Não há aulas
em escolas – todas públicas – ocupadas, cada uma delas, por pequeno grupo de
alunos, que não corresponde nem a dez por cento do corpo estudantil das escolas
ocupadas (e o corpo estudantil das escolas públicas é composto de alunos de
famílias pobres). E não havendo aulas, os alunos não estudam, e não estudando,
nada aprendem, e nada aprendendo, encerrarão a vida – se é que se pode chamar
de vida a frequência diária, durante uma década, no inferno – escolar sem os
conhecimentos e o preparo indispensáveis para se conseguir um bom emprego, e
viverão, na rua da amargura, em empregos mal remunerados. Enquanto isso, há
aulas nas escolas particulares, cujo corpo estudantil é constituído de alunos
de famílias ricas, e nelas havendo aulas, os alunos estudam, e estudando
aprendem, e aprendendo encerrarão a vida escolar com os conhecimentos e o
preparo necessários para, adultos, exercerem profissões bem remuneradas. Todos,
então, que apóiam e incentivam a ocupação das escolas públicas, prejudicam os
alunos, que são pobres, e beneficiam a elite, os burgueses (para usar uma
terminologia cara aos esquerdistas), que estudam nas escolas particulares.
Precisa-se
ser um Einstein para se concluir que o movimento de ocupação, por alunos, de
escolas públicas, incentivado por políticos, intelectuais, artistas e
professores (e até pais de alunos) beneficiará os mais ricos e prejudicará os
mais pobres, aumentando entre eles o fosso que os separa? Os esquerdistas, que
promovem a ocupação de escolas, declaram que no Brasil a desigualdade de renda prejudica
os pobres e beneficia os ricos, e defendem políticas sociais para, se não
eliminá-la, reduzi-la. É fato. E concordo. E o que tais gênios promovem? O
movimento de ocupação das escolas, que aumentará a desigualdade de renda entre
ricos e pobres.
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