... e João
Dória, recém-eleito prefeito da cidade de São Paulo, antes de sentar-se na
cadeira da prefeitura paulistana, já dá mostras de que está apto a fazer besteira:
parou de pensar como empresário, e começou a pensar como político – demagogo,
entenda-se. Não me surpreende, pois, filiado a um partido político socialista,
irá implementar políticas de inspiração socialista, e já anunciou uma delas: O
congelamento do valor das tarifas de ônibus. Nem bem ele anunciou tal medida, e
contra ela representantes das empresas de metrô já esbravejaram, e com razão,
diga-se de passagem, pois, congelados os valores das tarifas de ônibus, num
momento em que se eleva o custo de manutenção de serviços de transporte
coletivo público - e as empresas do metrô, não contando com subsídios públicos,
terão de elevar as tarifas dos seus serviços de transporte -, as empresas de
ônibus obterão, com as adições ao montante de subsídios (que já é bem elevado),
vantagem competitiva imerecida, afinal não a obterão pelos seus próprios meios,
com a sua competência, mas, sim, devido aos favores que o futuro prefeito lhes
prestará (e os favores que as empresas de ônibus recebem, via subsídios, do
atual prefeito da cidade de São Paulo e do atual governador do estado de São
Paulo orçam pela casa dos bilhões de reais). Cabe perguntar: O prefeito
antecipa-se aos agitadores políticos profissionais - altruístas defensores da
coletividade, crêem os inocentes – do Movimento Passe Livre, e dos black blocs,
seus aliados, e não este infiltrado naquele sem o aval daquele, que poderão vir
a promover revoltas – espontâneas, acreditam os ingênuos –, e já atende às
reivindicações que eles lhe farão? Mesmo sendo assim tão presciente, dos movimentos
socialistas revolucionários terá - não um beijinho no ombro, e tampouco deles
acolherá abraços fraternos - discurso político radical, agressões verbais,
agressões ao seu governo por meio de arruaças. Alimentará João Dória o monstro que
ele pretende – pretende? – amansar.
Do mesmo modo
que, neste ano de 2016, estourou uma revolta estudantil (na verdade, a ação
política desestabilizadora de um minúsculo e insignificante grupo de estudantes
– estudantes? Como se pode chamar estudantes àqueles que não estudam? - controlado
por grupos – não obrigatoriamente partidos políticos, que talvez não estejam
envolvidos mesmo que os ativistas estejam brandindo suas, deles, partidos
políticos, bandeiras, e bandeiras deles drapejem nos pátios das escolas que os
alunos ocupam), estourou uma revolta estudantil, no estado do Paraná, como que
por encantamento, apontando medidas do governo Michel Temer como pretextos para
os alunos ocuparem escolas, e causarem transtornos aos estudantes, e aos
paranaenses como um todo, contando com a anuência servil, corrupta, covarde,
medrosa, cúmplice, de instituições públicas, que deveriam exigir o respeito à
ordem e à legalidade. Não é um movimento espontâneo, de iniciativa, única e
exclusiva, de alunos indignados com propostas políticas incorretas e injustas,
segundo eles, do governo Temer; longe disso, é um movimento orquestrado com
anos de antecedência, premeditado em suas minúcias, e agora posto em prática.
Se será bem-sucedido, é outra questão. Em popularidade, é mal-sucedido, como se
vê. Não conta com o apoio popular. O que se vê é o oposto: O povo o rejeita,
terminantemente. Infelizmente, as instituições que deveriam vir-lhe em seu
apoio, fazem-se de surdas, e de cegas, e de mudas. Não garantem aos paranaenses
os direitos salvaguardados na Constituição Federal.
E aqui abro
parêntese, e anoto: Os políticos de esquerda, os ativistas defensores do
direito dos jovens à escola, e que dizem que jovens têm de ir à escola, e não
ficar nas ruas sob risco de serem vítimas de atos de violência, apóiam um
movimento político violento, estúpido, que atenta contra todos os valores
democráticos, protagonizado por meia dúzia de seres insignificantes, que impede
que a maioria dos alunos, jovens, freqüentem as aulas, nas escolas, o que lhes
é direito salvaguardado pela Constituição Federal. Contraditória tal atitude. E
fecho o parêntese.
Retornando à
proposta do João Dória, sufragado prefeito da cidade de São Paulo, a do
congelamento dos valores das tarifas de ônibus. Tal proposta só será possível
com a adição de algumas centenas de milhões de reais do erário público
municipal paulistano ao já elevado orçamento empatado nos subsídios.
Como se
calcula, temos de nos perguntar, o valor de uma tarifa (passagem) de ônibus?
Considerando-se todos os custos envolvidos. E por que os empresários do setor
não rejeitam a proposta do João Dória? Por que são aliados da prefeitura – e
pouco lhes importa quem se senta na cadeira do chefe do executivo municipal
paulistano. Há um vínculo umbilical entre empresas municipais de ônibus e a
prefeitura paulistana. Do mesmo modo que há um vínculo entre empresas estaduais
paulistas de ônibus e o governo estadual de São Paulo, independentemente de
quem é o titular da cadeira do Palácio dos Bandeirantes.
A política do
prefeito eleito da cidade de São Paulo, João Dória, irá produzir transtornos,
injustiças, e pressão negativa no orçamento da cidade de São Paulo; e assim que
os aspectos negativos de tal política se revelarem, os movimentos de esquerda que
se opõem (oposição simulada, apenas teatro para ludibriar a patuléia
desavisada) ao João Dória, isto é, o Movimento Passe Livre e os black blocs, cuspirão
contra João Dória todos os males provenientes de uma política que eles defendem
e em defesa da qual promoveram arruaças nas ruas da cidade de São Paulo. Tal política
redundará em transtornos, prejuízos, injustiças, mas os seus proponentes
atribuirão ao João Dória a responsabilidade direta por elas, e não se
apresentarão como co-responsáveis, como defensores dela; dirão que a política em
si não é inadequada, mas inadequada foi a sua implementação por João Dória.
A política de
congelamento dos valores das tarifas de ônibus é de inspiração socialista, é
intervencionista, estatizante; nefasta, portanto, à cidade de São Paulo. E a reação
de representantes das empresas de metrô é uma antecipação do que está por vir:
muito transtorno, maior avanço do governo municipal paulistano nos bolsos dos
paulistanos, mau uso do dinheiro público, redução da qualidade do serviço de
transporte público coletivo, que, segundo notícias, já é baixa – mas os
políticos, criativos e engenhosos, sempre encontram um meio de reduzi-la ainda
mais -, eliminação da concorrência (se existe. Existe?), vantagens competitivas
imerecidas, e escassez de recursos para aplicação em outras áreas, como educação,
saúde e segurança públicas.
Um empresário,
João Dória, eleito prefeito da mais populosa e mais rica cidade do país, pensa
como um administrador público, que em nada, tudo indica, se diferencia dos seus
antecessores. Vestindo a máscara de autoridade pública, assume, dela, sem
hesitar, os vícios: a demagogia, o populismo, o descompromisso com o uso
correto e eficiente do dinheiro público; e cai na vala comum onde se encontram
todos os que o antecederam na cadeira da prefeitura paulistana.
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