terça-feira, 18 de outubro de 2022

Algumas notas breves

 A Damares, ministra do governo Bolsonaro, senadora recentemente eleita, denunciou, há poucos dias, casos escabrosos de estupros, em território brasileiro, de crianças, e os antibolsonaristas que tomaram conhecimento das palavras dela assumiram uma de duas posturas: conservaram-se a respeito silêncio tumular, que deles traduz indiferença pelas crianças vítimas dos estupradores e ódio pelo presidente do Brasil, ou condenaram a Damares ao fogo do inferno. Ora, toda e qualquer pessoa sensata, com um mínimo de consciência das coisas do mundo, sabe que há, e desde que o mundo é mundo, gente que usa e abusa das crianças, seviciam-las, matam-las; se é assim, por qual motivo não poucas pessoas, ao saberem das palavras da ministra Damares, atacaram-la, difamaram-la, julgaram-la e condenaram-la ao fogo do inferno?! A resposta - e parte dela lê-se linhas acima - está na ponta da língua: ela é do governo Bolsonaro, e é cristã.

Ficam no ar duas perguntas: Por que as feministas, cientes das agressões que a Damares sofre, não se pronunciam em apoio a ela? Por que as organizações não-governamentais de direitos humanos não se pronunciam, exigindo dos órgãos competentes, investigação a respeito das denúncias feitas pela Damares?


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Michele Bolsonaro é difamada, vilipendiada, e as feministas não a defendem. Surpreendente a conduta das feministas. Ou não?


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Damares disse que há, no Brasil, crianças vítimas de estupro, e não se ouve a voz dos heróicos defensores das crianças e dos adolescentes em apoio dela.


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Esquerdistas só se dispõem a palestrar amigavelmente com esquerdistas de diferentes tons de vermelho, e de quem não é esquerdista pedem o fuzilamento, ao paredón, com um tiro na nuca.


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- Pobres não podem votar em políticos da direita.

- Eles têm de votar em quais políticos?

- Nos da esquerda.

- Você é de esquerda?

- Sou.

- 'tá explicado.


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Até hoje não entendi o que é dívida histórica. Um brasileiro descendente de europeus, africanos e ameríndios é credor de quem e de quem devedor? O brasileiro descendente de japoneses que para o Brasil vieram no início do século XX é credor ou devedor? O brasileiro que descende de angolanos que desembarcaram nas praias brasileiras na última década do século XX é credor? Se é, é credor de quem? O brasileiro descendente de brasileiros brancos que, antes da Lei Áurea, lutaram, bravamente, pela alforria dos escravos, é credor ou devedor?


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Por que as pessoas que dizem que o presidente Jair Messias Bolsonaro é fascista e nazista e genocida jamais se dispõem a explicar o que são fascismo, e nazismo, e genocídio, e jamais falam da história da Alemanha na época do Hitler e da Itália da era do Mussolini, e tampouco elencam as políticas deles, a cultural, a educacional, a econômica, a de segurança pública, e por que jamais mencionam os principais representantes intelectuais do nazismo e do fascismo e deles não apresentam uma síntese, uma síntese robusta, e não raquitíca, do pensamento, e por que não citam um livro que eles escreveram, e por que não comparam as políticas deles, a educacional, a cultural, a de segurança pública, com a do presidente brasileiro, demonstrando a correção da tese que tão apaixonadamente esposam, e não se dispõem a ouvir atenta e sinceramente as objeções?


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Cada evento histórico aconteceu uma, e apenas uma, vez, e de cada um deles há duas ou mais leituras.


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Ninguém pode afirmar que conhece a História. Toda pessoa, inclusive os maiores historiadores que o mundo já conheceu, conhece uma versão da História; se não fosse assim, a História não registraria controvérsias apaixonadas, entre os maiores historiadores, acerca de todo fato histórico.

Recordo-me de ler, há poucos anos, reportagem que dava notícia de uma descoberta que punha de pernas para o ar a Egiptologia e obrigava os egiptólogos a, de cabelos em pé, a arrancarem-los, ensandecidos, reverem a cronologia e a árvore genealógica dos faraós. Não me lembro dos detalhes; recordo-me, vagamente, que se declarava que certo faraó, dado como pai de um outro faraó, era, na verdade (verdade?), neto dele. Ou coisa que o valha.

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