segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Ocupação de escolas II

Não há aulas em escolas – todas públicas – ocupadas, cada uma delas, por pequeno grupo de alunos, que não corresponde nem a dez por cento do corpo estudantil das escolas ocupadas (e o corpo estudantil das escolas públicas é composto de alunos de famílias pobres). E não havendo aulas, os alunos não estudam, e não estudando, nada aprendem, e nada aprendendo, encerrarão a vida – se é que se pode chamar de vida a frequência diária, durante uma década, no inferno – escolar sem os conhecimentos e o preparo indispensáveis para se conseguir um bom emprego, e viverão, na rua da amargura, em empregos mal remunerados. Enquanto isso, há aulas nas escolas particulares, cujo corpo estudantil é constituído de alunos de famílias ricas, e nelas havendo aulas, os alunos estudam, e estudando aprendem, e aprendendo encerrarão a vida escolar com os conhecimentos e o preparo necessários para, adultos, exercerem profissões bem remuneradas. Todos, então, que apóiam e incentivam a ocupação das escolas públicas, prejudicam os alunos, que são pobres, e beneficiam a elite, os burgueses (para usar uma terminologia cara aos esquerdistas), que estudam nas escolas particulares.
Precisa-se ser um Einstein para se concluir que o movimento de ocupação, por alunos, de escolas públicas, incentivado por políticos, intelectuais, artistas e professores (e até pais de alunos) beneficiará os mais ricos e prejudicará os mais pobres, aumentando entre eles o fosso que os separa? Os esquerdistas, que promovem a ocupação de escolas, declaram que no Brasil a desigualdade de renda prejudica os pobres e beneficia os ricos, e defendem políticas sociais para, se não eliminá-la, reduzi-la. É fato. E concordo. E o que tais gênios promovem? O movimento de ocupação das escolas, que aumentará a desigualdade de renda entre ricos e pobres.

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