Diz
a sabedoria popular, muitas personalidades do cinema e inúmeros cientistas que
os humanos usamos apenas 10% do poder do nosso cérebro. Tal afirmação, pensando
a respeito, detidamente - não precisa pensar detidamente, basta pensar por um
milionésimo de segundo, e não agir como um zumbi, um morto-vivo -, não tem nem
pé nem cabeça: Como se pode conhecer 10% de uma coisa? Conhecendo-se os 100%
desta mesma coisa. Os 10% só podem ser calculados se se souber o valor total
(100%). Por exemplo: Eu tiro R$ 20,00 da minha carteira. Estes R$ 20,00
correspondem a quantos por cento do dinheiro que tenho na carteira? Não sei,
pois não sei quantos reais tenho na carteira. Eu não os contei. Mas se eu sei
quantos reais tenho na carteira, e dela tiro R$ 20,00, saberei dizer quantos
por cento estes R$ 20,00 correspondem do total de reais que tenho na carteira.
Se na carteira eu tenho R$ 200,00 e dela tiro R$ 20,00, estes R$ 20,00, eu sei,
correspondem a 10% do total (100%) do dinheiro que tenho na carteira.
E
agora eu pergunto: Como pode-se dizer que os humanos usamos só 10% do poder do
nosso cérebro, sem que se mensure todo o seu poder, isto é, os 100%? Aqueles
que insistem na tese, o de usamos os humanos apenas 10% do poder do nosso
cérebro, explicaram como obtiveram esta porcentagem? Considerando o pensamento
de tal gente, obrigo-me a concluir que eles sabem de alguém que usou os 100% do
poder de seu cérebro. E quem ele é? É o Einstein? Vamos supor que têm no
Einstein a quintessência da inteligência humana, o homem que usou, assim
pensam, 100% do poder do seu cérebro. Pergunto: Que prova se tem de que ele
usou 100% do poder de seu privilegiado cérebro? Nenhuma. Talvez ele tenha
usado, dele, só 1%, ou 0,5%. Quem sabe!?
Neste
segundo parágrafo, tenho na mente, ao escrevê-lo, a idéia que ensina que os
humanos usamos só 10% do poder do nosso cérebro. A idéia, a de que usamos só
10% do poder de nosso cérebro, tão recorrente no cinema, nas revistas que,
supõe-se, é de divulgação científica, é um absurdo. A verdade é: Cada pessoa
usa os 100% do poder do cérebro que tem. A história registra a vida de pessoas
geniais, Einstein, Leonardo da Vinci, Shakespeare, Pitágoras, Aristóteles,
dotadas de cérebro mais poderoso do que o de quase a totalidade dos humanos; e
hoje em dia há pessoas de cérebro quase tão, ou igualmente, poderoso quanto o
deles, e eles usam, do mesmo modo o Einstein, o Leonardo da Vinci, Shakespeare,
Pitágoras e Aristóteles, os 100% dele, e não uma porcentagem só. Cada pessoa
tem o cérebro que tem e dele usa os 100%, e não 10%. Tal idéia, a de que os
humanos usamos apenas 10% do poder do nosso cérebro, e não os seus 100%, agrada
aos presunçosos, que acreditam que, desenvolvendo o cérebro, poderão produzir
coisas que nem Deus conseguiu. “Ah!”, pensa muita gente presunçosa, “se eu
aprendesse a usar os 100% de meu cérebro, e não usasse apenas 10% dele, eu
faria coisas extraordinárias”. Lamento informar: Cada pessoa usa todo o poder
de seu cérebro, os seus 100%, e só faz o que é capaz de fazer, e não faz mais
porque não é capaz de fazer mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário