Julião, o herói desta peça, adquiriu a mania, que
transtornava sua esposa, Dorotéia, e que, suspeita-se, roubando-lhe, de Julião,
a sanidade: a de adorar os cavalos, apreciar as atividades hípicas, o que o fez
entrar para o Clube Jácome. Tão obcecado pela sua paixão hípica que admitiria
para marido de sua filha, Francisca (Chiquinha) um homem que fosse sócio do
Clube Jácome, daí rejeitar, terminantemente, a idéia de ceder a mão dela a
Ernesto, cujo amor por Chiquinha era por ela correspondido, pois ele, além de
não saber montar a cavalo, não era sócio do Clube Jácome.
É uma peça simples, cuja trama se desenrola, em dezoito
cenas, num ato; despretensiosa, de desenlace destituído de surpresa; aos poucos
personagens que a animam, Julião, Dorotéia, sua esposa, Francisca (Chiquinha), sua
filha, Antônio, seu criado, Ernesto, o pretendente à mão de Chiquinha, e o Comendador
Anastácio (inserido na trama, presumo, com o único propósito – que aflorou à
mente do autor – de criar uma cena cômica) não se envolvem numa rede de cenas
hilárias equivalentes às encontradas em outras peças de França Júnior; são
pobres em suas caracterizações; suspeito que França Júnior, ao conceber tal
peça, não estava em um momento de inspiração. A peça não correspondeu às minhas
expectativas, que criei com a leitura das outras peças do autor. Não esperei, é
óbvio, uma obra sofisticada, de estrutura complexa, personagens shakespereanos,
pois as obras que dele li não me levaram a concluir que ele, neste Entrei para
o Clube Jácome, tem para oferecer algo além do que oferece nas outras peças;
além disso, tal gênero de obra tem a oferecer o que lhe é peculiar: uma trama
simples, com personagens estereotipados, caricaturais, de cuja personalidade
apenas um aspecto, destacado, é dado a conhecer ao público, para a criação de cenas
divertidas numa aventura cômica; nesta peça, todavia, França Júnior não foi
bem-sucedido em seu propósito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário