segunda-feira, 3 de abril de 2023

Uma crônica

 

A ideologia de gênero já chegou ao açougue mais perto da minha casa.

Hoje, um pouco antes da hora em que, por hábito, almoço, fui ao açougue comprar, para o prato de amanhã, uma carne qualquer, carne que, juntamente com a verdura e o legume, enfeitará a minha farta refeição. E por que será a carne para o prato de amanhã, e não para o de hoje?! Porque a de hoje eu, um homem prevenido, e todo homem prevenido vale por dois - ou por três, a depender de quão prevenido é o homem - a comprei ontem. Tirei a senha, e enquanto não me chamava o açougueiro, um homenzarrão deveras fornido de carne (e estou para conhecer um açougueiro magricela, espécie rara) , observei as carnes expostas, e decidi-me pelas de frango. E assim que me sortearam a senha, acheguei-me ao balcão, e pedi ao robusto açougueiro: "Bom dia. Um quilo de asas, por gentileza." E ele, mal eu lhe fizera o pedido, indagou-me: "Bovinas?" É improvável que ele, à turbamulta reinante, não tenha me ouvido as palavras. Improvável. Ele está, não tenho dúvidas, mortalmente infectado pela ideologia de gênero.

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