econômicos e sociais, sucedidos numa sequência estonteante, provam que está o presidente Jair Messias Bolsonaro coberto de razão. Infelizmente, suas palavras encontram milhões de pares de ouvidos indiferentes, e muitos hostis, que as rejeitam, terminantemente.

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