quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [8 de 10]

Deixei para hoje, segunda-feira, 26 de agosto, a redação do texto que, no dia 23, sexta-feira última, comprometi-me a escrever.
Li, sexta-feira, o capítulo 8, a partir da sessão "Dividir para Conquistar" (página 96), que trata do estímulo que se dá, hoje em dia, à fragmentação da sociedade em pequenas agremiações, tribos urbanas. Os integrantes de cada tribo encontram razões para a criação de uma identidade comum, distinguindo-se do restante da sociedade, à cuja margem vivem, no desejo, vão, de com ela romperem todo contato, dela prescindindo.
O esforço à constituição da personalidade individual se dá em função da subserviência de toda pessoa à tribo com a qual cada uma se identifica; e é tão radical a identidade grupal, que os membros de uma tribo hostilizavam os de todas ss outras, fragmentando a sociedade, atomizando-a. À promessa de libertar as pessoas da opressão nelas exercida pela sociedade - o que se dá, mas a ela se empresta um poder avassalador inexistente - associa-se o desejo de oprimi-las por outros meios. É tal promessa uma artimanha para submetê-las a grupos - e jogando-os uns contra os outros, num conflito mútuo e interminável que produz o caos social.  Em tal sociedade fragmentada, bloqueia-se de cada pessoa o processo natural de amadurecimento da personalidade; a pessoa, aqui, só existe em razão dos aspectos culturais que o grupo lhe impõe, mas que a ela não são inerentes, conquanto elas acreditem que o sejam.
No processo de engenharia social implementado pelos idealizadores da Nova Ordem Mundial, sob os auspícios de organizações globais, de mentalidade coletivista, tecnocrática, totalitária, lançam mãos os seus diabólicos orquestradores e propugnadores dos mais sórdidos meios de engenharia social e técnicas de persuasão e manipulação imagináveis. Para tanto, usam a imprensa para manipular as massas e a cultura pop para emburrecer todas pessoas que se encontram no raio de ação de sua maquinaria satânica.
Palavras de ordem sem pé nem cabeça associadas a estímulos múltiplos, contraditórios, produzem a destruição da personalidade e à submissão da pessoa à coletividade. O resultado: a insanidade coletiva.
Além de empobrecer a linguagem, destruindo-a, reduzindo-a a sons guturais de seres simiescos, antediluvianos, adultera-se o significado convencional das palavras; substitui-se as de uso comum, por outras, vazias, criadas em laboratório de engenharia social, às quais emprestam um significado qualquer, que esteja em consonância com o discurso politicamente correto; e estas tornam-se de uso comum, e o significado delas foge ao conhecimento de todos que as empregam; podem receber múltiplos significados a depender da conveniência de quem as manuseia; se com destreza e desembaraço, e com um bom punhado de maledicência, convertem-se em arma de destruição em massa da inteligência humana.
Vulgariza-se a cultura, debilita-se a inteligência; as letras das músicas resumem-se a onomatopéias e estímulo à sexualidade desenfreada; no cinema, enaltece-se os tipos mais execráveis e pessoas de personalidade fragmentada - e os diálogos são destituídos de coerência.
Para dominar e destruir a sociedade ocidental usam os inimigos dela Cavalos de Tróia: as ações afirmativas, políticas que sobrecarregam as instituições governamentais, saturam os serviços públicos - ensina a Estratégia Cloward-Piven, dos discípulos de Saul Alinsky, Richard Cloward e Francis Piven.
Criou-se um inimigo dos Estados Unidos, imaginário, os alienígenas, pois, entendiam os estudiosos, o Tio Sam não podia persistir na sua política externa de constantes ataques a um inimigo real, o que poderia culminar num conflito real - daí a profusão de filmes com a temática 'invasão alienígena': "Alien, o Oitavo Passageiro" (baseado num livro de Alan Dean Foster), de Ridley Scott; "Guerra dos Mundos", de Spielberg; "Independence Day", de Roland Emmerich, e muitos outros. E a natureza também foi convertida num inimigo dos homens; ela 'quer' nos matar porque destruímos a camada de ozônio, provocamos o fim da água potável e patrocinamos outras maldades. E a natureza, a Terra, deseja, portanto, vingança. Desta idéia brotam as políticas ecoterroristas.
E a ONU pretende, além de outras maldades, alterar a conduta humana ao modificar dos homens seus hábitos alimentares, excluindo-se da culinária certos ingredientes, proibidos pelos censores culinários, e tornando obrigatória a presença de outros. A manipulação genética dos alimentos à revelia das pessoas é fato, e as pessoas ignoram o que estão consumindo.
Outra arma disparada contra os humanos é a indústria farmacêutica.
Outros pontos interessantes do livro estão nas sessões "Truque dos Três Estágios" e "Seis passos para aprovar uma proposta absurda" e "Pressão de cima + pressão de baixo" - a segunda aqui mencionada resume um artifício já do meu conhecimento prévio, 'a janela de Overton'.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Mc Gui não é o reflexo do povo brasileiro

Um tal de Mc Gui é o personagem de um capítulo grotesco ambientado na Disney. Além de zombar de uma menina, que, segundo consta, tem câncer, filma-a enquanto dela ri, e, não contente com tão grosseira exibição de estúpidez, publica o vídeo. A repercussão negativa fê-lo tergiversar, justificar-se, desculpar-se. Infelizmente sujeito tão insignificante é ídolo de muitos jovens e patrocinado por várias empresas. E há quem, conhecendo tão vergonhoso episódio, vê, na atitude de criatura tão patética, razão para condenar o povo brasileiro, dando-o como um tipo miserável, desprezível. Ora, a ação do tal Mc Gui é um ato individual, e não coletivo; ele, um sujeitinho ridículo, é o responsável pelos seus atos, e não o povo brasileiro. Se fôssemos da mesma substância de tal merdinha, os brasileiros não o reprovariam. É tal a degradação da inteligência brasileira, que o ato estúpido de um tipinho insignificante é dado como um exemplo da conduta de todo um povo. Há atos individuais; coletivos, não. Mc Gui não é o reflexo do povo brasileiro. Ele apenas é notícia porque, infelizmente, gente poderosa, atendendo a um projeto de poder, para emburrecer as pessoas promovem tipinhos risíveis, como este tal de Mc Gui. E McGui é uma legião.

Parabéns ao Greenpeace

Em Brasília, num protesto contra a suposta inação do governo federal no tocante à poluição das praias nordestinas, o Greenpeace despeja, sem-cerimoniosamente, óleo à frente do Palácio do Planalto.
Protestar contra poluição poluindo é ato meritório, sem dúvida.
Mas ajudar os nordestinos a remover o piche que polui as praias nem pensar!

Bolsonaro e as ONGs ambientalistas

23:59 – O Bolsonaro e os bolsominions demonizam as ONGs ambientalistas que denunciam o descaso do governo na Amazônia. Há queimadas na Amazônia, e as ONGs querem ajudar o Brasil, mas o governo do Bolsonaro, aquele fascista! aquele nazista! aquele ambientefóbico! aquele torturador, não deixa.
00:00 – Os bolsominions estão criticando as ONGs, que não participam, no Nordeste, dos esforços para a remoção do petróleo que enfeia e prejudica as suas praias. Agora, os bolsominions querem que as ONGs, que eles tanto demonizaram quando elas criticaram o governo devido ao descaso deste na Amazônia, ajudem na limpeza das praias do Nordeste. São incoerentes, os bolsomions. Nazistas! Fascistas!
Nota de rodapé: Se alguém me dizer “Agora você quer as ONGs no Nordeste, mas na Amazônia não. Você é incoerente!”, eu replicarei “Na Amazônia, as ONGs ambientalistas promoveram uma campanha difamatória contra o Bolsonaro; tiveram, não o propósito de resolver um problema real, mas fazer a caveira do presidente. No Nordeste, vê-se um problema ambiental real, que merece resposta imediata do governo federal, dos estaduais e dos municipais, e inestimável ajuda, sob coordenação brasileira, de ONGs ambientalistas. Mas onde as ONGs estão? Por que elas não participam ativamente no trabalho de recuperação das regiões já atingidas pelo petróleo? Porque não têm ganho político imediato, e ganho político, neste caso, traduz-se em desgaste da imagem do presidente Bolsonaro. Que há ONGs, no Nordeste, é provável que há; muitas, no entanto, omitem-se”

Bolsonaro abandona os nordestinos

23:59 – Os brasileiros dependem muito do governo. Têm de aprender a fazer e acontecer com as próprias mãos. Aparece um problema; e para resolvê-lo, em vez de porem a mão na massa, recorrem ao governo. Que arregacem as mangas, e resolvam os problemas. Que povo acomodado!
00:00 – Que absurdo! Toneladas de petróleo estão sujando as praias de todo o Nordeste, e o Bolsonaro, aquele fascista! aquele nazista! não mexe um dedo para limpá-las. Os nordestinos é que têm de sujar as mãos para remover o petróleo. O governo Bolsonaro odeia os nordestinos. Não faz nada para ajudar. Bolsonaro Fascista! Bolsonaro nazista!

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

As Aventuras de Calvin e Haroldo - de Bill Watterson

A editora Conrad publicou, nos anos 2008 e 2009, dois volumes de histórias em quadrinhos de Calvin, um menino de seis anos cujo melhor amigo é Haroldo, seu tigre de pelúcia, com quem protagoniza aventuras hilariantes com uma boa dose de drama e boas pitadas de filosofia.
Em "Criaturas Bizarras de Outro Planeta" (Weirdos from another planet!, edição americana de 1990) e "A Hora da Vingança" (The Revenge of the Baby-Sat, de 1991) estão reunidas centenas de tirinhas de histórias de Calvin e Haroldo, personagens de uma seleta galeria de heróis de quadrinhos para crianças - e para adultos também; por quê não!? Qualquer pessoa, seja um menino de seis anos, seja um jovem de quinze, seja um adulto de trinta, seja um velho de oitenta, dotada de sensibilidade, vive momentos de intensa alegria ao acompanhar as peripécias da criança mais gentil, divertida, ingênua, sonhadora, malvada, esperta e birrenta da história mundial em todos os tempos). É Calvin, uma personagem poliforme. Seu criador, Bill Watterson, não criou uma caricatura de criança, um estereótipo, uma personagem unidimensional, emprestando-lhe, unicamente, um traço de personalidade; neste ponto, é Calvin um tipo superior aos personagens do Maurício de Sousa, o mais bem-sucedido quadrinista brasileiro.
Além de Calvin e Haroldo, participam das histórias o pai de Calvin; a mãe de Calvin; Susie Derkins, menina da idade de Calvin, com quem ele se implica; Rosalyn, a babá; a professora, de nome sugestivo, senhora Wormwood; e Moe, um garoto briguento, um bully, cujo esporte predileto é bater em Calvin.
Calvin vive às turras com seus pais. O mundo em que os três vivem é o mesmo, mas a mente de cada um deles o vê de modos distintos, o que os conduz à colisão o tempo todo.
É um menino de fértil imaginação, solitário, como o é, pode-se dizer, toda criança; e como toda criança, não encontra nos adultos uma inteligência igual à dele, fantasiosa, sempre a espantar-se, no sentido de admirar-se, com os fenômenos do mundo, mundo que ele vê com olhos ingênuos - irrealistas, direi, em sua imaginação - chegando a conclusões absurdas acerca dos eventos que presencia; e sendo os adultos seres incapazes de o compreenderem, encontra, em Haroldo, o seu tigre de pelúcia, o seu interlocutor, o seu alter-ego, o seu confidente, que o ouve, que o aconselha, com quem ele mantêm altercações filosóficas sobre a origem da vida, o seu destino. É Haroldo o amigo imaginário de Calvin. Melhor: é Haroldo uma segunda personalidade de Calvin, que, em monólogo, dialoga  consigo mesmo, fazendo de Haroldo o seu interlocutor. É Haroldo o Mister Hide, monstruoso alter-ego do doutor Jekyll; ou seria Calvin o Mister Hyde, e Haroldo o doutor Jekyll!? Considerando a personalidade de Calvin e a de seu tigre de pelúcia, inclino-me a acreditar que a segunda hipótese é a correta.
Em imaginação, Calvin, assumindo o papel do astronauta Spiff, ora visita o planeta Mok, ora o planeta Zog, ora o planeta Zokk, ora o planeta Gork. Em tais planetas, enfrenta monstros crudelíssimos e aliens gigantes - são os monstros e os aliens gigantes seu pai e sua mãe. Em uma cena, o astronauta Spiff é capturado - e sabe-se que Calvin está numa banheira, e que foi a mãe dele que o obrigara a tomar banho; em outra, é o astronauta Spiff prisioneiro de uma galé - e sabe-se que o pai de Calvin representa o carcereiro; em outra, está o astronauta Spiff sobre um alien gigante - e sabe-se que está Calvin sobre seu pai, que dorme, na cama, sob cobertor; em outra, está o astronauta Spiff num planeta de força gravitacional inferior ao da Terra - e sabe-se que está Calvin pulando na cama; em outra, o astronauta Spiff é capturado por criaturas cruéis, os zogwargs - e sabe-se que são os zogwargs os pais de Calvin. Em muitas de suas aventuras, Calvin imagina-se o astronauta Spiff; e quando, em sua imaginação, não se vê protagonizando aventuras intergalácticas, assume a figura de um super-herói, trajado a caráter, com as indefectíveis máscara e capa: o Homem-Estupendo, defensor da liberdade e do livre-arbítrio; capaz de - tal qual o Christopher Reeve - girar a Terra em sentido contrário, e voltar no tempo; e é sua arquiinimiga a Mulher-mãe.
Além do super-herói e do astronauta, vive Calvin, em sua imaginação, aventuras mirabolantes, que, de tão disparatadas, fazem, em comparação, das façanhas de Dom Quixote aventuras sensatas: ora é Calvin o Frankenstein, ora um partícula de luz humana, ora um tiranossauro rex, ora um elefante, ora um piloto de avião, ora um cofre, ora um planeta, ora um polvo-gigante, ora uma sonda-robô jupiteriana, ora uma bomba, ora um pteranodonte, ora um pterodáctilo, ora um pardal, ora um beija-flor, ora um alossauro. E nestas aventuras imaginárias, ele está, na verdade ou mordendo a perna de sua mãe, ou na escola, ou fugindo à sua mãe, que deseja dar-lhe um banho, ou atacando um prato de comidas, ou, num supermercado. Enfim, ele fantasia inúmeras aventuras disparatadas. E empreende, no quintal de sua casa, uma expedição arqueológica, usando, sempre, de sua fértil imaginação; e faz de uma garrafa, o crânio de um dinossauro; e de garfo, o antebraço e os dedos dele;  e monta, assim, um ser pré-histórico.
Nas suas conversas com Haroldo, Calvin expõe muitas reflexões de cunho filosófico - pergunto-me se Bill Watterson, seu criador, não o utiliza, tal qual o nosso brasileiríssimo Monteiro Lobato faz com sua amável boneca de pano, a Emília, para expor suas reflexões, que lhe nascem de genuínas preocupações, medos, angústias, de sua visão-de-mundo, pois em muitos dos diálogos entre Calvin e Haroldo (naqueles que eles, após Calvin empreender uma aventura que redunda em algum desastre caseiro, mantêm enquanto passeiam pelo bosque nas proximidades de sua casa) há reflexões, autênticas peças de filosofia, contemplando a vida dos humanos na Terra, a essência da vida, o tempo, a predestinação, os mistérios da criança, a existência em si mesma.
Os pensamentos de Calvin (e de Haroldo) são, alguns, hilários de tão absurdos, outros, perspicazes: ao se mirar em uma poça d'água, Calvin conclui que o reflexo dele é real, e ele, Calvin, é o reflexo; se todo o planeta estiver poluído, um dia não haverá, nele, região para cuja conquista os homens financiem uma guerra; numa viagem imaginária à Marte, entende que os homens têm de saber cuidar da Terra antes de se aventurar em outros planetas; após Moe bater-lhe, ao exigir-lhe que ele se retirasse do balanço, e ele se recusar a fazê-lo, tem a certeza de que as regras são válidas apenas para os fracos; na sala-de-aula, ao saber que sua nota numa prova foi 'C', se convence de que, não se aplicando nos estudos sua vida será mais fácil do que se tirar 'A', pois as pessoas dele não terão grandes expectativas; que para se compreender as instruções de montagem de um aeromodelo, as quais, no manual, estão em três idiomas (português, espanhol, e inglês), é preciso ser trilíngue; ao quebrar um binóculo do pai, deste é a culpa, que lho o emprestou; depois da escola, até ir para a casa dormir, Calvin tem seis horas para esquecer o que na escola aprendeu; os EUA é um país grande e roxo, conforme o atlas; quando sua mãe manda-o arrumar o quarto, Calvin resmunga: se o quarto é dele, e ele, Calvin, não se incomoda com a bagunça, outras pessoas não têm que se incomodarem.
Contemplam Calvin e Haroldo, em diálogos dignos de Platão, inúmeras questões, num tom sempre tocante, simultaneamente hilário e sério, cativante, sempre. Hilário porque apresenta as reflexões de uma criança de seis anos (ou as de um adulto, Bill Watterson, com alma de criança), reflexões cujas conclusões nem sempre são as óbvias; muitas, ilógicas, provocam riso. E sério porque tal criança trata, em sua ingenuidade, de questões que incomodam, e atormentam, os homens - sempre envoltos por coisas que lhes inspiram sentimentos e pensamentos confusos, vagos, inconsistentes, contraditórios - que se vêem personificados no Calvin.
Aqui, entendo, misturam-se, e confundem-se, os pensamentos de Bill Watterson, o criador, e os de Calvin, a criatura.
Como toda criança saudável, Calvin é birrento, detesta tomar banho, faz brincadeiras nojentas, gosta de histórias arrepiantes e não quer saber da escola; e o seu universo não coincide com o dos adultos - são inconciliáveis os dois universos.
Quanto à questão escolar, há, nas histórias de Calvin, uma crítica contundente, que traduz uma que muita gente faz ao sistema de ensino moderno: os alunos aprendem o que os adultos querem que eles aprendam, e não o que eles querem aprender. Calvin gosta de dinossauros, em muitas de suas aventuras imaginárias ele se vê um tiranossauro rex, um pteranodonte, e é um leitor dedicado de livros sobre dinossauros. Se gosta tanto de ler acerca dos dinossauros, por que, então, pergunta-lhe a mãe, ele não gosta de ir à escola. Porque na escola, responde Calvin, não se fala de dinossauros. Aqui entra em colisão o desejo das crianças e os interesses dos adultos, e são estes que decidem o que aquelas têm de aprender; os adultos decidem o que é importante para as crianças, e não elas, que não têm a liberdade para fazer as suas escolhas, afinal são crianças, e crianças são imaturas, inexperientes, não conhecem a vida; num mundo mecanicista, tecnocrata, materialista, as crianças têm sua imaginação destruída; são inconciliáveis a mentalidade rica de fantasias da criança e a da civilização mecatrônica, digital, em que ela está inserida, e no confronto entre elas é destruída a das crianças, que são frágeis.
Linhas acima, eu afirmei que são inconciliáveis os universos da criança e o do adulto. E são, de fato; e ninguém o ignora. O que para a criança é diversão, para o adulto é incompreensível, e vice-versa. O mundo de responsabilidades e compromissos do adulto é incompreensível para as crianças. E nas aventuras de Calvin e Haroldo está contemplado, dirrei, tal guerra, guerra eterna entre seres de dois universos paralelos. Estranham-se crianças e adultos, Calvin e seus pais. Seu pai, nas férias, levou-o, e à esposa, a um acampamento, e apenas ele, pai, diverte-se (e aqui se revela as inconciliáveis personalidades do homem e da mulher); ele pesca; e Calvin está, sempre emburrado. Todo adulto já foi criança um dia, mas esquece-se que o foi, e indispõe-se com as crianças. Que as crianças não compreendam os adultos é fácil de entender, e compreensível; que os adultos estranhem as crianças, não; ou é? afinal, os adultos se esquecem de suas fantasias, de suas brincadeiras, de suas traquinagens, de suas aventuras infantis, do que pensavam enquanto crianças; embora todas as suas experiências estejam em sua biografia, delas não se lembram, mesmo que puxem pela memória; esforçam-se para acessá-las, mas elas perderam-se-lhes nos escaninhos da mente.
Bill Watterson soube, com singeleza, destreza de um narrador talentoso e sensível, de um desenhista primoroso e despretensioso, revelar, em seus quadrinhos, os dois universos, o do adulto e o da criança, em atrito, sem descambar para discursos de condenação à família, aos pais. Revela os meandros da alma da criança em suas descobertas. É Calvin uma personagem complexa em sua simplicidade, poliforme em sua única forma; seu criador não o reduziu a uma caricatura, não fez dele um objeto de discurso planfetário; tratou-o com respeito. Ama-o. É Calvin uma criança de carne e osso, uma criança em toda a sua integridade, sua inocência, sua pureza; e Bill Watterson, seu criador, um artista extraordinário, irrivalizado, de alma de  criança, foi bem-sucedido em descrever-lhe o universo.
E deixo para o final duas notas: repete-se, nas aventuras de Calvin e Haroldo, uma cena hilária: sempre que da escola chega à sua casa, Calvin é atacado, à porta da casa, por Haroldo; e Haroldo lê gibis que pertencem a Calvin e gosta de atum.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [7 de 10]

As questões consideradas no capítulo 8, que li, hoje, 23 de agosto - uma sexta-feira de clima instável, chuvoso no período ds manhã, carregado à tarde, em alguns momentos o céu coberto de nuvens escuras, em outros o sol anunciando uma tarde ensolarada, que em nenhum momento se fez presente - não são do meu conhecimento; acerca delas eu lera artigos, principalmente, e assistira vídeos, alguns ilustrativos, imperdíveis, ricos de conteúdo em suas óbvias limitações.
Trata o capítulo 8, em poucas palavras, como um livro de introdução se propõe a fazer, das artimanhas dos globalistas para realizar o admirável mundo novo sobre os escombros da civilização: desinformação; corrupção da linguagem e de sua importância, imprescindível, para a revolução dos costumes, a subversão dos valores; politicamente correto; vulgarização da cultura de infantilização das massas; cavalos de Tróia (ações afirmativas); Relatório Iron Mountain; Estratégia Cloward-Piven; ONU, instrumento da subversão social, destruição dos valores milenares, da alteração da cultura alimentar dos povos, e da medicina, e os seus artifícios de manipulação da população mundial, tornando-as dóceis aos interesses maléficos, demoníacos, dos globalistas; programas de eugenia e de controle populacional; False Flag; HAARP; chemtrails.
São tantas informações reunidas em tão poucas páginas, em rascunho, nas anotações que fiz às pressas, que me perco, encontrando dificuldades para redigir um texto que se conheça pela clareza na exposição do meu pensamento.
*
Adendo 1: escrevo, hoje, 18 de outubro de 2019, entre 6 e 7 da manhã: a respeito da alteração dos hábitos alimentares, li, há um bom tempo, um artigo de autoria de Olavo de Cavalo e assiti a um vídeo dele; diz Olavo de Carvalho que a onda da cultura da alimentação "saudável" com a exclusão do cardápio de carnes vermelhas (de origem bovina) e a inclusão de grãos reduziu a fertilidade dos homens; recordo-me de um detalhe: Olavo de Carvalho, evocando uma visita que, nos anos 1990, fizera aos EUA, sentira-se um anão numa terra de gigantes, e que hoje em dia percebe-se uma considerável redução da estatura dos americanos.
Pode-se perceber que há, de fato, uma política mundial de alteração dos hábitos alimentares dos humanos; para tanto, basta atentar para as campanhas em favor da alimentação "saudável", que se resume a vegetarianismo e veganismo, e a demonização, principalmente, da carne vermelha.
Adendo 2: acerca dos chemtrails, rastros químicos, no céu, produzidos por aviões, assisti, há alguns meses, no Youtube, um interessante vídeo de Débora G. Barbosa.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Meia Hora de Cinismo - de França Júnior

Nesta peça de um ato o comediógrafo França Júnior, um dos mais populares autores brasileiros do século dezenove, infelizmente esquecido, descreve as aventuras inconsequentes de um pequeno grupo de segundanistas e um primeiranista de uma escola de Direito. São os segundanistas Nogueira, Frederico, Macedo e Neves alunos relapsos, vadios, que vivem de atormentar Trindade, o primeiranista, calouro orgulhoso de seu sucesso ao ingressar, saindo-se maravilhosamente bem na sabatina, na escola de Direito. Trindade irrita-se com os apupos que os veteranos lhe disparam, ferindo-lhe a vaidade de homem em seus primeiros passos na vida adulta, a ponto de fazê-lo perder as estribeiras e ameaçar agredi-los; mas em nenhum momento ele executa os seus propósitos concebidos quando o sangue lhe ferve nas veias sempre que eles o fazem alvo de gozações. Vai ao ponto de preparar a sua transferência da república que os segundanistas ocupam para outra, mas é dissuadido de o fazer por eles, e com eles, comemorando a reconciliação, bebe de duas garrafas de vinho, e, embriagado, oferece um espetáculo constrangedor.
O ambiente em que se movem Trindade e os segundanistas Nogueira, Frederico, Macedo e Neves, e Albuquerque, Inácio e Martins, e Taborda e Vilares, estes cinco mencionados por outro personagem, mas em nenhum momento dando o ar de suas graças, é de desleixo, os alunos, despreocupados, a se deliciarem com uma vida de aventuras irresponsáveis e inconsequentes, afundados em carraspanas a ponto de, a mente em torvelinho, perderem a consciência de seus atos, exibindo espetáculos grotescos,- nada diferente da juventude atual, que, nas faculdades, perdem-se em aventuras alucinógenas, sexo desenfreado, desprezo pelo conhecimento e desamor pela verdade. 
Os personagens são dados com um misto de descrição realista e caricatural, salientados alguns, ou um, dos principais traços deles, para criar um clima de atritos entre eles, no que é bem-sucedido. É possível imaginar em movimento Trindade, Macedo, Frederico, Nogueira e Neves, e Jacó, credor de Macedo, personagem que ao proscênio se dá nas cenas finais da peça. E é Jacó o antagonista dos segundanistas. Aqui, destaca-se, na relação entre os segundanistas e Jacó, a ambiguidade moral dos primeiros: entendem eles que Macedo, de boa família, não tem responsabilidade nenhuma pela dívida que contraíra, num jogo, ao assinar uma 'letra' para Jacó, que é, segundo Nogueira, um ladrão, que usa de papéis, pena e tinta para roubar as suas vítimas. A peça, simples, de vinte páginas, representa, magistralmente, com despretensão, em tom jocoso, a corrupção moral de estudantes, um microcosmo social em que os papéis estão invertidos, ou travestidos em outro, numa confusão demoníaca. Não condena nenhuma personagem o autor. Ele descreve, unicamente, tal minúsculo mundo. Anima as personagens, movimenta-as com a destreza de talentoso escritor, dono de senso de humor incomum, rival de Martins Pena e Artur Azevedo, outros mestres da comédia brasileira. Algumas cenas são impagáveis; a reação de Trindade às zombarias de seus colegas, exagerada, revela o seu caráter fraco, sua personalidade frágil, sua debilidade psicológica, dai ele cair facilmente num estado de semiconsciência, entorpecido pelo vinho, a oferecer um espetáculo grotesco de tão patético, de tão ridículo. De temperamento suscetível ao meio, por este não passa incólume; é por ele derrotado, e a ele sucumbe, sem esboçar reação. É ao final, ele, convertendo-se num trapo, é feito pelos colegas de gato sapato, como diz o dito popular. França Júnior foi certeiro ao apontar o relativismo moral de estudantes e a debilidade psicológica de uma personalidade sensível, imatura, orgulhosa e pretensiosa. Descreve, com despretensão e perspicácia, em quatorze cenas, o microcosmo estudantil do século dezenove, microcosmo que não se distingue do do século vinte e um.

domingo, 13 de outubro de 2019

A direita é injusta e violenta

- A direita conservadora, bolsonarista, é violenta, injusta, extremista, torturadora, machista, racista, fascista, nazista - diz o carinha que admira Che Guevara, assassino, ditador, que dizimava os dissidentes cubanos ao paredão, disparando-lhes à queima-roupa um tiro na nuca; que idolatra Fidel Castro, genocida, ditador totalitário, que, prometendo libertar os cubanos das mãos de Fulgêncio Batista, assumiu o poder do governo de Cuba, convertendo o Estado cubano num leviatã cuja gula por sangue é insaciável, e, conservando-se no poder durante cinquenta anos, promoveu êxodo de milhões de cubanos, que preferiram arriscar a vida (e muitos morreram afogados), em embarcações rudimentares, singrando as águas do Caribe, até pisarem em solo americano; que enaltece Carlos Marighella, terrorista brasileiro; que ama Stálin e Mao Dze Dong, dois genocidas, cuja obra macabra, de inspiração comunista, resultou no assassinato de mais de cem milhões de pessoas; que apóia políticas favoráveis ao assassinato (que eles, cínica e covardemente, chamam de aborto) de crianças (que eles denominam feto) em seu estágio intra-uterino; que defende políticas bandidólatras, justificando os atos criminosos, e as de desarmamento dos policiais e as contrárias à legítima defesa; que, enfim, morre de amores por uma ideologia, o comunismo, nefasta, satânica, e pelos seu agentes, genocidas, satanistas, assassinos, mentirosos, a escória da humanidade.

sábado, 12 de outubro de 2019

O Brasil foi descoberto no dia 1 de janeiro de 2019

Não sei quem descobriu o Brasil, mas de uma coisa eu sei: o Brasil foi descoberto no dia 1 de janeiro de 2019. Se posso sustentar a minha tese?! Posso. Mas reformulo a minha afirmação falando acerca do que popularmente se entende por descoberta do Brasil. Na história oficial, um tal de Pedro Álvarez Cabral - Dinho, para os íntimos; Pedrão, para os chegados -, aportou em algum lugar destas terras, aqui fincou uma bandeira portuguesa, e declarou: "Descobri o Brasil. A partir de agora toda esta terra, do Oiapoque ao Chui, compreendendo o Rio Amazonas e o Rio São Francisco, e o Corcovado e o Pão de Açúcar, e o Pantanal, e os Lençóis Maranhenses, pertencem à Coroa Portuguesa. E ai de quem tentar arrancar um naco destas terras para si! Vai receber umas belas bastonadas no lombo, o vagabundo! E tenho dito." A notícia correu mundo. E as más-línguas, desafetos do Cabral, ladinos e inescrupulosos, disseram tratar a notícia de uma fake news, a primeira fake news da história. Ah! Esquecia-me (na verdade, eu não me esquecia, não; estou apenas querendo criar um clima de suspense); ah! esquecia-me, prossigo: antes de o Cabral pisar em areias brasileiras, nas terras que ele descobriu vivia um bando de gente pelada, impúdica, usando, para cobrir as suas vergonhas, diriam os nossos ancestrais, um cocar, se muito. Então, a descoberta do Brasil não seria uma descoberta, mas uma redescoberta; melhor, uma descoberta, sim, mas por pessoas que ainda não a haviam descoberto, mas já descoberta, não se sabe quanto tempo antes, por pessoas que primeiro pisaram nas terras que hoje compreendem o território de um país chamado Brasil. Devo salientar um ponto: há historiadores que acreditam, piamente, que Pedro Álvarez Cabral não pronunciou o discurso que aqui transcrevi, usando da ortografia moderna, em sua inteireza. O caso é controverso. Tenha Cabral dito, ou não, tais palavras - e é provável que ele as tenha dito - é irrelevante; pode-se afirmar, no entanto, com certeza absoluta, que ele foi o primeiro lusitano que fez uma cagada no Brasil. Ou alguém acredita que ele não aproveitou a ocasião, não se despiu, não correu até uma bananeira e atrás dela não se acocorou e... Serei discreto. Não vejo razão para perder-me em pormenores que hão de enodoar a reputação do Cabral.
Ah! Esquecia-me (e agora eu me esquecia, mesmo; não estou querendo criar um clima de suspense, não): após o evento que se convencionou denominar descoberta do Brasil, todas as histórias relacionadas ao Brasil ignora a existência das ações de todas as pessoas que, nuas, caçando tatus e pescando lambaris, e guerreando-se, e entredevorando-se - literalmente -, e fazendo o número 1 e o número 2 atrás das bananeiras, viviam nestas terras antes do desembarque do Cabral e sua trupe.
Ditas todas as palavras acima, palavras indispensáveis à compreensão da minha tese, prossigo: hoje em dia, após a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência do Brasil, que se deu no primeiro dia do corrente ano, sórdidos comentadores atribuem a ele todos os males que flagelam os brasileiros, dando a entender e exigindo que todos assim o entendam, que antes de 2019 era o Brasil uma região paradísiaca cujos habitantes gozavam de todos os bens materiais e imateriais que a ideologia socialista produz em abundância e distribui igualitariamente, a cada qual segundo a sua necessidade. Assim, recortam a história do Brasil em antes e depois do Bolsonaro, a de antes, a primitiva, de um Brasil edênico (escrevi 'edênico' para não ter de escrever 'paradisíaco'), e a de depois, a da decadência brasileira, que se realizou no dia em que Bolsonaro recebeu a faixa presidencial das mãos de Michel Temer, parente distante do morador mais famoso da Transilvânia.
É besteira a minha tese!? Então que alguém lhe apresente uma antítese. E para sustentar a minha tese, e eliminar todas as possíveis inconsistências, contradições, obscuridades, incompreensões, adiciono: segundo os odiadores profissionais do Bolsonaro, ele, Bolsonaro, e só ele, é o responsável pelo desmonte do sistema de ensino brasileiro (desmonte, aqui, no sentido negativo; como se houvesse alguma coisa para se desmontar!), pela corrupção moral que está a corroer os brasileiros, pela violência que todo ano vitimiza milhares de brasileiros, pela desigualdade social e concentração de renda, pelos milhões de brasileiros que não têm atendimento médico decente, pela situação calamitosa do saneamento básico que obriga milhões de brasileiros a viverem à margem de rios fétidos, sem rede de esgoto e água tratada; enfim, é de exclusiva responsabilidade de Jair Messias Bolsonaro todas as mazelas que fazem os brasileiros sofrerem, muitos se desesperarem. Antes de sua descoberta, sabe-se lá por quem, no dia 1 de janeiro de 2019, o Brasil era, eu já disse, e repito, um paraíso.

Bolsonaro, o pior presidente do Brasil

- O Bolsonaro é o pior presidente da história do Brasil - diz o carinha que despertou, hoje, após 35 anos de hibernação.

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [6 de 10]

Ontem, 21 de agosto de 2019, após redigir o texto acima, dediquei alguns minutos à leitura da sessão "Os influenciadores", do capítulo 7, "Personagens". E fui logo levado a informações acerca de grosseiros erros conceituais, involuntários, de três filósofos modernos, Ockam, Descartes e Kant, e de Hegel, o deste proposital, que promoveram as misérias, unidas a outros fatores, intelectual e moral que hoje em dia nos idiotiza, nos estupidifica, convertendo-nos em criaturas desprovidas de vontade própria, destituídas de personalidade, de integridade, de espírito, de alma, do seu ser.
Hoje, dia 22, dediquei uma hora e meia à leitura do restante do capítulo 7 e das primeiras páginas do capítulo 8, "Estratégias, táticas e métodos", encerrando-a ao fim da página 95. São de tal monta as informações fornecidas pelo autor, que eu, contrariado, tive de abandonar o meu desejo de seguir com a leitura até o encerramento do capítulo 8, e concentrar-me na redação desta nota, auxiliando-me as anotações que fiz durante a leitura, anotações que me permitem relembrar algumas informações, as que, entendendo-as como relevantes, eu selecionara para não me sentir obrigado a copiar todo o livro. No capítulo 7, toma-se conhecimento do valor, para a ereção dos edifícios da Nova Ordem Mundial, cujos alicerces e estrutura já estão erguidas, de idéias de personagens, além das quatro que mencionei linhas acima já conhecidas de toda pessoa minimamente informada: Marx, Lênin, Gramsci, Lukács, Adorno, Marcuse, Horkheimer, Foucault, Derrida, Paulo Freire, Dewey, Mesmer, Kardec, Crooker, Pavlov, Albert Pike.
Está claro, no livro, que o objetivo principal dos idealizadores e financiadores da NOM é construir, na Terra, o paraíso de Satã; para tanto, eles pretendem a aniquilação do Ocidente, o que só será concretizado com a sublevação das massas, que se dará, caso se dê, com a subversão dos valores, por meio do relativismo, com a ascensão de valores que se opõem aos da moral cristã, do direito romano e da filosofia grega, os três principais nutrientes da cultura ocidental, que sustentam a sociedade ocidental e boa parte da oriental. Tais revelações não surpreendem toda pessoa de bom-senso, que entende - em sua razão espontânea, diria Olavo de Carvalho, isto é, seu instinto, seu subconsciente, desprezado por muitos intelectuais, mas valorizado pelo filósofo brasileiro - que entende, sigo, que a guerra que se trava, no mundo, desde os seus primórdios, se dá, em embates ferozes, sangrentos, entre o Bem e o Mal.
É impossível, indica o autor - e ninguém sensato ousará levantar-lhe objeção -, acompanhar todas as ações das principais personagens que planejam e disseminam a obra macabra que é a criação de uma nova civilização de matriz coletivista, totalitária, sob a égide de organizações globais comandadas por seres mal intencionados. Para atingir o seu objetivo, usam tais personagens da rede se ensino, dos meios de comunicação, de fundações filantrópicas, da estrutura dos estados nacionais, para destruir a inteligência dos homens, eliminando-lhes o senso das proporções, o princípio da equivalência, a consciência da realidade, ampliando-lhes a dissonância cognitiva - das pessoas sãs, maduras, virtuosas, de nobreza de caráter, é óbvio, e não dos dementes, dos cruéis, dos insanos, dos cavaleiros do apocalipse.
As dimensões da NOM estão além do conhecimento de toda pessoa. Seus principais propugnadores atuam, diuturnamente, inspiradas suas ações em cultos luciferinos, no submundo, não é exagero dizer, do crime. Tramam planos nefastos, mirando um propósito: fazer do mundo um inferno. A teia de conexões pessoais dos financiadores da NOM é extraordinariamente complexa, inabarcável.
Para concretizar a sua utopia totalitária, uma distopia orweliana, os globalistas usam da novilíngua, destruindo, assim, ao subverter o sentido das palavras, a linguagem, e, consequentemente, a inteligência humana.
E o mais aterrador: a Igreja Católica pode, corroída, ser um dos agentes, senão o principal, da aniquilação da civilização que ela ajudou a erguer e que ainda mantêm em pé apesar de debilitada de tão agredida nos últimos séculos.
O cenário é desolador, o livro indica. A sociedade ocidental é agredida de todos os lados. Os seus inimigos estão em toda parte, infiltrados em todas as suas instituições, inclusive, e principalmente, naquelas que usufruem da confiança pública - daí serem elas as mais perigosas.
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Adendo 1: hoje, dia 12 de outubro de 2019, escrevo: em um vídeo, publicado no Youtube, Olavo de Carvalho, tendo ao seu lado Rodrigo Gurgel, professor de literatura e crítico literário, discorrendo acerca da matriz cultural do Ocidente, salientou um ponto: que há quatro séculos os três pilares do Ocidente, a religião cristã, a filosofia grega e o direito romano, foram derrubadas pela mentalidade técnico-científica, que, oferecendo soluções para todos os problemas do homem moderno e respostas para todas as suas perguntas, assume ares de entidade transcendental onipotente e onissapiente, capaz de ofertar todos os bens de que ele não prescinde. Tal mentalidade está a escravizar o ser humano, que se apequena voluntariamente, sem o saber, atendendo às veleidades que tanto o seduzem.
Adendo 2: vê-se, hoje em dia, a corrosão de todas as instituições públicas, a Igreja Católica, inclusive. No Brasil, assistimos, incrédulos, abismados, a desfaçatez de personalidades que integram o Congresso, o Senado, o STF, a OAB, o Ministério Público, os meios de comuniicação, a rede de ensino, personagens que deveriam garantir a saúde de tais instituições, mas, corruptos, estão a corroê-las, a reduzir-lhes a já baixa, quase inexistente, credibilidade, o que poderá vir a, desacreditando-as aos olhos do povo, excitar paixões violentas, que poderão vir a culminar em subleções populares incontroláveis, redundando em caos. E chamo a atenção para o verbo auxiliar 'poder' que, prudentemente, insisti em inserir neste comentário.
Adendo 3: Estamos assistindo ao Sínodo para a Amazônia, evento controverso que muitas polêmicas, incontornáveis, está estimulando. Não são poucos os estudiosos, os leigos e membros da Igreja que suspeitam do Papa Francisco, que assume posição favorável à Teologia da Libertação e à polìtica ambientalista, descuidando da doutrina da Igreja e da saúde moral dos cristãos.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [5 de 10]

Foram tantas as informações que colhi, hoje, dia 21 de agosto de 2019, da leitura que empreendi de poucas páginas do capítulo 6, Tentáculos, encerrando-o, que fui obrigado a interromper a leitura e registrar estes comentários para mastigá-las, digeri-las, associando-as com outras informações do meu conhecimento as quais tirei de outros livros, de artigos, e de vídeos; dentre os artigos, muitos - publicados no site Mídia Sem Máscara - de autoria de Olavo de Carvalho, filósofo. E associando-as, posso conceber, em imaginação, uma imagem do panorama, que em escorço se me revela aos olhos, melhor, à mente. As informações que tirei das poucas páginas que li na última hora obrigam-me a concluir que vivemos na ignorância abissal acerca das mãos (de cuja existência sequer suspeitamos) que manuseiam os cordões que nos movem, manipulando-nos ao seu bel-prazer. Somos apenas bonecos manipuláveis. E só resta àqueles que, de espírito indomável, estudam, com afinco, a questão, alertar o povo dos perigos que o assaltam sem que ele saiba. Infelizmente, tais pessoas recebem, não raro, a ingratidão, o desprezo, o desdém, e ouvem comentários desabonadores, não raros ofensivos, e risos de mofa, de tolos soberbos que, envaidecidos por auto-imagem irrealisticamente favorável, que lhes afaga o ego e abafa-lhes a vocação, em todos inata, para o auto-conhecimento.
Conhece-se, à leitura das páginas aqui comentadas, as entidades - ONU, CFR (Council Foreign Relations), Comissão Trilateral, Diálogo Interamericano, Foro de São Paulo, Clube Bilderberg, Bohemian Club - e alguns de seus principais integrantes, políticos eminentes, e magnatas, sendo um deles o onipresente David Rockefeller, e as agências de inteligência, e órgãos científicos, cujos recursos incalculáveis recebem uso que o discurso oficial não contempla. Tais entidades, muitas delas financiadas por magnatas, associadas com a imprensa, as universidades, os serviços de inteligência - e até a NASA - são agentes de transformação social, cujo objetivo prioritário é a criação de um novo imaginário, um senso comum de inspiração anti-cristã, anti-religiosa. Patrocinam movimentos sociais progressistas, políticas de ações afirmativas, e de controle populacional, e de aborto. E participam muitos de seus integrantes de sociedades iniciáticas, secretas.
Estendi-me, neste comentário, além do que eu pretendia; não reclamo, pois, ao expor, nestas poucas linhas, os pensamentos que a leitura inspirou-me, consegui, assim acredito, organizá-los, além de amadurecer a consciência que eu tenho do assunto Nova Ordem Mundial, certo de que acerca dele quase nada sei (para não ir ao extremo de dizer que nada sei).
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Adendo: hoje, dia 10 de outubro de 2019, escrevo: no Brasil, a pessoa atenta, mesmo a que não se dedica ao labor intectual e não está antenada - para usar uma expressão popular moderna - nas questões políticas, já detectou a promiscuidade entre bancos, empresas, governos, organizações não-governamentais, meios de comunicação, instituições culturais, escolas, entidades de classe (OAB, UNE, sindicatos), organizações de direitos humanos, movimentos sociais, ONU, setores da Igreja Católica, e da Protestante; sabe que, por algum meio, tais entidades retroalimentam-se, pois identificou uma identidade em comum entre todas elas: o pensamento anti-cristão, que se ramifica em inúmeras políticas, aparentemente dissociadas umas das outras, muitas delas antagônicas (antagônicas, sim, mas atendendo aos interesses de seus financiadores, que são aliados).

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Entre Santos (Várias Histórias) - de Machado de Assis

Conto inusitado, para um escritor inscrito na escola realista - o que me faz pensar o que querem dar a entender os críticos literários por realismo em literatura de ficção. No caso de Machado de Assis, o seu pessimismo!? Não digo que ele fosse pessimista. Ele era um descrente!? Talvez. Não sei se o era. Considerando este conto, unicamente, o Bruxo do Cosme Velho, criador de obras imortais da literatura brasileira, apresenta-se-me como um homem descrente das virtudes humanas, seres, para ele, incapazes de cumprir os mais simples deveres morais, pois sucumbem aos vícios da carne, aos desejos materiais, para gozarem de veleidades, às quais não podem resistir e elevarem-se à condição superior de seres de dons que, tendo origem na alma, transcendem o corpo. Para o criador de Capitu, o corpo é mais poderoso do que a alma.
No início, eu disse que é este conto, do volume Várias Histórias, inusitado, se se entender seu autor da escola realista. E inusitado é, independentemente do rótulo que se cola em quem o imaginou, tendo-se em vista as suas peculiaridades, que, entendo, fazem dele obra de um literato dotado de mais criatividade do que nele reconhecem.
O conto está em primeira pessoa. Um padre velho narra um episódio de sua biografia: capelão de S. Francisco de Paula, em uma noite - as portas da igreja fechadas - viu, por sob uma delas, luz no interior da igreja. Surpreso, assustado, decide, hesitante, amedrontado, de posse de uma lanterna, averiguar o que se dava nos domínios da igreja, desarmado, tremendo tal qual vara verde. Ouve vozes. Acredita tratarem-se de de ladrões. E anuncia o narrador evento assombroso, extraordinário, que, suspeito, nenhum leitor, antes de chegar neste ponto do relato, imaginara. E aqui está o inusitado. As imagens dos santos São José, São Miguel, São João Batista, São Francisco de Sales e São Francisco de Paula, descidos cada qual de seu nicho, sentados nos altares, parlamentavam. E o capelão refugia-se num canto escuro, e ouve a conversa dos santos.
Linhas acima eu afirmei, com outras palavras, que tenho no criador do Quincas Borba um homem descrente no poder do espírito sobre o corpo, e aqui, em poucas palavras, reforço a minha afirmação: evocando as duas histórias contadas, pelos santos, a primeira, a de uma adúltera, por São José, e a segunda a de um usurário e avarento, por São Francisco de Sales, em ambas as duas histórias, os fiéis, a adúltera e o usurário e avarento, que haviam recorrido aos santos em busca de indulgências, oravam, mas, enquanto oravam, perdiam-se em pensamentos reprováveis, a adúltera evocando o seu amante, o usurário e avarento o seu dinheiro. Ao caso deste o autor dedicou mais linhas do que ao daquela; revelou a mesquinhez de Sales, que recorrera ao santo para São Francisco de Sales para que ele intercedesse pela esposa, doente de erisipela em uma das pernas. Sales amava-a, deveras, mas sacrificava seu coração à outra paixão... Deixo as reticências.
Neste conto o criador de Brás Cubas exige leitores atentos. Não é Machado de Assis um escritor que deixa suas idéias explícitas aos leitores. Ele pede leitores que detectam as sutilezas de seu estilo narrativo inconfundível.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A Cartomante (Várias Histórias) - de Machado de Assis

A Cartomante é o primeiro conto do volume Várias Histórias, de Machado de Assis. Está narrado no ritmo inconfundível do Bruxo do Cosme Velho, ponderado e ausente de emoções, embora trate de emoções, e de fortes emoções, dos três personagens principais, Camilo, o protagonista, e Vilela e Rita, seus coadjuvantes. Além destes três, há dois personagens secundários, a cartomante e o cocheiro, este, um figurante, aquela, de papel fundamental no desenlace da trama.
Camilo, cético, não crê em poderes místicos, em forças que transcendem a realidade. Contrariara a vontade de seu pai, que o queria médico, e amargava uma vida de desocupado, até obter, por intervenção de sua mãe, já viúva, que lhe viera ao socorro, uma sinecura. Vilela, seu amigo desde a infância, agora magistrado, reencontrara-o após regressar, casado com Rita, moça bela e tonta, da província.
Em decorrência da morte de seu pai,  Camilo renova os vínculos de amizade com Vilela, e estabelece amizade com Rita, que o consola, e passa a frequentar, com assiduidade, a casa do casal de amigos, e é tal a sua intimidade com Rita que, desconsiderando sua amizade fraternal com o marido dela, com ela estreita os laços de amizade, que se convertem em amor mútuo.
Recebe, certo dia, uma carta anônima, misteriosa, insultuosa, que lhe anuncia conhecer-lhe o segredo, que não é mencionado. Decide, então, intrigado, presumindo que Vilela sabia de seu caso com Rita, distanciar-se do casal, cessando as visitas à casa. E é neste ponto da trama que Rita, curiosa para conhecer as causas do procedimento distante de Camilo, decide consultar a cartomante.
E Camilo recebe outras duas cartas, que o põem de sobreaviso.
E parlamentam Camilo e Rita, que preparam meios para tirarem de Vilela, então taciturno, respostas que dele esclarecesse a conduta sombria.
Um dia recebe Camilo uma carta de Vilela, carta que trazia poucas palavras: "Vem, já, já, à nossa casa; preciso falar-te sem demora." Tais palavras transtornam o espírito suscetível de Camilo, que se amedronta, suspeitando que seu amigo estava ciente da traição.
Passando, de tílburi, pela Rua da Guarda Velha, então bloqueada por uma carroça, Camilo vê a casa da cartomante, e após um momento de hesitação, perturbado, decide adentrar-lhe as entranhas e consultar a cartomante, de quem ouve palavras alvissareiras, que ele nada temesse.
Nas linhas seguintes, Machado de Assis, falando da barcarola cantada pela cartomante e repetindo a frase desta "ragazzo innamorato", que, dita por ela, fizera Camilo abandonar os pensamentos sombrios que o fustigavam, envolve o leitor, preparando-o para o desenlace da trama. E foi Camilo, atendendo ao pedido - que lhe soou, então, como uma solicitação de ajuda, urgente - de Vilela, à casa dele. Lá chegando, abre a porta... Aqui, são indispensáveis as reticências.
Machado de Assis, com a sua proverbial sutileza, que lhe fez a fama, trata, neste conto, de adultério, sem descer às minúcias que outros escritores, desbragados e faltos de talento literário, descrevem gostosamente, e de paixões humanas incontroláveis.
É A cartomante um conto imperdível, para o gosto dos apreciadores de boas tramas de suspense.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [4 de 10]

Ainda no dia 20 de agosto, decidi, após escrever os comentários acima, ler a página 63 e o trecho inicial da 64, encerrando a leitura ao término da sessão "FED", do capítulo 6, "Tentáculos". Nesta sessão, tive contato com informações, inéditas para mim, que me obrigaram a eliminar a confusão que eu fazia acerca da real natureza do Federal Reserve e da sua criação, o que me permite formular um pensamento, se não exato, mais próximo da realidade no que se refere ao poder dos banqueiros no destino de povos e nações. As famílias dinásticas, não há dúvidas, detêm poder imensurável, jamais sonhado pelos antigos imperadores e pelos faraós; aliás, talvez eles tenham sonhado com tal poder; todavia, para a consecução de um projeto que lhes permitisse obtê-lo eles não possuíam os recursos necessários. Os metacapitalistas - uso, aqui, um termo caro a Olavo de Carvalho - almejam a predominância global, o domínio de todas as nações, de todos os povos, o controle da mente de todas as pessoas. É impressionante, em todos os aspectos imagináveis, a malícia diabólica dos nababos internacionais.
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Adendo: escrevo, hoje, 4 de outubro de 2019: nenhuma pessoa que se dedica ao estudo da política mundial e nenhuma pessoa que, não sendo estudiosa do assunto, curiosa, lê livros e artigos de estudiosos, para conhecer, uma parcela que seja, das coisas do mundo, ignora a complexidade das regras do jogo que se joga na política mundial, mesmo desconhecendo-as quase que completamente. O que afirmo não é absurdo; pode ser paradoxal, mas absurdo não é. Em sua ignorância, e ciente dela, desejando entender as engrenagens que movem os mecanismos da política mundial, certo de que só poderá, por mais que se debruce sobre os livros que tratam do tema, conhecer uma ínfima parcela dos dados que há para se conhecer, alcançará, não o entendimento de todos os elementos neles envolvidos, mas a certeza, que só o bom senso permite possuir, de que, sendo um ignorante, é capaz de, em imaginação, com os dados que lhe chegam ao conhecimento, conceber uma idéia, sem saber se ela está correta, que lhe oferece um ponto a partir do qual pode pôr-se a pensar, com segurança, e titubeando, acerca do assunto, a política mundial, que lhe desperta o interesse.

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [3 de 10]

Seguindo, hoje, 20 de agosto de 2019, na leitura do livro de Alexandre Costa até a página 62, encerrando o capítulo 5, que amplia o tema e dá a conhecer, agora entrando no mérito do projeto de poder dos idealizadores da Nova Ordem Mundial (financistas, multibilionários europeus e americanos, banqueiros miliardários, detentores de riqueza jamais vista, integrantes de dinastias centenárias) para cuja implantação urdem eles as tramas mais sórdidas, numa artimanha sofisticadíssima, cujos pormenores não podem sequer ser vislumbrados pelo comum dos mortais; e é o objetivo dos idealizadores da NOM a eliminação dos valores cristãos do coração dos homens e a criação de um novo senso comum que está em consonância, não com os valores dos seus patrocinadores, mas com os interesses deles, individuos que, numa busca doentia pelo poder absoluto, dispõem-se, literalmente, a vender a alma ao Diabo. Para tanto, empregando os meios mais sórdidos, manipulando consciências, deturpando valores, subvertendo-os, fazendo dos vícios virtudes e das virtudes vícios, criam, na ignorância das pessoas que eles subjugam, um novo consenso social cuja substância consiste na valorização dos sete pecados capitais, dados como virtudes, assim corroendo as almas dos homens e, consequentemente, rasgando o tecido social. Empregam os mais sofisticados meios tecnológicos que a inteligência humana já concebeu (informática, mídia, cinema, e outros meios de entretenimento), para conduzir os povos de todo o mundo ao abatedouro. Fica em aberto, pois o futuro a Deus pertence, se serão bem-sucedidos em sua laboriosa tarefa de, tudo pervertendo, criar o caos, e erigirem uma civilização aferrada ao materialismo mais chão, destituída de qualquer resquício da civilização de matriz cristã, tutelada por uma burocracia tecnocrática global, totalitária, o Leviatã planetário.
Em um trecho afirma o autor que é factível a eclosão de uma guerra, que redundará na destruição de Israel, evento culminante de um projeto que se arrasta desde a fundação do estado judeu, e que será o pontapé inicial de uma guerra de alcance global sobre cujas ruínas se erguerão as tétricas edificações da Nova Ordem Mundial. O futuro não é alvissareiro, se se concretizar o sonho dos idealizadores da NOM, criaturas que, não é exagero dizer, emergindo das profundezas do inferno, estão a perturbar o sono dos justos.
Todas as ideologias coletivistas (comunismo, socialismo, nazismo e fascismo), irmãs, vieram à luz de uma criatura escatológica, para nutrir os homens de escuridão: o movimento revolucionário, de fundo totalitário, de matriz anti-cristã. O futuro que os donos das maiores riquezas já acumuladas nos reservam é um inferno. Eu diria um inferno dantesco, mas presumo que seja pior.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

NCIS - episódio 24, da temporada 16

No derradeiro episódio da temporada 16 de uma das séries mais populares da televisão americana - que já contou em sua galeria de personagens com os icônicos Anthony DiNozzo (Michael Weatherly), Abigail "Abby" Sciutto (Pauley Perrette) e Ziva David (Maria José de Pablo - Cote de Pablo), os três de tão grande popularidade que eclipsam as personagens que as substituíram, respectivamente Nick Torres (Wilmer Eduardo Valderrama), Kasie Hines (Diona Reasonover) e Eleanor Bishop (Emily Wickersham) -, Leroy Jethro Gibbs (Thomas Mark Harmon) e sua equipe, Nick Torres, Timothy McGee (Sean Murray) e Eleanor Bishop deparam-se com um caso que adquire um tom pessoal a Leroy Jethro Gibbs, que se vê obrigado a transgredir uma das suas proverbiais regras, a 10, que o dissuade de se envolver em seus casos, emprestando-lhe um caráter pessoal. Principia o episódio cena em que dois jovens, um moço e uma moça, em um carro, ele a dirigi-lo, rumam, em alta velocidade, para o hospital; apressam-los a iminência de uma tragédia: a morte de Emily Fornell (Juliette Angelo), filha de Tobias Fornell (Joseph Peter "Joe" Spano), ex-agente do FBI e investigador particular, e de Diane Sterling (uma das ex-esposas de Leroy Jethro Gibbs, já falecida, com cujo "fantasma" Gibbs conversa). Esta a razão de Leroy Jethro Gibbs atormentar-se em diálogos imaginários com Diane Sterling, que o repreende, e, praticamente, dá-lhe uma ordem: que ele desconsidere a regra 10, em cuja transgressão ele incorrera em outras situações, e investigue o caso que quase vitimou Emily Fornell. Leroy Jethro Gibbs, escudado pelo Doutor Donald "Ducky" Mallard (David Keith McCallum, Jr.) e autorizado pelo diretor Leon Vance (Roscoe "Rocky" Carroll), lidera a sua equipe. A trama é simples, de nenhuma complexidade artificial; as personagens executam suas respectivas tarefas, representam os papéis que lhes competem. O ponto nuclear do episódio não é o desenrolar da trama investigativa, quase inexistente, tampouco o seu desenlace, mas, sim, um flagelo que hoje em dia assola os Estados Unidos, aterrorizando os americanos: o do consumo de opioides pelos filhos do Tio Sam, uma enfermidade social sangrenta que ceifa, nos EUA, a vida de sessenta mil almas por ano.
Emily Fornell, descobre-se, sucumbira aos prazeres proporcionados pela substância, o opioide, e fica a ponto - é a cena representada no início do episódio - de partir desta para a melhor, separando-a da morte uma linha tênue, bem tênue, quase invisível. Sobrevive, milagrosamente, à overdose. Sabe-se, posteriormente, que ela está viciada em tal composto químico.
Chama a atenção um ponto: em nenhum momento, Emily Fornell é apresentada como uma criminosa; ao contrário, ela é exibida como uma vítima, que, jovem, deixara-se seduzir por uma cultura hedonista e inconsequente propagandeada como fornecedora de felicidade eterna que tantas alegrias promete - mas que entrega, unicamente, tristeza, sofrimento e miséria. Tobias Fornell trata sua filha com desvelo, carinho, dedicação de pai amoroso, devota-lhe todo o amor do mundo, conquanto ela, de comportamento alterado e fisionomia irreconhecível (e aqui os realizadores do episódio foram felizes ao emprestar-lhe um ar ensandecido, de uma pessoa possuída, não é exagero dizer, pelo demônio), lhe exiba desprezo e desdém. E entende que, mesmo protetor, não pôde impedi-la de ser atingida pelos perigos que o mundo oferece aos homens, o que dá-lhe sensação de impotência, obrigando-o a reconhecer que os pais não são onipotentes, onipresentes, oniscientes. Confrontado pela filha, que, desvairada, exibe-lhe desprezo, abre os braços, oferecendo-lhe amparo; e ela, então, se reconhece uma pessoa em desgraça, necessitada de ajuda, ajuda que ele lhe oferece ao acolhê-la aos braços.
O consumo de opioides, nos Estados Unidos, assumindo ares de epidemia, tão preocupante, recebe, da administração de Donald Trump, atenção especial. Dezenas de milhares de vidas se perdem todo ano. E neste episódio, que é o último da décima sexta temporada, toca-se em tal ferida social.
Os realizadores de NCIS foram felizes em tratar a questão com a seriedade e sensibilidade pedidas.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Introdução à Nova Ordem Mundial - de Alexandre Costa [2 de 10]

Dando sequência à leitura, hoje, segunda-feira, dezenove de agosto de 2019, do livro de Alexandre Costa, Introdução à Nova Ordem Mundial, e interrompendo-a na página 49, encerrando, portanto, o capítulo 4, Os Círculos do Poder, obtive conhecimento de um conjunto considerável de informações acerca de famílias dinásticas, poderosíssimas, cuja fortuna e poder são inimagináveis, e, também, de sociedades iniciáticas, sociedades secretas e personalidades que influenciaram o destino da humanidade, alterando o curso da História (aqui, emprego, unicamente, uma figura de linguagem, afinal a História não segue dois, ou mais, cursos, mas apenas um, o dos eventos ocorridos). Mesmo sendo o livro de Alexandre Costa uma introdução ao tema da NOM, o leitor, dedicado à leitura, se de imaginação fértil, e dotado de um pouco de perspicácia - estes dois talentos associados a um conhecimento prévio, mesmo que precário, do assunto - pode conceber a imensidão  (não em sua amplitude, e certo de que muitos dados estão além de seu entendimento e de sua capacidade de imaginação, lhe são desconhecidos), do poder concentrado nas mãos de algumas dezenas de famílias dinásticas, pode satisfazer-se com a ampliação de sua visão, ciente de que pouco, quase nada, consegue ver, e o que vê, desconfia, talvez não seja real. Numa condição paradoxal, sabendo mais, está certo de que sabe menos do que sabia antes da leitura do livro, pois, sabe, agora, que, em relação ao que acredita que existe para se conhecer, sabe pouco, quase nada, pois o conhecimento adquirido com a leitura dos primeiros capítulos do livro de Alexandre Costa ampliou-lhe a consciência do que há para se conhecer.
Algumas informações fornecidas pelo autor não me era desconhecida. Cito uma delas, e nela me prendo: a maçonaria promoveu a Independência do Brasil, informação, esta, da qual eu, há uns vinte dias, tomara conhecimento durante a leitura de Bonifácio, livro de Otávio Tarquínio de Sousa, historiador brasileiro de primeira ordem. Os nomes de personagens de sociedades secretas e ocultistas, tais como os de Helene Blavatsky e Aleister Crowley, já eram do meu conhecimento; do mesmo modo o eram, já, os nomes de George Bernard Shaw e Herbert George Wells e os Webb, todos integrantes das hostes da Fabian Society; e o de George Soros, patrocinador da Open Society. Os nomes de inúmeras fundações mencionadas, no livro, nas poucas páginas que li, hoje, também não eram do meu desconhecimento. E alguns dados surpreenderam-me: os relacionados aos Illuminati da Baviera (criados pelo ex-jesuíta Adam Weishaupt, financiados por Amschel Mayer Rothschild, até caírem na clandestinidade) que participaram da Revolução Francesa, para aniquilar os nobres franceses, e do Iluminismo, para dar cabo da Igreja Católica;  
E povos de todo o mundo têm de se haver com criaturas obscuras que manipulam os fios que controlam os agentes da História, criaturas que, não poucas, não é errado dizer, emergirem das profundezas do inferno. E Anton Lavey, discípulo de Aleister Crowley, e fundador, nos EUA, da Igreja do Diabo, não me deixa mentir.
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Adendo: escrevo, hoje, 1 de outubro de 2019: muitas das informações fornecidas pelo autor parecem saídos de um roteiro de filme de espionagem moderno, de uma história de teoria da conspiração. Temos de entender que soam-nos absurdas porque somos manipulados pelos meios de comunicação e pelo sistema educacional, instituições que - sabe quem, experiente, acredita em Papai Noel e Coelinho da Páscoa, mas não em lendas modernas concebidas por engenheiros sociais, sociólogos, psicólogos, historiadores, filósofos (melhor intelectuais, muitos deles desonestos, muitos insanos, dementes), cientistas e profissionais de outras áreas do conhecimebto, todos a se arvorarem sábios infalíveis, muitos ignorando sua condição servil, de soldado de um exército que anuncia o apocalipse - sonegam ao mundo as informações que lhes poderiam permitir conceber a História humana com aspectos que mais a aproximam da realidade doa fatos