terça-feira, 9 de outubro de 2018

Alienada

Neste segundo turno, a pessoa que, se eleitora de um dos candidatos derrotados, está se pondo numa posição superior, não optando nem por um, nem por outro, isto é, nem por Fernando Haddad, nem por Jair Bolsonaro, acredita-se dotada de alma cândida, imaculada, que não se imuscui num embate entre dois indivíduos reles, assim entende, idênticos em depravação moral, e revela-se incapaz de perceber que está igualando dois homens desiguais, um, Fernando Haddad, cuja biografia o dá como um dos piores prefeitos da cidade de São Paulo, títere de político que, condenado pela Justiça, está preso, e instrumento de um projeto de poder totalitário, e o outro, Jair Bolsonaro, cuja biografia lhe é desconhecida e cuja imagem ela criou a partir de factóides, campanhas difamatórias, mentiras deslavadas, incorrendo, portanto, num erro de percepção, pois está igualando um personagem real, o Fernando Haddad, com um fictício, o Jair Bolsonaro das campanhas difamatórias criadas e disseminadas pelos seus adversários, e num erro de julgamento do personagem Jair Bolsonaro, o real, e não o fictício, pois toma este por aquele.
Ao decidir pela isenção, a pessoa revela, involuntariamente, que sua posição é fruto do rancor, do ressentimento, do orgulho, da indiferença com o destino do Brasil, pois o candidato em que votou não sendo um dos dois que estão a disputar o segundo turno, ela prefere pôr-se numa posição que lhe permite satisfazer o seu ego, persuadindo-se de que seu candidato não era um tipo reles, sujo, um tipo inferior, e nem ela, e não é por outra razão que declara que não irá dar o seu voto nem para o Fernando Haddad, nem para o Jair Bolsonaro, sendo ambos, assim entende, tão baixos, tão imundos, tão desprezíveis. É óbvio que tal postura é só fingimento de superioridade moral, fruto de auto-persuasão hipnótica, histérica, a pessoa querendo acreditar, e acreditando mesmo, assim enganando-se, que é de um tipo superior.
Se sempre se apresentou na condição de  anti-PT, e hostil ao socialismo, e sendo Fernando Haddad do PT, portanto, socialista, tal pessoa não tem razão, louvável, plausível, defensável, para se declarar isenta, neste momento, a menos que se considere que, ressentida e rancorosa, ela adota como verdadeira a campanha anti-Bolsonaro, composta, unicamente, de mentiras, factóides, produzida pelos adversários dele (melhor, inimigos), mesmo sabendo que ela é apenas uma peça de assassinato de reputações.
Não faz sentido, nem aqui, nem em outro planeta, pôr no mesmo plano, o Fernando Haddad, cuja política na prefeitura de São Paulo e no Ministério da Educação é do conhecimento de todos, e sua função de poste do Lula também, e o Jair Bolsonaro, que nenhum mal fez ao Brasil. A pessoa que o faz, dá como iguais a política, já implementada, no Brasil, pelo PT, cujo projeto de poder totalitário já está quase realizado em sua inteireza, e algumas bobagens ditas por Jair Bolsonaro. Se tal pessoa não é uma alienada, então não sei o que é.

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