sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Uma crônica e notas

7 de Setembro de 2.023. O maior espetáculo da Terra.

Brasil varonil!

Os brasileiros comemoramos, animados, alegres, felizes, mais um aniversário natalício da nação brasileira! O ducentésimo primeiro!

Há duzentos e um anos, nesta data de 7 de Setembro, o conspícuo e sereníssimo imperador do Brasil, o majestoso e digníssimo e imperial Dom Pedro I, paramentado com as suas digníssimas e eminentíssimas vestes imperiais, às margens do caudaloso e piscoso Ipiranga, bradou aos céus, o Cruzeiro do Sul a inspirar-lhe o digníssimo e sapientíssimo espírito, espada dourada, reluzente, em punho, montado no dorso lustroso de um robusto e majestoso alazão, a sentença, que a História registra, "Independência ou Morte!", que reflete as grandiosidade e majestade de tal episódio histórico, inédito na história do universo.

Brasileiros, amados brasileiros, assistimos, com a mão no peito, lágrimas a se nos escaparem dos olhos emocionados, a cantarmos o Hino Nacional, a drapejarmos a Bandeira Nacional, no dia de ontem, 7 de Setembro de 2.023 de Nosso Senhor Jesus Cristo, às grandiosas exibições militar e cívica, nas ruas e avenidas de todas as cidades brasileiras, o povo, a irmaná-lo o mesmo sentimento de amor pelas instituições que fazem do Brasil o país fantástico que é, bonito por natureza, terra em que se plantando tudo dá, terra abençoada por Deus, terra de heróis, terra de gente que não desiste nunca, a louvar o chefe da nação, homem querido e amado, heróico e majestoso, imperial e guerreiro, de todos respeitado e admirado, homem que melhor do que nenhum outro representa e interpreta o sentimento de esperança do povo que tanto ama, e a sua digníssima consorte, mulher cheia de graça, a coisa mais linda que a fértil natureza pátria criou!

Brasileiros! Em todos os estados da federação assistimos ao esplendoroso espetáculo popular! Assistimos ao congraçamento nacional! Assistimos à renovação das amizades desfeitas em anos recentes! Assistimos às demonstrações de felicidade impar! Assistimos ao anúncio de um novo Brasil! Assistimos à união de forças de todos os brasileiros, que abandonaram as suas diferenças para atingirem, todos, unidos, o mesmo objetivo: o de fazer do Brasil um país justo, pacífico, amoroso, gentil, do coração do povo a brotar harmonia, compreensão, respeito, amor, de todos por todos.

Anunciou-se, brasileiros, neste histórico 7 de Setembro, uma data inédita na história do Brasil, uma nova era, os brasileiros, livres, num país democrático, que até há poucos meses viam a democracia em terras pátrias ameaçada por forças fascistas e nazistas, a abraçarem-se, numa festividade coletiva pública que dá ao mundo um exemplo de povo que, unido, sob a liderança de um líder nato, seu líder maior, um estadista sem igual, e sua consorte majestosa, e gozando da liberdade, que os seus representantes generosamente, e amantes que são da democracia, abnegadamente concederam-lhe, sabe o que quer, e o que quer é a liberdade, a justiça, a democracia, uma sociedade sem desigualdades, sem injustiças sociais.

Brasileiros, assistimos às multidões, em toda a nação, a cantarem, com voz forte e brado retumbante, o Hino Nacional, a recitarem-lo, a plenos pulmões, a entoarem-lo com a voz dos trovões, voz tão poderosa! tão estrondosa! tão tonitruante! que emulou a voz dos deuses, divina!

Brasileiros, o espetáculo ao qual assistimos, ontem, projeta, num futuro próximo, diante de nossos olhos, o progresso do Brasil, fabuloso, a riqueza do Brasil, grandiosa, a força do Brasil, poderosa!

Avante, brasileiros! Avante! Para a frente, sempre! É o Brasil o país do futuro! O futuro, diante de nossos olhos, o Brasil agora sob admnistração competente, revela-nos o paraíso que estamos, os nossos representantes a obrarem obras grandiosas, a erigir! Ânimo, brasileiros! Nova era, de esplendor, inicia-se! Os espetáculos aos quais assistimos, ontem, são as provas de que precisamos para, de cabeça erguida, peito estufado, com braço forte, e mão amiga, a liderar-nos o mais popular dos heróis pátrios, o nosso querido e amado presidente, e a sua digníssima consorte, erigirmos a mais poderosa das nações.

Brasil varonil!

Avante, brasileiros!

*

Sete de Setembro de 2.023, a mais popular festa cívica do Brasil.

Sete de Setembro de 2.023.

Na avenida onde o desfile acontece, um ambulante anuncia a plenos pulmões:

- Picanhas! Picanhas! Picanhas quentinhas! Picanhas! Picanhas! Pi... Ué?! Cadê todo mundo?!

*

Perguntou um homúnculo de aparência animalesca e voz cavernosa e peçonhenta, a expelir vapor mefítico, para um homem, que passava ao seu lado:

- Companheiro, por que você não foi ao desfile?

- Eu fui.

- Foi, companheiro?!

- Fui.

- Mas eu não vi você lá, companheiro.

- A minha ida ao desfile é metáfora.

*

O desfile de Sete de Setembro de 2.023, ontem, foi o mais constrangedor, o mais sem graça, o mais ridículo, o mais vazio, o mais triste, o mais depressivo da história do Brasil.

É e não é compreensível o que se viu ontem. É, porque temos na presidência e na vice-presidência as duas figuras mais sem-graça, mais sem sal e sem açúcar, mais ridículas, mais patéticas, e etecétera e tal, da política nacional - e não falei da primeira-dama, dos ministros e de outras figurinhas do atual governo. Não é, porque são mais de sessenta milhões os votantes do tal "L", e todos eles são patriotas, e todos eles amam o Brasil, e todos eles respeitam os símbolos nacionais, e o Sete de Setembro, portanto, todos eles deveriam ir ao desfile para mostrar o amor que têm pelo país, mas não foram. E não foram por quê?!

*

Caíram por terra, ontem, três mentiras que os anti-bolsonaristas têm aconchegados em seu seio: a de que eles amam o Brasil, respeitam os símbolos nacionais, e o Sete de Setembro - ora, sabemos que eles são uma legião, mas, ontem, por obra da magia, sumiram; a de que Lula é popular - ano passado, nas urnas, Lula ganhou mais de sessenta milhões de votos, e todos estes, ontem, viraram pó; a de que no tempo do presidente Jair Messias Bolsonaro só uns sete fanáticos gato-pingados bolsonaristas participavam das manifestações (diziam que o presidente Jair Messias Bolsonaro tinha transformado o Sete de Setembro numa festa em comemoração de seu aniversário) - e ontem e hoje vemos, num mesmo quadro, duas fotos justapostas, ou uma sobreposta à outra, uma a exibir o Sete de Setembro de 2.022, outra a de 7 de Setembro de 2.023, e nas de 2.022, presidente Jair Messias Bolsonaro, vê-se multidão alegre, feliz, esperançosa, e nas de 2.023, presidente Luis Inácio Lula da Silva, o povo em metáfora.

*

Faltou mortadela, ontem.

*

No governo Lula, picanha é metáfora; e o povo brasileiro também.

*

Cabia aos lulafazoelistas, ontem, resgatarem das mãos do presidente Jair Messias Bolsonaro e dos bolsonaristas os símbolos nacionais e o Sete de Setembro que eles sequestram em anos passados, mas nada fizeram.

*

O Sete de Setembro deste 2.023 foi uma lição para todo brasileiro que deseja apreendê-la: os esquerdistas desprezam o Brasil, não tão nem aí para os símbolos nacionais que eles, até ontem, diziam respeitar, e Lula não é popular, não é um líder carismático, e não é um herói nacional, tampouco o dono do Brasil, e nem os eleitores dele acreditam nele.

*

Há uma lição a se tirar deste Sete de Setembro:

ao ficarem em casa, os bolsonaristas não ofereceram aos seus inimigos nenhuma oportunidade para eles empregarem algum artifício para agredi-los - não há imagens que possam ser usadas para ridicularizá-los, não há vândalos que, infiltrados em multidões, que não existiram, promoveram quebra-quebra; em outras palavras, os bolsonaristas para os seus inimigos não ofereceram de mão-beijada munições - às vezes o melhor a se fazer é não fazer nada, a manfestação silenciosa é melhor do que a revolta barulhenta.

*

Bolsonaro e o sequestro do 7 de Setembro. E os fazoéles.

Fui, ontem, assistir ao resgate, pelos fazoéles, do dia 7 de Setembro, e da Bandeira Nacional e do Hino Nacional, efemérides, e símbolos pátrios, que o presidente Jair Messias Bolsonaro e os seus sectários bolsominions haviam sequestrado. Perdi a viagem. Os fazoéles não o resgataram. Sabemos que é o sequestro um dos crimes mais hediondos que o ser humano é capaz de perpetrar; e mesmo cientes de que o presidente Jair Messias Bolsonaro e seus bolsominions têm trancafiados num cárcere fétido a data e os símbolos sequestrados os fazoéles nenhum dedo moveram para resgatá-los. Estou desiludido, frustrado, desgostoso com a inação dos fazoéles. Eu esperava tanto deles!

Nenhum comentário:

Postar um comentário