domingo, 31 de outubro de 2021

Dois filme e dois comentários

 Uma Hora da Madrugada (One A. M. - 1916) - de Charles Chaplin


Após uma carraspana homérica - presume-se, dado o estado de embriaguez do herói da comédia -, Charles Chaplin, pra lá de Bagdá, está num táxi daqueles bem antigos. Que seja antigo o táxi não surpreende, afinal é o filme do ano de 1916. Quer o ébrio retirar-se do veículo. Mas há jeito!? O carro não quer que de si saia seu passageiro. Talvez tal pensamento tenha preenchido a cabeça de Chaplin durante o seu embate com o monstro de metal, que o havia devorado. Depois de umas atrapalhadas bem divertidas, engraçadas, que me arrancaram boas gargalhadas, livra-se o herói do seu inimigo, que não desejava deixá-lo sair de suas entranhas, e encaminha-se à sua residência. Para adentrar-lhe os domínios de nada adiantaria ele ditar "Abra-te, sésamo!", em alto e bom som, embora estivesse, pra lá de Bagdá, em terras de Ali Babá; precisava de uma chave parar abrir-lhe a porta. Encontrou-a após superar alguns percalços - intransponíveis, dir-se-ia. E dentro da sua casa, passeou de tapetes, que não eram voadores, enfrentou dois felinos ferozes, divertiu-se com uma peralta mesa giratória, exibiu a sua destreza de alpinista, encarou um urso, foi atacado por um relógio, e entrou, finalmente, no quarto, para uma boa noite de sono. Mas a cama não se dispunha a acolhê-lo aos seus braços, tão ébrio ele estava que poderia ser expulso de sua casa e por ela mesma. Enfim, ao fim da sua longa e acidentada jornada, encontrou o herói o repouso tão acalentado.

Nos vinte e poucos minutos deste antigo filme, de mais de um século, assistindo-o, de tanto rir fica-se com dor de barriga e chora-se.


*


Wu Kong - Contra a Ira dos Deuses (2017) - direção: Chi-Kin Kwok


Sun Wu Kong (Eddie Peng), o Rei Macaco, confronta os celestiais, que muito tempo antes destruíram o monte Huaguo, seu lar. No reino celestial, conhece os imortais Ah Zi (Ni Ni), linda, meiga e simpática - no início da aventura, estranham-se os dois, mas, obrigados ao convívio comum, eles se apaixonam -, Tian Peng (Hao Ou), habilidoso no uso de armas afiadas, Juan Lian (Qiao Shan), inventor de parafernálias, que nem sempre funcionam a contento, e que durante a batalha com um demônio, revela-se dotado de talento inventivo inigualável, Hua Ji (Yu Feihong), a imortal suprema, e o mestiço Erlang Shen (Shawn Yue), filho de imortal e humano.

Bate-se, no Reino Celestial, Sun Wu Kong com Tian Peng e Erlang Shen. É aprisionado num calabouço. Em segundo embate com os imortais, vem a cair, juntamente com Tian Peng, Erlang Shen, Ah Zi e Juan Lian, na Terra, num vilarejo, onde - agora todos eles sem os poderes de que eram dotados quando habitavam o Reino Celestial - unem-se para salvar os habitantes do vilarejo, atacado por um demônio, e contra este lutam bravamente. E Tian Peng encontra Ah Yue (Zheng Shuang), mulher que ele amava e da qual havia sido afastado muitos anos antes.

É o filme uma aventura chinesa mística, mítica, épica. Tem ótimas cenas de luta, ao estilo chinês, que nos causa certo estranhamento; e humor, em boa dose, simples, inocente - dir-se-ia bobo -, nas cenas que de Juan Lian protagoniza, principalmente. Chamou-me a atenção a beleza das mulheres, o esmero das vestimentas dos protagonistas, e os bem cuidados cenários - o do vilarejo, em especial, simples, de pessoas pobres, não peca pela feiúra, tampouco pela sujeira.

Prendeu-me a atenção a batalha final entre Sun Wu Kong e os imortais.

A aventura do Rei Macaco diverte, anima, entretêm.

*

Marx, a luz no fim do túnel.


O Groucho?! O Groucho?! Sim! Sim! O Groucho é a luz no fim do túnel. Divertido! Engraçado! Faz-nos bem. Já o outro Marx, o amigo do Engels...


*


Hayek, brilhante.


Brilhante! Linda! Bela! Um colírio! Encantadora! Uma sereia! Uma sílfide! Uma ninfa! Um avião! Que mulher! Não tenho, infelizmente, o dom dos aedos, dos bardos, dos menestréis, para cantar-lhe a beleza. É Salma Hayek um avião!


Nenhum comentário:

Postar um comentário