sábado, 30 de setembro de 2023

Crônicas e notas

 

O fraldão do Lula.

Ninguém há de negar: o tal "L", aquele que desgoverna o Brasil, país de há muito desgovernado, tem criatividade, e a criatividade dele é daquelas, e dele não é exclusiva: são incontáveis os bípedes implumes com ela agraciados. E agora deu ele para criar, com sua criatividade invejável, uma história do balacobaco: usam fraldões, durante exaustivas hora de trabalho, os motobóis, as motoguiures e outras espécies de seres urbanos, tão desafortunados que só eles - a explorarem-lhes os capitalistas malvadões - mal tendo, em cada um de seus santos dias, que seja um minuto, um minutinho só, parar fazer o que ninguém pode fazer por cada (eita, porcada!) um deles e cada um deles tem de fazer por si mesmo o que é de sua exclusiva competência profissional, isto é, tirar água do joelho e obrar ao trono, ou, como dizem os jovens de hoje em dia, o número um e o número dois.

Nota de rodapé: Cá entre nós, os jovens de antigamente, hoje velhos, referiam-se com mais elegância às ações profissionais que cada homem sapiens e cada mulher sapiens têm de fazer cada um deles por si mesmo e por ninguém mais.

De onde tirou o tal "L" tão genial história, ninguém sabe. Talvez alguém saiba. E se há quem saiba é prudente ele, ou ela, conservar consigo tal conhecimento: é esta uma exortação de amigo.

E quem está precisando de fraldão? Segundo as más língua, o Baiden, por antonomásia Brandon. E a Kamalawalabingbang.


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O fim do capitalismo.

- O capitalismo é o fim da civilização. Ou o capitalismo vence, ou vence a civilização. Civilização e capitalismo são como água e óleo.

- O capitalismo perfeito não é; mas, calma lá! Também não é o fim o mundo.

- O que de bom fez o capitalismo?! O consumismo predatório, irracional, que está a destruir o planeta. É bom, não é mesmo?!

- No capitalismo as pessoas têm salário para comprar o de que necessitam, se não tudo...

- Salário! Que salário?! No capitalismo, o salário é de fome.

- No capitalismo, as pessoas trabalham, e pelo trabalho...

- Trabalho?! Que trabalho?! No capitalismo, vive-se em regime de semi-escravidão, os capitalistas a explorarem a mão-de-obra dos trabalhadores.

- Você não há de negar: no capitalismo as pessoas têm emprego, ganham cada qual o seu salário e compram o que...

- Você não entendo, né amigo?! No capitalismo o salário é de fome; e os capitalistas exploram dos trabalhadores a mão-de-obra, que é semi-escrava, e os trabalhadores, que não têm tempo nem de irem ao banheiro, são obrigados a usarem fraldão; e incentiva-se o consumismo desenfreado, que destrói a Terra.

- O salário é, para muitas pessoas, pouco, eu sei, mas é-lhes o suficiente, e mais elas não podem receber...

- Quê?! Mais não podem receber?! Têm de receber salário maior, salário digno.

- Por que precisariam as pessoas receberem salário maior do que o que recebem?!

- Por quê?! Amigo, você tem problema de parafuso?! Com salário maior, as pessoas podem comprar mais coisas.

- Comprar mais coisas de quem?

- Ora, de quem?! De quem as vendem!

- E quem as vendem?

- Ora... Quem?! Você odeia os pobres, fascista!

- As pessoas querem salário maior, e com o salário maior comprar mais coisas; se compram mais coisas, e as coisas que elas compram quem lhas vendem são os capitalistas, então elas, comprando mais coisas, e comprando mais coisas porque têm salário maior, favorecem os capitalistas. Além disso, o salário maior do trabalhadores, ao favorecer destes o consumismo desenfreado, está destruindo a Terra.

- Deixe de discurso de ódio pelos pobres proletários, que você deveria defender dos capitalistas, que lhes exploram a mão de obra, mantendo-os em regime de semi-escravidão.

- Eu amo os pobres. Desejo que eles libertem-se dos capitalistas, que lhes exploram a mão-de-obra e os conservam na mais abjeta miséria.

- Deixe de conversa fiada, extremista! Prove que você quer bem aos pobres! Prove que você não é o que é, um nazifascista genocida da extrema-direita ultra-radical fundamentalista! Prove!

- Os capitalistas têm de investir em tecnologia, principalmente em inteligência artificial e robotização para...

- Para demitir os trabalhadores?! E os trabalhadores, desempregados, viverão de quê?!

- Entenda: se todas as empresas capitalistas, lojas, fábricas, supermercados, parques de diversões, todas, enfim, empresas da iniciativa privada, dispensarem todos os trabalhadores nenhum capitalista irá explorar a mão-de-obra de nenhum trabalhador, e assim nenhum trabalhador, em regime de semi-escravidão, precisará de fraldão.

- Ora... Ora... Fascista!

- Os capitalistas têm em mãos a tecnologia que propicia a ereção da civilização dos sonhos dos anti-capitalistas: um mundo sem a exploração da mão-de-obra, pelos capitalistas, dos trabalhadores, um mundo sem classes, um mundo sem consumismo...

- Os trabalhadores merecem salário digno.

- O que você quer dizer com salário digno?

- Salário que lhes permita...

- Complete a frase.

- Fascista!

- Um salário que lhes permita comprar tudo o de que necessitam para bem viverem. E do que necessitam compram de quem? Dos capitalistas, que os produzem e vendem. E assim, mais cheios de grana os capitalistas, que, fortalecendo-se, seguem a explorar a mão-de-obra dos trabalhadores e a estimular o consumismo, que está destruindo a Terra, continuam a fazer do capitalismo...

- Fascista!


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O Brasil do Lula vai bem, obrigado. A inflação é um bem.

- Nada há para se criticar, hoje em dia. Vai tudo às mil maravilhas, maravilhas maravilhosas. Até primeira-dama charmosa, elegante, uma lady, nós temos.

- E a inflação?!

- Inflação?! Que inflação?!

- Você não soube?! Não te contaram?! Aumentou o preço do botijão de gás. A inflação...

- A inflação é um bem.

- Um bem?! A inflação?!

- Deixe-me, explicar, querido. Parece-me que você tem problema de parafuso. Também pudera! Você, paulista, descendente de brancos europeus! Não sabe dançar! E eu vou dançando...

- A inflação...

- Não me interrompa. Respeite o meu lugar de fala. Explico o bem que a inflação faz aos brasileiros assalariados, e para tanto uso como exemplo o preço do botijão de gás. Para efeitos práticos, e para simplificar os cálculos, arredondo os valores, que são fictícios, do botijão e do salário mínimo. No governo anterior, o botijão e o salário valiam, respectivamente, R$ 100,00 e R$ 1.000,00. O assalariado, então, podia comprar dez botijões, todo mês, e nenhum centavo lhe sobrava. No atual governo, por exemplo, com a inflação o botijão sobe a R$ 120,00 a unidade. Consideremos que o salário continua a valer R$ 1.000,00. Todo mês, portanto, o assalariado compra oito botijões e sobra-lhe R$ 40,00. Ora, se após comprar o gás, no governo anterior nenhum centavo lhe sobrava, e no atual governo sobra-lhe R$ 40,00, então tem o assalariado, neste governo, dinheiro extra, que sobra após ele comprar o gás. E no governo anterior, destaco este detalhe, ele não contava com nenhum centavo extra. Portanto, somos obrigados a concluir, a inflação atual deu ao assalariado um ganho pecuniário, que lhe aumenta o poder aquisitivo, de R$ 40,00.


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Imigração ilegal nos Estados Unidos e na Europa.

Não foi no tempo do rei, tampouco no da ereção da cidade de Ur, que li: a imigração em massa, ilegal, saliente-se este detalhe, que não é irrelevante, de africanos e de europeus do leste e de gente do oriente próximo nos países da Europa Ocidental é uma política, orquestrada e patrocinada por inimigos da Europa, cujos escopos são a substituição étnica do povo europeu por povos adventícios - diluindo-se o tipo europeu comum num caldeirão racial que lhe é estranho - e a supressão da cultura de matriz híbrida de religião cristã e filosofia socrática, platônica e aristotélica com a consequente elevação de outras religiões e filosofias, em particular as políticas e as ideológicas, em todas estas ausentes a idéia de transcendência. E para se defender tal tese ilustrava-se as notícias com fotos e dados a exibirem, na multidão de imigrantes em terras européias, homens, e homens unicamente, adultos, fortes, robustos. E perguntava-se: onde as mulheres, e as crianças, e as velhos entre os imigrantes?! E concluía-se: tais homens (os imigrantes) tiveram a jornada das terras cada qual de sua origem financiada por inimigos da Europa, a ocidental, continente onde iriam fazer e acontecer, alterando-lhe, dramaticamente, a estrutura social, cultural, religiosa. Não posso deixar de dizer - e ia-me esquecendo de o fazer - que os imigrantes fugiam à guerra e à miséria cada qual de seu país de origem. E de tais países, envoltos em guerras, uns, a chafurdarem na miséria, todos, não escaparam mulheres, e crianças, e velhos?! Era esta a pergunta de um milhão de Dólares.

E anteontem, ou transandontem, sei lá eu - não atentei para a passagem do tempo, que não pára, e embaralha-me -, contou-me uma história do balacobaco o passarinho, aquele de sempre, que, após zapear pela internéte, soube de um comentário, que lhe deu o que pensar, acerca de imigração ilegal, e nos Estados Unidos, e não na Europa - ou Ôropa, como se diz por aí, e por aqui também. E o que soube o mensageiro alado, indefectível trazedor de notícias do arco-da-velha?! Que diz-se por aí, e por aqui também, que o governo do tal Biden - Baiden, em português castiço - está a favorecer a imigração em massa, ilegalmente ilegal, nos Estados Unidos, de latino-americanos e de outros bípedes implumes encontrados em outos cantos do mundo. E com qual propósito o pai do proprietário do laptop do inferno (uma cópia grosseira, mal-acabada, da Caixa de Pandora) está a facilitar a imigração em massa - ilegal, não se pode deixar de dizer - de gente, na terra do Tio Sam, proveniente de outras terras, outros planetas, outras galáxias? Se está o passarinho bem informado: a criação de uma reserva estratégica de mão-de-obra barata, semi-escrava, para os miliardários (melhor: biliardários) capitalistas americanos, que se deparam com irrivalizados concorrentes estrangeiros - muitos destes, que de eficientes nada têm, a abusarem de práticas comerciais que a honestidade deplora e a fazerem dos trabalhadores gato-sapato. Procede a informação?! Quem sabe?! Se é esta a razão da insana política imigratória dioebaideniana, então estamos em maus lençóis, no pior dos mundos possíveis.


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Os iguais não são diferentes.

Em uma certa sociedade, há, além de outros, dois grupos de seres humanos e um punhado de gente que faz do ato de pensar as coisas e o espírito delas sua profissão. Os dois grupos de seres compõem uma parcela da sociedade, e ambos, juntos e misturados, e somados e multiplicados, não constituem o todo que a sociedade é. Vamos nomeá-los: Grupo A e Grupo B.

Um dia, alguém do Grupo A declarou, pondo para fora de si o ódio, que lhe corroía a alma, de viva voz, com toda a força de seus pulmões, que são dois: "Morte ao Grupo B!", assim, sem se vexar, sem se esconder atrás de um muro, sem cobrir a bela estampa. Foi de cara limpa. E os do punhado de gente que faz profissão sua o ato de pensar esbravejaram, corretos: "Preconceituoso! Preconceituoso! Você não pode dizer o que disse, você não pode pedir pelo extermínio de todo um grupo social. Preconceituoso!" E seguiu-se a celeuma. E discutiu-se o caso nos bancos escolares, nos tribunais, nas câmaras legislativas, até que um dia determinou-se a reprovação moral e legal de exclamações que pedem o fim de todo um grupo social. E perseguiu-se moral e legalmente, por todos os meios conhecidos, quem tal ato praticasse. E desde então as pessoas que, do Grupo A, mesmo que desejassem exclamar a maldita sentença, e ao proferi-la externarem o que lhes ia no espírito, o ódio por pessoas de outro grupo social, calaram-se, intimidadas. E o tempo passou. Um dia, um qualquer do Grupo B, furibundo, trovejou, orgulhoso de si, desafiador, de peito empinado e nariz estufado: "Morte ao Grupo A!" E abismaram-se, indignadas com o que dele ouviram sair da boca as outras pessoas da sociedade. E reprovaram-lo com severidade. E ele recorreu aos que fazem do ato de pensar uma profissão, e estes declararam, pomposos, com empáfia: "O do Grupo B está a exigir respeito das pessoas do Grupo A, que oprimem e exploram as do Grupo B desde sempre, desde que o mundo é mundo, antes, mesmo, de o homem inventar o alfabeto, antes, até, de o homem inventar a roda, antes, inclusive, de o homem aprender a controlar o fogo. Nada mais fez o do Grupo B do que exibir o seu sofrimento histórico, a sua condição de ser historicamente explorado e maltratado. Está ele, ser de espírito imaculado, estreme, no seu direito, pleno e sagrado, de declarar a sua vontade, que é honesta e sincera, de fazer da Terra um lugar melhor para se viver, onde prevaleça a paz mundial".


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Eu tenho boa memória.

Disseram-me hoje pela manhã que eu não tenho boa memória. Eu não tenho boa memória?! Eu, que tenho memória de elefante?! Eu?! Então 'tá bom. Ouvi o que ouvi, e calei-me. Para não perder o amigo, não retruquei. Eu não tenho boa memória! Então 'tá então. E quem é o dito cujo que ousou me dizer que não tenho boa memória?! Não sei, não me lembro.


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O rombo nas contas públicas. O governo Lula vai bem, obrigado.

- E o rombo nas contas públicas?! Li que as contas do governo federal estão no vermelho e que estatais outrora lucrativas estão a dar prejuízo. O que tens a dizer, fazoéle?

- Que mal há no tal rombo?! Mal não há. Ora, pense, fascista da extrema-direita ultra-radical genocida burguesa neoliberal da classe média branca paulista de sangue europeu! Pense! Explico, usando de um recurso comum: uma comparação: as contas públicas do governo federal são um muro: um muro separa da rua a casa; se alguém marretá-lo até abrir-lhe um rombo, onde houver o rombo, onde, antes, havia tijolos, cimento, areia, nada haverá, portanto, no rombo nada havendo nada há, e se nada há nada existe, e se nada existe não há um rombo. Entendeu, nazifascista ultrafundamentalista da branquitude supremacista?! Entendeu?! O rombo nas contas públicas do governo federal indica a existência do que não existe, isto é, nada. Nada existindo, nada existe; se nada existe, não existe rombo nas contas públicas; se rombo nas contas públicas não existe, não temos com o que nos preocupar. Por que nos preocuparíamos com o que não existe?! Deixe de feique nius, bolsominion golpista terraplanista da classe média exploradora de trabalho escravo.


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Elon Musk e a Terceira Guerra Mundial.

Se é o caso do Musk - e que ninguém pense que estou a falar do ocaso, que não se vislumbra no horizonte, dele (o que seria uma rematada tolice) - caso para se pensar a sério, não sei, mas que dá o que pensar, se é sério o caso que dele se diz, dá. E o que se diz de qual caso dele?! Do caso que o envolve, caso que me contou o passarinho, aquele que sempre me põe aos ouvidos notícias do balacobaco: o governo da Ucrânia pediu ao senhor Musk ajuda para causar uns estragos numa frota russa que está a singrar os arredores da Criméia. E que ajuda o senhor Musk ao governo ucraniano prestaria? Acesso a Starlink, sistema de conexão internética essencial para um tiro certeiro, com um míssil, na cabeça da mosca marítima russa. Se a notícia procede, e se o passarinho não está a me pregar uma peça: o homem mais rico do mundo (ainda o é?! não sabo-lho) rejeitou, terminantemente, o pedido: não quis assistir à escalada da conflagração que ora se vê em terras de Gogol.

Melhor deixar a guerra como está: sob controle. Se o caldo entornar... retrocederemos à idade da pedra bruta



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