Neste curta-metragem, de um pouco menos de vinte minutos,
dirigido por Lloyd French, e com roteiro de H. M. Walker, a dupla mais
engraçada, atrapalhada e divertida do cinema universal, depara-se, ao entrarem
num casarão, com o doutor Travão (Lucien Littlefield), cientista, proprietário
do casarão, e com Jequié (Samuel Adams), o mordomo. As figuras destes dois
coadjuvantes contrastam-se: cada uma segue a do figurino pitoresco
estereotipado: a do doutor Travão, a do cientista louco; a de Jequié, a do
mordomo esnobe, pernóstico. A do doutor Travão é encantadoramente hilária (e a
voz do dublador cai-lhe bem): mirrado, careca no topo da cabeça, e de trejeitos
que lembram a de um doido-varrido.
As cenas alternam-se: no laboratório, o doutor Travão
está ocupado com as suas experiências, que o levam a criar a fórmula do elixir
da juventude, à qual ele se dedicava havia vinte anos; e na sala da lareira,
Ollie (Oliver Hardy – o Gordo) e Stan (Stan Laurel – o Magro). E Jequié
transita entre as duas cenas. Na execução do trabalho de limpeza da chaminé,
Ollie e Stan organizam-se – ao modo deles, obviamente; e Ollie sobe ao telhado,
e vai até a boca da chaminé; e Stan permanece, no interior da casa, na sala da
lareira. E a confusão, tão disparatada, tão aguardada por quem assiste ao filme
na expectativa de ver cenas hilárias, dá-se num ritmo, tão alucinante! que faz
o expectador perder o fôlego, e chorar, de tanto rir. As cenas, impagáveis. E é
Stan, o Magro, o atrapalhado da dupla, e é Ollie quem recebe tijolos na cabeça
e quase tem a cabeça arrancada por tiro de espingarda.
Em certo momento da aventura rocambolesca dos dois
atrapalhados e desastrados limpadores de chaminés, está Ollie, no telhado, à
boca da chaminé, e Stan, no piso, no interior da casa, à lareira. Stan, a
escova enfiada na lareira, e na escova conectada um cabo, e neste cabo outro
cabo, e um cabo neste – mas a escova não chega até Ollie, à boca da chaminé, no
teto -, para encompridar um pouco mais o cabo conecta, na extremidade que tem
consigo uma espingarda. O absurdo da cena é tal que é impossível quem assiste
ao filme não antever o desastre que irá se suceder. Um pouco antes do
desenrolar desta cena, Ollie, puxando pelo cabo, erguera, pela chaminé, Stan,
e, em seguida, soltara-o, e ele despencara, pelo interior da chaminé, até a
lareira.
Enquanto tais cenas ocorrem no telhado e na sala da
lareira, no laboratório o doutor Travão segue com as suas experiências: corta,
em duas, com uma tesoura, uma gota; põe um pato numa banheira cheia de água; e,
com um conta-gotas pinga uma gota da solução rejuvenescedora na água da
banheira, e ao final desta experiência está o pato transformado num patinho.
Encerradas as suas experiências, o teste com o pato provando-lhe que a fórmula
rejuvenescedora estava criada, convida Ollie e Stan para assistir, no
laboratório, à uma experiência; e rumam os três personagens ao laboratório; lá
chegando, o cientista explica aos seus dois apalermados convidados a experiência;
e na banheira cheia de água está o patinho; e o doutor Travão pinga, com o uso
de um conta-gotas, na banheira, uma gota da poção rejuvenescedora, e o
resultado põe embasbacados e boquiabertos, e de queixocaídos, Ollie e Stan. E
na sequência, o doutor Travão sai do laboratório, para ir em busca de Jequié,
para usá-lo na experiência seguinte, que desejava realizar, e no laboratório
deixa Ollie e Stan, que, na ausência dele, decidem fazer uma experiência, cujo
resultado é de um nonsense de arrancar gargalhadas do mais sisudo e
mal-humorado dos homens.
Na versão original do filme, o doutor Travão chama-se
Noodle; e o mordomo Jequié, Jessup. E com o nome do mordomo, Jequié, na versão
brasileira faz-se um trocadilho com a cidade de Jequié, bahiana.
Uma curiosidade: Nos Estados Unidos, a série estrelada
pro Oliver Hardy e Stan Laurel recebe o nome destes dois atores, Laurel &
Hardy; e no Brasil o de O Gordo e o Magro; e em Portugal, Bucha e Estica.
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