No Brasil há muitas leis, e a cada dia são
promulgadas sabe-se lá quantas leis, e tampouco se sabe qual a razão de ser de
todas elas. Há leis para todos os gostos... Gostos de quem? Dos homens que
vivem de conceber leis, pois os brasileiros ignoram a existência de 99,99%
delas, e sabe que das outras 0,01% a metade existe para seu prejuízo.
Para a solução de um simples litígio - o que se dá
após a morte de todos os litigantes -, batalhões e esquadrões de advogados,
promotores, procuradores, juízes, intrometidos e curiosos se debruçam sobre
volumosas edições atualizadas, e muitas desatualizadas, de códigos de todos os
gêneros, o Civil, o Penal, O Constitucional, O Comercial, o Direitista, o
Esquerdista, O Trabalhista, o Vagabundista, o Rabulista, e compulsam manuais de
instruções de aparelhos eletrônicos, o livro de feitiços do Harry Potter e o Caderno
de Receitas da Palmirinha.
E qual a razão da legiferância? Qual o porquê da
existência de pilhas e pilhas de calhamaços de leis? Só consigo conceber duas
razões: a intromissão opressora dos governos na vida dos cidadãos - intromissão
que tem em vista a exacerbação de hostilidade mútua, e não a prevenção, ou resolução,
de conflitos -, e a corrosão moral vigente - corrosão moral que é produto da
ação dos governos, que dão incentivos à transgressão, ao rompimento dos
vínculos afetivos com a família, ao repúdio à moral universal, eterna.
Se se fortalecer, no Brasil, valores morais
universais, muitas leis serão dispensáveis, pois leis não educam - e muitas
delas só existem visando a defesa de interesses escusos, inconfessados, de
gente que deseja o mal governando o mundo.
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