domingo, 17 de outubro de 2021

Três

 Pátria amada armada


- Pátria amada, sim; pátria armada, não.

- No dia em que a China atacar o Brasil com mísseis hipersônicos você irá ver o que é bom pra tosse.


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Bolsonaro, a galerinha do lacre, a economia. E outras notas breves


A galerinha do  lacre "Fique em casa; a economia a gente vê depois." tá reclamando do preço dos alimentos, do da energia e do do gás. Ora, a epidemia ainda não acabou. Fiquem em casa, lacradores; a economia a veremos depois. É divertido brincar de fechar comércio, mas só até o dia em que se sente o bolso esvaziar-se.

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Por que os da galerinha do lacre "Fique Em Casa; a economia a gente vê depois." reclamam do aumento do preço dos alimentos, do gás e do combustível? Porque estão vivos. E o importante é a vida, e não a economia - era o que eles diziam até há um bom tempo, antes de sentirem no bolso as consequências da política do "Fique Em Casa". Mas não têm tais pessoas, sensatas e previdentes, do que reclamar, pois estão vivas.

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Agora que a porca torce o rabo, é o presidente Jair Messias Bolsonaro o culpado pelo aumento do preço - e em todo o mundo - dos alimentos e de outros bens sem os quais os seres humanos não podemos viver. O Capitão, nosso presidente, tem costas largas, é inegável, e imensamente largas. E desde o ano passado ele chama a atenção para a questão econômica - e chamaram-lo fascista, genocida, nazistas, e de outras coisas mais, impublicáveis.

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Há antibolsonaristas que dizem que não conversam com bolsonaristas porque não querem perder tempo com gente que não merece atenção e respeito. É o que dizem. Mas a verdade é outra. Querem impor suas idéias aos bolsonaristas - querem que estes os ouçam, reverentes. Cientes de que ouvirão contestações, e de muitos bolsonaristas de formação intelectual que lhes é superior, fazem-se de seres imaculados que não desejam se  intoxicar respirando o mesmo ar que os bolsonaristas respiram. Não é por outra razão que chamam os bolsonaristas de nazistas, fascistas e genocidas. Ora, se pessoas de tão baixa extração, tão desprezíveis, os bolsonaristas não merecem viver entre os homens. E assim é fácil para os antibolsonaristas ocultarem a própria intolerância e se apresentarem como legítimos defensores da liberdade, da justiça e da democracia, e da moral e da paz.

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Sempre que um político socialista assume o poder em um país, os socialistas cantam-lhe em prosa e verso as futuras conquistas e a riqueza que ele irá produzir, mas assim que as misérias decorrentes das políticas por ele implementadas vêm a público, eles dizem que ele deturpou Marx e não implementou o verdadeiro socialismo.


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De boas intenções dos ativistas o inferno está cheio.


- Salve a Amazônia! Salve o Pantanal! Salve o planeta! Salve a natureza!

- Ô, carinha, em frente à sua casa há uma praça, e nela árvores que, de tão podres, caíram sob a última chuva que desabou aqui na cidade; e nem foi uma chuva forte. E a imundície que lá se vê é de matar todo filho de Deus. E você passa pela praça, todo santo dia, e não move um dedo para salvá-la. E reclama dos ratos e dos escorpiões e das baratas que adentram à sua casa! Queria o quê!?

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- Fim da desigualdade! Todos merecem receber salários iguais.

- Ô, carinha, o seu salário não é de se jogar fora, não; e você sabe que há muitas pessoas, inclusive familiares e parentes seus, que têm salário que não chega nem à quinta parte do que você recebe. Já pensei em distribuir suas riquezas com elas? E você tem meios de fazer isso. Ora, se tem. Mês passado você gastou uma nota preta numa viagem; e na semana passada, uma boa grana no show daquele músico, que, serei sincero, é uma taquara rachada. E nem falo daquela festança que, no ano passado, você deu na sua casa. De arromba.

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- Temos de saldar a dívida história com os negros. E um dos meios que temos à disposição é a políticas de cotas.

- Ô, carinha, na empresa em que você trabalha há quantos negros? Que eu saiba, dois. E há quantos funcionários? Cinquenta. Fazendo as contas... Parece-me que os negros não estão bem representados, não é mesmo?! Então, pague a sua dívida histórica. Vá até o seu chefe, e diga-lhe que você está pondo o seu cargo à disposição, em favor de um negro. E deixe que a minha dívida pagarei eu.

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- Há, no Brasil, milhões de pessoas passando fome. O governo tem de distribuir comida para elas.

- Ô, carinha, ontem, na praça, um pouco antes do Sol se pôr, você cruzou o caminho de um homem esfarrapado, andrajoso, fedido, piolhento, que lhe suplicou um pedaço de pão. E o que você fez? Não lhe deu confiança. Fez cara de nojo, e acelerou os passos, e o deixou falando com o poste. Coração de ouro o seu, hein!?


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