Dos escritores
brasileiros que captaram recursos via Lei Rouanet, qual ombreia-se com Machado
de Assis, Graciliano Ramos e Monteiro Lobato?
Dos músicos
brasileiros que captaram recursos via Lei Rouanet, qual rivaliza-se com Ernesto
Nazaré e Vila-Lobos?
Dos cantores
brasileiros populares que captaram recursos via Lei Rouanet, qual é êmulo de
Francisco Alves, Sílvio Caldas e Dorival Caymmi?
Dentre todos
os artistas brasileiros atuais que captaram recursos via Lei Rouanet, qual
contribuiu com o seu trabalho para o enriquecimento da cultura brasileira? Além
de a empobrecerem, enriqueceram-se, e emascularam a cultura brasileira,
reduziram-lhe o valor, e viciaram os brasileiros, que, atualmente, consomem,
unicamente, lixo cultural.
A lei Rouanet
favoreceu artistas medíocres, produtores de lixo cultural. O dirigismo estatal
na cultura enaltece mediocridades, e as enriquece, e despreza os artistas de
valor.
Todas as
personalidades linhas cima mencionadas enriqueceram a cultura brasileira; muitos
deles foram desprezados pelos seus contemporâneos. Incompreendidos,
persistiram. Se os livros de história registram-lhes os nomes é porque o tempo
– o mais criterioso dos julgadores da história – reconheceu-lhes o mérito, o
talento e o valor de suas obras. E não é sem-razão que aqueles que hoje querem
destruir o Brasil empenham-se em suprimir-lhes da história do Brasil os nomes e
dela apagar todos os vestígios da obra, e substituí-los pelas mediocridades
faltos de conhecimentos e escassos de inteligência que grassam nestas terras em
que se plantando tudo dá, principalmente erva daninha.
E posso citar
escultores, pintores, escritores, poetas dos quais os brasileiros deveriam se
orgulhar – e deles se orgulhariam, se os conhecessem, e conhecessem as suas
obras. Cito alguns: Lima Barreto, Gonçalves Dias, Manuel Bandeira, Pedro
Américo, Pixinguinha, Adoniran Barbosa, Cecília Meireles, Herberto Sales,
Victor Brecheret, Carlos Drummond de Andrade, Gustavo Corção. E trato, aqui, de
artistas. E não falo de prodígios da inteligência nacional na política, na
filosofia, na história, os quais pulverizam, na comparação, as personalidades
políticas e intelectuais atuais: José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim
Nabuco, Ruy Barbosa, João Francisco Lisboa, Barão do Rio Branco, Euclides da
Cunha, Gilberto Freyre, Mário Ferreira dos Santos, Oliveira Lima.
É humilhante!
No século XIX , no tempo do Império, e na primeira metade do século XX, o
Brasil era mais inteligente e culto do que hoje. Não gosto de dizer isso, mas é
a verdade. E a verdade tem de ser dita, mesmo que fira suscetibilidades. Eu
gostaria de poder dizer que o Brasil, hoje em dia, está num nível superior ao
que estava no século XIX, tão malfadado pelos intelectuais modernos, e na
primeira metade do século XX, certo de que o que se faz hoje é um trabalho que
se construiu sobre aquele, mas eu mentiria se o fizesse. Das universidades
brasileiras não se formam nenhum estudioso, político, filósofo, sociólogo,
escritor, poeta, do nível dos aqui mencionei. Só se formam mediocridades, e
muitos de um nível muito abaixo da mediocridade.
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