quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Machado de Assis

 Um Homem Célebre (de Várias Histórias) - de Machado de Assis


É o herói deste conto, Pestana, popular compositor de polcas, admirado por muitos. Conquanto gozando de sucesso e popularidade invejáveis, vivia desgostoso consigo mesmo, pois, sabia, era apenas um autor de peças efêmeras, para diversão e o prazer de público inculto, iletrado, destituído de sensibilidade musical, sensualista, que se satisfaz com qualquer obra que lhe atenda os prazeres imediatos, uns lúbricos, que usufruem nos bailes, e não o de obras imorredouras que se rivalizam com as de Beethoven, Mozart, Bach, Schumann, Haydn e outros gênios da música clássica, obras que lhe incluem o nome, eternizando-o, no panteão dos heróis da arte. O seu sucesso atormentava-o, pois era unicamente o resultado da popularidade de obras às quais ele não dava grande valor, obras que não mereciam figurar entre as criações perpétuas de músicos agraciados com o dom da música. Esforçava-se, em vão, para criar obras eternas. Após casado com Maria, viúva e tísica, bafejado com o sopro da criatividade - assim ele acreditava -, compôs um Noturno, que Maria reconheceu como sendo uma peça de Chopin. E Pestana foi obrigado a dar o braço a torcer. Ludibriaram-no sua ambição e sua memória. Reproduzira, certo de que criara uma obra original.

uma peça que não era sua. E enviúva-se Pestana. Dedica-se, durante um ano, à composição de um Réquiem, para tocá-lo numa efeméride: o aniversário de um ano da morte de Maria. Fracassado em seu propósito, envergonha-se. O seu talento dava-lhe idéias para criar polcas, polcas populares, que caíam no gosto, não muito exigente, do povo, que não primava pelo requinte, pelo apuro musical - era assim ontem, é assim hoje.

A ambição de Pestana não andava no mesmo compasso de seu talento, que lhe oferecia recursos para criar obras que os homens, pouco exigentes, amavam, e as quais ele, demasiadamente exigente consigo mesmo, ambicionando admirar seu nome no rol dos autores cuja obra é eterna, desprezava - e ele não pôde gozar de prazer que a popularidade delas lhe ofereceria caso ele não fosse tão orgulhoso, prazer que outro músico, não tão orgulhoso e pretensioso quanto ele, gozaria. Pestana queria dar passos maiores do que os que suas pernas lhe permitiam - e por isso foi um homem infeliz.

sábado, 21 de novembro de 2020

Epidemia. Fraudemia. 1984. Admirável Mundo Novo

Epidemia. Fraudemia. 1984. Admirável Mundo Novo.

Desde o início do capítulo A Epidemia do Covid-19 muitos estudiosos alertaram: tal história é um experimento social. No transcurso dos últimos duzentos e quarenta dias, inúmeros eventos reforçaram, nas pessoas menos sugestionáveis, que não estão sob a influência dos meios de comunicação - ou, se estão, resistiram, e bravamente, à agressão midiática -, a percepção e a convicção de que a epidemia, ou pandemia, foi uma fraude - que já recebeu o título jocoso de Fraudemia - arquitetada para destronar Jair Messias Bolsonaro da cadeira de presidente do Brasil e impedir a reeleição, nos Estados Unidos da América, de Donald Trump, e, com a queda destes dois colossos, aguerridos combatentes da soberania de suas respectivas nações, obter a submissão de todos os povos ao poder totalitário global, de matriz anti-cristã, sustentado pela fortuna faraônica de capitalistas multibilionários (metacapitalistas, no neologismo cunhado por Olavo de Carvalho - isto é, ricaços que, tão podres de rico, não querendo mais respeitar as regras do livre mercado, o que lhes põe em risco a fortuna nababesca tão arduamente amealhada, associam-se com os Estados nacionais e organizações mundiais tendo em mente a implementação de um arcabouço legal que elimina a concorrência indesejada) e conservado pelo exército chinês - com, a depender de quem seja o presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos, a participação das forças armadas americanas. Para muita gente, e gente de primorosa formação intelectual e de moral ilibada, não restam dúvidas de que enfrentamos um dos maiores blefes, se não o maior, da história da civilização - e seus promotores almejam remover do coração dos homens os valores que, bem e mal, sustentam a civilização, e neles inserir outros, que irão desumanizá-lo.

Logo no início deste capítulo cujos eventos estamos vivenciando, a duplicidade dos agentes encastelados em organizações globais e em governos nacionais, estaduais e municipais mundo afora, revelou-se em não raros momentos. Ora tais personagens declaravam que o Covid-19 provoca uma gripe comum - e para dela nos proteger, bastaria que nos alimentássemos bem, nos expuséssemos ao sol, praticássemos exercícios físicos ao ar livre; ora que ele era assustadoramente letal aos humanos; ora que ele não se transmitia de humanos para humanos; ora que ele só se encontrava em morcegos e que não havia a mais remota possibilidade de deles saltar para os humanos, e os infectar - tal possibilidade, asseguraram, estava descartada; ora que ele tem uma elevada velocidade de transmissão de humanos para humanos; ora que medidas drásticas, que consistiam na suspensão de toda a atividade econômica mundial e no confinamento de oito bilhões de seres humanos em suas casas, eram imprescindíveis para o correto combate à disseminação de criatura tão infinitesimal, mortal, capaz de dizimar cidades inteiras, nações inteiras. Poder-se-ia alegar ignorância, acerca da real natureza do Covid-19, dos cientistas, médicos e agentes políticos, econômicos e midiáticos, para explicar todas as controvérsias envolvidas neste capítulo da nossa história, toda a confusão e todos os erros que resultaram em políticas prejudiciais aos humanos e capazes de promover uma ruptura civilizacional; todavia, observando-se, atentamente, os eventos, que se sucederam, como vagalhões devastadores, contra o nosso bem-estar, e avaliando a biografia das personagens instaladas na cúpula de organizações globais e de governos e de megacorporações capitalistas, obrigamo-nos a concluir que tudo não passou de uma peta - diria a personagem mais traquinas de Monteiro Lobato - uma peta global, uma peta universal; e muita gente trabalhadora, honesta, engoliu-a, adotou-a como verdade, pois os que a contaram conseguiram atingir-lhe o ponto fraco: o medo de morrer.

Com o passar dos dias, o que era uma medida passageira, a quarentena, proposta, e implementada, apenas para, desacelerando a velocidade do contágio de pessoas pelo Covid-19 e erguer hospitais de campanha, evitar o colapso do sistema de saúde, incapaz, então, dizia-se, de acolher, de um dia para o outro, milhões de pessoas infectadas pelo Covid-19, assumiu ares de política eterna, gênese do Novo Normal, uma nova era civilizacional, que terá no confinamento residencial, no distanciamento social, no uso perpétuo da máscara e na vacinação compulsória (sob a perspectiva de se tornar um pária quem se recusar a deixar-se vacinar contra o Covid-19) a cultura vigente.

Seriam as medidas de combate ao Covid-19 eficientes? Pesquisas realizadas, nos Estados Unidos, há três, quatro meses, indicaram que 60% (sessenta por cento) dos infectados pelo Covid-19 o foram no interior de suas residências, e que mais de 90% das pessoas, assintomáticas, são imunes ao vírus e não os transmitem para outras pessoas - podem tais pessoas, portanto, tomando medidas profiláticas simples e comuns, como o hábito de lavar as mãos com água e sabão, exercer as suas tarefas sociais diárias. Sendo assim, não há motivos para tanta celeuma em torno do Covid-19 - mas as pessoas, trituradas pelas notícias, assustadoramente apocalípticas, que recolhem dos meios de comunicação, e derrotadas pelo medo, são hostis ao chamado da razão. Deve-se enfrentar, declaram não poucos médicos, o Covid-19 com os mesmos cuidados, as mesmas cautelas, as mesmas precauções, como se enfrenta qualquer vírus transmissor da gripe.

Ocupo-me, agora, com os eventos que se sucederam no Brasil. Obrigo-me a concluir que os brasileiros somos vítimas de agentes públicos e privados descompromissados com o nosso bem-estar, personagens que envidam todos os esforços para de nós subtrair os mais valiosos bens, e não me refiro aos materiais, embora estes eles também estejam a nos surrupiar; querem nos reduzir a bonecos acéfalos, manipuláveis, incapazes de lhes esboçar resistência aos planos maléficos que ambicionam concretizar. Negaram aos brasileiros já infectados pelo Covid-19 tratamento precoce com remédios já há décadas do conhecimento público - e muitos médicos, movidos pelas mais variadas (e reprováveis) razões, acataram, servilmente, as ordens de governadores e prefeitos, e nas receitas aviadas não incluem tais remédios, pois eles provocam efeitos colaterais em quem os toma, podendo, inclusive, ocasionarem-lhes a morte. E em nenhum momento apresentaram casos de pessoas falecidas em decorrência da ingestão de tais remédios, casos documentados, na literatura médica, antes da apresentação do coquetel de remédios como um recurso de tratamento dos infectados. Prometeram a suspensão das medidas restritivas assim que estivesse à disposição de todos a vacina milagrosa, que salvaria a humanidade. Neste estágio da história, já haviam esquecido que o Covid-19 se disseminaria, naturalmente, de pessoa para pessoa, até atingir a tal da imunidade de rebanho, e da importância, para a saúde de todos, dos indispensáveis exercícios físicos ao ar livre, banho de sol e boa alimentação; teriam, agora, as pessoas de se conservarem, recolhidas às suas casas, até o advento da vacina milagrosa. E o que era uma política - a quarentena - passageira converteu-se numa política perpétua. E veio a máscara, onipresente. E as ameaças às pessoas que se recusassem a estampá-la na face, em ambiente público e no interior de estabelecimentos comerciais e órgãos públicos. E amedrontadas as pessoas acolheram tal política, servilmente. E a quarentena recebeu um nome pomposo: Lockdown. E sucedem-se as ameaças de multa e prisão àqueles que resistem às ordens dos agentes públicos. E a própria sociedade, aterrorizada, torturada, martiriza os indivíduos que ousam erguer a cabeça e encarar o monstro que a todos pretende devorar. E anunciam uma segunda onda, que aqui, nestas plagas encontradas por Pedro Álvares Cabral, chegará da Europa, da decadente Europa discritianizada. E as pessoas, assustadas, atendendo ao apelo do medo que as consome, resignam-se: submeter-se-ão à rodada, agora não de uma inofensiva quarentena, mas de um nocivo lockdown, que será implementado, dizem, não porque governantes inescrupulosos, autoritários, que estão apenas agindo em defesa dos seus vis interesses pessoais, mas porque há muita gente irresponsável que não obedece às orientações de autoridades constituídas e de renomados médicos e cientistas.

Esquecia-me: as pessoas que não acolheram os apelos da galerinha do Fique Em Casa foram, por membros de tal galerinha, vilipendiadas, crucificadas em praça pública, cuspidas, achincalhadas, alcunhadas irresponsáveis; ora, as pessoas que, sem um centavo no bolso para comprar o arroz e o feijão de cada dia, saíram de suas casas, todo santo dia, com medo de, se infectadas pelo Covid-19, partirem desta para a melhor, para plantar, cultivar, colher, beneficiar, empacotar, transportar o arroz e o feijão que a galerinha do Fique Em Casa comeu todo dia, receberam, de tal galerinha, o desprezo, o desdém, a ingratidão, e dela ouviram xingamentos impublicáveis, ofensas irreproduzíveis. A galerinha do Fique Em Casa lhes devota ódio insano, assassino.

Os eventos políticos que se sucederam, no Brasil, são de embasbacar todo filho de Deus. Pessoas, sozinhas, numa ampla avenida de uma capital de estado, ou na praia, ao ar livre, foram abordadas por homens truculentos, trajados com a farda da Polícia Militar - recuso-me a chamá-los de policiais -, que as agarraram, as enfiaram, à força, numa viatura policial. E prefeitos mandaram agentes públicos soldarem portas de estabelecimentos comerciais; e governadores assinaram decretos proibindo médicos de receitarem remédios para o tratamento da doença provocada pelo Covid-19, e criaram sistema de monitoramento de sinais de telefones celulares cujo único fim foi o de obter-se a localização das pessoas, para controlar-lhes os movimentos, alegando o fim de inibir, para o bem-estar de todos, aglomerações; e determinaram a obrigatoriedade de realização de testes rápidos em todas as pessoas que falecessem durante a epidemia, para identificação de Covid-19, e, se positivo o teste, declarar a causa da morte o Covid-19 (medida, esta, denunciam, que inflou o número de casos de morte por Covid-19); e proibiram autópsias de pessoas cuja morte foi imputada ao bode expiatório de hoje em dia, o Covid-19 (politicamente muito conveniente tal medida, justificada, cinicamente justificada, como necessária para se evitar a disseminação do vírus).

Abismados, apalermados, assustados, aterrorizados, assistimos a um circo de horrores. E não poucas pessoas, mesmerizadas por imagens horrendas transmitidas pelos meios de comunicação, curvaram-se, servis, aos tiranetes de plantão, e, impotentres, desfibradas, suplicaram-lhes medidas restritivas: que os tiranetes lhes impusessem um conjunto de normas que as protegessem, acreditaram, movidas pelo medo torturante, da irresponsabilidade de indivíduos descompromissados com o bem-comum, egoístas, egocêntricos, individualistas impenitentes. E assim tais pessoas, tiranizadas, curvaram-se ao garrote daqueles que os seviciavam e entregaram-lhes um pouco da liberdade da qual ainda gozavam, liberdade que não tinham conquistado com o sacrifício de seu próprio sangue, liberdade que herdaram de seus antepassados, que lutaram, bravamente, para, com o próprio sangue, conquistarem-la, liberdade que, agora, desprezada, rejeitada, jaz inerte, abandonada por pessoas intimidadas, não pelo Covid-19, mas por políticos conluiados com os meios de comunicação, esta engrenagem de tortura psicológica de cujos mecanismos poucas pessoas escapam.

E agora é outro o cenário: Estados Unidos. Os mais recentes eventos sucedidos nos Estados Unidos indicam, para quem deseja ver, que a epidemia promovida por Covid-19 foi uma farsa universal razoavelmente, e não plenamente, bem arquitetada, com o fim, e não o único fim, de impedir a reeleição de Donald Trump, homem que, altivo, encara, praticamente sozinho, os inimigos dos Estados Unidos, e enfrenta-os onde quer que eles estejam; inclusive, e principalmente, os que se encontram encastelados no coração da América. E o epônimo Donald Trump está a drenar o pântano, o Deep State, que almeja pôr na Casa Branca o tal de Joe Biden, que, em não poucas aparições públicas, revelou claros sinais de demência e sobre o qual pesam acusações de pedofilia, duas razões que podem vir a, caso ele assuma, de fato, o cargo de presidente dos Estados Unidos da América, serem aventados para alijarem-lo do Salão Oval.

As infinitas denúncias de fraude eleitoral, em sua maioria envolvendo os votos enviados pelo correio, dão razão às vozes que, há meses, anteviram o espetáculo grotesco e arabesco ao qual estamos, perplexos, incrédulos, assistindo. Daí persistirem nas políticas restritivas até o dia das eleições e bombardearem os americanos com notícias desencontradas, confundindo-os, atormentando-os, perturbando-os, assim paralisando-os. Todavia, contrariando as ambições dos cavaleiros do apocalipse e dos artífices do governo global, que almejam a queda do Tio Sam, o que lhes seriam de inestimável valor, afinal, terão, se bem sucedidos em tão diabólica empreitada, à disposição, o maior e mais poderoso aparato bélico e tecnológico, contra o qual nenhum povo, lutando pela sua liberdade e pela soberania de sua nação, poderia impor resistência, a América resiste. Temos, após todos os eventos que ora testemunhamos, de louvar o povo americano, que, apesar dos múltiplos inimigos que enfrenta, resiste, heroicamente, e ousa sair em defesa de sua nação - o mesmo deve-se dizer do povo brasileiro, que, ao seu modo meio atabalhoado, não sucumbiu ao terror proclamado pelos cavaleiros do apocalipse e pela escória da política nacional.

Há muito para se falar do Capítulo Epidemia do Covid-19. Não tenho a ambição de encerrar assunto tão complexo, de difícil, impossível, mensuração, num simples artigo, que já assume dimensões não antevistas originalmente, rabiscado, às pressas, em folhas de sulfite, com lápis. São muitas as informações que me vêm, caoticamente, num roldão asfixiante, à mente; e os pensamentos que tal assunto me inspira, inúmeros; para organizá-los, anoto-os em folhas à parte, e consulto as anotações, delas retirando, para a redação deste artigo, as que me servem; esforço-me para não escrever um artigo prolixo, bagunçado, direi; e sei que meu esforço não foi inteiramente vão, pois consegui, bem ou mal, emprestar certa ordem à exposição das minhas idéias.

Sei que o artigo vai extenso, mas tenho algumas coisinhas mais para dizer, sem as quais ele ficará incompleto.

Vê-se que muitas pessoas, que se curvaram, acriticamente, sem esboçar resistência, aos ditames das autoridades sanitárias, servis a políticos inescrupulosos, que se revestiram de poderes infinitos, autoritários, agora, mais assustadas do que nunca, suplicam aos governadores e prefeitos, que delas abusam da boa-vontade, segunda rodada de restrições abusivas, arbitrárias, para impedir a segunda onda de disseminação do Covid-19. Esta história de segunda onda é uma peta, diria a Emília, e tão mal contada, que faz muitas pessoas, torturadas pela engrenagem demoníaca dos meios de comunicação, nela acreditarem, piamente; e tais pessoas ouvem, uma vez mais, as vozes do apocalipse, vozes que, há meses, vaticinam, oráculos agourentos, o fim do mundo - que não veio na primeira onda, mas virá, é certo, na segunda (e caso não se dê, na terceira; ou na quarta; ou na quinta; ou na sexta; ou na sétima...). E suplicam tal política porque, alegam, convictas do que pensam, pessoas irresponsáveis não respeitam as ordens das autoridades constituídas, médicos e cientistas e políticos. E quais médicos e cientistas? Os midiáticos. Os que a imprensa elegeu autoridades infalíveis. Há um quê de religiosidade na credulidade das pessoas que se genuflexionam, reverentes, diante de tais sumidades médicas e científicas; e tais pessoas, convertidas em jihadistas, têm na conta de impenitentes hereges quem não lhes dedicam culto e não os obediecem automática, e irracionalmente. É assustador, e preocupante - para dizer o mínimo. Tais pessoas não percebem que obedecem quem os oprime, e estão a entregar o machado ao carrasco, que lhes irá cortar, sem hesitar, na primeira oportunidade, o pescoço, e se vangloriar do ato feito, e ofendem, maltratam, desprezam aqueles que, conscientes do que se passa e antevendo perigos maiores, se dispõem a lutar pelo bem comum.

Para muitas pessoas não resta dúvida de que toda a parafernália empregada na luta contra o chinavírus atende a interesses escusos de personagens poderosas, sem rosto, personagens acomodadas nos seus castelos suntuosos, de magnífico esplendor, neles ilhadas, isoladas dos homens comuns, a estes inacessíveis. E tampouco a epidemia existe; é a epidemia uma peça política de alcance global; e as orientações para o combate ao Covir-19 são, na verdade, dispositivos de controle social. O uso de máscara, a quarentena e a vacina, medidas alegadamente tomadas para impedir a disseminação do vírus, já se revelaram inúteis, contraproducentes. E já se antevê males ainda maiores do que os que se pretendia com tais medidas evitar: O aumento considerável de mortes por fome e suicídio; a crise econômica, que produzirá caos social inédito; aumento dos casos de depressão e outros distúrbios psicológicos, e dos casos de doenças relacionadas ao sedentarismo; e o prejuízo à educação e à saúde física e mental das crianças. Hoje, para evitar a disseminação de um vírus - que já se revelou de baixíssima letalidade -, e, consequentemente, o colapso do sistema de saúde, implementaram - e com sucesso, total em alguns países, estados, cidades, e relativo em outros - políticas autoritárias, de cerceamento da liberdade dos indivíduos, sacrificados, estes, em holocausto, no altar da coletividade. E não é insensatez, tolice, prever que, num futuro não muito distante, as personagens que financiaram a epidemia do Covid-19, financiarão outra epidemia, a do Covid-30, ou a do Covid-40, certos de que muitas pessoas, hipnotizadas pelos meios de comunicação, que insistirão em disseminar idéias coletivistas, se curvarão, reverentes, e aterrorizadas, diante das sumidades científicas e médicas eleitas entidades celestiais infalíveis, omnissapientes, e acolherão ordens (dadas em tom de simples orientações), que lhes soarão aos ouvidos como de origem divina, ainda mais desumanas do que as ditas neste ano de 2.020. E dentre tais medidas, não é absurdo cogitar, estarão a supressão da propriedade privada e a da integridade do corpo humano (recursos dos quais os Senhores do Mundo abusarão ao seu bel prazer) - estará consagrada, na carta magna do império global, o sacrifício de pessoas que, além de dispenderem recursos públicos escassos, não contribuem para a produção econômica: enfermos, velhos, e crianças (as ainda em estágio intra-uterino e as recém-nascidas - já se fala em aborto pós-parto, tema, este, magistralmente tratado, por Hélio Angotti Neto, no livro A Morte da Medicina). O futuro que os Senhores do Mundo nos reservam será o inferno na Terra; e muita gente entenderá que é o inferno o paraíso. Será um mundo orwelliano, atualmente gestado, onde a semântica sofrerá uma revolução, fenômeno, este, que já presenciamos, e do qual muitas pessoas não se dá conta, tão perturbadas estão sob o bombardeio das orientações que desorientam e das ordens que lhes desordenam o espírito. Hoje, o cerceamento da liberdade é ação libertária; as políticas de confinamento, obrigatórias e prejudiciais à saúde, ações de proteção da saúde, da sociedade; encolher-se, amedrontado, dentro de uma casa, é coragem; a disposição para trabalhar, para se sustentar e a família, atitude irresponsável, de gente que só pensa em si mesma. Já se realizou a revolução semântica, que produz, e reproduz, a revolução de valores. O mundo está de cabeça para baixo, e há muita gente que, andando de quatro, acredita que conserva íntegro o ser de sua condição humana.

Em Hitler e os Alemães, Eric Voegelin diz que Dom Quixote vive numa segunda realidade, um mundo só dele, e que sua convicção torna-o tão persuasivo na defesa de seu mundo fictício, dando-o como o mundo real, a primeira realidade, que faz seu fiel escudeiro, Sancho Pança, homem realista, pragmático, oscilar entre a primeira realidade, a do nosso mundo, e a segunda realidade, a do mundo imaginário, no caso o concebido pela mente adoentada de seu senhor Dom Quixote, o Cavaleiro da Triste Figura.

Muitas pessoas honestas estão, neste momento, sob forte impacto da narrativa da Epidemia de Covid-19, oscilando entre a segunda realidade, a distopia que se criou no bojo do Covid-19, e a primeira realidade, e não poucas, de religiosidade epidérmica, de nenhuma espiritualidade, mergulharam, e de cabeça, no mundo fictício, distópico, engendrado por engenheiros sociais que estão erigindo o admirável mundo novo do livro de Aldous Huxley. Tais pessoas revelam fragilidade psicológica, espiritualidade de ocasião, materialismo raso, pragmatismo interesseiro, relativismo moral, apego ao dinheiro, acomodação ao conforto e às facilidades que a civilização oferece. São facilmente cooptadas pelas forças do mal, corruptoras, e não lhes impõe resistência. Oferecem-se de alimento ao monstro escatológico, insaciável devorador de alma humana, e acreditam que estão denodadamente lutando com ele.

Este é o cenário que se me desvela. O futuro que nos aguarda não me parece o paraíso que muita gente profetiza, paraíso que se concretizará, acredita-se, se nos submetermos às ordens dos Senhores do Mundo.

Dia da Consciência Negra - 2

 O Brasil não é um país de racistas.

No Brasil há racistas.

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Esquerdistinhas usam linguagem escalafobética para dizer suas proverbiais asneiras, que poderiam ser ditas em linguagem comum. Compreensível. Querem dar um ar sapiencial às besteiras que dizem.

Eles dizem que no Brasil o racismo é estrutural, e não circunstancial. Ora, o que estão dizendo com tão obscuro linguajar?! Que o Brasil é um país de racista, e não que no Brasil há racistas. Trocando em miúdos: Para os esquerdistinhas o povo brasileiro é racista (a parcela branca do povo,  é óbvio) e a outra parcela, a não-branca, já ideologizada pelo neoliberalismo ocidental burguês dos extremistas da direita nazi-fascista, está dominada pelo discurso de seus opressores, daí não perceberem que vivem num país de racistas. E desta estrambótica visão das coisas, os esquerdistinhas concluem: Nós esquerdistinhas, e nós unicamente, temos o conhecimento da essência dos problemas das coisas do mundo, e nós, unicamente nós, podemos solucioná-los; portanto, nós, e só nós, e que isso fique bem claro, sabemos da verdadeira condição do negro em nosso país, e os negros têm de seguir as nossas orientações.

Dia da Consciência Negra

 Dizer que no Brasil há racistas não é o mesmo que dizer que o Brasil é um país de racistas.

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Um homem branco mata um homem negro. Qual foi a sua motivação? Antes mesmo de se apurar os fatos, os lacradores esgoelam-se, enraivecidos: Racismo.

Um homem negro mata um homem branco. Qual foi a sua motivação? Jamais dizem os lacradores que foi racismo.

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Homens brancos, de esquerda, ousam dizer para os homens negros o que estes são.

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Há pessoas brancas que odeiam pessoas negras, sabemos. Há pessoas negras que odeiam pessoas brancas, sabemos.

Há pessoas brancas que pedem o extermínio das pessoas negras, sabemos. Há pessoas negras que pedem o extermínio das pessoas brancas, sabemos.

Há pessoas brancas que falam em supremacia branca, sabemos. Há pessoas negras que falam em supremacia negra, sabemos.

Por que, sabendo-se de tudo isso, só pessoas brancas são chamadas de racistas, e pessoas negras não!?

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Os levantes populares, que de popular nada têm, são orquestrados para forçar governos a torrarem seus escassos recursos (ou alguém em sã consciência acredita que um país, por mais rico que seja, faz chover dinheiro?). É o que se faz, hoje em dia, nos país ocidentais, nos Estados Unidos principalmente. Os grupos Antifas e Black Lives Matter estão aí para, perpetrando ações violentas, quebra-quebra, forçar o governo dos Estados Unidos a gastar dinheirama para contê-los - e não falamos nos gastos que pessoas têm para protegerem-se e protegerem as suas propriedades. Não se pode imaginar o prejuízo que os EUA têm. O desperdício de recursos humanos e materiais é imensurável. O prejuízo econômico é incalculável, o que prejudica, imensamente, a economia americana, que se enfraquece na comparação com a de outros países, em eepecial na comparação com as de seus inimigos. Estes esfregam as mãos, de prazer sádico, ao verem Tio Sam tropeçando nas próprias pernas.

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Vários 2

 INFORMAÇÃO IMPORTANTE

Foi eleito prefeito de Pindamonhangaba o mais votado dentre os sete candidatos a prefeito.

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Vocês já repararam que com o aumento da escolaridade dos brasileiros estes ficaram mais burros?

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Buuuuuuuuu!

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Desejo aos anti-bolsonaristas o que eles não me desejam: Paz, felicidade, fortuna, riqueza. Enfim, tudo de bom.

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Mei pai está bem, obrigado por perguntar


- Bom dia, Zé.

- Bom dia, Tião.

- E seu pai, melhorou?

- Ele está bem. Quebrou só duas pernas.

- E ele tem quatro pernas!?

- Ele dá coice em muita gente, até nos filhos e na esposa. Se dá coice, ele é um cavalo; se é cavalo, é quadrúpede; se é quadrúpede, tem quatro pernas.

- Estimo melhoras para seu pai.

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Meu filho está bem, obrigado por perguntar


- Eu soube, Biel, que seu filho envolveu-se num acidente de carro.

- Não se preocupe, Beto. Ele está bem. Quebrou as duas pernas, um braço e só quatro costelas.

- E você diz que ele está bem!?

- E não 'tá, não?! Um braço dele 'tá inteiro. E vinte e nove costelas dele não sofreram nenhum arranhão.

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Minha veia satírica está cheia de sangue.

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Vocês perceberam que desde o início desta história de epidemia do Covid-19 a grande imprensa brasileira não tratou das críticas do físico grego Lefteris Kaliambos à Teoria da Relatividade de Albert Einstein?

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Há político que, em Gana, mente.

Há político que engana, mente.

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Palavras de sabedoria do Zeca Quinha


Se fossem formigas, os elefantes não seriam serpentes.


Abacateiros dão abacates porque os crocodilos não são legumes.


Era uma vez um peixe...

Esqueci o resto da história.


Se na Terra existisse uma substância que derretesse, em um segundo, um bloco de ouro de uma tonelada, ela existiria.


No deserto do Saara há trilhões e trilhões e trilhões de partículas de areia, e nenhuma delas é maior do que a Terra.


Um mais dois são três e dois mais um são três porque três é um algarismo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Vários

 Vocês já perceberam que nas suas auto-biografias os escritores falam de si mesmos!?

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O carinha idolatra Che Guevara, Fidel Castro, Karl Marx, Lênin, Stálin, Mao e outras criaturas saídas da cloaca do capeta e diz que o louco sou eu.

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Os anti-bolsonaristas acreditam que o menino, menino hoje, pode ser menina amanhã. Que besteira! O pintinho dele desaparece, e no seu lugar aparece uma borboletinha?!

E dizem que o louco sou eu.

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Mantenham distância dos pandemaricas, queridos bolsoringaminions. Da boca deles, sempre que eles a abrem para falar, saem lombrigas de nove dedos.

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A boca dos esquerdistas é mais fétida do que o fiofó do capeta.

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A moral dos esquerdistas não valem nem uma nota de três.

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Há, na terra, uma espécie animal bípede racional e uma quadrúpede estupidamente irracional. A bípede racional é a humana; a quadrúpede estupidamente irracional a esquerdista.

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Digo-vos a verdade, meus queridos bolsoringaminions: o Covid-19 era um bichinho fofinho, inofensivo. Um dia, um esquerdista cuspiu-lhe na cara, infectando-o com seu esquerdismo; e o bichinho, coitado! se transformou na criatura peçonha que hoje nos perturba.

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Reaprendam a andar com apenas dois pés no chão, pandemaricas.

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Queridos bolsoringaminions, vocês querem pular carniça? Pulem em cima de um pandemaricas.

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Pandemaricas, você escolheu viver de acordo com o manual do Novo Normal!? Não. E você diz: "Eu decidi viver o Novo Normal." Não, besta quadrada, não. Decidiram por você.

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Bolsoringaminions, vejam, em uma imagem, a essência do esquerdismo.

Milhões de esquerdistas fazem pela boca o que esta senhora imaculada fez pelo canal apropriado.

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"Não tomo cloroquina porque ela provoca efeitos colaterais."

Cloroquina é o único remédio que provoca efeitos colaterais, né, pandemaricas!?"

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Pandemaricas, já achataram a curva?

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Vejam só, queridos bolsoringaminions: os antibolsonaristas, que não querem saber de usar armas, dizem que sou fascista e nazista e que os militares são opressores, e se dizem anti-fascistas e contra a opressão.

Sem armas o que eles podem fazer contra os militares, os opressores militares, e eu, o fascista?!

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Os desarmamentistas dizem lutar contra os governos fascistas. Mas como pretendem derrotá-los, se eles contam com as armas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica?

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As pessoas que, indignadas com os homens que disparam um fiu-fiu para uma bonitona a dez metros de distância, condena-os ao fogo do inferno, encantam-se ao verem Joe Biden cafungando, em público, no cangote adocicado de donzelas de quinze anos, constrangendo-as.

*

Votaram no Bruno Covas os que sofrem de Síndrome de Estocolmo; e no Guilherme Boulos os sadomasoquistas.

*

Para ser o Demóstenes brasileiro, eu só preciso pôr umas pedrinhas na boca e falar às ondas do mar.

*

Se sabem os anti-bolsonaristas que sou louco, por que eles se surpreendem sempre que faço uma loucura?

*

Surpreenderem-se os anti-bolsonaristas com as loucuras que faço, compreendo. Mas surpreenderem-se ao me verem fazendo loucuras, não.

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Querem os anti-bolsonaristas prenderem-me numa camisa-de-força e trancafiarem-me numa fétida enxovia de uma casa de Orates. Burrice! Perda de tempo! Pois continuarão loucos.
*
A minha sanidade enlouquece os anti-bolsonaristas.
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Fossem sensatos, os esquerdistas teriam se recusado a nascer. Teriam se auto-abortados.
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Os esquerdistas, dizem seus adversários, só têm idéias bestas. Besteira das grossas! São as idéias bestas que têm os esquerdistas.
*
Os EUA têm bombas nucleares, bombas de nêutrons, drones, armas químicas, armas biológicas. O Brasil tem armas de destruição neurológica: os livros do Paulo Freire.
Já ganhamos a guerra!
Vem, Biden, vem quente, que eu tô fervendo.

Ou perdemos a guerra?! Puxa vida! Eu tinha esquecido que os meus antecessores usaram os livros do Paulo Freire contra os próprios brasileiros. Acho que dancei feio nesta história - nota de rodapé de BOLSORINGA.

domingo, 15 de novembro de 2020

Bolsoringa

 


Um esquerdista define Democracia:

Eu tenho o direito de ofender quem eu bem entender e quem eu ofendo tem a obrigação moral se me agradecer as ofensas que lhe faço.

*

Dos esquerdistas, dois momentos inesquecíveis:

1) Trump, ianque imperialista calhorda! Bolsonaro, patife, está entregando o Brasil para os Estados Unidos.

2) Biden, meu amor. Bolsonaro, entregue, por favor, o Brasil para os Estados Unidos.

*

Qual política do Trump prejudicou o Brasil?

Qual política do Bolsonaro revela sua subserviência ao Trump?

Qual política do Bolsonaro é de inspiração fascista e nazista?

Eu vejo antibolsonaristas e antitrumpistas dizendo que Trump prejudica o Brasil e que o Bolsonaro é servil ao Trump e que Bolsonaro e Trump são fascistas e nazistas, mas nenhum deles dá um exemplo, um exemplo que seja, para sustentar tais declarações.

*

O casal mais charmoso e simpático da (D)etectiv (C)omics é Coringa e Arlequina.

O casal mais charmoso e simpático da (T)upiniquim (C)omics é Bolsoringa e Cloroquina.

*

A guerra do século

Bolsoringaminions x pandemaricas.

*

Cloroquina rima com Arlequina. Arlequina é a namorada do Coringa. Coringa rima com Bolsoringa.

Então, vivas à Cloroquina!

*

Por que o George Bush (o filho; não o pai) mandou o Tio Sam invadir o Iraque? Porque o Iraque não tinha pólvora.

*

Dizem que o Bolsonaro é igual o Coringa, tal qual ele em cor e cheiro. E o que o Coringa faz com seus inimigos? Enlouquece-os.

Avante, bolsoringaminions!

*

O anti-bolsonarista orneja: "Bolsonaro é nazista e fascista!."

Tais palavras saem-lhe da boca, e entram-lhe pelos ouvidos. E ele acredita que ouviu uma sentença divina.


sábado, 14 de novembro de 2020

Bolsonaro, Brasil - vários

 


O presidente Jair Messias Bolsonaro responde a uma ameaça explícita de Joe Biden, candidato a presidente dos EUA, ao Brasil, e os anti-bolsonaristas concluem que ele pôs o Brasil sob o risco de se envolver em um confronto bélico com os EUA. Que salto quântico, o do pensamento da galera lacradora!

Nota de rodapé: É impressão minha, ou os patriotas anti-bolsonaristas, que se indignam ao testemunhar o presidente Jair Messias Bolsonaro curvar-se, segundo eles, reverentemente, ao Trump, tremem nas pernas ao imaginar uma guerra entre o Brasil e os EUA, e rezam para o presidente Jair Messias Bolsonaro entregar o Brasil para o Biden?!

*

O presidente Jair Messias Bolsonaro é um mestre da oratória. Em seus discursos, mistura o clássico e o popular, referências à arte militar, e eufemismos, metáforas, metonímias; enfim, ele usa uma linguagem popular, bem popular, não raras vezes rasteira - o que não deixa de ser popular. E os anti-bolsonaristas, que não têm instrução literária, nem a popular, tampouco a erudita (e são gente de muita má-vontade), não o entendendo, declaram que ele é louco. O espírito de Simão Bacamarte baixou neles, e eles estão convencidos de que são os lúcidos da história.

Nota de rodapé: "Pipocas!", é um eufemismo de sabor camoniano. E "acabada a saliva, usa-se pólvora", retórica metonímica.

*

Por que os anti-bolsonaristas trocam os pés pelas mãos, confundem alhos com bugalhos, sempre que se põem a comentar uma fala do nosso querido e amado presidente Jair Messias Bolsonaro? Porque ele, sem querer - querendo!? -, ao usar uma linguagem livre, informal, popular, metonímica, metafórica, acaba por revelar, deles, a ignorância - acompanhada, sejamos sinceros, de uma boa dose de má-vontade e má-fé. Tais pessoas, quando não o interpretam ao pé-da-letra, confundem-se, emprestando-lhe motivações inexistentes. São hilários.

*

A Organização Global de Saúde decreta:

Medidas de Combate ao Covid:

Para impedir a disseminação do vírus e dar fim à pandemia:

1) Cortar as pernas das pessoas que não respeitam o confinamento residencial;

2) Cortar a língua das pessoas que se atrevem a contestar, falando, as nossas políticas sanitárias;

3) Cortar os dedos das pessoas que ousam, nas redes sociais e em blogs e sites, publicar textos, por elas mesmos digitados, contrários às nossas determinações.

*

Era uma vez, num passado muito, muito distante, tão distante que se perde no tempo, um ditador, tão mal, que armou um exército e arremessou-o contra o povo; e o povo reagiu, com armas em punho. E muita gente morreu durante o confronto. E após vários dias de combate encarniçado e sanguinolento, o povo sucumbiu às forças superiores do ditador, que, vitorioso, escravizou-o e conservou-se no poder com mãos de ferro.

É o ano de 2.020. Um ditador, por meio da mídia, falou ao povo de um vírus mortal. E o povo, assustado, amedrontado, suplicou-lhe, altivo: "Liberte-me, meu senhor. Liberte-me. Mande-me ficar em casa, e eu nela ficarei. Mande-me usar máscara, e eu a usarei. Mande-me me vacinar, e eu me vacinarei. Mande-me ofender as pessoas que não ficarem em casa, não usarem máscara e não se vacinarem, e eu as ofenderei. Mande-me denunciar comerciantes que abrirem suas lojas e pessoas que se reunirem, em suas casas, com seus familiares, e eu os denunciarei. Liberte-me, meu senhor. Liberte-me."

E o ditador libertou o povo.

*

Neste ano de 2.020, eu tive duas razões para não ir votar:

1) Nenhum candidato a prefeito se chama Epaminondas; e,

2) Nenhum candidato a vereador se chama Teodorico.

Explico-me: Desiludo com os candidatos a prefeito e a vereador nos quais votei nas eleições passadas, vendo-os eleitos, testemunhando-lhes, na condução da coisa pública, atos reprováveis, que provavam que eles não tinham honra, ao se revelarem por inteiro em sua iniquidade e seus mau-caratismo e descompromisso com o bom uso do dinheiro público, pensei, na véspera das eleições deste ano, em me conduzir até a urna eleitoral, e votar em algum candidato, mas não em candidatos que com aqueles que me desiludiram tivessem alguma semelhança, alguma afinidade. Pensei, remoí os meus pensamentos, e lembrei-me de um detalhe que até então havia me passado despercebido: Todos os candidatos nos quais votei nas eleições anteriores tinham nomes comuns: José, João, Maria, Renata, Paulo, Pedro, Madalena, Cláudia. Então, se candidatos com nomes comuns revelaram-se verdadeiros pulhas, pensei com os meus botões, vigilantes e perspicazes: Candidatos com nomes incomuns são confiáveis. Dei tratos à bola, e não durou muito veio-me os nomes de Epaminondas e Teodorico. Embora eu nenhum Epaminondas conheça, e tampouco um Teodorico, sei que tais nomes existem. Eu já os encontrei em livros - se não me falha a memória, de autores gregos de quinhentos anos antes de Cristo e de autores lusitanos da era medieval. Então estava decidido: Eu iria votar em um candidato a prefeito que se chamasse Epaminondas e num candidato a vereador que se chamasse Teodorico. Consultei as listas de candidatos. Na de candidatos a prefeito, nenhum Epaminondas; na de a vereadores, nenhum Teodorico. Frustrado, desiludido, contrariado, sem poder satisfazer a minha vontade de cumprir um dever cívico, o de votar, tive de me conservar em casa, deprimido, angustiado, durante as vinte e quatro horas do último domingo. Fosse eu um cidadão descompromissado, daria uma razão qualquer, bem disparatada, para justificar a minha decisão de não ir votar.

Onde já se viu eleições sem candidatos chamados Epamimondas e Teodorico! E tem gente que acredita que o Brasil é uma democracia! Tolos!

*

*

Há seis, sete meses informava-se os casos de Covid-19, e adicionavam: Os casos estão subnotificados. Para convencer a todos de que o perigo era maior do que se pensava, diziam: o Covid-19 é muito rápido e os assintomáticos, numerosos, transmissores do vírus - daí a razão de se decretar a quarentena total.

Agora, anunciam cinco milhões e mais alguns punhados os casos de pessoas infectadas pelo chinavírus; e não dizem que tais dados estão subnotificados. Motivo: Cinco milhões representam apenas 5% da população brasileira; portanto, a epidemia está longe de acabar, o que ocorrerá, dizem, quando se alcançar a imunidade de rebanho, isto é, quando 50% da população brasileira estiver infectada.

Ora, se ao atingir 50% dá-se a imunidade, então, isoladas as pessoas, o vírus se espalhará mais lentamente, adiando, sempre, o fim da epidemia. Indefinidamente, é provável.

*

Os anti-bolsonaristas são criaturas engraçadíssimas. Eles se dizem patriotas, condenam o presidente Jair Messias Bolsonaro, que, segundo eles, está entregando, e de mão beijada, o Brasil para o Trump, o imperialista ianque, e louvam o Joe Biden, que, se na presidência dos Estados Unidos, ele prometeu, irá antagonizar o Brasil.

*

Joe Biden, se confirmado presidente dos Estados Unidos, envidará todos os esforços em defesa dos Estados Unidos (na teoria, pelo menos); se baterá contra o Brasil - e já sinalizou que o fará. E o presidente Jair Bolsonaro rejeitando, com altivez, as ameaças americanas (melhor, bideanas), os anti-bolsonaristas - legítimos patriotas - elogiar-lhe-ão a coragem, ou o reprovarão?

*

Os anti-bolsonaristas nunca me decepcionam: Hoje eles bostejaram asneiras maiores do que as que bostejaram ontem.

E amanhã, tenho certeza, não me decepcionarão: Bostejarão asneiras maiores do que as que hoje já bostejaram e do que as que ainda bostejarão.

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- São milhares as denúncias de fraudes nas eleições americanas.

- Não há fraudes nas eleições americanas.

- Você reuniu todas as denúncias de fraudes, investigou-as?

- Não. E você também não.

- É verdade, eu não as investiguei. Mas eu  não disse que há fraudes; eu disse que são milhares as denúncias de fraudes.

*

Um egiptólogo egípcio desembarcou, ontem, no aeroporto de Viracopos. Ao ver um homem com camisa vermelha, do PT, estampada com os dizeres "Ele não" e "Lula livre", exclamou: "Quem é esta múmia!?" E tratou de mumificá-la.

*

Fossem sinceros em seu patriotismo, os esquerdistas brasileiros estariam, agora, criticando, dura e fervorosamente, o Joe Biden, que ameaçou reunir o mundo contra o Brasil, e não o presidente Jair Messias Bolsonaro, que, falando em defesa do Brasil, respondeu ao Biden. Eles, todavia, têm compromisso com um mundo imaginário vindouro, o paraíso socialista, utopia que mentes demoníacas engendraram, e não com o Brasil. Não surpreendem ninguém que tenha um minúsculo conhecimento da mentalidade esquerdista e bom-senso.
Para não desmascararem-se em público, revelando a todos a feiúra de seu caráter, simulam horror à fala do presidente Jair Messias Bolsonaro, metonímica, apresentando-o como um demente megalomaníaco, destrambelhado, incontinente, que põe o Brasil em rota de colisão com os Estados Unidos da América, o que se configuraria, segundo tais espíritos iníquos, uma ameaça à existência do Brasil, sendo que, na verdade, o presidente brasileiro, ao seu estilo direto, expôs aos quatro ventos a impotência do Brasil numa área sensível, a militar, sendo o Brasil incapaz, se agredido por uma força estrangeira, de defender a vida de duzentos milhões de descendentes de Peri e Ceci. E toda pessoa realista sabe que o presidente Jair Messias Bolsonaro disse a verdade nua e crua.
Fossem sinceros, portanto, em seu patriotismo, os esquerdistas, neste momento, preocupados com a situação vulnerável do Brasil, país que se revela frágil na área militar, sugeririam um armísticio ao presidente Jair Messias Bolsonaro, estender-lhe-iam as mãos, uniriam com ele esforços, reconhecendo, publicamente, o estado periclitante das Forças Armadas brasileiras, repudiariam Joe Biden, e se desdobrariam num estudo dedicado, intenso, à questão militar e à vulnerabilidade brasileira, que faz do Brasil alvo predileto de ambiciosos agentes estrangeiros, sejam eles imperialistas ianques em vísivel estado demencial e mendazes corruptores da moral, ou comunistas do oriente mancomunados com globalistas ocidentais.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Bolsonaro, Biden, Brasil

 Escrevem hagiografias do Lula e reclamam dos bolsonaristas - bolsominions, para os íntimos -, que apóiam, incondicionalmente, o presidente Bolsonaro, e alcunham-los, sempre num tom de superioridade moral - da qual são desprovidos - fanáticos, gado bolsonarista.

*

Escreverei um panegírico ao Bolsonaro. Em prosa, claro; não sei escrever poesia. Os trabalhos do Bolsonaro superam os doze de Hércules, em quantidade e em complexidade. É Bolsonaro um personagem mitológico.

*

E vem chuva em Sampa.

Sob as nuvens grávidas de água, o paulistano exclama:

- O céu, sô! russo, mano!

*

- O mundo está isolando o Brasil, bolsominion.

- Compreensível. Não temos mais o Pelé e o Garrincha.

*

- Você está barrigudinho. Precisa perder essa barriguinha - comentou, zombeteiro, o nota de rodapé a reboque de uma tromba de elefante.

- E onde eu deixarei o meu estômago!? - indagou-lhe o alvo da zombaria, indiferente.

*

- Esta chegando a segunda onda.

- Suba na prancha - exclamou o surfista.

*

Substituíram quarentena por Lockdown porque Quarentena lembra Curupira, Saci e Boitatá. E brasileiro não teme personagens folclóricos tupiniquins tão inofensivos, de aparência simpática e espírito amigável. Já Lockdown lembra os deuses nórdicos, dos bárbaros, asselvajados vikings. E ao pensar neles vem à mente o Ragnarok, o fim de Midgard. Agora a coisa é séria.

*

Um oxímoro e um truísmo.

O oxímoro: Esquerdista honesto.

O truísmo: O socialismo é belo e formoso só na cabeça dos socialistas.

*

O que pensam do Bolsonaro o Simão Bacamarte e o Barão de Munchausen?

O Simão Bacamarte: "O Bolsonaro é louco."

O Barão de Munchausen: "O Bolsonaro tem a cabeça no mundo-da-lua."

*

... e os anti-bolsonaristas (que dizem que o Bolsonaro está entregando o Brasil para o Trump), antevendo, em sua imaginação histérica, uma guerra entre Estados Unidos e Brasil, suplicam ao presidente brasileiro que entregue, e de bandeja, o Brasil para o Biden.

*

Ao deboche dos anti-bolsonaristas responde-se com um discreto, pontiagudo, sorriso de escárnio.

*

Para os feministas um "Fiu-fiu" à distância de dez metros é assédio sexual, e o assediador merecedor de execração pública; e um toque, por um homem, de mão, respeitoso, educado, no ombro de uma mulher, também é assédio sexual.

E os feministas estão vendo o Joe Biden cheirar indiscreta e obscenamente cabelos e pescoços de meninas, e tocá-las, constrangendo-as, e não emitem nenhuma nota de reprovação, nem um pio de protesto.

*

Sérgio Camargo, negro, presidente da Fundação Palmares, é difamado por não poucas pessoas. E o que dizem os aguerridos defensores dos negros em defesa dele? Nada.

*

"Quando acaba a saliva, temos que usar a pólvora."

Tradução: Um país só é soberano se tem um corpo diplomático inteligente e patriota e Forças Armadas com elevado poder de dissuasão.

Agora a galera lacreadora entenderá. Ou não!?

*

Os anti-bolsonaristas, além de incapazes de entender o que lêem, não entendem o que ouvem. O presidente Jair Messias Bolsonaro, ao dizer que, esgotada a saliva, usa-se a pólvora, expressou o seguinte pensamento: um país só é soberano se conta com um arsenal bélico dissuasivo e Forças Armadas bem treinadas. Foi uma resposta ao Joe Biden, e não os Estados Unidos. E os anti-bolsonaristas, também anti-americanos, descobriram, agora, a grandiosidade do poderio militar do Tio Sam, admiram-lo, e, sonhando com o Joe Biden na Casa Branca (possibilidade, parece, a cada dia mais remota), já lje pedem que use o arsenal bélico (e também o econômico e o político) americano contra o Bolsonaro. Querem entregar o Brasil ao Tio Sam; melhor, ao Titio Biden. Patriotas!

*

Se o colégio eleitoral americano confirmar o voto popular, e eleger Joe Biden presidente dos Estados Unidos, e ele ameaçar o Brasil com sanções econômicas, caso o Brasil não proteja (?) a Amazônia, e se o presidente Bolsonaro, em defesa da soberania brasileira, confrontá-lo, os anti-bolsonaristas, que dizem que o presidente brasileiro é servil aos Estados Unidos (de Trump), dirão que Bolsonaro é um legítimo patriota, um autêntico defensor da soberania brasileira, ou que ele é um isolacionista radical, um nacionalista autoritário, que está transformando o Brasil num marginal internacional!? Pergunta retórica, é claro. Usarão os anti-bolsonaristas dos mais criminosos artifícios sofísticos para seguirem a difamá-lo.

*

Bolsonaro e o M.A.R.I.C.A.S.

Em 2019, enquanto a Amazônia ardia em chamas, fiz uma piada - bobinha, é verdade: O Bolsonaro é o responsável, devido às queimadas, pela extinção de quatro espécies animais, nenhuma delas existentes na Amazônia: Dragão de Komodo, Girafa, Tubarão e Elefante (não me lembro se foram estes os animais que citei, mas este detalhe é irrelevante). E uma bonitona de um pouco mais de quarenta primaveras deu-me o ar de sua graça e disse-me que lamentava o meu comentário e que eu sabia o que eu tinha no meu coração, querendo me dizer que sou um malvadão de marca maior, e desfez-me a amizade. E no mesmo ano, nas efemérides do Dia da Consciência Negra, fiz uma piada - bobinha, eu sei: O Zumbi dos Palmares, um zumbi, é um personagem do Walking Dead, e não da História do Brasil. Com outras palavras. E apareceu-me um bonitão nos seus cinquenta anos de idade dizer-me que lamentava o meu comentário sarcástico e insinuar que sou racista. A bonitona e o bonitão que me antagonizaram nestes dois episódios da minha biografia são perfeitos espécimes de maricas que o presidente Bolsonaro reprovou no seu já histórico discurso. São os maricas tipinhos hipersensíveis, histéricos, associados ao M.A.R.I.C.A.S.; gente que se ofende à toa, floquinhos-de-neve umbigocêntricos que se têm na conta de entidades superiores, autênticos heróis da humanidade, merecedores de uma estátua de bronze.

Ao seu estilo discreto, sem papas na língua, o presidente Jair Messias Bolsonaro foi certeiro - daí a reação virulenta do M.A.R.I.C.A.S.

Nota de rodapé: M.A.R.I.C.A.S., Movimento dos Agentes Revolucionários que Inconscientemente Contribuem para a Anarquia Social.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Brasil e EUA

 Os EUA são o inimigo número 1 dos esquerdistas, estes autênticos patriotas tupiniquins; mas bastou o Biden ameaçar o Brasil que eles se bandearam para a turma do Tio Sam (Tio Sam sob as ordens do Biden, claro); e assim que o nosso querido presidente Bolsonaro falou, em resposta ao Biden, em defesa da soberania brasileira eles, conscientes uns, inconcientes outros, escancaram de vez a lealdade aos socialistas. Os esquerdistas não têm, conquanto digam o contrário, nenhum sentimento de amor e gratidão pela terra da qual tiram o sustento. O compromisso deles é com aqueles que almejam a destruição do Ocidente.

Covid e EUA

 O George Washington votou no Biden - dizem por aí. Não sei se é verdade.

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Se os chineses criaram o Covid-19 eu não sei, mas que o bichinho tem zóinhos puxados, tem.

*

Para dizimar o Covid-19

O Covid-19 é transmitido pelo ar. Pelo ar ele vai de uma pessoa para outra. Então, para impedi-lo de ir de uma pessoa para outra, deve-se eliminar o ar. Assim, o Covid-19, preso no corpo da pessoa que ele já infectou, não podendo ir para o corpo de outra pessoa, morre.

Eliminar o ar é medida de combate ao Covid-19 mais sensata e eficiente do que o uso de máscaras pelos seres humanos, pois elas não impedem que ele pule de uma pessoa para outra.

Nota de rodapé: O Covid-19 pula?

Anti-Bolsonaro

 Os anti-bolsonaristas ouviram a ministra Damares, aludindo à ideologia de gênero, falar em azul e rosa, e entenderam que ela queria obrigar os meninos a usar roupa azul, e as meninas, rosa; ouviram o então ministro da educação, Weintraub, falar em contingenciamento de verbas, e entenderam que ele falou que iria cortar verbas; ouviram o ministro Guedes falar de taxa de câmbio e da Disney, e concluíram que ele era contra a viagem de brasileiros pobres aos EUA; não leram o decreto presidencial 10.530/2020, e concluíram que ele trata da privatização do SUS. Os anti-bolsonaristas, enfim, sempre adulteram, uns por má-fé, outros por má-vontade, o significado das palavras do nosso querido e amado presidente Bolsonaro e de seus ministros, e subvertem o teor das políticas dele.

Bolsonaro e a carapuça

 ... Bolsonaro joga a carapuça, e os anti-bolsonaristas estapeiam-se: "É minha! É minha! É minha!"

Bolsonaro e Biden

 "Quando acaba a saliva, tem que ter pólvora." - disse o presidente brasileiro, referindo-se às ameaças que o então candidato à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, fez ao Brasil: a de reunir todo o mundo contra o Brasil caso o Brasil "não cuide da Amazônia" (!?). Com tais palavras quer o presidente brasileiro dizer que um país, em defesa de sua soberania, precisa ter forças armadas poderosas que sirvam de dissuasão às forças estrangeiras que ambicionem agredi-lo. E qual foi a reação dos anti-bolsonaristas, que sempre apontam Bolsonaro como um presidente servil às forças estrangeiras (forças estrangeiras, entenda-se, quer dizer Donald Trump)?! Zombaram do Bolsonaro, ao mesmo tempo que reconhecem que as forças armadas brasileiras seriam impotentes diante do poderio, irrivalizado, dos Estados Unidos, país que, se assim o desejasse, faria, e da noite para o dia, do Brasil uma colônia. Para felicidade nossa, os sobrinhos do Tio Sam jamais se lançaram em tal empreitada, da qual se consagrariam bem-sucedidos sem que precisassem suar muito a camisa. É triste reconhecer a impotência do Brasil na área militar, mas é esta a realidade - e a realidade tem de ser dita. Eu só não compreendo - mentira, compreendo - porque os anti-bolsonaristas que, repito, declaram, sempre de peito cheio, que Bolsonaro é servil aos Estados Unidos, agora, num tom jocoso, supostamente inteligente, o criticam porque ele reconhece que estará o Brasil ameaçado pelos Estados Unidos durante um possível governo Biden.

Num possível confronto econômico entre Brasil (de Bolsonaro) e os Estados Unidos (de Biden), do qual, é certo, impondo ao Brasil sanções econômicas os Estados Unidos prejudiquem-no imensamente, os anti-bolsonaristas, que são, também, anti-americanos, e, assim eles dizem, autênticos patriotas, irão em favor do Brasil, ou, contra o Brasil, fazer coro ao governo americano?! 

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Os bobões da cidade - mensagem de Barnabé Varejeira

 Mensagem do Barnabé Varejeira - Os bobões da cidade


Cérjim, meu amigo, amigo do peito, agora eu tô, no Uátesápe, côs meus dedo caloso, enviano mensage pa mia muié e pa mia fia, que tão aqui do meu lado, à mesa, bebeno o café-da-manhã. Pa mia muié eu mandei mensage de amô, e ela gostô; sorriu, inté, a malandrinha, e me mandô um coração bem vermeio; eu vi os sorriso no rosto bonito da mia patroa. Eu vi. A patroa gostô da mensage de amô que mandei pa ela. Aquele sorrisinho, sorrisinho bonito que eu conheço muito bem... E pa mia fia eu mandei mensage de carinho de pai, com dois coraçãozinho.

Mas eu não quero falá, Cérjim, das mensage que mandei pa mia muié e pa mia fia; quero falá do mocorongovírus, um bicho-papão que veio da China, que fica perto de onde Judas perdeu as bota. Ora, quem viu o mocorongovírus!? Ninguém viu. Os ómi das cidade são uns bobão, todos eles. Todos bobão. Lê livros, e acha que são sabido. Vai pas facurdade, e vira cabeçudo. Não usam a massa cinzenta que Deus enfiô nas cabeça deles. Até em Pinamoangaba, a maió metróple deste e de ôtros praneta, os ómi que vive nas facurdade são bobão, querdita em quarqué bestêra. Se as bestêra tá nos livro, eles querdita que é verdade; se os cientista falá bestêra, eles querdita que é coisa séria. Se os cientista diz: "Tatu voa.", Eles querdita. E pru que eles querdita!? Pruque cientista têm diproma uvinersiotário. Os ómi das cidade grande acha que o conhecimento das coisa da vida tá na fôia de papér que traz inscrivido "diproma". Grande porcaria!

E o mocorongovírus, quem viu!? Ninguém viu ele. O mocorongovírus tem pernas!? Ninguém sabe se tem. Ninguém viu ele. Ele tem braços, cabeças, olhos, narizes e pestanas?! Ninguém sabe. E testa ele tem?! E quantas? Ninguém sabe. E pru que tá todo mundo co medo dele? Pruque são bobão. Pruque, dizem, ele mata gente. Ora, mas a vida mata gente; a gente tá vivo pa morrê um dia; e só Deus Nosso Senhor sabe quano. Nóis ómi não é eterno, nem imortal; nóis morre; só Deus é imortal, é eterno, vive desde antes de Ele criá o mundo e viverá até depois de Ele destruí o mundo. Os ómi, não; os ómi morre. E os ómi, e as muié tamém, da cidade tamém morre; não são eterno. Eles percisa entendê isso, e isso é a verdade verdadeira.

E ôtra coisa: Pa se vivê bem tem que se gostá e buscá o ar livre, e o sór, e, tamém, e é o mais importante, tê o gosto de vivê, e tê famia e amigos. E tê espreança de vivê bem. E como os ómi da cidade tão viveno!? Tão viveno!? Não tão, não! Tão trancado nas suas casa, Não toma sór; não toma ar fresco; não se mexe; fica todos parado, assistino tebelisão, todo isolado uns dos ôtro; não se abraça, não se dão aperto de mão. E perdêro a espreança. Querem vivê trancado em casa; e qué que todas as pessoa fique trancada. É pa matá todo mundo, é!? E eu percebi, Cérjim, que os ómi dipromado, que tem diproma pregado na parede, ómi de vida mansa, têm medo do mocorongovírus, bicho que eles nuca viro, e ri da gente da roça pruque a gente querdita em curupira, lobisómi e bicho-papão. É vredade. Nóis querdita mermo, mas nóis enfrenta eles; enchemo os peito de força, de energia de Deus, pegamo os trabuco, e encaramo os bicho. Inté em onça e porco-do-mato eu já disparei uns tiro, e pa matá, mermo. Mas errei os tiro.

E hoje é só Cérjim. Ôtro dia eu mando ôtra mensage po cê. Inté.

E fique com Deus Nosso Senhor.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Caminhos da Floresta (Into the Wood) - Direção de Rob Marshall. Com Meryl Streep

Caminhos da Floresta (Into the Wood) - Direção de Rob Marshall. Com Meryl Streep


Caminhos da Floresta (Into the Wood) é um filme exemplarmente bem produzido que a ambição, inspirada na mentalidade revolucionária do politicamente correto, de recriar contos populares destruiu.

Liguei, vício inescapável, a televisão, sintonizei um canal qualquer, e, vendo que o filme que se exibia não era do meu agrado, sintonizei outro canal, e outro, e outro, até que em um deles, não me lembro qual, vi, à tela, cantando, sorridente e alegre e feliz, uma garotinha: a Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford), que logo reconheci - sua figura é inconfundível, independentemente de qual atriz a interprete. Graciosa, ela se fazia presente num cenário deslumbrante, encantador, que me transportou, sem em mim encontrar resistência, para seu mundo de fantasia. Atraído pela figura da cativante garotinha, amada personagem de um dos contos populares mais conhecidos em todo o mundo, extasiado pela bem realizada produção cinematográfica, ouvindo as canções, que se sucediam a curtos intervalos - e é Caminhos da Floresta um musical, gênero cinematográfico que jamais me atraiu -, acompanhei o desenrolar da trama, interessado em seu desenlace, que, antecipo a informação, não me agradou. E apresentam-se populares personagens de contos universais: João (Daniel Huttlestone), o menino dos feijões mágicos; Cinderela (Anna Kendrick), e seus sapatinhos de cristal; Rapunzel (Mackenzie Mauzy), e suas tranças quilométricas. E os coadjuvantes destas estórias, o antagonista da Chapeuzinho Vermelho, Lobo Mau (Johnny Depp); o Príncipe Encantado (Chris Paine) da estória da Cinderela e o príncipe (Billy Magnussen) da estória da Rapunzel; e a bruxa (Meryl Streep); e a madrasta da Cinderela (Christine Baranski) e suas filhas, Lucinda (Lucy Punch) e Florinda (Tammy Blanchard). E o padeiro (James Corden) e sua esposa (Emily Blunt).

Na aventura, fundem-se quatro contos populares animados pelos personagens já mencionados. Sucedem-se os eventos num bosque fantástico, de mistérios e encantos fabulosos. Um reino encantado. Dá mote ao entrecho a infertilidade da esposa do padeiro. O padeiro e sua esposa ignoravam que eram vítimas de uma bruxa que, tendo de seu jardim o pai do padeiro lhe surrupiado feijões mágicos, concretizou a maldição: o padeiro não teria descendentes. Assim que informou o padeiro e sua esposa da maldição que lhes arremessara, a bruxa, envelhecida porque seus feijões mágicos haviam lhe sido retirados do jardim, disse-lhes que desejava remoçar-se, resgatar sua beleza anterior, e que poderia desfazer a maldição que lançara contra eles, mas para tanto precisava, dentro de três luas, realizar um feitiço, para cuja execução eram indispensáveis um capaz vermelho, um sapatinho de cristal, leite de uma vaca branca e mecha de cabelos loiros. E saem à caça de tais objetos o padeiro e sua consorte.

E sucedem-se as adversidades, as personagens dos quatro contos populares cruzando-se, na floresta encantada, os caminhos uns os dos outros, encontrando-se e desencontrando-se, estranhando-se. A desconfiança entre eles era mútua. Enfim, após o Lobo Mau engolir a Chapeuzinho Vermelho e sua avó e elas lhe serem do ventre arrancadas; e João escalar, até o céu, o pé de feijão, e matar o gigante; e o príncipe libertar da torre Rapunzel; e o Príncipe Encantado conhecer a identidade da dona do perdido sapatinho de cristal, o padeiro e sua esposa obtêm os quatro objetos que a bruxa usaria no feitiço, e a ela os entregam, e assim que ela realiza o feitiço, o herdeiro do padeiro se faz crescer no ventre de sua esposa.

E encaminha-se para o seu encerramento a história... Foi o que eu pensei ao ver a cena que se seguiu, o da confraternização, num castelo, de todos os personagens, o que, entendi, indicava o fim da história, que se daria com o proverbial "E viveram felizes para sempre." Mas não era o fim da história, que estava na sua metade. A partir deste ponto, o filme desanda. Entendi que foi o objetivo dos realizadores do filme vender uma idéia muito cara aos politicamente corretos: novas formas de família em substituição à família tradicional. Está na pauta dos progressistas politicamente corretos, sabem as pessoas razoavelmente bem informadas, a destruição da família tradicional - que tem no pai e na mãe as autoridades, família que, entendem os progressistas, opressora, é nociva às pessoas, à civilização, porque patriarcal, sustentada por preconceitos, dizem, de obscurantistas pré-diluvianos - e sua consequente substituição por outros modelos de família, estes, dizem, libertários.

Decepcionou-me Caminhos da Floresta, que, se se encerrasse, em sua metade, com um "... e viveram felizes para sempre.", seria um primoroso conto de fadas.

Estupro

 Quando uma mulher acusa um homem de havê-la estuprado, é a ela que cabe o ônus da prova, ou é ele que tem de provar sua inocência?

*

A palavra da mulher vale mais do que a palavra do homem? Se sim, então a presunção de inocência vai para o ralo sempre que uma mulher acusa um homem seja do que for, pois o homem já está, em tais casos, condenado.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Don't be foolish - (1922) - de Billy West

 Don't be foolish - (1922) - de Billy West


As comédias antigas, do tempo do cinema em preto e branco, e mudo, têm um toque de humor - humor pastelão - irrivalizado. São simples, ingênuas, tragicômicas. Contêm sucessão de cenas hilárias gostosamente absurdas. De um nonsense disparatado. E este Don't be Foolish, de Billy West, um filme de quase um século de vida, é um belo exemplar de uma época em que os cineastas que se dedicavam a contar estórias engraçadas revelavam talento e amor à vida (amor à vida, sim, pois o humor que faz rir, gargalhar livremente, nasce do prazer de viver e de fazer viver), que os intitulados comediantes de hoje em dia não herdaram.

A aventura do protagonista tem seu início, numa praça, ele sentado num banco, a descascar bananas e a arremessar as cascas - sem o saber - na cara de policiais. Chamado por eles à razão, ele corre, e eles o perseguem. E ele os despista; todavia, pouco depois, encontra-se com eles, e a perseguição prossegue. E depara-se com uma mulher cujo rosto foi esculpido por um amante do grotesco, do horripilante. E escapa-lhe das garras. E os policiais o perseguem, e o capturam, e ele lhes escapa. E o capturam uma vez mais, e ele lhes escapa segunda vez. E prossegue a perseguição. E ele chega, por vias acidentais, ao apartamento da mulher de cujas garras escapara, e dela foge à abordagem. E sucedem-se cenas divertidíssimas, até que, enfim, o caso se resolve.

Sei que esta resenha nada conta do filme. Mas dele nada há para se contar além do que contei. E tenho de escrever, para encerrar: Só quem está de mal com a vida não se diverte ao assistir Don't be Foolish.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Entrevista com o senhor Inútil de Souza, candidato a prefeito - parte 3 de 3 - publicada no Zeca Quinha Nius

 Entrevista com o senhor Inútil de Souza, candidato a prefeito - parte 3 de 3 - publicada no Zeca Quinha Nius


INÚTIL DE SOUZA: Estamos acordados.

ENTREVISTADOR: Sim, estamos acordados. Agora, senhor candidato, diga o que o senhor pensa dos seus concorrentes à cadeira de prefeito da nossa cidade, os senhores Nulo da Silva e Zero à Esquerda.

INÚTIL DE SOUZA: O senhor Nulo da Silva é um zero à esquerda e o senhor Zero à Esquerda é uma nulidade. São dois inúteis, tipos desclassificados; dois vermes, tipinhos ridículos, patéticos. Sob a direção de qualquer um deles, os cidadãos desta cidade irão comer o pão que o diabo amassou, e amassou duas vezes, e o moeu, e o remoeu. Contenho-me para não dizer, com o vocabulário que me vem à mente, o que penso destes dois paspalhos, vagabundos, patifes, que nada mais pretendem, se eleitos prefeitos, do que se locupletarem, encherem as burras de ouro, e arrumarem sinecuras rendosas à esposa, aos filhos, aos parentes e aos amigos e aliados.

ENTREVISTADOR: Mas o senhor, senhor candidato, não irá ceder cargos municipais a familiares, parentes, amigos e aliados?

INÚTIL DE SOUZA: Sim, mas há uma diferença fundamental entre as pessoas que eu nomearei funcionários públicos e as que os senhores Nulo da Silva e Zero à Esquerda nomearão.

ENTREVISTADOR: E qual é?

INÚTIL DE SOUZA: A honestidade daquelas que eu nomearei e a desonestidade daquelas que eles nomearão. As que eu nomearei são honestas, trabalhadoras, cultas e competentes; as que eles nomearão, não. Eles nomearão a ralé, bichos nocivos, peçonhentos, saídos do esgoto, do esgoto mais fétido que há: a cloaca das genitoras delas.

ENTREVISTADOR: Senhor candidato, não perca a compostura.

INÚTIL DE SOUZA: Não a perderei. Não a perderei. E nem as estribeiras. Sou obrigado a declarar, todavia, que ao evocar as figuras repugnantes, asquerosas, repulsivas, de me dar engulhos, daqueles dois energúmenos diabólicos e luciferinos e satânicos ferve-me o sangue nos vasos sanguíneos e ficam-me à flor da pele os nervos. Eu e aqueles dois escorpiões somos como água e óleo; não nos misturamos. Somos seres distintos; eles não merecem viver  entre os justos; são duas abantesmas, duas quimeras oníricas cujo único propósito de vida é perturbar o coração dos justos.

ENTREVISTADOR: E qual política o senhor pretende, senhor candidato, implementar, para gerar empregos e melhorar o padrão de vida dos cidadãos desta cidade?

INÚTIL DE SOUZA: Políticas que os beneficiam e gerem empregos. Criarei mecanismos regulatórios de fiscalização que impedirão a malversação do dinheiro público e o mau uso do dinheiro privado. Regulamentos, necessários porque imprescindíveis ao bom e correto andamento das políticas municipais de combate ao desemprego, à doença, à insegurança e à violência.

ENTREVISTADOR: De concreto, o que o senhor irá fazer?

INÚTIL DE SOUZA: Pontes, viadutos, prédios, praças, parques, campos de futebol. Irei, tal qual Juscelino, construir prédios imensos, todos de concreto, e entrar para a História como um administrador público construtor de grandes obras, obras faraônicas. Infelizmente, o Niemeyer não está mais entre nós; ele, se ainda vivesse entre nós, poderia desenhar imensos e fabulosos prédios de concreto com linhas retas e linhas curvas, prédios que fariam desta cidade uma das maiores maravilhas arquitetônicas do mundo. Talvez um dia eu concretize tal sonho. E estou passando tal informação, e em primeira mão, ao Zeca Quinha Nius.

ENTREVISTADOR: E não nos esqueçamos, senhor candidato: O Zeca Quinha Nius é o maior e melhor hebdomadário digital do orbe terrestre e o senhor Zeca Quinha o seu primeiro e único fundador e editor-chefe e chefe do editor.

INÚTIL DE SOUZA: Não me esqueci. Não me esqueci.

ENTREVISTADOR: E o que o senhor, senhor candidato, pensa da atual política municipal, e da estadual, e da nacional e da internacional?

INÚTIL DE SOUZA: Penso muitas coisas, muitas, e com a minha cabeça, e não com a de outra pessoa. E penso bem, às vezes; em outras vezes, mal. Independentemente se bem, se mal, penso. E de tanto pensar a respeito da política, seja da municipal, seja da estadual, seja da nacional, seja da internacional, entendo que os meus pensamentos restringem-se ao que penso, e o que penso não raras vezes coincide, em tipo e grau, com o que outras pessoas pensam. É interessante pensar a respeito. E não raro os meus pensamentos, únicos, não coincidem com o pensamento de ninguém, o que prova que se pode pensar muitas coisas a respeito do que se está a pensar, ou do que já pensou, ou do que irá pensar. Chama-me a atenção um ponto: a política municipal, a estadual, a nacional e a internacional estão intrinsecamente conectadas, fundidas num todo que, embora heterogêneo, é homogêneo, e um dos seus postulados é a multiplicidade na unidade, e vice-versa. E o que posso dizer de mais sensato é: as políticas municipal, estadual, nacional e internacional correspondem a quatro círculos concêntricos, englobados por um círculo globalizante, cada uma delas um círculo, sendo o menor o da política municipal, e o maior o da internacional, e os outros dois, o da política estadual e o da nacional, intermediários, o da nacional maior do que o da estadual. E tais políticas entrechocam-se constantemente, embora os círculos que as representam não tenham contato uns com os outros; tais como linhas paralelas, não se tocam, mas, neste caso, as linhas são curvas, e não retas, e tão bem curvadas que formam, cada uma delas, um círculo.

ENTREVISTADOR: Senhor candidato, estamos nos aproximando do fim da entrevista cujo fim foi o de extrair do senhor os seus pensamentos, as suas idéias, as suas propostas políticas, o que obtivemos, e com agrado, o senhor a revelar boa-vontade desde o início, melhor, desde as consultas que ao senhor fizemos há duas semanas, quando ao senhor solicitamos uma entrevista, e o senhor, tão animado, aceitou a solicitação, sem se fazer de rogado. Agora, senhor candidato, iremos propor ao senhor um jogo de perguntas e respostas que consiste em dois ingredientes: as perguntas, que serão feitas pelo entrevistador, no caso, eu; e as respostas, que serão dadas pelo entrevistado, no caso, o senhor.

INÚTIL DE SOUZA: Mas isso já estamos fazendo desde o início da entrevista.

ENTREVISTADOR: Sim, senhor candidato, sim. Bem observado. Mas agora, senhor candidato, melhor, a partir do momento que iniciarmos o jogo que irei propor ao senhor, a entrevista assumirá outro aspecto, outra configuração, que não consistirá em perguntas com interrogações e em respostas; as perguntas se reduzirão à uma palavra, e as respostas em uma palavra.

INÚTIL DE SOUZA: Todas as perguntas se reduzirão a uma palavra e todas as respostas a uma palavra!? Neste caso, que se faça uma pergunta apenas, que eu darei uma resposta. Se as perguntas consistem em uma palavra, não há razão para se repetir a mesma palavra, portanto, a mesma pergunta, então...

ENTREVISTADOR: Senhor candidato, eu não me fiz compreender.

INÚTIL DE SOUZA: Faça-se compreender.

ENTREVISTADOR: Eu direi uma palavra qualquer, e o senhor, ao ouvi-la, dirá, com apenas uma palavra, o que vêm à sua mente.

INÚTIL DE SOUZA: Pingue-pongue.

ENTREVISTADOR: Sim, senhor candidato. Conhece?

INÚTIL DE SOUZA: Sim, conheço. E quem não conhece!?

ENTREVISTADOR: Posso começar?

INÚTIL DE SOUZA: À vontade.

ENTREVISTADOR: Fruta.

INÚTIL DE SOUZA: Batata.

ENTREVISTADOR: Carro.

INÚTIL DE SOUZA: Morcego.

ENTREVISTADOR: Cidade.

INÚTIL DE SOUZA: Unha encravada.

ENTREVISTADOR: Filme.

INÚTIL DE SOUZA: Tuberculose.

ENTREVISTADOR: Futebol.

INÚTIL DE SOUZA: Marmita.

ENTREVISTADOR: Revista.

INÚTIL DE SOUZA: Furúnculo.

ENTREVISTADOR: Senhor candidato, obrigado por nos conceder a entrevista, esclarecedora, inestimável contribuição ao debate político público. Tenha um bom dia.

INÚTIL DE SOUZA: O prazer é todo meu. E para encerrar, digo: Sonho administrar esta cidade e pô-la nos trilhos. E não quero sonhar com um pesadelo: ver um dos meus concorrentes sentado na cadeira de prefeito. E que todos tenham um bom dia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Entrevista com o senhor Inútil de Souza, candidato a prefeito - parte 2 de 3 - publicada no Zeca Quinha Nius

 Entrevista com o senhor Inútil de Souza, candidato a prefeito - parte 2 de 3 - publicada no Zeca Quinha Nius


ENTREVISTADOR: E quais são?

INÚTIL DE SOUZA: Quais são, não sei; eu apenas sei que as executo diariamente, dia sim, outro também, durante os dias, as semanas, os meses e os anos. As minhas atividades diárias ocupam-me o tempo durante o tempo que me ocupo com elas, executando-as. Durmo, almoço, acordo, assisto à televisão, bebo água, banho-me, janto, não necessariamente nesta desordem; e converso com minha esposa, meus filhos, e com amigos e parentes, não necessariamente nesta ordem. São inúmeras as minhas atividades diárias. Há dias que me ocupo com algumas delas, e não com outras. Em um dia ocupo-me com as atividades A, B, C e D, nesta sequência, e em outro com as atividades C, A, B, D, nesta ordem, e mais as atividades E, F, G, H, nesta sequência, ou noutra, e em outro dia ocupo-me, se me dá na telha, com as atividades A, B, C, D, E, F, G e H. Usei as letras A, B, C, D, E, F, G e H para me referir às minhas atividades diárias, mas não a todas elas, pois usei apenas oito letras do alfabeto, que tem mais de vinte letras, vinte e seis, para ser exato, e não todas elas; além disso, o número de atividades que me ocupam o dia supera as vinte e seis; sendo assim, faltando-me letras para indicá-las, tenho de recorrer à combinação de duas ou mais letras para indicar as atividades além das vinte e seis. Por exemplo, AB, CD e EF, ou, então, usar uma dupla, ou um trio, com a mesma letra, AA, ou AAA, BB, ou BBB, CC, ou CCC, e assim por diante. Se você entende ser muito complexo este meu sistema de listagem de atividades diárias, fique à vontade para usar outro, para você, além de mais simples, mais compreensível e de mais fácil visualização. Há quem prefira enumerar as atividades, indicando-as com algarismos numa lista que pode ir de 1 a 1.000, ou a 1.000.000, a depender da quantidades de atividades diárias disponíveis com as quais se ocupa durante as vinte e quatro horas de um dia.

ENTREVISTADOR: Se eleito prefeito, senhor candidato, qual sistema de lista de atividades diárias dos funcionários públicos o senhor irá implementar?

INÚTIL DE SOUZA: Ainda não me decidi por nenhum deles. Há inúmeras opções, umas simples, outras complexas, outras misto de simplicidade e complexidade, todas exequíveis desde que quem pretenda executá-las as execute. Para tratar do assunto, consultarei especialistas em adminitração pública. Terei de resolver tal imbróglio, e terminantemente. Pretendo criar um grupo de estudos para estudar tal questão, que, de tão extraordinariamente complexa, exigirá, no mínimo, vinte pessoas a ela dedicadas em tempo integral, light e diet, todas muito bem remuneradas, de minha inteira confiança, e inteligentes.

ENTREVISTADOR: E a quem o senhor, senhor candidato, entregará tal função?

INÚTIL DE SOUZA: Não poderei, você há de concordar comigo, delegar tal tarefa para qualquer pessoa, pessoa que, se desconhecida, isto é, pessoa que eu não conheço, irá sabotar o meu projeto de governo. Terei de entregar a responsabilidade de execução de tal tarefa para pessoas que eu conheço, e há muito tempo, pessoas em quem eu confio, por elas ponho a mão no fogo. E não nos esqueçamos: O grupo de estudos exigirá, para o bom andamento dos estudos, vinte pessoas, no mínimo; e todas estas pessoas têm de ser de minha inteira confiança; não poderei nomear qualquer pessoa para tal grupo de estudos.

ENTREVISTADOR: E quais nomes vêm, senhor candidato, à sua mente?

INÚTIL DE SOUZA: O da minha mulher, o do meu irmão, o do meu primo, e o de meu outro primo, e o de meu outro primo, e o da minha prima, e o da minha outra prima, e o do meu tio, e o da minha tia, e o da minha outra tia, e o de minha outra prima, e o do meu outro tio, e o de um amigo que estudou comigo no jardim-de-infância, e o de um pedreiro, que construiu a casa de um amigo meu, e o deste meu amigo, e o de outro amigo meu, amigo do peito, de longa data, com quem eu jogava futebol num campinho-de-várzea do bairro do Cantagalo, e o da irmã de um amigo meu, e o deste meu amigo.

ENTREVISTADOR: O senhor, senhor candidato, disse que vêm à sua mente o nome de um amigo com quem o senhor estudou no jardim-de-infância. Quero, senhor candidato, chamar a atenção do senhor para um detalhe: num jardim-de-infância não se estuda; brinca-se. Posso concluir, portanto, que no jardim-de-infância o senhor não estudou com o seu amigo cujo nome o senhor lembrou ao pensar em nomes que irão ocupar cargos relevantes no grupo de estudos que estudará a metodologia apropriada para a listagem das atividades diárias dos funcionários públicos.

INÚTIL DE SOUZA: É verdade. É verdade. Você fez bem, para mim e para os leitores do Zeca Quinha Nius, em chamar-me a atenção para este ponto.

ENTREVISTADOR: Não é um ponto, senhor candidato; é um detalhe.

INÚTIL DE SOUZA: É verdade. É verdade. É um detalhe, e não um ponto.

ENTREVISTADOR: E não podemos, senhor candidato, deixar de dizer que o Zeca Quinha Nius, o maior e melhor hebdomadário digital do orbe terrestre, é o primeiro e único hebdomadário digital criado pelo senhor Zeca Quinha, seu primeiro e único fundador e seu editor-chefe e chefe do editor.

INÚTIL DE SOUZA: Não nos esqueçamos deste ponto.

ENTREVISTADOR: Agora, sim, trata-se de um ponto.

INÚTIL DE SOUZA: E é um ponto bem pontual, que aponta para a importância do senhor Zeca Quinha para o jornalismo digital nacional, e também para a do mundial.

ENTREVISTADOR: E do extra-galáctico.

INÚTIL DE SOUZA: Sim. E do extra-galáctico. E aproveito o anzol, um dispositivo rudimentar apropriado à captura de assuntos relevantes cuja abordagem tem de vir acompanhada de uma premissa desacompanhada de uma conclusão, embora a preceda, para tratar de uma questão, que não diz respeito ao anzol: Para evitar confusões e mal-entendidos, e desentendimentos, e não perder tempo com questões que, de tão inúteis, ocupem-nos demasiado tempo e promovam confrontos que, ao redundarem em conflitos, terminem em guerra interminável, tenho de esclarecer um ponto: Para a lista de nomes do grupo de estudos ao qual já nos referimos e do qual falamos e tratamos há pouco, lembrei-me de nomes de pessoas de minha inteira confiança, o que não quer dizer que tais nomes irão exercer as tarefas diárias; exercerão as tarefas diárias as pessoas cujos nomes me veio à mente. Quero deixar bem claro este ponto.

ENTREVISTADOR: Não é um ponto, senhor candidato; é um detalhe.

INÚTIL DE SOUZA: Serei sincero: Não estou certo se é um ponto, se um detalhe; seja um ponto, seja um detalhe, o certo é esclarecê-lo para evitar atritos desnecessários.

ENTREVISTADOR: Neste ponto, senhor candidato, com o senhor estou de pleno acordo.

A horta e a chuva

 A chuva que o céu descarregou em Pindamonhangaba desde sexta-feira impediu-me de aguar a horta, que recebeu um derramamento de água de deixar Noé com inveja. Hoje, segunda-feira, o dia amanhece nublado. Peço a Deus que não chova, para que eu possa aguar a horta, que tá precisando de uma boa chuveirada de regador.