sábado, 27 de agosto de 2022

Putin e Dugin. E Agro.

 O Agro é fascista.


Que de fascista quem segue a agenda política mais nefasta, e demoníaca, diabólica, jamais concebida pela inteligência humana concebeu xinga, ofende, humilha, difama quem não a subscreve é de domínio público. E agora sabemos que há um candidato à presidência do Brasil que entende ser de fascista todo um grupo social que trabalha dia e noite, faça chuva ou faça sol, para alimentar duzentos milhões de brasileiros e mais não se sabe quantas outras centenas de milhões de pessoas neste e em outros planetas - e admira-me saber que tal criatura,asquerosa, de timbre de voz roufenho, criatura que deseja vir a vergar, no dia primeiro de janeiro de 2.023, a faixa presidencial, conta com a admiração idolátrica de milhões de brasileiros. Bem escreveram a respeito do sórdido personagem Paulo Cursino e Maurício Mülhmann Erthal - e dele em outras ocasiões ouvi e li comentários percucientes de Percival Puggina, sempre elegante e firme em suas palavras.

São fascistas as pessoas que produzem alimentos, segundo o candidato que, conforme o seu vice, quer voltar à cena do crime - e pergunto-me o que fez aquele que tem a nobre alcunha de Picolé associar-se com aquele seu arqui-inimigo de quem ele falava tão mal e que dele ouvia palavras depreciadoras.

Apóiam o ex-presidente, hoje candidato à presidência, pessoas que têm alma igualmente pútrida à dele.

Não conheço, dentre os apoiadores do principal rival de Jair Messias Bolsonaro, quem não seja dono de uma alma carcomida, e não esteja de mal com a vida, e que não odeie tudo o que é bonito, belo, harmonioso; e que não tenha mal-gosto em praticamente tudo que diz admirar; e que não tenha ódio assasassino pelo que, entende, lhe impede a felicidade, lhe impede a realização de seus sonhos, que são para todas as outras pessoas pesadelos; e que não quer ver a caveira de toda pessoa que não o idolatra, diante de si não se curva, de cabeça baixa, humilhando-se, para dele receber cusparada na cara. Não conheço, e não uso força de expressão, dentre os que louvam, amam de paixão, aquele que melhor reflete, interpreta, o sentimento de esperança do povo brasileiro e que representa a própria democracia, aquele que é de todas as almas a mais honesta do Brasil, um que tenha amor à vida - em tais pessoas só vejo ódio, desamor, senso depravado de justiça.

É o Agro - segundo aquele que para muitos é o dono do Brasil e cujas obras deste país seu atual presidente não poderia concluir -, uma parcela representativa da população brasileira, fascista; carrega, portanto, toda uma cultura das mais horrendas que já se conheceu, e tem a sua figura igualada à de personagens que estão entre as mais desprezíveis que a História registra.

Qual, pergunto, grupo social será taxado de fascista nos próximos dias? O dos fãs de Guerra nas Estrelas? o dos torcedores do Corinthians? Eu já ouvi falar que é fascista quem passeia de moto, quem bebe leite, quem ajeita a lapela, quem monta à cavalo. Agora, ouço dizer que é fascista quem produz alimento, e o faz independentemente dos movimentos revolucionários. Amanhã ouviremos, e que ninguém se assuste, que é fascista quem penteia o cabelo a partir da direita, quem bebe água em caneca de plástico, quem coça o nariz com a ponta do mindinho, quem usa chinelo-de-dedo com tiras azuis e sola branca, quem dorme de bruços, quem ensaboa-se com sabonete de flores de laranjeira, quem usa óculos de aros verdes. Asneira? Não. Afinal, àqueles que vivem de rotular de fascista toda pessoa que não lhes subscreve as idéias é fascista toda pessoa que eles assim definem. E que ninguém ouse dizer o contrário.


*


Putin e Dugin.


Para quem não sabe, digo: Putin e Dugin não são personagens da Hanna-Barbera. E tampouco são uma dupla caipira, e menos ainda de sertanejo universitário. São dois personagens que estão na ordem do dia, e dos quais se fala, com mais tagarelice, e menos propriedade, nos dias que sucederam à morte de Darya Dugina, filha de Alexandre Dugin, guru de Vladimir Putin, atual tzar da Mãe Rússia,pátria de úbere generoso e braço robusto e mão pesada. Diz-se à boca miúda que do Putin é Dugin consultor de assuntos estratégicos e geopolíticos e outros assuntos correlatos e de outras dimensões - se é verdade, não sei. E também se diz que foi Putin agente da KGB, uma sucursal do inferno, atual FSB - e outra sucursal do inferno é a CIA. Mas é Putin guru... quero dizer, é Dugin guru do Putin? Popularizaram, e corromperam, a palavra "guru", que assumiu, aos olhos e ouvidos dos brasileiros, desde que a mídia nacional insistiu em vender-lhes a idéia, e idéia errada, de que era Olavo de Carvalho guru do presidente Jair Messias Bolsonaro, que mal lhe dava ouvidos, para desespero do filósofo - e não filósofo auto-nomeado - e de muitos de seus alunos e admirados; e a palavra "guru", prossigo, assumiu ares de criatura semi-divina, misteriosa, negativamente sapiencial, mentora intelectual, de cabeça repleta de carambolas e caraminholas cabalísticas, esotéricas, de ingredientes mágicos, místicos, inacessíveis ao comum dos homens. Vamos conservar tal título ao Dugin, e deixar explícito que "guru" tem, aqui, o sentido incomum de estrategista político, formulador das diretrizes de quem lhe segue, e sem pestanejar, as orientações, entendendo que é o "guru" Putin, quero dizer, Dugin, quem determina a estratégica geopolítica do Putin.

Pela primeira vez, assim me recordo, eu li o nome de Alexandre Dugin no livro Os EUA e a Nova Ordem Mundial, que dá a público um debate em que se confrontaram Olavo de Carvalho e Alexandre Dugin. Desde então odeiam-se de morte olavistas e duginistas, aqui no Brasil e em outras terras. Mas quem é Dugin e qual o papel dele na formulação da geopolítica de Putin? Não faço a mínima idéia, e acredito que tudo que se diz a respeito não passa de tagarelice de papagaio-de-pirata. Acompanhei, e antes da trágica morte da herdeira do Dugin, celeumas homéricas acerca de Dugin e de sua ascendência sobre Putin, e cocei-me a cabeça ignorando as razões de meu ato de coçar-me a minha plantação de cabelos. Agora, sucedendo-se à morte de Dugina, leio controvérsias, cujos participantes me parecem irracionais, acerca do papel de Dugin na política de Putin.

Antes de prosseguir, pergunto: Darya Dugina morreu? Ora, estamos falando de coisas da Rússia, a envolver serviços de inteligência, e espionagem, e contra-espionagem, e terrorismo, um jogo bruto entre personagens poderosos.

Prossigo: afirma-se que Dugin é o guru do Putin, que segue as orientações de Dugin. Ora, sabemos que as idéias do Putin... quero dizer, do Dugin, dentre elas a Teoria do Quarto Poder, que desconheço, está, livre para acesso público, impresso em papel. Afirma-se que as idéias de Dugin fazem a cabeça de Putin, que lhas segue à risca. Se é assim, então os inimigos de Putin, depois de lerem os livros do Dugin, e das idéias destes tomarem conhecimento, entenderam quais idéias movem Putin, assim podendo planejar estratégias que se opõem à dele, antecipando-se a ele, e sobrepujando-o. Mas não é isso o que se vê. Parece-me - não sei se estou correto ao fazer tal afirmação, que me inspiraram artigos que li de pessoas que reputo confiáveis - que está Putin a fazer de gato-sapato seus inimigos. Se nos livros de Dugin estão as idéias que movem Putin, das duas uma: ou os inimigos de Putin não as entenderam; ou as entenderam, e as usaram contra si mesmos (na verdade, contra os países da zona do Euro e os Estados Unidos), assim se aliando, conquanto em público digam o contrário, ao inimigo declarado. Ou então, outra conjectura: nos livros de Dugin não há sequer uma idéia que faça a cabeça de Putin e que a fama de Dugin, a de guru, e o principal, ou o único, do Putin é só balela, foi inventada e disseminada por Putin com o o objetivo de induzir seus inimigos a formularem políticas que tenham como sua fonte de conhecimento uma política fictícia dele, assim dele esculpindo uma imagem falsa, distante da verdadeira. O que é verdade e o que é mentira neste teatro de aparências? Não faço a mínima idéia. Penso, apenas, que Putin não seria tolo a ponto de construir uma política estratégica com os ingredientes que os livros de Dugin fornecem, sabendo que os seus inimigos os leram. Ou, não sendo tolo, e suspeitando que seus inimigos acreditam que nos livros de Dugin estão idéias que ele, Putin, jamais, porque públicas, usaria em suas políticas, as usa? Não sei, entende?

É um jogo de gato e rato.


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