quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Nem Freud explica

Muita gente se surpreende ao saber que irei votar no Bolsonaro. Explico a razão que tenho para votar nele: evocando um episódio da minha infância: na idade de seis anos, subi num abacateiro, e depois, não sabendo como dele descer, chorei; e meu pai me repreendeu: "Se não sabe descer, por que subiu?". Rememorando aquele dia dramático, que quase acabou em tragédia, da minha infância, penso: "Como eu poderia saber que eu não sabia descer do abacateiro se nele, antes, eu não subisse?".
Não me lembro como tal episódio da minha longínqua infância se encerrou: se desci do abacateiro; se dele meu pai me tirou. Inclino-me a acreditar que a primeira alternativa é a correta.
Tal episódio da minha vida, tão traumatizante, que se me gravando profundamente no subconsciente, vindo, à tona, neste ano de 2018, levou-me a associar o verde do abacate com o verde da farda militar, e, sendo o Bolsonaro militar, a forçar-me a votar nele.
Só Freud explica esta história, ou o Simão Bacamarte, o que dá no mesmo.

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