Em meus um pouco mais de quarenta anos de idade já
aprendi que uma pessoa que se vê como vítima do mundo, como a maior de todas as
sofredoras, uma injustiçada, uma abandonada por todos, pela sociedade, não
realiza nada em seu benefício e no benefício de outras pessoas, e aprendi,
também, que a pessoa que põe acima de seu próprio sofrimento o sofrimento do
mundo, não se prendendo em si mesmo, e abrindo-se para coisas que lhe são
maiores, realiza em benefício de outras pessoas e de si mesma coisas que
jamais pensaria ser capaz de realizar se vivesse a olhar unicamente para o seu
próprio umbigo. E é porque sei disso que deploro o vitimismo inerente aos
movimentos sociais reivindicatórios, que, supostamente, vem em atendimento de
um bem às pessoas exploradas pela sociedade e para saldar uma dívida histórica; o vitimismo deforma o caráter.
Os
movimentos sociais reivindicatórios excitam todos os mais reprováveis
sentimentos
humanos, todos os seus vícios, e os canalizam para o exercício de um
projeto de
aniquilação do homem. Inspiram-se, para a formulação de suas políticas,
nas ideologias revolucionárias
igualitaristas favoráveis à planificação estatal e aos governos
totalitários. Dentre os movimentos sociais estão aqueles que atendem
pelo nome de feminismo, negrismo, gaysismo,
ambientalismo; são peças da máquina revolucionária, supostamente em
defesa da
justiça (e o ambientalismo, do planeta Terra) e da igualdade (e de fato
da
igualdade são defensores, mas a igualdade que eles almejam só se obtêm
com
sofrimento, miséria, injustiça e mortes a
granel). Os militantes destes movimentos sociais são agentes de
transformação
da sociedade, são revolucionários; querem transformar uma
sociedade que, de humanos, seres imperfeitos, é, portanto, imperfeita,
numa
sociedade perfeita, a socialista, e o que obtêm é o caos e o morticínio.
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