segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Superdesinteressante III


Se o cérebro urdisse uma trama para enganar a si mesmo e concebesse um artifício para se proteger das tramas por si mesmo arquitetadas, não tomaria decisões, e aquele que o possui não viveria, morreria. E quando se diz que o cérebro quer enganar aquele que o possui, diz-se que ele quer enganar a pessoa, e não o corpo apenas; então o cérebro, que é, dizem, quem, como um ser independente, que comanda o corpo, engana, ou quer enganar, a si mesmo, pode se dar a sugestão para se enganar e suspender toda defesa que concebeu contra as suas próprias artimanhas, mas, neste caso, não está se enganando, e terá de inventar uma mentira para se livrar do constrangimento de ter de reconhecer que vive uma farsa.

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