Fernando Henrique Cardoso declarou, há poucos dias, que, num possível segundo turno entre Bolsonaro e o candidato do PT, ou entre Bolsonaro e Geraldo Alckmin, o PSDB poderá se aliar ao PT contra o Bolsonaro. Insisto em acreditar que tal declaração do marxista-mor do tucanato e a posterior desconversa à sua repercussão negativa, foi pensada para dar a entender que PT e PSDB não são aliados, e desde sempre, numa política, já alcunhada tucanopetista, de inspiração socialista, e assim preservar a pouca credibilidade que ainda resta ao PSDB ao se mostrar disposto a aliar-se ao seu adversário histórico contra um mal maior, o Bolsonaro. Ora, o mal que o PT fez ao Brasil, e desde antes de Lula sentar-se na cadeira de presidente da República, já é do conhecimento de todos os brasileiros, inclusive daqueles que o atribuem a outros fatores, a outras pessoas, a outros países; o mal que o Bolsonaro, uma ameaça ao Brasil, declaram os anti-bolsonaristas, poderá fazer é hipotético, anunciado pelos adversários dele, e não erro em dá-los como inimigos vicerais dele, muitos desejando suprimi-lo da vida pública, e não raros os que lhe desejam a morte, e antevisto por pessoas que, sugestionáveis, desinformadas, captam as vozes agourentas, que anunciam o apocalipse se Bolsonaro vir a ser eleito presidente.
Muitos eleitores do PSDB, que no PSDB sempre tiveram um partido de oposição ao PT, pois não sabiam qual ideologia o move, agora justificam a fala de FHC, e a defendem, numa postura de negação da realidade. Acreditam que é o Bolsonaro um mal maior do que o PT? Não, pois não lhe conhecem a biografia, tampouco as idéias, mas vendo, nele, o principal, senão o único, obstáculo, à ascensão do PSDB, na pessoa de Geraldo Alckmin, ao Palácio do Planalto, o atacam.
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