sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Artistas de outrora e artistas Rouanet.

Dos escritores brasileiros que captaram recursos via Lei Rouanet, qual ombreia-se com Machado de Assis, Graciliano Ramos e Monteiro Lobato?
Dos músicos brasileiros que captaram recursos via Lei Rouanet, qual rivaliza-se com Ernesto Nazaré e Vila-Lobos?
Dos cantores brasileiros populares que captaram recursos via Lei Rouanet, qual é êmulo de Francisco Alves, Sílvio Caldas e Dorival Caymmi?
Dentre todos os artistas brasileiros atuais que captaram recursos via Lei Rouanet, qual contribuiu com o seu trabalho para o enriquecimento da cultura brasileira? Além de a empobrecerem, enriqueceram-se, e emascularam a cultura brasileira, reduziram-lhe o valor, e viciaram os brasileiros, que, atualmente, consomem, unicamente, lixo cultural.
A lei Rouanet favoreceu artistas medíocres, produtores de lixo cultural. O dirigismo estatal na cultura enaltece mediocridades, e as enriquece, e despreza os artistas de valor.
Todas as personalidades linhas cima mencionadas enriqueceram a cultura brasileira; muitos deles foram desprezados pelos seus contemporâneos. Incompreendidos, persistiram. Se os livros de história registram-lhes os nomes é porque o tempo – o mais criterioso dos julgadores da história – reconheceu-lhes o mérito, o talento e o valor de suas obras. E não é sem-razão que aqueles que hoje querem destruir o Brasil empenham-se em suprimir-lhes da história do Brasil os nomes e dela apagar todos os vestígios da obra, e substituí-los pelas mediocridades faltos de conhecimentos e escassos de inteligência que grassam nestas terras em que se plantando tudo dá, principalmente erva daninha.
E posso citar escultores, pintores, escritores, poetas dos quais os brasileiros deveriam se orgulhar – e deles se orgulhariam, se os conhecessem, e conhecessem as suas obras. Cito alguns: Lima Barreto, Gonçalves Dias, Manuel Bandeira, Pedro Américo, Pixinguinha, Adoniran Barbosa, Cecília Meireles, Herberto Sales, Victor Brecheret, Carlos Drummond de Andrade, Gustavo Corção. E trato, aqui, de artistas. E não falo de prodígios da inteligência nacional na política, na filosofia, na história, os quais pulverizam, na comparação, as personalidades políticas e intelectuais atuais: José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa, João Francisco Lisboa, Barão do Rio Branco, Euclides da Cunha, Gilberto Freyre, Mário Ferreira dos Santos, Oliveira Lima.
É humilhante! No século XIX , no tempo do Império, e na primeira metade do século XX, o Brasil era mais inteligente e culto do que hoje. Não gosto de dizer isso, mas é a verdade. E a verdade tem de ser dita, mesmo que fira suscetibilidades. Eu gostaria de poder dizer que o Brasil, hoje em dia, está num nível superior ao que estava no século XIX, tão malfadado pelos intelectuais modernos, e na primeira metade do século XX, certo de que o que se faz hoje é um trabalho que se construiu sobre aquele, mas eu mentiria se o fizesse. Das universidades brasileiras não se formam nenhum estudioso, político, filósofo, sociólogo, escritor, poeta, do nível dos aqui mencionei. Só se formam mediocridades, e muitos de um nível muito abaixo da mediocridade.

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