É esquiva a linguagem que os Senhores do Universo, que ambicionam
o poder absoluto, usam com o fim de ocultar, dos povos de todo o mundo, seus
verdadeiros objetivos, criminosos, assassinos, que eles escondem atrás do véu
das, assim dizem, boas intenções, políticas humanitárias. Tais potentados
jamais são explícitos em seus propósitos, pois, se o fossem, os revelariam ao
mundo, e sofreriam a rejeição imediata, contrária, hostil daqueles que eles
almejam submeter aos seus desejos recrimináveis; daí empregarem artifícios
semânticos para de suas vítimas escondê-los, coonestando-os, e assim
persuadindo-as a abandonarem suas crenças milenares, seus valores mais
estimados, seu amor pela família, sua paixão pelo chão que pisa, do qual retira
o alimento que as sustenta, cooptando-as a ingressarem, sem que o percebam, no
exército que irá roubar-lhes tudo o que elas têm de mais precioso, destruí-las,
matá-las.
Ao ouvirem o canto das sereias politicamente corretas de
indivíduos que se proclamaram Senhores do Universo, muitas pessoas, ingênuas,
sugestionáveis, pelo canto politicamente correto seduzidas, entregam-lhes a
própria vida. E tal canto vem protocolado por organizações globais que gozam de
autoridade moral, conquistada por meio de sórdida campanha midiática mundial,
que delas vendem ao mundo, que o compra sem barganhar, uma imagem falsa,
mentirosa. E povos de todo o mundo, crentes que terão o paraíso que tanto
desejam, viverão no inferno que os Senhores do Universo lhes reserva.
Juan Claudio Sanahuja, neste pequeno livro de duzentas
páginas, bosqueja a estrutura do poder global totalitário, numa apresentação
recheada de informações, indispensáveis para, se não o total entendimento da
ação em curso de uma política desumana, assassina, um vislumbre de compreensão
dos meios sutis que os trilionários universais, que, se achando acima do comum
dos mortais, pretendem concentrar em suas mãos o poder de vida e morte sobre
todas as pessoas e reservar pra eles unicamente todos os bens da Terra, empregam
com destreza exemplar, obtendo resultados que lhes são favoráveis, e um dos
recursos que eles, desinibidos, empregam é o da corrupção semântica; higienizam
o vocabulário, adornam-lo com um requinte falso, com uma sofisticação
inexistente não para esclarecer um assunto, expor a essência de suas políticas,
nefastas, assassinas, mas para subverter valores, confundir as pessoas,
induzi-las a irem contra os próprios princípios ao adotarem a linguagem
corrompida, deturpada, como se fosse a reprodução fiel das ações promovidas
pelos Senhores do Universo - e as pessoas, viciadas por um vocabulário espúrio,
por uma linguagem que perdeu o seu sentido real, verdadeiro, sem perceberem a
ruptura aberta entre o significado das palavras e o das ações que elas
supostamente designam, compram políticas assassinas certas de que estão, na
inocência de seus corações, promovendo o bem.
O autor não economiza, considerando-se as pequenas dimensões
do seu livro, informações acerca do vocabulário que organizações mundiais
empregam, na promoção de suas políticas desumanas, para a concretização de um
projeto de poder global, que visa a imposição de um discurso único, de raiz
anti-cristã, com o objetivo de submeter as pessoas a um credo universal, a uma
religião biônica, mistura exótica de inúmeras religiões milenares, retiradas,
delas, a essência, e delas conservadas apenas aspectos insignificantes, e
incontáveis práticas místicas esotéricas. Querem estabelecer os Senhores do
Universo um mundo onde estão excluídos os valores transcendentes, o amor pela
família, o apego à pátria, e destruídas as soberanias nacionais, e convertidos
os Estados nacionais em títeres deles, representantes, não do povo sob sua
guarda, mas dos homens, os donos do mundo, que de fato governam as instituições
globais; os presidentes, os primeiro-ministros, os deputados, os senadores, os governadores,
criaturas sem liberdade de ação, são, neste cenário, mantidas nos altos
escalões da burocracia estatal nacional com um único objetivo: o de chancelar
as políticas elaboradas pelos não-eleitos da organização global, centrada na
ONU; os presidentes locais, neste cenário, já real, estão convertidos apenas em
carimbadores de documentos redigidos, no exterior, por homens cujos nomes são
desconhecidos de todos e cujas figuras ninguém imagina quais sejam; e os povos
de todo o mundo, à revelia de todo processo político, acreditam, ingênuos, que os
políticos que elegeram com o voto são seus representantes, legítimos defensores
de seus valores, de seus princípios, de seus desejos.
As palavras sofrem tal mutação, que seus significados
originais desaparecem, e elas adquirem significados espúrios que servem de
instrumentos de sustentação, em nome do bem-estar dos povos, de uma política
desumana, assassina; e assim altera-se o consenso social, para tornar as
pessoas refratárias aos bens espirituais, aos valores e sentimentos que as
beneficiam, e dóceis aos que as prejudicam; e estão criados novos consensos,
fabricados, por engenheiros sociais, em laboratórios nos quais os
ratos-de-laboratório são os seres humanos. Os engenheiros sociais falam de
“autonomia reprodutiva”, “direitos sexuais”, saúde psíquica da mãe”, “saúde
sexual”, “livre orientação sexual”, “paternidade responsável”, “saúde sexual e
reprodutiva”, para vender, como ato meritório, um direito inalienável, o do assassinato
de seres humanos que, ainda no interior do ventre de suas mães, indefesos, em
seu estágio embrionário uns, outros já formados, não são, na ótica dos
defensores de tal política, seres humanos; são, unicamente, coisas, pedaços do
corpo das mulheres que os carregam dentro de si, fetos, um amontoado de
células, e não seres que, dependentes de um corpo adulto feminino, são únicos,
outros corpos, de outros seres humanos. E dá-se, numa linguagem profilática,
cientificista, o nome de feto ao ser humano em formação, e o de aborto à
prática assassina, que o rouba à vida antes de ele vir à luz – e tal política
não atende ao bem comum, como salientam os seus defensores, os seus promotores,
os seus financiadores, mas aos interesses de quem almeja o controle absoluto de
todos os bens que a Terra pode ofertar. A política de controle populacional, de
“desenvolvimento sustentável do planeta”, no jargão politicamente correto, é um
artefato bélico de destruição em massa apontado contra o homem comum. E para os
donos do mundo, e seus empregados bem-remunerados, a eutanásia é “morte digna”.
E as religiões milenares, “religiões dogmáticas”, “fundamentalistas” - daí
proporem, sabe-se lá no uso de quais mecanismos, um sincretismo religioso, que
irá criar, com a mistura de práticas da New Age (Nova Era), a maçonaria, profecias
de Zoroastro, o Alcorão, Confúcio, budismo, taoísmo, xintoísmo, Bhagavad-Gita, uma
“ética cósmica”, e estará criada, neste mundo de paz entre as religiões, uma
“sociedade tolerante” centrada na religião universal, e deste mundo estará
excluída a transcendência das religiões milenares.
Outro dado interessante, que o livro de Juan Claudio
Sanahuja apresenta aos seus leitores, diz respeito às políticas ambientalistas,
que, em nome da salvação do planeta, promovem o assassínio, por meio de
políticas de “controle de natalidade”, “saúde reprodutiva da mulher”, de pessoas
ainda no ventre de suas mães, e o estímulo ao sexo desenfreado,
descompromissado, irresponsável, e a ereção de novos tipos de família. A Carta
da Terra, aponta o autor, ataca, frontalmente, a religião cristã; vende uma
religiosidade sem transcendência, panteísta, uma “ética universal da vida
sustentável” para o “desenvolvimento sustentável”, a “sustentabilidade”; é o
ecologismo, cujos agentes, partindo de uma preocupação legítima, que alerta
para a saturação dos recursos naturais, propõem uma reformulação das religiões,
das leis, das culturas, num movimento forçado, destruindo os humanos no
processo, para a formação de um sincretismo religioso de laboratório, de uma
mentalidade relativista disruptiva, com a consequente aniquilação das religiões
milenares.
O livro dá preciosas informações a respeito do papel da
ONU, de ongs, e de fóruns de debates e congressos financiados pelos Rockfeller,
nas políticas de uma “ética universal”, uma religião universal, que cria seres
dóceis, sugestionáveis, manipuláveis.
E Juan Claudio Sanahuja fala do “Report of the Comitte of
Inquiry into Human Fertilization and Embriology”; do comitê de monitoramento de
“Convenção Internacional para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação
Contra a Mulher (CEDAW, 1979); do comitê de monitoramento do “Tratado
Internacional contra a Tortura”; e do “Diálogo das Civilizações”; e da Anistia
Internacional; e do Clube de Roma; e do Human Rights Watch; e do World Wide
Fund for Nature (WWF); e da UNESCO; e da “Cúpula Mundial de Líderes Espirituais
e Religiosos para a Paz”; e da “United Religions Initiative (Iniciativa das
Religiões Universais – URI); e da participação, no esforço de ereção da
sociedade global, de Kofi Annan, Desmond Tutu, Fernando Henrique Cardoso, Jimmy
Carter, Nelson Mandela, George Soros, Noam Chomsky, José Saramago, Gabriel
Garcia Márquez, Ted Turner, Leonardo Boff, Isabel Allend, Barack Obama, Tony
Blair, e outras personalidade de fama mundial.
E presenteia os seus leitores com a reprodução, em dois
anexos, de textos de outros autores, o primeiro, “Obama e Blair. O messianismo
reinterpretado”, conferência de Michel Schooyans, proferida, em 2.009, no dia 1
de março, na Cidade do Vaticano; e o segundo, “A Terra e seu caráter Sagrado”,
da Irmã Donna Geernart, SC, conferência realizada, em 2.007, no mês de Maio, em
Roma, no Plenário da União Internacional de Superioras Gerais, acompanhada de
comentários.
Poder Global e Religião Universal, de Juan Claudio
Sanahuja, traz inestimáveis informações acerca do movimento anti-cristão que
move o mundo, faz a cabeça dos poderosos dotados de insaciável sede de poder, inimigos
figadais dos seres humanos.
Conclui-se da leitura do livro que nos altos escalões das
organizações globais estão seres humanos que se têm na conta de deuses, dotados
de poder de vida e morte sobre todas as pessoas – eles excluem Deus da
história, do universo, para se fazerem de deuses, e entre estes deuses de carne
e osso persiste uma auto-imagem favorável, falsa, que muito os envaidece, a de
seres superiores, inestimáveis, imprescindíveis para a ereção, na Terra, de um
mundo perfeito, o “outro mundo é possível” dos discursos politicamente
corretos, e o que eles criam é apenas caos, miséria, sofrimento e mortes.
Nas primeiras linhas desta resenha, falei da linguagem esquiva
dos donos do poder, os Senhores do Universo; e é só alterando o significado das
palavras, vendendo aos povos uma nova linguagem, um novo vocabulário, novas
expressões, palavras antigas com significados deturpados, que eles conseguem subverter
valores, e, com a subversão dos valores, produzir pessoas dóceis,
sugestionáveis, obtendo, destas, a lealdade, e expulsar do convívio social os indomados,
e indomáveis, que, firmes na defesa dos valores que herdaram de seus ancestrais,
resistem à agressão psicológica, à manipulação semântica.
A linguagem é o campo de batalha dos Senhores do Universo. Deturpando-a,
e impondo a linguagem deturpada aos povos de todo o mundo, eles podem coonestar
suas politicas desumanas, assassinas, criminosas, e explorar os humildes, que não
lhes impõem resistência, pois deles foram arrancados, por aqueles que se dizem
seus libertadores, os instrumentos que lhes dariam meios de ponderar a respeito
das coisas do mundo dos homens.
É
Poder Global e Religião Universal, de Juan Claudio
Sanahuja, um livro de valor inestimável.
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