sexta-feira, 15 de março de 2019

Exigências injustificadas

Ao reprovar o Bolsonaro, os anti-Bolsonaro dizem que ele, que prometeu uma nova política e o fim dos privilégios dos políticos, não acabou nem com a velha política, da qual participa, e tampouco com os privilégios dos quais gozam os políticos, ele incluído. Em tais comentários, associa-se à velha política a corrupção e a nova política a práticas políticas isentas de corrupção, e os privilégios dos políticos à injustiça e à exploração, pelos políticos, do povo brasileiro. Ao assim reprovarem o Bolsonaro, estão os anti-Bolsonaro reconhecendo a existência da velha política (sinônimo de corrupção) e de privilégios dos quais os políticos usufruem nos governos que antecederam o do Bolsonaro, assumindo, portanto, como certo, a existência de corrupção (velha política) e privilégios ofertados aos políticos nos governos de FHC, Lula, Dilma e Temer. Se o Bolsonaro, que está na presidência há três meses, merece puxões de orelhas porque não deu fim à velha política, e tampouco aos privilégios dos políticos, os antecessores dele, Temer, Dilma, Lula e FHC, que não romperam com a velha política, e muito menos acabaram com os privilégios dos políticos merecem trinta, quarenta puxões de orelha, pois FHC, Lula, Dilma e Temer tiveram, respectivamente, oito, oito, seis e dois anos para eliminar a velha política e extinguir os privilégios dos políticos. Neste caso, por que, então, os anti-Bolsonaro vêem razão de sobra para reprovar o Bolsonaro, mas nenhuma encontram para censurar os antecessores dele, que tiveram muito mais tempo à disposição para realizar o trabalho que agora exigem do Bolsonaro?

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