segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A luta do século: Donald Trump versus Kim Jong-un


No desejo de entender o que está ocorrendo no mundo, não se pode negligenciar a política americana e a das outras nações que dão as cartas na política mundial, e a das organizações internacionais, e a de personalidades obscuras, que manipulam a política mundial sem que os seus nomes sejam de conhecimento público. É impossível saber o que de fato ocorre na política mundial. E seria uma tolice apresentar-se dela conhecedor porque leu alguns livros de política e tem consigo algumas informações a respeito.
Pode-se conceber alguns cenários da política mundial tendo-se à mão, unicamente, informações esparsas fornecidas pela imprensa, nem sempre confiável - e ao fazê-lo, tem de se ter consciência de que se está em erro, pois não se pode ignorar: A imprensa mundial cria roteiros cujas personagens representam os papéis (fictícios) que a elas a imprensa quer lhes atribuir, mas que elas não representam de fato; escreve e reescreve o roteiro à medida que os capítulos se vão desenrolando, conservando-se intacto um plano de antemão bosquejado com os elementos imprescindíveis para a conservação do papel fictício atribuído à cada personagem, mantendo sob controle o domínio do imaginário popular, impedindo que se desfigure a essência da história concebida, para que não se perca o governo do desenrolar dos eventos, tornando-se incapaz, então, de dar à história o desfecho que lhe esteja em consonância com os seus interesses.
Todo aquele que se atreve a tratar de assunto de enorme complexidade, e a política mundial é um deles, tem de, antes de tudo, reconhecer a sua ignorância e saber que o que tem para apresentar resume-se à conjecturas, e para tanto é indispensável que saiba que o assunto está além do seu entendimento devido à sua intrínseca complexidade e porque lhe são inacessíveis as informações que lhe propiciariam a compreensão dele. As informações, sabe-se, ou suspeita-se, encontram-se nos arquivos secretos de agências de inteligências e nas mesas dos chefes de estado - e o que se tem à disposição são apenas informações esparsas, que, sabem os estudiosos, ou dizem, de fato, respeito à política, ou as disseminaram com o propósito de confundir a todos, tanto os que não se dedicam aos estudos, quanto os estudiosos - principalmente estes, presumo, pois, tendo estes autoridade e ascendência sobre o público leigo, transmite-lhe, sem o saber, informações erradas, que o afasta da verdade.
O bom-senso é indispensável àqueles que se dedicam a tratar do tema, pois lhes concede a sensibilidade para reconhecerem o pouco, ou nenhum, alcance da visão que se tem da política mundial, propiciando-lhe a tomada de consciência da existência de muitos dados, de uma quantidade imensurável, ocultos de todos, aos quais os estudiosos e os jornalistas não têm acesso, os quais correspondem à formulação das políticas dos agentes globais, governos das principais nações e outros protagonistas da história.
A humildade impede os que se lançam no estudo de assuntos compelxos de se persuadirem de que tudo sabem, de que entendem os fenômenos políticos porque tomaram conhecimento, via imprensa, de uma ou duas informações as quais têm como significativas e esclarecedoras, mas que talvez sejam irrelevantes, publicadas com o propósito de ludibriar a todos e fazer com que todos voltem a atenção para um lado que nada tem para lhes mostrar, ou, caso estejam olhando para o lado certo, e vendo o cenário, persuadi-los a focalizar um detalhe irrelevante, forçando-os, assim, a perderem de vista o essencial.
Sei que não estão ao meu alcance, e jamais estarão, as informações que me propiciariam a concepção de uma idéia correta dos eventos que se sucedem nesta era conturbada em que vivemos.
Sem a pretensão, portanto, de apresentar uma avaliação correta a respeito do tema - o antagonismo entre Estados Unidos da América e Coréia do Norte, resumido nas pessoas de Donald Trump e Kim Jong-un -, que me propus tratar neste texto (e se eu tivesse tal pretensão eu seria tolo, soberbo, presunçoso, arrogante e irrealista), pois tenho consciência da amplitude da minha ignorância (não de toda ela, mas de uma boa parte), e certo de que tudo o que tenho para dizer seja irrelevante, ouso escrever algumas idéias.
É este o meu primeiro passo no assunto, passo hesitante, justificada e compreensivelmente hesitante. Com um passo firme, aqui, eu não daria prova de convicção, mas de presunção, arrogância e estupidez.
Olavo de Carvalho, numa postagem no Facebook, declara que apenas os agentes dos serviços de inteligência têm o conhecimento para saber o que se passa no mundo, e que, em outras postagens, evocando Napoleão Bonaparte, afirma que ele, profundo conhecedor da história das guerras e das estratégias militares, para sobrepujar os seus inimigos, concebeu novas estratégias militares às quais nenhum deles pôde responder, tampouco anular, e muito menos se antecipar, pois não as conceberam, presos às lições registradas nos livros de história. Declara, também, Olavo de Carvalho, que o conhecimento da história, mesmo sendo imprescindível ao estudioso, não lhe vale como um guia confiável quando se está a tratar de questões inéditas, que envolvem fatores jamais conhecidos. Considerando as palavras de Olavo de Carvalho, pensa o autor: Tendo-se em vista a amplitude do poderio dos artefatos bélicos, a complexidade da grandiosidade, inabarcável, da ação política das nações mais poderosas, obriga-se o autor a reconhecer que seus conhecimentos da história universal e das teorias políticas são escassos, e, ao tratar do antagonismo entre os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte, usa da imaginação para conceber alguns cenários do que está a se suceder e o que poderá ocorrer, pois o tema é inédito.
Para ilustrar o que está nas linhas acima, trata o autor, em poucas palavras, de dois casos históricos: 1) Adolf Hitler e Jóséf Stálin assinaram o tratado Ribentropp-Molotov, de não-agressão, que Adolf Hitler rasgou assim que apontou a sua artilharia para o coração de Moscou. E a história, então, a oficial, do conhecimento da população mundial, dá como certo o antagonismo entre os nazistas e os comunistas, entre Adolf Hitler e Jóséf Stálin, inimigos viscerais desde que o mundo é mundo. Estudiosos gabaritados sabem que tal versão histórica, popularmente conhecida, repito, é falsa, e que a verdade é: Os comunistas, sob a liderança de Jóséf Stálin, financiaram o rearmamento da Alemanha nazista, instruíram os nazistas em sua política, transferiram-lhe a tecnologia dos campos de concentração, manipularam a Alemanha para, usando-a como um aríete, derrubar as fortalezas européias, devastar a Europa e debilitar-se no processo. E enquanto assistiam, na tranquilidade das estepes russas, ao confronto entre as nações européias, investiam na indústria bélica soviética, fortalecendo a União Soviética, enquanto os europeus se enfraqueciam, para, arrasados todos os países europeus, arremeterem-se contra eles, derrotando-os, e, enfim, dominando a Europa; e, 2) Richard Sorge e Harry Hopkins, com a sutileza de seres diabólicos, induziram os Estados Unidos da América a bloquearem o acesso do Japão ao petróleo, recurso imprescindível para a existência do Império do Sol Nascente, que, então, vendo-se em apuros e antevendo sua morte, lançou um ataque contra Pearl Harbor, território americano. E fois assim que a União Soviética arremessou Estados Unidos da América e Japão, dois dos seus principais e mais poderosos inimigos, um contra o outro, livrando-se de um confronto direto com ambos. E de tal artimanha soviética, os estudiosos só tomaram conhecimento décadas após encerrada a 2ª Guerra Mundial.
Conhecedor dos casos históricos acima expostos e de outros igualmente relevantes o autor sabe que ignora os pontos essenciais da história que se desenrola diante de seus olhos.
Todo este preâmbulo é essencial para se adentrar o tema. Não é digressão. É inspirado na consciência que tem o autor da sua ignorância e da complexidade do tema. É a prudência que o guia.
Como sabe toda pessoa minimamente informada, Donald Trump é o presidente eleito dos Estados Unidos da América e Kim Jong-un um ditador hereditário, e os Estados Unidos da América são uma democracia, que está sob o império da Lei e da Liberdade, e a Coréia do Norte, um país comunista sob o jugo da foice e do martelo.
Desde antes de Donald Trump sagrar-se presidente, e antes de ele, já eleito, assumir a presidência, o ditador norte-coreano provocava os Estados Unidos da América. E desde que se viu ocupando a cadeira presidencial americana, Donald Trump se viu envolvido num confronto de oratória belicista - e é improvável, muita gente pensa, que o antagonismo entre os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte culmine num confronto militar. O ditador norte-coreano é o agente provocador; está a serviço do governo chinês, que almeja substituir os Estados Unidos da América na posição de superpotência. Para atingir os seus objetivos tem a China de desalojar os Estados Unidos da América da posição de preeminência que eles ocupam em todas as áreas. Dedica-se à tarefa com a paciência de um sábio chinês e visão de longo prazo. Financia uma política, agressiva de fato, suave na aparência, desde atrás das cortinas, manipulando o seu fantoche norte-coreano. Quer a induzir os Estados Unidos da América a cometer um erro crasso e se tornar, aos olhos da população mundial, o imperialista agressor, ao mesmo tempo que vende de si à população mundial, a imagem de uma China benevolente, liberal, favorável ao livre-mercado. E nesta política a China conta com a retaguarda da quinta coluna, a imprensa americana, que, inteiramente hostil ao presidente americano, concentra, nele, os seus petardos midiáticos, atribuindo-lhe propósitos, todos censuráveis (xenofobia, racismo, machismo, isolacionismo), os quais ele não alimenta, ocultando, ao denunciá-lo como uma ameaça à paz mundial, o ódio visceral aos Estados Unidos da América.
Qual tem de ser a postura do presidente americano, Donald Trump, cujas propostas inspiraram aos que desejam a extinção dos Estados Unidos da América o arremesso contra ele das críticas mais virulentas e campanha de assassinato de reputações jamais visto na história moderna?
Atacam Donald Trump todos os anti-americanos, inimigos dos Estados Unidos da América, esquerdistas, socialistas, comunistas, globalistas, anti-ocidentais e anti-cristãos que governam inúmeras nações e dirigem organizações mundiais, dentre elas a ONU, ati-americanos que, publicamente, apresentam-se contrárias aos governos nacionais, todos unidos num trabalho diuturno, visando a aniquilação da soberania americana. Identificaram em Donald Trump um obstáculo à execução de um projeto: o da ereção do estado totalitário global, que só será realidade com a extinção da soberania americana. E mesmo não sendo uma realidade, o estado totalitário global, em sua condição de protótipo, já debilitou a soberania de não poucas nações, muitas delas elencadas na lista das mais prósperas e poderosas.
Donald Trump, os analistas políticos confiáveis sabiam desde sempre, não teria, eleito presidente, e, principalmente, ao assumir a presidência, um dia de descanso (do mesmo modo que não gozou de descanso durante toda a corrida eleitoral americana, nos já longínquos anos de 2015 e 2016). Atacá-lo-iam de todos os lados, com todas as armas da maledicência, do ódio aos Estados Unidos da América e do horror à liberdade de que os anti-americanos são capazes (imprensa mundial, intelectuais e artistas), todos a serviço, conscientes e voluntários, uns, inconscientes e involuntários, outros (estes, os idiotas úteis), dos que almejam a aniquilação da terra do Tio Sam e de todos os valores que ela representa.
Vê-se envolvido numa guerra psicológica assustadoramente agressiva, e resiste, e revela-se o oposto do que a imprensa, formadores de opinião e personalidades públicas dizem dele: É maduro, consciente de suas responsabilidades como mandatário da nação mais poderosa do mundo, paciente, sensato, realista, ciente de que, se der um, apenas um, passo em falso, mergulha o mundo numa guerra cujos desenrolar e desenlace são imprevisíveis, e conserva-se no controle, percebe-se, de suas emoções, dando provas inegáveis de que tem a fortaleza moral, a energia física e o vigor intelectual para responder às exigências que o cargo que ocupa lhe exige. Não é, nota toda pessoa realista não contaminada pela propaganda anti-trumpista onipresente na imprensa anti-americana, praticamente toda a imprensa mundial, o sujeito louco, insensato, estúpido, preconceituoso, machista, racista, xenófobo, beligerante, sexista. E na questão envolvendo os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte, antagônicos na política mundial, tem Donald Trump (e a sua equipe de governo) se revelado paciente, calculista, sensato, prudente. Ele não deu nenhum passo em falso, contrariando os seus arquiinimigos, em especial o governo da China e o da Rússia.
Não orienta uma política errática, inconsequente, irresponsável. Mostra-se sua política correta, em conformidade com a realidade do cenário da política mundial que se lhe desvenda aos olhos.
Antes de elencar as três razões que vejo para elogiar Donald Trump, forneço uma lista, composta de três cenários, todos desfavoráveis aos Estados Unidos da América, aos seus aliados, ao mundo livre:
1) Donald Trump não se mostra firme contra a Coréia do Norte, revelando a disposição de usar de todos os meios, inclusive o militar, para conter o ditador Kim Jong-un. Revela-se fraco, indicando aos seus aliados - em especial aos que se vêem diretamente ameaçados por Kim Jong-un, o Japão e a Coréia do Sul - que não possui vontade de conter os seus inimigos, seja a Coréia do Norte, seja qualquer outro, e não os irá auxiliar, e os proteger, conforme o caso, usando de todos os recursos que têm à disposição os Estados Unidos da América, e perderá a confiança deles. E ganham Xi Jinping e Vladimir Putin com tal postura do presidente americano. Eles serão vistos como aliados em potencial dos países que se vêem abandonados pelos Estados Unidos da América, pois têm meios de conter Kim Jong-un e empreender a tarefa que ora se exige de Donald Trump, afinal a China tem influência sobre o ditador norte-coreano e é o principal parceiro comercial da Coréia do Norte, e, junto com a Rússia, o seu principal fornecedor de tecnologia militar, e são a China e a Rússia detentores de poderio militar que pode ser usado como recurso para conter Kim Jong-un caso ele ensaie independência e se mostre disposto a agir por conta própria;
2) Donald Trump, numa decisão precipitada, antecipa-se a Kim Jong-un, e dispara, contra a Coréia do Norte, um ataque militar, revelando-se um agressor. A imprensa internacional, organizações mundiais, organizações não-governamentais mundo afora e Estados Unidos da América a dentro, intelectuais de todos os quadrantes do universo, estrelas do show-bizz (muitos deles, idiotas úteis) e os políticos americanos em peso (inclusive os do Partido Republicano) condenarão Donald Trump, apresentá-lo-ão como imperialista e nacionalista que desrespeita as leis internacionais e a soberania das nações. Com o ataque à Coréia do Norte, oferece Donald Trump aos inimigos dos Estados Unidos da América o pretexto que eles precisam para redobrarem os esforços de sua política anti-americana, renovando a propaganda de ódio aos Estados Unidos da América, justificando-a como ação em defesa da autonomia dos povos e a não-ingerência de uma nação na política de outra nação (mesmo que a outra nação, a Coréia do Norte, adote uma política belicosa, ameaçando os seus vizinhos, em especial a Coréia do Sul, e tenha pretensões a desafiar os Estado Unidos da América, atraindo-os para o confronto - e este detalhe os anti-americanos ocultam da população mundial, assim misturando países pacíficos e os que, na sua pretensão de alçar vôos mais altos, desrespeitam a soberania de outras nações). Beneficiam-se, neste caso, a China e a Rússia, cujos governos não perderão a oportunidade que Donald Trump lhes oferece, e desfecharão um ataque maciço contra os Estados Unidos da América, não um ataque militar, mas de propaganda hostil, apresentando-os como agressores, que agiram unilateralmente, indiferentes às leis internacionais, desrespeitando a soberania de uma nação, sendo, portanto, imerecedores de confiança, e podendo vir a agredir outras nações soberanas. E Donald Trump adquirirá a reputação de inimigo da liberdade, e Vladimir Putin e Xi Jinping, as de paladinos da liberdade, guardiães da soberania das nações. E o presidente russo e o chinês oferecerão auxílio às nações que aceitarem a sua liderança numa guerra, não necessariamente militar, contra os Estados Unidos da América; e cooptando-as, China e Rússia, as únicas nações dotadas de poder econômico e militar que poderão lhes oferecer proteção contra os Estados Unidos da América, robustecem-se ao mesmo tempo que o enfraquecem, ampliando a sua influência na política mundial, debilitando, simultaneamente, a dos Estados Unidos da América, que, debilitados, não no campo militar, tampouco no econômico, mas no diplomático, não gozarão da confiança de outras nações, enfraquecendo-se, portanto, e perdendo aliados. E China e Rússia, não encontrando nenhum rival que lhes imponha resistência, irão dar as cartas na política mundial, com o apoio, não se pode ignorar, dos intelectuais, da mídia e da classe política americanas, hostis à existência da soberania dos Estados Unidos da América e inimigos viscerais de Donald Trump, que se debilitará a ponto de ter o seu mandado precocemente encerrado; e,
3) Estados Unidos da América e Coréia do Norte vão às vias de fato, e Coréia do Norte ataca Japão e Coréia do Sul, ceifando a vida de milhões de pessoas. A imagem dos Estados Unidos da América será arranhada. Mesmo que a guerra fique restrita aos Estados Unidos da América e Coréia do Sul e Japão, seus aliados, e a Coréia do Norte, e não ultrapasse os perímetros da península coreana, e os Estados Unidos da América, a Coréia do Sul e o Japão eliminem, em pouco tempo, a ameaça norte-coreana, o custo em vidas humanas será muito alto, e a vitória militar (e ninguém imagina um cenário em que os Estados Unidos da América e os seus aliados sejam derrotados pela Coréia do Norte) não resultará na vitória em propaganda, pois, sendo toda imprensa mundial e intelectuais hostis aos Estados Unidos da América e anti-trumpista, o enredo da história será escrito por ela, e ela emprestará às personagens envolvidas na trama os papéis que os representam com aspectos favoráveis ou desfavoráveis em consonância com os interesses dos inimigos dos Estados Unidos da América, e caberá ao presidente americano o papel de vilão. E Xi Jinping e Vladimir Putin serão favorecidos, se retirarão fortalecidos do episódio, pois, não se envolvendo no conflito, e no Conselho de Segurança da ONU apresentando-se contrários à ação militar americana contra a Coréia do Norte, e pedindo por entendimento diplomático, serão apresentados, pela imprensa mundial, Ongs e intelectuais de todo o mundo, como pacifistas, e angariarão votos de confiança da opinião pública mundial, domada pela imprensa mundial, anti-americana.
Nestes três cenários, os únicos que consigo imaginar, os Estados Unidos da América são os derrotados. Aos Estados Unidos da América cabe o ônus não importa o que aconteça. Serão os vitoriosos a China e a Rússia. Será o derrotado o Donald Trump. Serão os vitoriosos Xi Jinping e Vladimir Putin.
E quais são as razões para se louvar Donald Trump? São três as que consigo imaginar:
1) Disposição para fazer uso da força militar americana, não se atirando, todavia, numa aventura militar inconsequente, irrefletida - oferece ao seu oponente outras opções para se equacionar o imbróglio, dentre elas a diplomática, revelando-se, assim, disposto ao diálogo para encontrar uma solução pacífica, sem o sacrifício de vidas humanas. Não se lançando, num ato temerário, contra o seu inimigo, não irá pôr em risco todo o mundo, pois a guerra pode assumir proporções inimagináveis. E a sua disposição para usar da ação militar ele a revelou ao ordenar o disparo de 59 mísseis Tomahawk contra a Síria, revelado o uso, pelo governo sírio, secundado pelo governo russo, de armas químicas contra a população síria. Sinaliza Donald Trump disposição para atuar com diplomacia, mas, em defesa dos Estados Unidos da América, dos seus aliados mais ameaçados por Kim Jong-un e do mundo livre, revela-se firme no uso, se necessário, e não havendo outra opção, da força militar americana;
2) Disposição para considerar, na sua política, os interesses dos seus aliados, não pensando, única e exclusivamente, nos interesses americanos, preocupando-se, principalmente, com Japão e Coréia do Sul, os quais, num confronto entre os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte, seriam os principais alvos da artilharia norte-coreana devido à proximidade territorial entre os três países. Assim, conquista a confiança deles, e, também, de outros países, e renova os laços diplomáticos com os seus aliados, afinal não se revelando indiferente ao destino de outras nações que não os Estados Unidos da América, e de outros povos que não o americano, adquire uma projeção política maior, engrandece a sua reputação, e melhora, imensamente, aos olhos da população mundial, apesar da virulenta campanha anti-americana da imprensa e intelectualidade mundiais, a imagem dos Estados Unidos da América. Revelando-se preocupado com o destino do Japão e da Coréia do Sul, a ponto de, além de fornecer-lhes armamentos e sistemas de defesa antimísseis, participando com eles de treinamento conjunto numa prova, inegável, de conjunção de interesses e estreitos laços de amizade, e não tomando decisões irrefletidas que podem resultar em ações equivocadas, e, consequentemente, numa catástrofe global, jogando o mundo, ou apenas a península coreana, numa guerra de grande envergadura, revela-se aliado confiável; e,
3) Postura de liderança mundial, no Conselho de Segurança da ONU, ameaçando, com ação militar, a Coréia do Norte, ao mesmo que à Coréia do Norte oferece o diálogo para a resolução do conflito via entendimento diplomático. E assim, com ações diplomáticas, e exibição de poder militar e disposição para usá-lo se eliminadas todas as outras opções, dilata o tempo para o início de uma ação militar, que poderá ou ser cirúrgica, reduzindo, enormemente, o custo do empreendimento, principalmente em vidas humanas, ou jamais ser lançada, pois têm o desejo sincero de evitar a perda de vidas humanas, distinguindo-se, neste ponto, como em muitos outros, do seu antagonista norte-coreano, e revelando ao mundo a ambigüidade da política de Xi Jinping e Vladimir Putin, pois, ambos, possuindo ascendência sobre Kim Jong-un, não a usam para contê-lo, e assim revelam-se, aos olhos do mundo, cúmplices dele, principalmente Xi Jinping.
O meu escasso conhecimento de política internacional e a minha imaginação só me permitem conceber estas três razões. E agora dou início às considerações finais, com um adendo, que consiste numa exposição de algumas conjeturas que revelam, presumo, a impropriedade de toda análise que é apresentada como a definitiva acerca de tão complexo assunto.
Percebe o mundo que o governo da China e o governo da Rússia, resumidos, respectivamente, nas pessoas de Xi Jinping e Vladimir Putin, conquanto a imprensa mundial seja majoritariamente, quase unanimemente (há vozes dissonantes; são raras, mas elas existem), anti-americanas e hostil ao Donald Trump, são ambíguos, e Kim Jong-un, uma ameaça à paz mundial. O tempo, dada a irresolução e indefinição da política mundial em relação à Coréia do Norte, pode ser um aliado de Donald Trump. Está, quero crer, a favor do presidente americano, afinal, é a atitude do ditador norte-coreano que põe a população mundial em suspenso, temendo uma conflagração mundial, e como Vladimir Putin e Xi Jinping revelam-se dissimulados, aos olhos de muita gente favoráveis ao ditador norte-coreano, as suspeitas acerca das intenções deles aumentam e cresce o apoio mundial ao Donald Trump e aos Estados Unidos da América, apesar de toda a propaganda anti-americana dominante na imprensa e na intelectualidade mundiais.
A postura do presidente americano, paciente e firme, é apropriada para este caso, mostrando-se ele, mesmo sob a pressão que sofre, força, inteligência e coragem. Não agiu, até o momento, temerariamente, favorecendo os inimigos dos Estados Unidos da América: Não dando o primeiro tiro, assim não se apresenta como o agressor; não retirando a força militar americana da península coreana, não se revela fraco, impotente, indiferente ao destino dos seus aliados, e não os abandonando a Coréia do Sul e o Japão sabem que podem contar com o apoio dos Estados Unidos da América nesta e em outras questões. Donald Trump dá sinais positivos de si aos aliados e aos inimigos; todos tomaram conhecimento da disposição dele de exercer o papel que compete aos Estados Unidos da América. E a disposição para exercer o seu papel histórico o presidente americano já a revelou em duas ocasiões, considerando-se unicamente a questão militar: O lançamento de 59 mísseis Tomahawk contra a Síria, após o uso, pelo governo sírio, de armas químicas contra o povo sírio, e a detonação da “Mãe de Todas as Bombas”, no Afeganistão. E podemos mencionar, como exemplos de sua disposição em manter a ordem no mundo e a preeminência dos Estados Unidos da América em termos políticos, econômicos e militares e sua firmeza de convicções a costura de acordo militar bilionário dos Estados Unidos da América com a Arábia Saudita (uma mensagem ao Irã) e as duras palavras que ele proferiu acerca do que se dá na Venezuela, Nicolás Maduro assumindo, com uma farsa, a nova constituinte, a posição de um ditador.
Tudo me leva a crer que a China está, e não a Coréia do Norte, distendendo a corda, secundado pela Rússia (ou a Rússia está no comando, e a China é sua aliada - ou ambos os países atuam em associação), para jogar os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte em rota de colisão, pois a Coréia do Norte jamais ousaria desafiar os Estados Unidos da América se não contasse com o apoio incondicional de uma potência mundial, no caso a China. Seria uma insensatez, se o fizesse. Só desafia os Estados Unidos da América porque está abrigado sob o guarda-chuva chinês, ou sob o russo-chinês.
E insisto: A indefinição do entrevero envolvendo os Estados Unidos da América e a Coréia do Norte pode vir em favor de Donald Trump conquanto toda a imprensa mundial seja anti-americana e anti-trumpista, pois, ao se noticiar fatos envolvendo a Coréia do Norte, a imprensa está a divulgar as ações provocativas de Kim Jong-un, o que redunda na construção de uma imagem negativa dele, dando-o como uma ameaça à paz mundial.
Até o presente momento, na questão acerca de Kim Jong-un, Donald Trump não trocou os pés pelas mãos e não pôs a carroça na frente dos bois. É prudente e firme. Revela força e flexibilidade. Exibe ao mundo os músculos dos Estados Unidos da América (na Síria e no Afeganistão) e a inteligência (na Arábia Saudita). Demonstra-se disposto ao diálogo com o seu antagonista. Exerce a autoridade de mandatário da maior potência política, econômica e militar do mundo, sem a debilidade e a servilidade do seu antecessor. É leal aos seus aliados. E na sua política de condenação a Kim Jong-un constrói de si imagem que desmente todos os estereótipos que a imprensa mundial criou para ele, os de isolacionista, xenófobo, populista. E vai Donald Trump revelando-se um líder mundial, estadista confiável.
Todas as conjecturas que expus nas linhas anteriores eu as pensei tendo-se em mente que Kim Jong-un é um fantoche do governo chinês; não posso deixar, todavia, de considerar que isso não reflete a realidade, e tenho de me perguntar: Estaria a China perdendo o controle sobre Kim Jong-un? Estaria Kim Jong-un ensaiando um movimento de independência da Coréia do Norte na sua relação com a China? Estas conjecturas não podem ser desconsideradas. Está Kim Jong-un, fortalecido, confiante - após décadas de financiamento chinês na Coréia do Norte, principalmente na área militar, permitindo que a Coréia do Norte desenvolva bombas atômicas e mísseis balísticos -, decidido a andar com as próprias pernas e prescindir da ascendência da China e dos seus investimentos na Coréia do Norte? Quer Kim Jong-un assumir as rédeas do destino da Coréia do Norte, e para tanto está chantageando, não apenas os Estados Unidos da América, mas, também, a China, que não tem interesse em insistir nas provocações aos Estados Unidos da América, ao Japão e à Coréia do Sul? Estaria Kim Jong-un, com suas ameaças aos Estados Unidos da América, ao Japão e à Coréia do Sul, desejando atrair estes três países para a mesa de negociações e deles receber apoio político e econômico (também militar?) para quebrar as correntes chinesas que lhe manietam os movimentos, negando-lhe autonomia? Seria este o propósito do ditador norte-coreano? É inverossímil tal hipótese? Às vezes o que soa inverossímil à razão é verossímil à imaginação. Ora, não é do interesse do governo chinês o aumento da presença militar americana nas circunvizinhanças da China; portanto, não quer a China insistir numa política norte-coreana de provocação aos Estados Unidos da América - rival da China em todo o mundo - e ao Japão - rival da China na política regional - e à Coréia do Sul. Com a insegurança gerada pela política de Kim Jong-un, os Estados Unidos da América fortalecem a sua presença militar na península coreana e em todo o sudeste da Ásia, região em que a China pretende possuir o poder hegemônico e impor a sua supremacia ao Japão, seu rival regional. E a China não tem interesse no aumento da presença militar americana na região. Além disso, o Japão e a Coréia do Sul, em decorrência das aventuras disparatadas (aparentemente) de Kim Jong-un, ameaçando-os, ampliam investimentos na área militar, renovando as suas forças bélicas, com tecnologias mais sofisticadas e armamentos mais devastadores, sendo ambos os países possuidores de avançada tecnologia, e ambos podendo vir a, num futuro próximo, também produzir bombas atômicas - e o Japão já sinalizou disposição para rever a sua política militar e produzir artefatos atômicos. E à China também não interessa dois rivais regionais fortemente armados e grandemente poderosos em termos militares. A pretensão de Kim Jong-un de obter a tecnologia de produção de mísseis balísticos de médio e de longo alcance, intercontinentais, para atingir os Estados Unidos da América, inspira aos Estados Unidos da América o reconhecimento da necessidade premente de ampliação dos investimentos militares, renovando o seu aparato bélico, para conservaren-se na dianteira tecnológica militar, ampliando ainda mais a sua vantagem militar, pois conscientizam-se do engrandecimento do poderio militar dos seus inimigos e da multiplicação deles. E não é do interesse da China os Estados Unidos da América sentirem-se ameaçados. Interessa, portanto, à China, e também à Rússia, a política provocativa de Kim Jong-un? É Kim Jong-un o louco, o irresponsável, que dizem que ele é?

3 comentários:

  1. No dia seguinte ao do pronunciamento de Donald Trump na Assembléia da ONU, Rússia e China realizaram treinamento militar conjunto, e, dias depois, o Irã, em resposta, disseram, ao discurso de Donald Trump, fez um teste com míssil. Ora, todos sabiam o que o Donald Trump iria dizer na ONU, não as palavras exatas, mas as idéias principais, portanto, também o treinamento russo-chinês quanto o testes iraniano já estavam agendado para sucederem-se à assembléia da ONU, ao contrário do que diz a imprensa, que faz o papel de bobo da corte.

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  2. Donald Trump está pondo o mundo nos eixos. Seu antecessor, Obama, um anti-americano, estava enfraquecendo os EUA, haja vista a política dele no Oriente Médio, promovendo, não é exagero dizer, a Primavera Árabe, com a consequente crise na Líbia, e a morte de Khadafi, no Egito, com a deposição de Mubaraki, e conflitos em outros países da região, e, principalmente, a guerra civil na Síria. Se nos países, cujo governo eram, uns mais, outros menos, mais próximos, mais distantes, aliados dos EUA, na Síria, do Assad, aliado da Rússia, o caldo entornou, pois Putin sustentou o seu fantoche no governo de Damasco, estendendo a crise, que redundou numa guerra civil, com impacto direto em toda a Europa, e, em menor escala, em todo o mundo, com a consequente crise migratória, e com a infiltração de terroristas entre os emigrantes sírios, o que está a assaltar as consciências de todos os países europeus, com o aumento de atos terroristas, e uma reação, algumas extremas, de rejeição ao estrangeiros, confundindo-se, aqui, aqueles europeus que desejam o bem de seus países, e aqueles que, chauvinistas, querem a expulsão de todos os estrangeiros, independentemente de sua origem. Está Donald Trump, num esforço hercúleo, pondo, como pode, um pouco de ordem, no mundo, que se via em desordem com a decadência dos EUA.

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  3. É praticamente impossível saber o que se passa no Salão Oval da Casa Branca. E, não se pode ignorar, o Deep State tem muita influência na política americana. Quase nada se sabe sobre essa, vou assim dizer, sociedade secreta.

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