terça-feira, 6 de junho de 2023

Notas

 Quem aprecia ópera, tem à disposição, no Youtube, no canal Vitrivius Channell, uma das obras-primas de Serguei Sergueievitch Prokofiev, Guerra e Paz.

Deixei-me absorver, durante três horas e meia, pela história, originalmente concebida pelo gênio que é Liev Tolstoi,  convertida em ópera pelo brilhante, genial Prokofiev.

Está a ópera sob o título Серпей Прокофьев – Опера – “ВОЙНА И МИР”

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Romances históricos brasileiros. Notas breves.

Tenho alguns livros do Paulo Setúbal; e há um bom tempo deles eu li uns três.

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No livro O Príncipe Cavaleiro, de Pedro Calmon, há muita coisa interessante sobre o donjuanesco imperador brasileiro.

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No Brasil, infelizmente há poucos romancistas que escreveram romances históricos, dentre eles José de Alencar (As Minas de Prata), e Bernardo Guimarães, e Barros Ferreira, e Érico Veríssimo, e mais um e outro.

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Os romances históricos são ótimos para lembrar ao povo sua história, e desta podem contar a vida de muitos personagens. São mananciais inesgotáveis de dramas. No Brasil pouco explorados, infelizmente.


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É o amor.

Nestes dias que correm, é o ódio amoroso, a raiva amorosa, o desprezo amoroso, a maledicência amorosa, a inveja amorosa, o rancor amoroso; e é amoroso o desejo de prejudicar quem pensa diferente, e o desejo de destruir o país. É o amor!


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Da utilidade das caixas d-água, das tampas de canetas esferográficas e dos livros.

Além de outras utilidades, as caixas d'água também servem para armazenar água, ora essa! E as tampas das canetas esferográficas têm outras utilidades além de prestarem para limpar as orelhas, e uma delas é a de tampar canetas esferográficas.

E os livros, por incrível que pareça! têm outras utilidades que não a de fazerem a vez de pés de mesas e de cadeiras e de camas. Há quem lê as palavras que nos livros estão impressas! Acreditem em mim! É a mais pura verdade!


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Hong Kong Fu - Doutor Ninguém - desenho animado.

Nesta aventura misto de suspense policial e aventura de artes marciais, cujo herói, alter-ego de Penry - faxineiro da delegacia de polícia -, que se faz de alfaiate, e atrapalhado, Hong Kong Fu, desastrado e atrapalhado cão mestre do kung-fu a quem dedica apaixonado amor platônico a bela, esguia, esbelta Rosemary, da delegacia de polícia a telefonista, trajado com os seus indefectíveis quimono vermelho, e máscara preta, que lhe cobre, unicamente, o entorno dos olhos, tem de se haver com um famigerado ladrão de jóias, o Doutor Ninguém, que ambiciona reunir os seis brilhantes da Sidônia, objetos de sua cobiça, ele já de posse, por direito, de um deles, preciosidades que integram a fortuna, cada um deles de um ricaço, de um miliardário, nenhum deles a se negarem a exibi-los, publicamente, como símbolos de suas fabulosas fortunas. O Doutor Ninguém, nas horas vagas um inocente multibilionário, não é um homem qualquer, um vilão que Hong Kong Fu poderia enfrentar, e não apenas a ele se igualar, mas sobrepujá-lo, se não contasse com o auxílio, inestimável, do seu perspicaz gato de estimação, China, que sempre o tira de enrascadas. E assim foi. Coadjuvado pelo seu eterno companheiro felino, leva Hong Kong Fu a bom termo o caso, e regressa à delegacia de polícia, à maravilhar-se com a beleza de Rosemary, uma sílfide.


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Lula, e Marina Silva. E o Rio Amazonas. E o meio-ambiente. E o petróleo.

Veio-me ao conhecimento: defenestraram a Marina Silva, aquela senhora que é, para algumas pessoas, uma criatura adventícia oriunda ou de um planeta qualquer do sistema solar, ou das redondezas da constelação de Órion, e, para outras, um exemplar de uma espécie de tartaruga; para outras, ainda, ela é a encarnação do espírito da Terra. Eu, que desconheço a taxinomia que Lineu popularizou, calo-me a respeito, e adoto a tese que, assim me parece, e também a poucos outros primatas evoluídos - não tão evoluídos quanto o César, reconheço -, é a mais sensata, talvez a única que o seja: é a Marina Silva uma fêmea da espécie humana. Deixando pra lá tal questiúncula, que não é o tema destas palavras, poucas - e se porventura o leitor a ela quiser se dedicar, que o faça com a seriedade que o assunto exige -, digo: a Marina Silva queria porque queria impedir a Petrobrás de extrair petróleo de um ponto localizado nos arredores da foz do Rio Amazonas, mas foi voto vencido. Daquele determinado local, que, além de o desconhecer, não sei onde fica, a maior empresa brasileira - ainda é a maior?! - irá tirar quatrilhões de litros de ouro preto líquido (ou fluídico, não sei). E o que penso a respeito?! Penso que, respeitando-se regras ambientais apropriadas, e não as estabelecidas para se atingir objetivos políticos e econômicos desta e daquela turma de espíritos-de-porco; atendendo-se, penso, normas que a ciência em inúmeros campos concebeu para o exercício correto à atividade de extrair do solo, do emerso, e do submarino - mesmo que estejam nas proximidades, aquele, do Olimpo, e de Atlântida, este -, o petróleo tão necessário à conservação e ao funcionamento da civilização tecnológica que está a devorar o espírito dos homens, pode-se empreendê-lo sem nenhum problema. Pode-se tirar, se assim o desejarem, petróleo das nuvens e das estrelas. É o que penso. Não vejo, eu, um ignorante em tal assunto, mal em se extrair petróleo de onde quer que seja, pois, presumo, atualmente há conhecimento e tecnologia que permitem, reduzindo-se o impacto ambiental, toda e qualquer atividade humana. Ora, toda atividade humana implica, em certa medida, na alteração do ambiente. Acredito ser uma insensatez acabar com todo um campo econômico porque gente inescrupulosa, a agir de má-fé, e sem medir esforços para concretizar os seus objetivos criminosos, e que tampouco se preocupa com as consequências nefastas deles resultantes, provoca estragos no meio-ambiente. Seria o mesmo que dar fim à profissão de cabeleireiro porque um cabeleireiro, que se antipatiza com um certo cliente, arranca-lhe, sem querer querendo, fora, à tesoura, uma orelha. O exemplo, reconheço, é grotesco, grosseiro, ridículo; ilustra, no entanto, à perfeição, acredito, o meu argumento. Neste caso, pergunta-me o leitor, e eu lhe respondo, qual é o meu objetivo ao escrever estas palavras: expor a, direi, hipocrisia daqueles que até ontem condenavam o combustível dito de origem fóssil, o petróleo, e pediam-lhe a substituição por outra fonte de energia, a limpa, a verde, renovável, afinal é o petróleo poluente se queimado pelos automóveis e a atividade para a sua extração é de imenso impacto ambiental.

Antes de prosseguir, um comentário: não sou geólogo, biólogo tampouco; e aqui digo poucas palavras acerca do que me chegou ao conhecimento: o petróleo, defendem certos estudiosos, não é produto da decomposição de matéria orgânica depositada, na terra, há milhões de anos; não é, em outras palavras, mais populares, resultado do apodrecimento de gigantescos cadáveres de dinossauros; é o petróleo produto mineral abundante, fruto da queima, no centro da Terra, de minérios - sei lá eu quais - que, sob forte pressão e calor de fazer mármore suar, transforma-se a tal ponto que se torna em coisa irreconhecível, o petróleo. Existirá petróleo enquanto houver minério para ser queimado e no centro da Terra um forno. E há quem jura, de pé junto, que é o petróleo esgotável, irrenovável (ou, se é, é num intervalo de milhões de anos de decomposição de matéria orgânica; então, o petróleo que hoje se consome esgotar-se-á dentro de pouco tempo, e renovar-se-á, daqui não se sabe quantos milhões de anos, assim que nossos corpos, os nossos, de bilhões de seres humanos, partidos desta para a melhor, enfrentarem todos os processos químicos e biológicos e físicos que os cadáveres dos dinossauros enfrentraram até serem reduzidos a petróleo).

Agora, já encerrado o comentário, digo: estou a ver hipocrisia em muita gente que, hoje, ou calada a respeito da decisão do governo em explorar petróleo, em águas profundas, na foz do Rio Amazonas, ou a apoiá-lo, discreta, ou indiscretamente, ontem berrava aos quatro ventos, em defesa heróica do meio-ambiente, contra os combustíveis fósseis, que eram, dizia-se, poluentes, e pedia pela extinção da exploração de petróleo, e pela sua substituição por fontes renováveis de energia, e condenava ao fogo do inferno a indústria petrolífera, e defendia, com unhas e dentes, a ferro e a fogo, a Amazônia, e o oceano, e a vida marítima... e as tartarugas. Não há tartarugas nas proximidades da foz do Rio Amazonas?! De lá mudaram-se de mala e cuia?! Pergunto-me quais argumentos científicos persuadiram os dignos e nobres e admiráveis defensores da natureza a mudarem de postura, assim, tão rapidamente, sem mais nem menos.

Se o atrito entre gentes do governo Lula e a ministra Marina Silva não é apenas jogo de cena; se a Marina Silva é uma sincera defensora do meio-ambiente - e desconheço-lhe a biografia, e tampouco me disponho a fazer de Marina Silva um julgamento moral -; se Marina Silva é autêntica em sua postura, pergunto-me se há razões, e razões de sobra, razões técnicas, científicas, para se proibir a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, e se Marina Silva não possui uma postura exageradamente pró-natureza, e anti-indutrial, anti-civilização, injustificada. Se é este o caso, tem Marina Silva, unicamente, uma cosmovisão que a faz distorcer, involuntariamente, o ambiente real, em defesa de uma idéia pré-concebida acerca da vida na Terra - esta é a ressalva que cabe ao caso, e sem julgamentos morais. Mas se toda a história não passa de um jogo de cena, cabe a nós nos perguntar com qual propósito o executaram. E pergunto-me, a atanazar-me uma pulga atrás da orelha direita e, atrás da esquerda, a atazanar-me um carrapato, ambos tagarelas incorrigíveis, insuportáveis, tão incorrigíveis, tão insuportáveis, que falam mais do que cada qual a sua boca, se está Marina Silva a ver, no atual governo, coisas - a respeito das quais ela para o público nada pode falar - que redundarão, num futuro próximo, da política ambiental do atual governo, uma desgraça monumental, assim pretendendo, digo, numa linguagem chula, tirar o seu da reta. Não sei, sinceramente, o que pensar a respeito. Não tenho bola de cristal; poderes telepáticos, tampouco, pois não me agraciou a natureza com genes mutantes.

Só sei que, aqueles que passaram os anos de 2.019, 2.020, 2.021 e 2.022 a louvarem a natureza, a recitarem poemas de amor à Amazônia, a vilipendiarem o (assim dizem) Inominável, estão, agora, uns, em silêncio, ou a fingirem que não sabem o que sabem, ou, sabendo o que sabem, não tocam no assunto, e outros a, desconversando, a se perderem em circunlóquios e palavreado de entorpecer os próprios sentidos e os de quem se dispõe a ouvi-los.

E assim caminha a humanidade...


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Lula e o Agro. E Alckmin. E os governos europeus.

... e o tal "L" insiste em anatematizar os agropecuaristas do Brasil, que aos brasileiros dão incontáveis razões para se orgulharem do país e que fortalezam a economia nacional ao alimentarem, além dos duzentos e quatorze milhões de bípedes implumes que perambulam por terras cabralinas outros um bilhão e um bom punhado de gente que erram por outras terras, umas próximas das que desbravou o Marechal Rondon, onde, havendo palmeiras, cantam os sábias, e nas distantes, além de muros inexpugnáveis, onde, havendo bambus, cantam os picanço-rabilongos (não sei se tais pássaros cantam, e tampouco sei se vivem nos bambuzais; eu apenas pretendi fazer poesia - e o fiz mal, reconheço). E o tal "G", ou "A", o tal que, certo dia, de triste lembrança, afirmou, com a sua eloquência sensaborona, que o tal "L" é aquele que melhor representa, e interpreta, do povo, o sentimento de esperança, participou, num festival de comes-e-bebes, de um têtê-a-têtê com integrantes de coletivos sociais que conquistaram a reputação de heróicos justiceiros sociais, abnegados, a construírem uma sociedade justa e igualitária tirando aos donos das terras suas terras e distribuindo-as àqueles que delas irão fazer - sabemos (e quem há de dizer o contrário?!) - bom uso.

Enquanto isso, no outro lado do Atlântico, políticos europeus estão a assinar decretos que dificultam a importação, por europeus, de alimentos produzidos em terras brasileiras, sob a alegação de que está o Brasil a destruir a Amazônia - aquela patacoada de sempre.

Então, ficamos assim: no exterior, em especial na Europa, políticos, sob quaisquer pretextos, para proteger os ineficientes agricultores e pecuaristas do Velho Mundo - e não sob quaisquer pretextos, corrijo-me a tempo, mas sob pretextos bons, e justificados, e nobres, e louváveis: a defesa da floresta amazônica, da biodversidade da Terra, para evitar o tal Aquecimento Global de origem antropocêntrica e o apocalipse profetizado por Al Gore - , estão a criar barreiras alfandegárias, fitossanitárias, e de quaisquer outras espécies, à importação, pela Europa, de coisas que os agropecuaristas brasileiros plantam, cultivam, e colhem, e produzem. E quais serão as consequências de tal decisão dos políticos europeus? Para os europeus: a redução da oferta de gêneros alimentícios, e melhores, e mais em conta; o aumento do custo de vida: terão de desembolsar mais dinheiro para exibirem, no prato, todo santo dia, o arroz-e-feijão - mesmo que no prato não ponham nem arroz e nem feijão - sem o qual não podem, tais quais sacos vazios, sustentarem-se em pé. Para os produtores brasileiros, que não irão se lamentar, tampouco chorar pelos clientes que irão perder na Europa: o avanço ao oriente, o próximo, e o distante, o extremo, e à África (ora, há mais bocas para se alimentar na Índia, que agora é o país mais populoso da galáxia, do que em toda a Europa - e à Índia adicione-se a China, e a Indonésia, e o Paquistão...). Para os brasileiros, que não irão se queixar dos europeus: num primeiro momento, enquanto não se substituir os consumidores europeus de coisas brasileiras pelos asiáticos, mais comida no prato, por um preço mais ao alcance do bolso.

Em terras brasileiras, o tal "L" e o seu fiel escudeiro, o tal "G", ou o tal "A", agridem os agricultores e os pecuaristas brasileiros, aquele a alcunhá-los fascistas, este a se esbaldar, num banquete, com os justiceiros sociais que não se vexam de invadir terras alheias. E em terras estrangeiras, os tais europeus a, blindando os seus agricultores e pecuaristas, criar empecilhos à compra, por europeus, de coisas brasileiras.

Parece-me que os das terras do outro lado do Atlântico e os das terras do lado de cá aliaram-se para prejudicar o Brasil.

Os chineses, presumo, estão pulando de alegria, afinal, agora que os europeus recusam-se a comprar o que o Brasil produz, poderão com o Brasil negociar em situações mais favoráveis; terão em abundância, no prato, o arroz-e-feijão, mesmo que no prato não ponham nem um grão de arroz e nem um de feijão, que irão comprar, do Brasil, e por menos iuans do que o compram atualmente.

Os ataques que o tal "L" faz ao Agro, e as facilidades com que hoje se empreende invasões de terras, e a via-crucis que os proprietários delas têm de enfrentar para delas manter e retomar, conforme o caso, a posse de direito, encarecem os produtos, desestimulam a produção, geram insegurança, no campo, e jurídica; consequentemente, os atacadistas e os varejistas venderão os gêneros alimentícios por um preço maior, o que terá impacto inflacionário significativo, o que redundará na queda considerável do poder de compra de todo cidadão brasileiro, e isto feito as pessoas que criaram o problema, atribuirão, diante do aumento do preço dos alimentos e o dos índices de inflação, aos empresários e aos proprietários dos supermercados e aos donos de terras e aos agropecuaristas as dificuldades que o povo irá enfrentar, e os acusarão de praticar aumento abusivo de preços, injustos, e os alcunharão gananciosos inescrupulosos, egoistas, o que não surpreenderá, vindo tal a se dar, ninguém, e irão propôr, para conter-lhes os abusos, políticas de controle de preços - pelo bem comum, é claro. A culpa será atribuída às vítimas das políticas malsãs; e os verdadeiros responsáveis pelas calamidades assumirão ares de heróis nacionais, impolutos.


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Poucas palavras acerca de Máximo Gorki

Do Gorki eu li, há uns vinte anos, Varenka Olessova, de que gostei muito, e Minhas Universidades, que não me agradou, e um outro livro, não me lembro qual, de que também gostei. Acho que foi Os Vagabundos. Lembro-me que uma das edições das três obras que li, traz no prefácio (de Boris Schnaiderman?! - minha memória não me ajuda) comentários comparando Gorki e Dostoievski, afirmando o autor do prefácio que os personagens de Gorki, o amargo, não tem lenitivo espiritual.


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Aborto, não; assassinato.

Quais são as justificativas aventadas para se defender o assassinato de bebês? O direito da mulher interromper a gravidez é um deles. Interromper?! Pode-se, posteriormente, retomá-la a partir do ponto interrompido?! É a criança em seu estado intra-uterino um feto, diz-se, isto é, um amontoado de células, portanto, não é ele um ser vivo, daí poder removê-lo. Existe asneira maior?! A outra razão é econômica: a mulher não tendo meios econômicos para criar o filho, pode de si removê-lo; em palavras realistas: matá-lo. Tal justificativa pode ser usada para tirar a vida de idosos doentes, caso a família não tenha recursos para mantê-lo. A criança ainda não vinda à luz é um ser vivo, sabe-se; todavia, para efeitos práticos, a defender uma política assassina, diz-se que é ela, ou um pedaço, inútil, sujo, da mulher, ou coisa sem vida. Infelizmente, não são poucos os tolos que admitem correta tal idéia.


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Índios brasileiros

Índios, indígenas, autóctones, pioneiros, silvícolas, não sei. Antediluvianos?! Talvez. Os alienígenas vieram da Europa milhares de anos após os primeiros homens pisarem no continente que viria a se chamar América.

Que a cultura dos descendentes dos primeiros homens que pisaram em terras que vieram a ser nomeadas cabralinas é negligenciada, é; e subestimada. Dela só se dissemina o que é "excêntrico". Atenção para as aspas.

Em terras em que se plantando tudo dá e onde há palmeiras e canta o sabiá, os primeiros adventícios chegaram, ou do norte, por terra, ou do leste, pelos mares nunca dantes navegados. Seja qual seja a verdade, sabe-se que tal se deu antes dos lusitanos pisarem em terras depois chamadas as de Cabral, e dos vikings e dos fenícios em terras depois propriedades do Vespúcio.

Vikings e fenícios?!

Contou-me um passarinho que há historiadores que afirmam que um tal de Eric, o Vermelho, um nórdico de quatro costados, pisou em terras americanas três séculos antes de Cristóvão Colombo e que há outros que declaram que séculos, muitos, antes, tais terras receberam a visita de fenícios, mestres da arte náutica, que já haviam singrado os sete mares no tempo em que os argonautas ainda mamavam da mamadeira e chupavam chupeta.

Seja qual seja a história da origem dos humanos nas terras de Catarina Paraguaçu, sabe-se que deles pouco - melhor, nada - se sabe, e tudo o que se diz a respeito é especulação, venha ou não com a chancela de instituições respeitáveis e com a assinatura de estudiosos renomados.

Da cultura indígena pouco se fala e por ela o brasileiro não revela interesse, sequer a curiosidade, em conhecer. Quando muito, lembrando, se tanto, em efemérides, da existência dos remanescentes daqueles antigos povos, desenha no corpo rabiscos que nenhuma relação têm com eles, põe, na cabeça, um punhado de penas de plástico, e, na cachola, uma falsa idéia do que o índio é.

Merece o povo que nas bandas ao oeste do Atlântico haviam fincado pé antes de italianos e portugueses e espanhóis e holandeses - e vikings e fenícios, se merecem estes inclusão na lista - atenção, mas autêntica, e não apenas para inglês ver. E merecem os índios que estão entre nós tratamento respeitoso que se dedica a qualquer pessoa; e eles não têm, como querem uns, de viver ilhados, em reservas, longe dos olhos do homem branco. Que se permita que os índios - na falta de substantivo melhor, assim digo - decidam onde e como desejam viver.


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Lula e a herança maldita bolsonarista. E o fazoéle.

- Bozominion, o Bozo deixou uma herança maldita para o Lula, que, fazendo um bom trabalho, mantêm estável, desde o primeiro dia de seu governo, o índice de desemprego em nove por cento. Se...

- Deixe de asneiras, fazoéle. Você fala pelos cotovelos. Dê fim ao seu palavreado. O que você disse não tem pé, e nem cabeça. Você disse que o presidente Jair Messias Bolsonaro legou ao Lula uma herança maldita, e em seguida afirmou que o Lula conserva estável o índice de desemprego, e desde o primeiro dia do governo dele. Você não disse que ele diminuiu o índice de desemprego. Você disse que ele o mantêm estável em nove por cento. Certo. Não discordo. É fato. E ele herdou tal índice, baixo, do presidente Jair Messias Bolsonaro. Se desde o primeiro dia, o... Ora, você não pretende me convencer que no dia 31 de Dezembro do ano passado era o índice de desemprego maior do que o que se conhecia no dia primeiro de Janeiro deste ano, pretende?! Você sabe que do presidente Jair Messias Bolsonaro o Lula recebeu um presente, mas... Herança maldita! Eita nóis! O índice de desemprego, baixo, se vê, o Lula o mantêm estável; se por mérito dele, não sei; sei que li que tal informação se refere ao primeiro trimestre deste ano. Dê o braço a torcer, fazoéle, e reconheça os méritos do presidente Jair Messias Bolsonaro. Não dói, não. Aliás, reconhecer, você reconhece; todavia, faz de conta que a respeito nada sabe, afinal, tal saber não agrada ao seu espírito, que é de porco. Diga, simplesmente, que tal índice de desemprego o Lula o recebeu do presidente Jair Messias Bolsonaro. É fácil; e simples. Basta abrir a boca, e falar o que você sabe ser a verdade. Estou a pedir algo que está além das suas forças, estou?!


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Lula e Maduro. E Bolsonaro. E o fazoéle.

- Bozominion, você, que está a xingar o Lula porque ele apóia o Maduro, elogia o Bozonazi, que idolatra o Ustra. Deixe de hipocrisia, gado.

- Fazóele, faça-me o favor! Que moral tem você para me falar o que quer que seja?! Você disse, com poucas palavras, muita besteira. Você se apresenta como um defensor da Democracia, e tem o Lula como a Democracia encarnada; e sabe que o governo do Maduro é autoritário (e eu poderia dizer que é totalitário); e me chama de hipócrita porque tenho em alta conta o presidente Jair Messias Bolsonaro, que é nostálgico do governo militar cujo fim se viu em 1.985. Ora, você, que sabe que o Maduro é autoritário; você, que sabe que ele jogou oitenta por cento da população venezuelana na mais abjeta miséria; você, que sabe que os venezuelanos, para sobreviveram, comem ratos de esgoto na única refeição semanal que têm; você, que sabe que o Maduro persegue os opositores e não permite que os venezuelanos dêem um pio; você, que sabe que o Lula é aliado do Maduro; você, que está a ver o Lula a querer para os brasileiros o que o Maduro fez com os venezuelanos; você, enfim, sabendo o que sabe, vendo o que vê, ouvindo o que ouve, lendo o que lê, e sendo o que diz ser, um herói da Democracia, não teceu uma crítica, por mais inocente que fosse, ao Maduro, e ao Lula tampouco. Estafermo! Você odeia os militares, que cometeram, ofereço minhas mãos à palmatória, os seus pecados, e o presidente Jair Messias Bolsonaro, e ama o Lula, que apóia o Maduro, que degola os venezuelanos à foice e lhes esmigalha a cabeça ao martelo. Ora, os militares, durante o governo deles, ou governos, reduziu os brasileiros à condição de misérias que os venezuelanos ora vivem?! O Maduro está a fazer da vida dos venezuelanos um inferno. E o Lula apóia-o, incondicionalmente; e até exorta-o a, para sobrepujar, numa guerra de versões, o inimigo dele, investir em propaganda. E você idolatra Lula, endeusa-o. Quem é o hipócrita?!

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Brasil totalitário: o futuro.

A subversão política que se vê, hoje, no Brasil, está a criar um governo autoritário; talvez totalitário, se não se barrar o avanço de quem a promove, a financia. A idéia de liberdade está a ser reescrita, a de democracia igualmente; diz-se, hoje, que o povo a se manifestar é ação antidemocrática, e a subserviência aos juristocratas, que reescrevem as leis ao bem prazer, é ato de amor à democracia. E não podemos fugir à pergunta, incômoda: Quantas pessoas apóiam incondicionalmente a subversão política? Não é pouca coisa, não.


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Vida em sociedade. Quem busca o conhecimento?

Tenho notado, no meu entorno: raras pessoas interessam-se por aprender, adquirir conhecimento, e pensar, ponderando, e reconsiderando o que pensa se o mundo dá mostras de que a coisa não é tal qual se pensa. A maioria das pessoas sabe se expressar, quando se expressa inteligivelmente, e não com grunhidos animalescos, unicamente com palavras de ordens, chavões midiáticos, esgares de desprezo pelo interlocutor, deboches, xingamentos, e outros recursos à mão.


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O carro popular do Lulalckmin

Vivas ao Lulalckmin! Agora, os brasileiros pobres, além de picanha, todo dia, na mesa, teremos, na garagem, um carro popular. O carro popular era, graças à desgraça Bozo genocida, muito caro; agora, com os descontos, o carro de R$ 68.000,00, o mais baratinho deles, custará aos bolsos dos pobres brasileiros que vivemos de salário mínimo míseros R$ 60.000,00. Vivas ao Lulalckmmin! Vivas! Eu, que sou um pobre assalariado, que o Lulalckmin agraciou com um presente natalino fora de época, o aumento de R$ 18,00 no salário mínimo, irei, amanhã, à concessionária mais próxima da minha casa, encomendar dois carros populares. Vivas ao Lulalckmin! Vivas!


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O Agro fascista, o MST, e o esquerdistinha.

- O Agro, capitalista, é fascista, só pensa no lucro, e está destruindo a Amazônia. O MST é um movimento social que não visa o lucro.

- No sábado, eu te vi, com umas cinco sacolas às mãos, todas cheias de açúcar, leite, carne, arroz, feijão, à saída do supermercado. Você está dando muito lucro aos capitalistas fascistas, e ajudando-os a destruir a Amazônia. E você nunca me disse que você foi, uma vez que seja, a um assentamento do MST pegar, e de graça, alimentos.


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