sábado, 6 de janeiro de 2024

Notas

 

Mr. Magoo - Magoo Detetive (The Nearsighted Magoo - Barefaced Flatlood) - desenho animado.

À noite, na agitada e perigosa metrópole, num covil de lobos e raposas implumes e bípedes, o mais simpático, e voluntarioso, e garboso, e destemido velhinho míope da história do século XX, pequeno de estatura, enorme, imenso, grandioso de coragem, em auxílio a Valdo, encara os maiores criminosos, crudelíssimos seres iníquos, que o perseguem, que o encurralam, que lhe ameaçam a vida, nos lugares mais abjetos, mais imundos que seus olhos conseguem ver; vai a um porão, impede que Valdo converta-se num delator indigno, pugna-se com um fantasma de cabeça de aquário com um peixe dentro, e, a exibir desenvoltura de exímio espadachim, bate-se com um oponente de equivalente poder, desenvoltura, coragem e destreza na arte que fez a fama de Dartagnan, Athos, Portos e Aramis.

É esta uma aventura que apenas um homem da estirpe do Sherlock Holmes poderia empreender.

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Piruás e Farelos - volume 24.

O estudioso estuda.

Quem decide se dedicar a estudar um assunto estuda o assunto que decidiu estudar. Que tautologia, meu irmão! Tautologia?! Que bicho é esse?! Circunlóquio. Circunlóquio?! O que é isso?! Papo furado. Viagem na maionese. E vivas à batatinha!

Falando sério: quem se diz estudioso de um certo assunto, e se é o assunto desses que se pode observar de infinitas perspectivas e deles tirar infinitas conclusões, tem, por dever de ofício, procurar por duas ou três principais correntes de pensamento, certo de que durante todo o tempo dedicado ao estudo do assunto ao qual se dedicou talvez não tenha obtido as informações mais importantes e que após concluído o estudo tenha se inclinado para uma direção favorável a esta ou aquela visão-de-mundo e a este ou aquele personagem - nada a se reprovar, neste ponto, no entanto; do contrário, limita-se a alimentar seus preconceitos, e robustecer suas premissas, mesmo as erradas, que lhe foram enfiadas na cabeça por algum meio qualquer. Na História, por exemplo, quem, lendo obras acerca de certos personagens de um determinado período da história de um país concentra as suas leituras nas obras de um dos - por exemplo - dois grupos em conflito, e recusando-se a ler as do outro, por inclinação, de antemão ciente de quem eles são, não está a estudar, mas a papaguear um idéia, uma agenda política ou ideológica, ou para sustentar uma visão de mundo, e, consequentemente, a propagandeá-la, fazer valer sua idéia, não raro preconcebida, do período histórico estudado e de seus protagonistas.

Além do exposto nas linhas acima, não sei se com clareza - a idéia esta clara, límpida, translúcida, na minha cabeça, mas me pergunto se eu conservo a sua clareza ao expô-la em letras de fôrma -, tem o estudioso de intuir que muitas de suas fontes são falsas, muitos historiadores mentiram desavergonhadamente, para atender aos interesses dos poderosos cujas histórias escreveram, e por ódio a este ou aquele personagem, e por veleidades incontáveis.

Toda a reflexão acima nasce da sem-razão que quaisquer pessoas percebem na postura de gente que se atribui o poder exclusivo de, sem que observe o objeto supostamente estudado, saber as explicações que explicam o que dizem que explica, mesmo, e principalmente, que nada explique, mas que atende à vaidade e à presunção do explicador. E que este ponto fique bem explicado, bem maravilhosamente explicado. Não é o que se vê em muitas gentes que, não vindo ao mundo há dez mil anos, têm a resposta, e a resposta certa, acreditam, para todas as questões, e sem que ao menos tenham dedicado um minuto de suas curtas existências para sequer lamberem a capa de um livro e para ouvirem alguém, seja o alguém quem quer que seja, falar do asssunto do qual tudo sabem porque são daqueles que nasceram sabendo?!

E assim caminha a humanidade. Ou rasteja, sei lá eu.

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Quem julga os cristãos?

O cristão jamais deve deixar-se julgar, e condenar-se tampouco, por quem quer que seja, e menos ainda por inimigos de Cristo.

Não é incomum se deparar com gente que odeia Jesus Cristo, e a Igreja, e a religião cristã, e os cristãos. Não é incomum. E no seio da Igreja muita gente está a cuspir em Cristo. E os odiadores da religião cristã estão sempre com o dedo em riste na cara de um cristão, a condená-lo ao fogo do inferno, mesmo que não acreditem que o inferno exista.

Uma cena: "Tu, um cristão?! Tu és um hipócrita! Tu falas que não se deve levantar falso testemunho, e há pouco disseste cobras e lagartos da Fulana! Hipócrita! Tu não és um cristão!" E diante de tão enérgica, diabólica catilinária, o cristão genuflexiona-se, humilhado, constrangido, sem saber onde enfiar a cabeça, a ponto de se debulhar em lágrimas, a ver no seu acusador um homem nobre, correto, um juiz respeitável, venerável, sábio, uma autoridade moral. Engana-se o cristão que assim se comporta. Tem o cristão, quando tal situação se dá, perguntar para o dito cujo que lhe cuspiu na face: "E quem tu és para me dizer que não sou cristão porque não respeitei um preceito cristão?! Quem tu és?! Quem te autorizou a me julgar, condenar-me e negar-me a participação no corpo de Cristo?! Cristo te autorizou a me xingar, exprobrar-me, assim, tão desrespeitosamente?! Porque transgredi uma lição cristã não sou cristão?! Ora, sou humano, e, enquanto humano, um pecador. Tu estás a me cobrar uma conduta impoluta. Impossível. Sou humano; pecador, portanto. E tu não tens autoridade moral para me pôr o dedo em riste. Não tens! Cristão eu sou. Cristão sou, penso nas minhas atitudes, corrijo-me, esforço-me para não vir a incorrer em erros, e em pecados, e mais nestes do que naqueles, assim buscando sempre me tornar um homem melhor, melhor hoje do que fui ontem, melhor amanhã do que sou hoje. Estou ciente de que, humano, posso cair em erro, e, pior, pecar. E quanto a tu: Procura tua turma, e não me torres a paciência! Sai da minha frente, ou te enfio um soco nas fuças e quebro-te o nariz, peste dos infernos!"

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E sai a lista dos frequentadores da ilha do Jeffrey Epstein.

Contou-me um passarinho, dia destes, que está para se dar a público, na terra do Tio Sam, uma lista, e lista negra, com nomes de gente poderosa que frequentava a famosíssima ilha do Jeffrey Epstein e da Gislaine Maxwell, ilha esta onde crianças eram vítimas de abusos sexuais.

Está para se publicar tal lista, ou já a publicaram, não sei ao certo. Um passarinho, repito, disse-me que tal lista seria publicada ao alvorecer de 2.024; outro disse-me que tal se dará daqui algumas semanas. Seja como for, que venha à tona a história ambientada na ilha infernal, a do Epstein, e que os nomes de todos os seus frequentadores venham a público.

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A mentira e o suicídio de uma jovem.

Uma jovem suicidou-se porque falou dela mentiras cabeludas uma certa página de fofocas. E vem à tona uma história do cão envolvendo uma turma da pesada, que tem laços estreitos com gente da ainda mais pesada, um grupelho de um certo governo de um certo país do orbe terrestre, o único orbe terrestre dentre todos os existentes e inexistentes, diria o extraordinariamente genial José Carlos da Silva Quinha, homem de perspicácia singular.

Conquanto a imprensa, a nossa, melhor, a daqui do Brasil, ignore, solenemente, o assunto, já corre à boca pequena os nomes-fantasia Choquei e Mynd8 e nomes de batismo de figurinhas carimbadas das altas culminâncias do showbizz nacional, e um bom punhado de pessoas, por redes alternativas e independentes de comunicação, já tomam ciência das dimensões inabarcáveis do esquema de influenciadores digitais erguido com muita grana de capitalistas e liberais destas plagas em que se plantando tudo dá.

Aproveito para dizer: há capitalistas, e dos grandes, daqueles donos de trilhões de moedas sonantes, que financiam o movimento comunista - o que faz me perguntar: Os comunistas ganham a parada, quase sempre, por que são os mais inteligentes, têm a melhor estratégia, ou por que têm mais grana? A inteligência deles - é uma suposição, que não pode ser terminantemente descartada - é diretamente proporcional à fortuna, que lhes faz a fortuna, que capitalistas graúdos lhes põem nas mãos?

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Estudos científicos.

Quem estuda as coisas da natureza observa os fenômenos naturais. É da observação que nasce o conhecimento. E reune-se os dados colhidos, e detecta-se as relações de causa e efeito entre estes e aqueles fenômenos. Por que querer encontrar uma explicação para a ocorrência dos fenômenos, se não se identificou os fenômenos, suas origens, suas interações? Dos fenômenos percebidos dá-se uma descrição, sem lhes adicionar comentários de quaisquer espécies, tampouco suposições acerca das suas origens, substâncias ocultas à observação direta.

Um homem, numa floresta, vê, pela primeira vez em sua vida, um raio, ao longe, riscando, de alto a baixo, o céu. E tão logo presencia tal fenômeno dá-lhe uma origem, empresta-lhe certas características mágicas, formula-lhe uma teoria para a sua existência. Não me parece tal postura científica. Penso eu que ele vê o raio, e desconhece-lhe a origem. Assusta-se. E outro raio aparece-lhe,diante dos olhos, no horizonte, de alto a baixo. Entende estar diante de um fenômeno - para o qual não tem explicação - isolado: um raio é um risco luminoso, no céu, a unir a terra às nuvens. E aparece-lhe outro raio, este, célere, a ir de uma nuvem a outa nuvem. Aqui o homem entende que os raios podem ir do chão ao céu e de uma nuvem a outra. E de repente riscam o céu quatro raios, simultaneamente - e ao mesmo tempo, para deixar bem clara a descrição. Agora sabe o nosso herói que muitos raios manifestam-se ao mesmo tempo e simultaneamente. Mas todos os raios que ele viu manifestaram-se bem longe de seus ouvidos.

Passam-se alguns minutos.

Cai um raio a poucos metros do personagem desta história. E ao raio segue-se um trovão.

O raio produziu o trovão?

O nosso herói não sabe.

Caem, na sequência, três raios, a intervalá-los trinta segundos, e após cada raio faz-se ouvir um trovão. E aqui o homem cujos passos seguimos já entendeu que após cada raio segue-se um trovão, que ele ouve se cai perto de si o raio.

E assim vai o nosso amigo acumulando, pouco a pouco, conhecimentos acerca das coisas da natureza. Mas, e as explicações?! O que faz os raios? Por que os raios riscam o céu? Por que ocorrem os trovões?

No dia que tiver um tempinho de sobra o nosso herói se dedicará a encontrar uma explicação para os fenômenos que ele presenciou.

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Negar-se ao contraditório empobrece-se.

Conheço pessoas que se dizem estudiosas, interessadas em saber mais e mais acerca dos assuntos pelos quais se interessam, dispostas a apreenderem idéias diferentes das que possuem e defendem, e que jamais desprezam pessoas por suas posturas políticas e ideologias afastarem-se de quem tem pensamentos diferentes dos delas, esbravejarem à sugestão de lerem livros de estudiosos que têm uma percepção distinta da delas acerca dos temas que elas estudam - melhor, que elas dizem estudar - e conservarem distância segura de quem segue outra política, outra ideologia, ou nenhuma. Encasulam-se a sete chaves, temerosas de contatarem quaisquer idéias que lhes firam a sensibilidade de seres perfeitos.

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É boa a pedagogia do Paulo Freire? A economia socialista produz riqueza?

Perder-se em teorias é perda de tempo. E o tempo é precioso. Muitos debates acalorados podem ser encerrados com uma simples pergunta. Por exemplo, se um professor paulofreireano, em tom professoral, paulofreireanamente professoral - e que tu, leitor, dês ao "paulofreireanamente professoral" o significado que entender apropriado - está a te ditar uma hagiografia do maior de todos os pedagogos, segundo ele, do universo, perguntes-lhe, como quem não quer nada, mas marotamente querendo tudo: "Qual escola implementou na íntegra a pedagogia do Paulo Freire e qual foi o resultado?" E não se esqueça de destacar "na íntegra". Se o professor paulofreireano exibir uma constrangedora cara de marmota, já sabes: a vitória é tua.

E se um adepto fervoroso do socialismo estiver a te dar, leitor, uma aula de socialismo, da teoria do socialismo, enaltecendo as realizações dos socialistas, pintando o socialismo com as cores as mais atraentes?! Ora, perguntes-lhe, assim, desinteressadamente, mas interessado: Qual país implementou na íntegra o sistema econômico sociaista e qual foi o resultado?" Se ele vier com conversa fiada, tu, estejas certo, és o vencedor. E não te esqueças de destacar o "na íntegra".

Nos dois casos, rejeites, terminantemente, quaisquer teorias e exijas um exemplo de caso concreto.

Ensina-nos o ditado: na prática a teoria é outra.

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Pergunta sem pé nem cabeça.

É cada uma, que Deus me livre!

Não sei se é porque se ignora a Língua Portuguesa, se porque se tem um parafuso a menos na cabeça, se porque não se sabe fazer bom uso das palavras, não sei. Talvez seja apenas para fazer graça. Talvez. Talvez se queira enlouquecer meio mundo e endoidar a outra metade. Talvez. Só sei de uma coisa: é engraçado, e divertido - para ser simpático eu digo. Do que estou falando, afinal?! De certas reportagens que vira e mexe me chegam ao conhecimento, inclusive, e principalmente, as que, não as procurando - e não as procuro porque não sei que elas existem - eu as encontro. E uma delas eu a encontrei hoje. E o que ela diz?! Ela diz, logo no título, com uma interrogação, insinuando que tem o autor de tal artigo jornalítico uma revelação extraordinária para fazer, o porquê de muitas pessoas, não todas, após enviuvarem, morrem. Ora bolas, não é da ordem natural das coisas pessoas morrerem, todas elas?!

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Karl Marx e o anti-cristianismo dos esquerdistas.

Karl Marx dizia que a religião é o ópio do povo.

Os marxistas, e leninistas, e socialistas, e comunistas, e esquerdistas, odeiam de morte o cristianismo. Por onde passam perseguem os cristãos: compartilham com o Karl Marx do ódio visceral pela religião cristã.

Então, é líquido e certo, os marxistas, e leninistas, e socialistas, e comunistas, e esquerdistas, se louvam este e aquele padre, e aquele e este bispo, e quaisquer outros representantes da Igreja, o fazem porque encontram neles seus iguais, isto é, vêem que eles seguem o Manifesto do Partido Comunista, e não os Evangelhos.

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