quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Notas

 



A Pantera Cor de Rosa - Diamantes da Pantera (Pink Panther - Pink Ice) - desenho animado.


Neste desenho animado animadamente desenhado, a heróica pantera, a única pantera cor de rosa que existe em toda a galáxia, presumo, bate-se com dois tipos extravagantes da Minas de Diamantes De Boor Limitada. E é a famosíssima pantera a proprietária da Minas de Diamantes da Pantera.

Em pé-de-guerra, num jogo de gato-e-rato recheado de disparates, os antagonistas digladiam-se, tiroteiam-se, até que, enfim, o fim se faz presente.

Não conto o fim deste conto animado, uma aventura, ouso dizer, amalucada, que segue a lei natural - ou artificial, não sei - que os bons contadores de histórias jamais desrespeitam: conta com personagens em eterno conflito.

Não conta este desenho animado uma insossa história de um cão e seu tapete; conta uma animada, intrigante, aventurosa trama que envolve um cão, e seu tapete, e um gato, que se apossou, inadvertidamente, do tapete do cão - aqui, uma paráfrase de umas palavras atribuídas a John Le Carré, o pai do George Smiley, rival do James Bond.


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Tarzan - Tarzan e os Vikings (Tarzan, Lord of the Jungle) - desenho animado.


Tarzan, o Rei das Selvas, das selvas africanas, e não  das asiáticas, e tampouco das americanas, enfrenta crudelíssimos viquingues, que desafortunadamente cruzam-lhe o caminho numa exuberante selva do coração da África, e bem no coração dela, mesmo, fazendo do mais civilizadamente selvagem súdito da rainha escravo, sem saberem que é ele, o homem dos macacos, o amado da belíssima e fiel Jane, Penélope rediviva, o homem de voz tonitruante, que, com um vigoroso hausto, enche de  energia incomum seus poderosos pulmões protegidos por um tórax avantajado, hercúleo, pétreo, dir-se-ia invulnerável, e emite um sonoro grito de guerra, que ecoa por todo o continente de ébano, um exemplar espécime humano que tem na liberdade o seu bem maior. É Tarzan um escravo, um escravo altivo, nobre, da realeza, e sábio, um aristocrata, que aceita representar, por razões que a sua consciência lhe determinou, o papel que lhe atribuíram.

O chefe da vila viquingue dá à sua filha, Karina, Tarzan de presente, Karina, cuja mão está prometida a Törval - que ambiciona a liderança da vila - e cujo coração pertence ao jovem Tiór, que, sendo filho do conselheiro de Eric, dela não merecia a mão. Envolve-se a mais famosa criatura de Edgar Rice Burroughs, este, rival de Rudyard Kipling, aquela, do Mogli, numa trama traiçoeira, romanticamente amorosa,  vindo a quase perder a vida.

Sucedem-se os eventos, de cuja sequência Tarzan não tem o controle, até a cena derradeira, que, tu já sabes, leitor, é do agrado dos heróis da aventura e contrária aos vilões.

Que tu me perdoes, leitor, se registrei com a ortografia incorreta os nomes dos personagens que coadjuvam o Rei das Selvas e o que o antagoniza - o áudio da versão que assisti é uma lástima.


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Seguindo o caminho do meio?


Se a pessoa diz estar a ver os eventos com isenção, mantendo-se equidistante dos dois personagens em conflito, mas sempre se inclina em favor de um deles, então não é isenta, não está seguindo o tão propalado caminho do meio, do equilíbrio, que ela tão orgulhosamente divulga, e mesmo que se esforce para se exibir como uma observadora desapaixonada dos eventos as pessoas agraciadas com astúcia, e que seja a astúcia a do Chapolin Colorado, percebem que desapaixonada ela não é e, pior, ou melhor, que ela está a se esconder sua verdadeira face atrás de uma translúcida máscara.


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O anticapitalista.


- Temos de acabar com o capitalismo, que destrói todas as sociedades, todos os países.

- Os Estados Unidos, capitalistas...

- Os estadunidenses são injustos, inescrupulosos. Nos Estados Unidos há injustiça, desigualdade de renda, poucos têm muito e muitos têm pouco.

- Pessoas de todo o mundo, muitas de países governados pela esquerda, emigram para a terra do Tio Sam, muitas delas nos Estâites entram, arriscando-se, ilegalmente, mas os americanos...

- Nos Estados Unidos há muita injustiça.

- O capitalismo tem, lá, as suas deficiências, que ninguém ignora. Os Estados Unidos que o digam. Mas nos países onde capitalismo não há, onde o capitalismo ou nem chegou, ou neles chegando deles foi expulso, o povo vive mal, de mal a pior, come o pão-que-o-diabo-amassou e ratos de esgoto. Um bom exemplo, talvez o melhor que eu poderia mencionar, é a Venezuela. Lá não há capitalismo, e a...

- Você é um supremacista branco genocida nazifascista.

- Ora, vá para Cuba!

- Deixe de ser ignorante, racista! Você não tem argumentos para apresentar, e na falta de argumentos, estupida e imbecilmente me ofende, me xinga, deseja-me o mal, a minha perdição. E por quê?! Porque você é um genocida.

- Quê?! Quero-te eu mal?! A tua perdição?! 'migão. Quero-te bem, o teu bem. Se estou te mandando para Cuba, e se Cuba é um paraíso... Por que te irritaste?! Quero-te bem! Quero que tu vivas no paraíso socialista castrista, no universo o melhor lugar onde os seres humanos podem viver. Não há outro igual. E para dar fim à nossa conversa infrutífera: não te entendo: tu, que és um anticapitalista, sabes que a Venezuela, país de cujo território o capitalismo, o pouco de capitalismo que lá havia, foi extraído, e sem dificuldades significativas, diga-se a verdade, quer extrair do Brasil o pouco de capitalismo que aqui há na certeza de que aqui, se aqui não houver capitalismo, não mais haverá injustiça, desigualdade de renda, e coisa e tal. 'tá bom, então, 'migão! Tu acreditas que, uma política anticapitalista em terras brasileiras produzirá uma realidade diferente da que a política anticapitalista de Hugo Chávez e Nicolás Maduro produziu na Venezuela. O que tu fumas?!


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A popularidade do Lula e a economia brasileira e os feriados.


Declara certa imprensa, confiável que só ela, de viva voz, e com todas as letras, e mais algumas de sua invenção, que o presidente Lula é popular, conta com o apoio de 60% da população brasileira. Mas onde está toda essa gente que o apóia?! Lula concede entrevistas, e os trilhões de adoradores dele não se dispõem a ouvir-lhe a voz, voz sapiencial, divina; o 7 de Setembro deste ano, um fiasco: os fazoeles não resgataram os símbolos nacionais que o Bolsonaro e seu soldados haviam sequestrado; e o Lula não aparece em locais públicos abertos - só dá o ar de sua graça e exibe a sua beleza apolínea, no interior de prédios protegidos por um batalhão de seguranças, para os seus companheiros e companheiras de jornada, dentre estes, a principal, a vice-presidenta. Pergunto-me porque trilhões de brasileiros depositaram voto no Lula. E a resposta que me aflora a massa cinzenta é esclarecedora: foram várias as razões, nenhuma delas boa: inveja pelos mais bem aquinhoados pela fortuna e pela natureza, ódio pela civilização, presunção doentia de superioridade moral, paladinos que são, exclusivos, da Justiça, da Liberdade, da Democracia, amor doentio pelos bandidos, e etecétera e tal.

E a economia brasileira vai bem?! Vai. Na opinião de quem?! Até há poucos dias ouvi fazoeles declararem que vai a economia brasileira de vento em popa; que está o Real valorizado, e o Dólar desvalorizado; que a taxa de desemprego caiu, e caiu absurdamente; que isso e aquilo; e que, o mais importante, o PIB brasileiro crescerá, neste ano de 2.023, uns 3%, talvez mais. Fantástico. A economia brasileira 'tá que 'tá. Eu estava a ponto de acreditar, é verdade, sou sincero, em toda essa ladainha, mas... mas... ouvi o Lula dizer, com as palavras dele, sapienciais, divinas, de um homem sem pecados, que o desempenho da economia brasileira, neste ano, não é lá essas coisas porque neste ano foram muitos os feriados prolongados. Ah! Sim! Se é assim, então 'tá, então. Quem sou eu para divergir do mais sábio dos homens, o salvador do Brasil?! E ele, o Lula, ancião venerável da estirpe de Salomão, profetizou: em 2.024, ano em que poucos serão os feriados em dias úteis (e sábado e domingo são inúteis?!), a economia brasileira bai bombar. Vai?! Vai. Lula disse que vai; se disse que vai, 'tá dito: vai. E que ninguém ouse contestar o, e rir tampouco do, homem sem pecados. E se a economia brasileira não crescer, e crescer maravilhosamente bem, em 2.024?! Ora, uma coisa é certa: Lula acertou, pois é infalível, ao profetizar, para 2.024, crescimento robusto da economia brasileira, ninguém há de negar; o mundo é que, não lhe comprendendo as palavras, contrariou a profecia. Além do mais, os capitalistas e a classe média, seres corruptos, inescrupulosos, supremacistas brancos loiros, de olhos azuis...

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