Se
o cérebro urdisse uma trama para enganar a si mesmo e concebesse um
artifício para se proteger das tramas por si mesmo arquitetadas, não
tomaria decisões, e aquele que o possui não viveria, morreria. E
quando se diz que o cérebro quer enganar aquele que o possui, diz-se
que ele quer enganar a pessoa, e não o corpo apenas; então o
cérebro, que é, dizem, quem, como um ser independente, que comanda
o corpo, engana, ou quer enganar, a si mesmo, pode se dar a sugestão
para se enganar e suspender toda defesa que concebeu contra as suas
próprias artimanhas, mas, neste caso, não está se enganando, e
terá de inventar uma mentira para se livrar do constrangimento de
ter de reconhecer que vive uma farsa.
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