quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Tática

Geraldo Alckmin declarou, em entrevista, que o Jair Bolsonaro é o passaporte do PT ao poder, pois ele, no segundo turno, será derrotado pelo Fernando Haddad. Dando a entender que considera o PT o mal; que o Jair Bolsonaro é incapaz de derrotar Fernando Haddad; e que apenas ele próprio, Geraldo Alckmin, poderá derrotar Fernando Haddad, conclui que os brasileiros não deveriam votar no Jair Bolsonaro, mas nele, Geraldo Alckmin. Mas seria Geraldo Alckmin capaz de, no segundo turno, contra Jair Bolsonaro, derrotá-lo? Se ele poderá derrotar Fernando Haddad, e sendo Fernando Haddad vitorioso num confronto com o Jair Bolsonaro, não é difícil de se concluir, seguindo esta linha de raciocínio, que ele poderá derrotar Jair Bolsonaro, e com mais facilidade. Além disso, porque ele não ataca o Fernando Haddad, e desde já, para aumentar a rejeição dos brasileiros a ele, e assim, no segundo turno, derrotá-lo com mais facilidade, ou com menos dificuldade, sem correr o risco de ser por ele derrotado? E por que os brasileiros concluíremos que Jair Bolsonaro, que conta com quase 30% dos votos totais, não venceria Fernando Haddad no segundo turno, e Geraldo Alckmin, que não tem sequer 10%, o derrotaria? Se Geraldo Alckmin considera Fernando Haddad o mal a ser vencido, por que não o ataca para desmoralizá-lo, desqualificá-lo, tirar-lhe votos, apresentando-se como oposição a ele, e assim ganhar os votos de pessoas que, não o conhecendo muito bem, pretendem votar nele, e os de outros anti-petistas, tirando-lhe todas as chances de ir para o segundo turno, afastando de vez o risco de o PT reassumir o poder, e aumentando as suas (de Geraldo Alckmin), e, no segundo turno, derrotar o Jair Bolsonaro? 

Nenhum comentário:

Postar um comentário