sábado, 29 de janeiro de 2022

Brasil

 PT, Cuba, e charutos.


É o título deste meu artigo "PT, Cuba, e charutos." Eu poderia intitulá-lo, também, e, penso, com mais propriedade, e com recheio joco-sério, assim: "Três bilhões e seiscentos milhões de motivos para o presidente Jair Messias Bolsonaro perdoar a dívida cubana." O leitor entenderá a minha observação ao ler as palavras a seguir.

Diz o presidente Jair Messias Bolsonaro que, nos anos em que o PT desgovernava o Brasil, assinaram um contrato, pra lá de camarada, os governos do Brasil e de Cuba, contrato que contemplava a entrega, pelo Brasil, à Cuba - melhor, ao governo de Cuba - de algumas moedinhas que a cornucópia tupiniquim criava a partir do nada (é tal cornucópia um maquinismo de moto-perpétuo), moedinhas que nenhuma falta fariam ao Brasil, que é, afinal, todos sabemos, um país cujo povo nada em dinheiro tal qual o muquirana mais amado em todo o mundo, o Tio Patinhas. E todas as moedinhas, somadas, chegam a míseros três bilhões de reais e alguns cascalhos. Mas não temos os brasileiros com o que nos preocupar, afinal o governo do país caribenho, a ilha-cárcere, sob administração humanitária dos Castro, comprometeu-se a honrar, num prazo de vinte e cinco anos, o seu compromisso, entregando ao povo brasileiro charutos, muitos charutos, e não quaisquer charutos, como afirmam os detratores dos Castro, não! mas charutos cubanos, os mais cobiçados de todo o universo. Todavia, soube-se, o governo da ilha de Fidel, para surpresa de todos, decidiu não entregar ao Brasil os charutos prometidos. Algumas pessoas - contou-me um passarinho - exortaram o excelentíssimo presidente do Brasil, o senhor Jair Messias Bolsonaro, que desejava ir às vias de fato contra o governo cubano e cobrar-lhe a dívida acordada, a resignar-se, entender que o Brasil já tomou o calote, perdeu três bilhões de reais e alguns trocados. E que se desse por satisfeito, e feliz, pois, embora considerável o prejuízo brasileiro, deve-se saber que, caso o Brasil recebesse de Cuba os charutos, o prejuízo dos tupiniquins poderia se decuplicar, ou, pior ainda, elevar-se à enésima potência, afinal não se sabe quais são os ingredientes da "moeda" cubana.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Brasileiros

 Tipos Humanos Autenticamente Brasileiros.


É o Brasil o país da mistureba racial, fenômeno civilizatório que os sociólogos, os antropólogos, os etnólogos e os paleontólogos denominam miscigenação, que, não se sabe com exatidão porquê cargas-d'água, manifesta-se, não com exclusividade, na terra do mico-sagui e da vitória-régia, com intensidade infinitamente superior à que se vê em outros países, e desde que nas suas terras pisaram os lusitanos Pedro Álvares Cabral e Pero Vaz de Caminha - contou-me um passarinho (e estou a vender o peixe pelo preço que dele eu o comprei - a sequência de três palavras com inicial em 'p' não é do meu agrado, mas fica) que estes dois ilustres personagens da história da Ilha de Vera Cruz não pisaram nas terras do país do carnaval e do futebol (que naquela era imemorial eram desconhecidos por estas plagas), mas ocuparam-se, unicamente, de pisar nas areias do litoral da Bahia.

Nesta terra em que se plantando tudo dá, até foca de cabelo colorido e ser híbrido de traíra e marreco - duas quimeras a pedirem nome de batismo, científico, em latim -, germinaram inúmeros tipos humanos de características inexistentes nas outras duzentas e tantas nações que ocupam as terras emersas do planeta Terra. E eu vim a da existência deles inteirar-me após décadas de dedicação (não me agrada esta sequência de três palavras com inicial em 'd', mas fica) ao estudo de tão inusitado fenômeno, único, singular, em toda a longa história da espécie humana. Compulsei calhamaços pesadíssimos e alfarrábios vetustos, impressos, estes e aqueles, quando Matusalém era um bebê mimoso e rechonchudo, cujos vagidos encantavam sua progenitora, e estudei arte rupestre encontrada em dezenas de cavernas espalhadas pelos rincões do Brasil, e manuscritos com caligrafia esmerada e floreada de inextrincável emaranhado de atavios, até que, enfim, compensando todo o meu esforço e a minha dedicação - inéditos na história da humanidade, digo, sem falsa modéstia, e sem me vangloriar, e sem me vexar, pois é o que digo a mais pura verdade -, consegui - fui bem-sucedido em meu propósito - elaborar uma lista, que dou a conhecer aos interessados em tão intrigante assunto, nas linhas abaixo da que encerra este parágrado (Eu escrevi "intrigante tema", que não fica, pois a junção da última sílaba de "intrigante" com a primeira de "tema" não me agradou, não me soou bem aos ouvidos - feriu-mos), com todos os tipos humanos autenticamente brasileiros que identifiquei em todas as obras literárias que me chegaram ao conhecimento - as gravadas em papel e as gravadas em pedras e as gravadas nas paredes e nos tetos e no chão de cavernas. Caso o leitor, se estudioso da história da civilização, jamais deixa de cumprir as suas incumbências intelectuais, notar, na lista que eu forneço a seguir, a ausência de algum tipo humano autenticamente brasileiro, que me faça a gentileza de mencioná-lo, chamando-me a atenção para a minha negligência imperdoável. Eis a prometida lista de tipos humanos autenticamente brasileiros:

1) afro-brasileiro;

2) euro-brasileiro;

3) americano-brasileiro;

4) asiático-brasileiro;

5) australopiteco-brasileiro;

6) asteca-nipônico-brasileiro;

7) etíope-viking-brasileiro;

8) boliviano-árabe-brasileiro;

9) franco-sifilítico-magiar-brasileiro;

10) eslavo-troiano-kriptoniano-brasileiro;

11) neozelândes-tártaro-shakesperiano-brasileiro;

12) aimoré-anglo-saxônico-equino-brasileiro;

13) sírio-jupiteriano-nórdico-brasileiro;

14) turco-burlesco-nudista-estóico-brasileiro;

15) lusitano-maia-hipocondríaco-saariano-brasileiro;

16) otomano-pigmeu-paquistanês-ungulado-brasileiro;

17) angolano-marsupial-albino-suburbano-brasileiro;

18) guatemalteco-sioux-achocolatado-insosso-brasileiro;

19) argelino-paraquedista-faquir-elefantino-brasileiro,

20) são-paulino-vietnamita-paraplégico-bérbere-arborícola-brasileiro;

21) helênico-gótico-frankensteiniano-cosmonauta-leporino-brasileiro;

22) moçambicano-carijó-belfo-calipígio-ovíparo-brasileiro;

23) taiwanês-neurótico-valetudinário-elegíaco-sudanês-brasileiro;

24) chileno-bielorusso-polissilábico-seráfico-caboverdiano-brasileiro;

25) argentino-iraquiano-lacônico-peripatético-prognato-brasileiro;

26) marroquino-ucraniano-anfíbio-selenita-afegão-brasileiro; e,

27) paraguaio-vulpino-rubro-negro-napoleônico-arabesco-netuniano-crocodiliano-rocambolesco-plutônico-ermitão-palmeirense-cigano-romeno-brasileiro.



quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Três

 A Dona Morte chegou! Tranquem-se nas suas casas! A Dona Morte chegou!


Estava, naquele dia de céu azul-anil, uma ou outra nuvem a viajar, pachorrentamente, pela abóbada celeste, caminhando, a manquitolar, com a despreocupação de uma entidade imortal, a Dona Morte, andrajos pretos, felpudos, e tétricos, a cobrir-lhe a pele apergaminhada, ocultando de todos os seres vivos sua figura agourenta. Pontilhava o asfalto com a extremidade inferior de um bastão comprido, tão preto quanto as vestes que a cobriam e em cuja outra extremidade havia uma foice afiadíssima, quando, à sua direita, chegou-se um carro, desacelerando, e cujo motorista, um varapau barbudo de grossas pestanas, perguntou-lhe: "Ô, Dona Morte, o que a senhora faz por estas bandas?", e ela, voz pausada, ciciante, sibilina, sem se dignar a virar-lhe a cabeça, e sem interromper os passos, respondeu-lhe: "Estou dirigindo-me à cidade Tal." E o motorista pisou, incontinenti, no acelerador, a ponto de afundá-lo no chão do carro. Estava próxima a cidade Tal. Dela distava Dona Morte um quilômetro. Ia tão lentamente a lúgubre senhora, que precisou ela de seis horas e quarenta e oito minutos para entrar-lhe nos domínios; e dela retirou-se três horas depois, a caminhar, claudicante, a pontilhar o asfalto com o bastão, a foice, rubra, a gotejar sangue, e rumou à sua casa, onde chegou à meia-noite.

Na manhã seguinte, ligou Dona Morte o telefone celular, acessou uma página de notícias, e leu o título, que vinha em letras garrafais, da reportagem principal: "Dona Morte matou vinte e dois mil e seiscentos e quarenta e sete moradores da cidade Tal.", seguido do subtítulo, em letras menores: "A pequena cidade Tal, de setenta e cinco mil habitantes, vive uma tragédia sem precedentes. O povo chora a morte de seus entes queridos." E de imediato Dona Morte arregala os olhos, abismada, indignada: "Mentirosos! Eu não matei tanta gente assim, não. Ao chegar à cidade Tal o chão dela já estava juncado de cadáveres. Matei quatro pessoas, apenas quatro. Assumo a responsabilidade por tais mortes. Que as debitem na minha conta. Quanto às outras vinte e duas mil e seiscentas e quarenta e três, debitem-las na do Senhor Medo."

*

Os males covidianos.


Os especialistas, de acordo com o que as pesquisas indicam, descobriram que o covid causa, naqueles que ele infecta, aneurisma, leishmaniose, alergia à lactose, blefarite, bicho-do-pé, astigmatismo, hipermetropia, mutismo, surdez, fotofobia, cegueira, calvície, úlcera gástrica, cólica renal, diarréia, prisão de ventre, impotência sexual, vampirismo, cólera, febre amarela, doença de Chagas, miopia, pressão alta, pressão baixa, disenteria, dente encavalado, estrabismo, tuberculose, síndrome do pânico, alergia à maltose, anorexia bulímica, alergia à sacarose, tecnofobia, hipertensão, varizes, depressão, nanismo, obesidade mórbida, raquitismo, piromania, sonambulismo, atrofia muscular, autismo, esquizofrenia, mal de Alzheimer, elefantíase, pneumonia, anemia, dupla personalidade, transtorno obssessivo-compulsivo, necrofilia, velhice e feiúra. E descobriram, também, que a máscara faz dos feios bonitos, e dos magricelas e dos balofos esbeltos, modelos perfeitos da beleza humana.

*

Convalesci. Estou fora de perigo. Não se preocupem.


Adoeci. De gripe. De resfriado. De febre. Eu aproveitara a promoção, e comprara o pacote anunciado: "Levem cinco vírus pelo preço de um: combo promocional: Covid original, Covid versão Delta, Covid versão Ômicron, Influenza e H1N1. Aproveitem! Cinco vírus pelo preço de um." Aproveitei a oferta. E eu a perderia?! Sou brasileiro; e não perco oferta nunca. Não deixei que se me escapasse por entre os dedos promoção tão generosa.

Acamado, dores de cabeça a afligir-me vinte e quatro horas por dia, febre a queimar-me, em revoltas incontíveis a fauna e a flora estomacais - tão excruciantes as dores que parecia-me que abutres removiam-me as entranhas -, a debilitar-me diarréias, a pressão arterial a gangorrear violentamente. E eu a cuspir catarros, e meus olhos a eliminarem secreção esverdeada em tal quantidade que me colaram as pálpebras, impedindo-me de ver a luz do dia. E assim vivi um dia, dois dias, três dias, quatro dias, a sonhar com a minha convalescência, o que se deu no oitavo dia de ingente sofrimento. Melhorei, a olhos vistos. Foram-se-me as dores, e a febre, e os vômitos, e as diarréias; enfim, melhorei. E piorei. E meu corpo tornou a arder em chamas, e as dores de cabeças regressaram, constantes, ininterruptas, para me atormentarem, e meus pulmões a encherem-se de catarro, que eu tinha de cuspir assim que me subiam à boca. E passaram-se os dias, a flagerarem-me dores atrozes, e pensamentos agourentos a tangenciarem-me a cabeça; e principiei a delirar; e, repentinamente, para a minha surpresa, convalesci, arrefeceu-se-me a febre, atenuaram-se-me as dores. Enfim, convalesci. Melhorei. Era inegável: Melhorei. E piorei. Tornei à cama. Voltaram-me a febre, as dores de cabeça, os vômitos, as diarréias, as oscilações violentas da pressão arterial. E pensei, durante os delírios febris, com os meus botões: "Pela segunda vez, após melhorar, piorei. Basta! Que eu não melhore mais! Nunca mais! Jamais! Quem, sem que eu melhore, eu sare!" Salutar, a auto-sugestão. O poder da mente é extraordinariamente fabuloso! E assim, sem que eu melhorasse, sarei. E sarei bem. Estou pronto para a próxima.

Notas breves

 Nomes proibidos. Profetas modernos. Já se vacinou? Médicos? O Dia do Pico ressurge. Imunidade natural, ou vacina? Carnaval. Notas breves.


Nomes proibidos.

Nestes tempos de Seguidores da Ciência, tempos que correm pelas auto-estradas da internet, há nomes que não podem ser escritos em tipos gráficos, tampouco pronunciados nas altas esferas midiáticas, acadêmicas, e nas instituições oficiais, nacionais e internacionais, e nas ditas científicas, nomes que devem ser mantidos longe dos olhos e ouvidos do homem comum, sob pena de exílio, execração pública, a viver os dias que restam da vida no ostracismo, comendo o pão que o diabo amassou, quem ousar citá-los. Aqui estão os nomes de alguns homens que os poderosos têm na conta de inimigos públicos (na verdade, inimigos deles, e não do público): Dr. Didier Raoult, Dr. William Campbell, Dr. Satoshi Ohmura, Dr. Luc Montagnier, Dr. Geer V. Bossche, Dr. Michael Yeadon, Dr. Robert W. Malone; e Bruno Graf, filho de Arlene Ferrari Graf.

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Palavras dos profetas modernos: "Quinze dias, para achatar a curva, e dar tempo para prefeitos e governadores prepararem os hospitais para acolherem os infectados pelo coronavírus, que seguirá o seu curso natural - e com ele teremos de aprender a conviver, e para sempre - até se atingir a imunidade de rebanho, que se dará assim que sessenta por cento da população estiver infectada. E tão logo se crie, e se produza, a vacina, que ficará à disposição de todos, as pessoas que se vacinarem, imunizadas, poderão retomar a sua vida normal, pois estarão protegidas, livres de perigos."

Transcorridos dois anos, a curva achatou-se e desachatou-se em diversas ocasiões, e milhões de pessoas vacinadas não podem retomar a vida de antes do prefácio do dramático, de ares trágicos, apocalípticos, volume da história universal identificado com o título Epidemia do Covid-19, e esqueceram-se que existe uma tal de Imunidade Natural, velha amiga dos humanos, que os acompanha desde o tempo das cavernas, imemorial. Proféticos, os infalíveis Seguidores da Ciência.

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"Você já se vacinou contra o covid?" "Não." "Você vai se vacinar?" "Não." "Por quê?! Você tem medo de agulhas?" "Não." "Por que, então?!" "Porque não tenho porquê me vacinar. Minha imunidade natural é de primeira linha, fora de série. Nela eu confio. O vírus aproxima-se de mim, eu o engulo; e cuspo-o embrulhado em catarro, enviando-o para o inferno."

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Médicos?

No início do que se convencionou chamar de Epidemia do Covid, em 2.020, uma pessoa, a doer-lhe o corpo, sinais de gripe, e sintomas que até então desconhecia, todos a atormentarem-lo, recorre ao médico, que, após diagnosticá-la, suspeita tratar-se o caso de infecção por covid-19, vírus que, sabe o médico, é letal, e pode levar o paciente a partir desta para a melhor, a domir, num leito confortável, sete palmos abaixo da terra, a bater as botas, a abotoar o paletó, enfim, sendo-se curto e grosso, nu e cru, sem tergiversações e circunlóquios, à morte, e pede-lhe que se submeta ao teste, que definirá se ele está, ou não, com o malquisto e assustadoramente letal vírus, e, ao ter em mãos o resultado do teste confirma suas suspeitas, e avia ao paciente receita, que se resume a vinte gotas, se estiver o paciente a ferver de febre e a dobrar-se de dor, de um popular anti-térmico e analgésico. Ora bolas, sabe o discípulo de Hipócrates que é o vírus letal, ceifador de vidas, um arauto da Morte, a anunciar o apocalipse; que pode o paciente infectado por tão mortífero vírus, que irá causar um morticínio sem precedente na história da humanidade, vir à óbito dentro de poucos dias se não tratado imediatamente, e o único remédio que lhe oferece é um anti-térmico e analgésico?! E o homem de jaleco branco, com a sem-cerimônia de um respeitável doutor exorta seu paciente a isolar-se, na própria residência, do mundo, e viver como um anacoreta, e só recorrer ao hospital se lhe estiverem quase que completamente obstruídos os pulmões e em frangalhos o cérebro, às portas da morte, com um pé na cova, a vislumbrar, no horizonte, a aproximar-se de si a passos acelerados, a ceifadora de vidas!? Que belo médico saiu tal homem!

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O Dia do Pico ressurge.

Para a felicidade dos pandeminions, tornou ao mundo dos vivos, repaginado, o Dia do Pico. E é, agora, do Ômicron. É o Dia do Pico 2.0, versão 2.022. Foi o Dia do Pico o dia 15 de Janeiro de 2.022. Dia que já passou. E os especialistas, revendo seus estudos, prorrogaram o Dia do Pico para o dia 31 do corrente mês; e outros, mais prudentes e sofisticados, prorrogam-lo para o dia 15 de Fevereiro.

Vivas ao Dia do Pico!

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Imunidade natural, ou vacina?

A queda de mortes por covid é atribuída às vacinas. Se está correta a associação de causa e efeito entre "vacinas" e "queda de mortes", não sei; suspeito, apenas que, após quase dois anos do início da história que se convencionou chamar de epidemia do coronavírus a imunidade natural deve ter tido um papel, e relevante, na imunização, e natural, de boa parte da população - ou decretaram a extinção da Imunidade Natural com uma canetada, e não me contaram?! -, atingindo-se o que chamam de imunidade de rebanho. Ora, sabe-se que os casos registrados de infecção pelo coronavírus estão subnotificados. Fala-se que para cada registro oficial há cinco não notificados, afinal os assintomáticos não procuram hospitais, pois não manifestam sintomas - e um passarinho contou-me que estes humanos, privilegiados com um organismo resistente, correspondem à 90% da população. Não sei se erro em afirmar que a imunidade de rebanho foi alcançada há muito tempo. Infelizmente, a Imunidade de Rebanho, coitada! há dois anos tão querida e amada, e nela os humanos depositávamos todas as nossas esperanças para sairmos da situação catastrófica que nos envolveu, está, hoje, tão desacreditada, e pior! tão desdenhada, tão desprezada, e pior! mil vezes pior! é alvo de chacota, de campanha difamatória inédita em toda da história da Terra.

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Em 2.020, os foliões pularam carnaval; em 2.021, não. Nos meses de Março, Abril e Maio de 2.021 morreram, de covid, mais pessoas do que nos meses correspondentes de 2.020.


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Olavo de Carvalho

 Olavo de Carvalho.


Faleceu, hoje, 25 de Janeiro do ano de 2.022, Olavo de Carvalho, filósofo brasileiro. Não tenho conhecimentos para dimensionar-lhe a vastidão de seu horizonte intelectual e o valor de suas obras, da qual conheço um pouco.

O nome Olavo de Carvalho eu o li, pela primeira vez, poucos anos antes do alvorecer do século presente, numa revista, República, que traz, também, outro nome que eu então desconhecia, o do crítico literário brasileiro Wilson Martins. De ambos os dois estudiosos brasileiros, uma entrevista, ambas a contentarem-me imensamente. Não sei dizer qual delas mais me agradou. E os nomes Olavo de Carvalho e Wilson Martins nunca mais me saíram da memória. Nas poucas páginas que reproduzia a entrevista que à República Olavo de Carvalho concedera, li, e pela primeira vez, nomes de pensadores que eu nunca tinha ouvido falar e os quais eu jamais lêra gravado em algum jornal ou revista. O tempo passou. E fui ler alguma coisa de Olavo de Carvalho, anos depois, nos primeiros do século atual, na revista Primeira Leitura, artigos, curtos, de uma página cada, um em cada uma das pouco mais de trinta edições da revista. Os textos dele eram os que eu mais apreciava. Límpidos. Corretos. De leitura agradável. Até então estes foram os meus contatos com a obra de Olavo de Carvalho. Dos livros dele, nenhum eu tinha lido até então. E passou o tempo. E aprendi a usar a internet, a acessar sites de busca. E durante uma das minhas incursões pelos sete mares da internet, evoquei o nome Olavo de Carvalho. E digitei-o, no site de busca, no campo apropriado. E apareceu-me um link, dentre outros, que acessei. Era o do site "Sapientiam autem non vincit malitia"; e tão logo dele tomei conhecimento, pus-me, aos trancos e barrancos, neófito na arte da navegação internética, a viajar pelos artigos. Digo: viciei-me na leitura da literatura de Olavo de Carvalho. Li a aula dele acerca de Aristóteles, que encantou-me, imensamente, e centenas de artigos, que versam sobre temas variados (muitos deles, reunidos, anos depois, no volume "O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser Um Idiota", selecionados por Felipe Moura Brasil - livro que li, numa tacada só, de cabo a rabo). E por essa mesma época, li três livros que, não muitos tempo depois, eu iria reler, "A Nova Era e a Revolução Cultural", "Aristóteles em Nova Perspectiva", e "O Imbecil Coletivo". E seguiram-se as leituras de "O Jardim das Aflições", "Como Vencer Um Debate Sem Precisar Ter Razão, em 38 Estrategemas", "Astros e Símbolos", "Os E.U.A. e a Nova Ordem Mundial" (debate de Olavo de Carvalho com Alexandre Duguin), "A Filosofia e Seu Inverso", e "Maquiavel, ou a Confusão Demoníaca". Não sei dizer qual destes livros mais me agradou. São, todos, ótimos. Não se sai incólume de uma leitura de qualquer um destes livros. E há poucos anos, li, em um blog, a transcrição das primeiras vinte aulas do C.O.F., simplesmente ricas de sabedoria.

É-me impossível listar todos os autores que Olavo de Carvalho me apresentou. Menciono alguns deles: Eric Voegelin, Xavier Zubiri, João Camilo de Oliveira Torres, José Osvaldo de Meira Penna, Constantin Noica, Herberto Sales, Gustavo Corção, Mário Ferreira dos Santos. Alargaram-me os horizontes os livros e os artigos de Olavo de Carvalho. Obrigaram-me a rever meus conceitos acerca da Igreja Católica, dos Santos, da Idade Média, e da Língua Portuguesa. Melhoraram-me, acredito.

Muito fez Olavo de Carvalho pelo Brasil. Toda pessoa que nos últimos trinta anos dedicou-se ao estudo das coisas do Brasil não ignora a importância de Olavo de Carvalho e sua obra para o enriquecimento do pensamento brasileiro.

Esta é a minha singela homenagem - de um brasileiro comum, e que muito o admira - ao homem Olavo de Carvalho, que deixou, hoje, a dimensão material de sua existência.


domingo, 23 de janeiro de 2022

Três notas e um conto

 Esquerdistas: réprobos. Esquerdistas não tomam Semancol. Trump, e Brandon. Notas breves.


Esquerdistas: réprobos.


"Os nazistas enviavam dissidentes para campos de concentração, e dizimavam povos inteiros. Patrocinaram, os genocidas, o Holocausto." - palavras do esquerdistinha, que ignora, ou finge ignorar, que os comunistas enviavam qualquer pessoa que não contava com a simpatia deles para gulags, campos de concentração soviéticos, e mataram, nos anos 1930, de fome, milhões de ucranianos, no já do conhecimento de qualquer pessoa minimamente informada acerca da história do século XX episódio intitulado Holodomor.

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Esquerdistas não tomam Semancol. Morgan Freeman e Denzel Washington.


Brasileiros brancos seguidores da cartilha esquerdista querem ensinar os senhores Morgan Freeman e Denzel Washington, dois atores bem-sucedidos, o primeiro, de oitenta e quatro anos, o segundo, de sessenta e sete, a serem homens negros. É para rir, ou para chorar?!

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Trump, e Biden (ou Brandon)


Nos longínquos anos do sufrágio eleitoral americano que consagrou Donald Trump (Trâmp, para os brasileiros) presidente dos Estados Unidos da América, esquerdosos e outros seres das trevas profetizaram, com a voz das fúrias: Trump vai destruir a economia americana; Trump vai destruir a América; Trump vai começar a terceira guerra mundial. Etecétecera. E etecétera. E tal. Vivem, hoje, os sobrinhos do Tio Sam, sob o governo - melhor, desgoverno - do Biden (para os brasileiros, Baiden; e para os íntimos, Brandon), que já se revelou um boneco de ventrílogo sem cabeça. E está a terra de Abraham Lincoln a ver o aumento da violência, a explosão de mortes, por opióides, de jovens, a crise, trágica, na sua fronteira com o México (antes que eu me esqueça: A terra do Cantinflas faz divisa territorial com a do Buster Keaton, e não com a do Oscarito), a inflação a subir, e rapidamente, e a economia a fazer água, e tem de enfrentar crises no Afeganistão, na Coréia do Norte, e na Ucrânia. E o que dizem os esquerdosos? Nada. Ignoram, alguns, convenientemente, o que se passa nos Estados Unidos, mesmo que saibam o que lá se passa, e outros louvam o Biden, enaltecem-lo, os baba-ovos, em panegíricos melosos, porque ele está a destruir a América. Se os esquedosos reprovavam, estupidamente, o Trump, que, segundo eles, destruiria a terra de Walt Whitman, por que estão a louvar Biden, que a está destruindo? Ora, qual a razão de ser de tal pergunta?! Os esquerdosos desejam a destruição da América; e sabiam que Donald Trump iria impedi-la de se precipitar no inferno em cujas profundezas os socialistas querem jogá-la, daí eles fingirem que alertavam o mundo para o perigo que ele, diziam, representava. E agora que Biden está a destruí-la, eles se regozijam, eufóricos.

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O preço do açúcar.


Hoje de manhã, domingo, João despertou duas horas mais tarde do que a hora que, nos dias-da-semana, deixa o mundo dos sonhos. É João um filho-de-Deus. Concede-se aos domingos o prazer de estender o tempo que passa a sonhar com beldades em ilhas desertas. Espreguiçou-se. E retirou-se de sob o lençol, e desceu da cama. Banhou-se. E à cozinha foi preparar o café-da-manhã. Ao tirar da prateleira o pote de vidro transparente que usa para condicionar açúcar, viu-o vazio. Tratou de ir ao mercadinho, logo ali, a um pulo, à frente de sua casa. Quanta comodidade! Tirou da gôndola um saco de um quilo de açúcar, e foi ao caixa - melhor, à caixa -, tirou da carteira dinheiro, e pagou pelo açúcar, com um pouco de má-vontade, afinal está o preço do açúcar salgado.




sábado, 22 de janeiro de 2022

Um

 "Os nazistas enviavam dissidentes para campos de concentração, e dizimavam povos inteiros. Patrocinaram, os genocidas, o Holocausto." - palavras do esquerdistinha, que ignora, ou finge ignorar, que os comunistas enviaram qualquer pessoa que não contava com a simpatia deles para gulags, campos de concentração soviéticos, e mataram, nos anos 1930, de fome, milhões de ucranianos, no já do conhecimento de qualquer pessoa minitamente informada acerca da história do século XX episódio intitulado Holodomor.

Quantas doses?

 "Você já tomou a primeira dose?" "Já." "Você já tomou a segunda dose?" "Já." "Você já tomou a terceira dose?" "Já" "E você vai tomar a quarta dose?" "Vou." "E por que você, após tomar três doses, e disposto a tomar a quarta, está jururu, cabisbaixo?" "Porque eu não sei qual caminho devo seguir para ir até a minha casa. Minha cabeça 'tá um porre!"


quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Duas notas breves

 Empresários: capitalistas, ou socialistas? Fraudemia: para o povo dinheiro, muito dinheiro. - duas notas breves.

Empresários: capitalistas, ou socialistas?


Os empresários são capitalistas, ou socialistas? São de direita, ou de esquerda? São favoráveis ao livre-comércio, ou ao mercado sob controle estatal? Ora, muitos empresários, em especial os maiores, capitalistas em sua maioria, pois detentores do capital, adoram o Estado, a ele se associam para que ele estabeleça regras comerciais, trabalhistas, ambientais, e de outros gêneros, que prejudicam os empresários, capitalistas muitos e adeptos ferrenhos do livre-mercado, que não se associam ao Estado. Não são poucos os empresários que apóiam e patrocinam a agenda socialista, as pautas progressistas, politicamente corretas, dentre elas a ideologia de gênero e a do pronome neutro, e a política identitária, que remete à luta de classes, agora substituídos os empregadores (capitalistas) e os empregados (proletariados) respectivamente por homens e mulheres, e pelos homens brancos e homens negros, e pelos heterossexuais e homossexuais, e, de dois anos para cá, pelos negacionistas e seguidores da ciência, e mais recentemente, pelos não-vacinados e vacinados, e etecétecera, e tal. E deve-se perguntar se tais empresários apóiam e patrocinam as pautas socialistas, ou se as elaboram, e, usando de artifícios sutis, persuadem os socialistas de que, estes, defendendo-as, e sem o saber em favor daqueles que pensam combater, estão em renhida luta, heróica, contra o Grande Capital? Ah! Esquecia-me: neste cenário, é não é sensato afirmar: os empresários são de direita - ou de esquerda - tomando-o como um bloco coeso.

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Fraudemia: para o povo dinheiro, muito dinheiro.


O fã-clube do coronavírus reconhecia-o um infatigável, incansável, matador de bípedes implumes, dotado do poder, incomparável, de dizimar, em poucas semanas, melhor, dias, melhor ainda, horas, a espécie humana, suprimi-la, num estalar de dedos, da face da Terra. E para derrotar tão ragnagórica criaturazinha, fazia-se, além de outras medidas, necessário trancafiar todo filho-de-Deus cada qual em sua humilde casa pelo período que se fizesse de bom alvitre, dias, semanas, meses, anos, décadas, séculos, milênios, enfim. Aqueles seres, que hoje vivem à margem da sociedade instituída pelo Novo Normal, desde os primórdios da malfadada - todavia cantada em prosa e verso pelos Seguidores da Ciência - política do 'Fique Em Casa; a Economia a Gente Vê Depois', os alcunhados negacionistas, diante da decretação da proibição das atividades ditas não-essenciais, e, com mais firmeza, após as constantes prorrogações dos 'quinze dias para achatar a curva', perguntaram-se de onde sairia o dinheiro para se distribuir para os milhões de cidadãos que, proibidos de exercer as suas atividades profissionais das quais tiravam o ganha-pão, afinal, dinheiro não dá em árvore, não brota do chão, não cai do céu. Tal pergunta chegou aos ouvidos dos Fique Em Casa, que fizeram-se de surdo, e deram uma de joão-sem-braço, e torceram o nariz, e puseram beiço, e cuspiram a língua aos que ousaram apresentar-lhas. Que desaforo! A solução para o problema está na ponta da língua de especialistas, que, em respeito ao que as pesquisas indicam, decretam: imprima-se dinheiro, e muito, muito dinheiro. Sim. Imprima-se dinheiro, e muito, muito dinheiro. Tal política, de excelsa perspicácia econômica, já saia das sapienciais bocas de personalidades públicas dotadas de sabedoria proverbial - e, consta, está a ser implementada, na Argentina, pelo ocupante da Casa Rosada. Ora, hoje em dia não se faz indispensável imprimir dinheiro em papel; evita-se desperdicio de papel, e evita-se derrubada de árvores, imprimindo-o em seu formato digital; para tanto, basta adicionar um zero, ou dois, ou três, à direita do valor do montante do dinheiro ofertado ao mercado. E assunto resolvido. Sem custo, sem desperdício, sem sujeira. Quem há de se opôr à medida tão humanitária, de envergadura intelectual tão grandiosa? Em sã consciência, ninguém; há, no entanto, entretanto, porém, e todavia, muita gente chata, desmancha-prazeres, e elitista, e egoísta, gente que não quer que os pobres deixem de ser pobres, gente que vê em tal política a origem de crise econômica, de desastre econômico e social. Imprima-se, pois, e sem receios, dinheiro, muito dinheiro, e distribua-o ao povo; assim o povo poderá ficar em casa por todo o sempre, e além. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Notas breves

 Quem é o culpado pela crise econômica?

Quem é o culpado pela crise econômica na Argentina? O Alberto Férnandez? Não. O coronavírus.

Quem é o culpado pela crise econômica no Canadá? O Justin Trudeau? Não. O coronavírus.

Quem é o culpado pela crise econômica na França? O Emmanuel Macron? Não. O coronavírus.

Quem é o culpado pela crise econômica na Alemanha? A Ângela Merkel? Não. O coronavírus.

Quem é o culpado pela crise econômica nos Estados Unidos? Em 2.020, o Donald Trump; em 2.021, o coronavírus.

Quem é o culpado pela crise econômica no Brasil? O coronavírus? Não. O Bozonaro.

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Quem é genocida?

Na Alemanha, muita gente morreu de covid.

No Canadá, muita gente morreu de covid.

Na Argentina, muita gente morreu de covid.

Na França, muita gente morreu de covid.

Nos Estados Unidos, em 2.020, Donald Trump, o genocida, matou muita gente, e, em 2.021, muita gente morreu de covid.

No Brasil, o Bozonaro, o genocida, matou muita gente.

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Bolsonaro destrói brasileiríssimas educação e cultura.

Dizem por aí que o presidente Jair Messias Bolsonaro está destruindo a educação e a cultura brasileiras. Qual cultura está o presidente a destruir? A do Golden Shower?! A do Macaquinhos?! E ele está a destruir qual educação? A dos 50%, ou mais, dos alunos que, aos dezoito anos, de posse de diploma escolar do segundo grau, revelam-se incapazes de entender uma simples frase e de somar dois e dois?

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Eleitores do Alckmin, vergonha.

Constrangedores os malabarismos retóricos dos eleitores do Geraldo Alckmin em favor do Lula e da aliança do ex-tucano com o líder máximo do PT. Os alckministas repreendem, com a elegância dos ostrogodos, os bolsonaristas, que apóiam o Mito, aliado do Centrão, e não se vexam de ver seu herói na companhia daquele que até ontem tinham na conta de ser abjeto, desprezível, iníquo, um crápula legítimo.

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Josef Mengele ressurge.

Josef Mengele, seguidor da ciência, médico renomado, que faz tudo o que a ciência indica, atende, de segunda à sexta, das 7,00 às 11,00 e das 13,00 às 16,00, no seu consultório, situado, na rua Experimento Científico, número 666, décimo terceiro andar, sala número 171.

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Um cientista sabe como dar fim à epidemia.

Declara o especialista, em conformidade com o que as pesquisas indicam: Para dar fim ao coronavírus, faz-se urgente cortar as asas de todos os tatus, animais mastodônticos, dotados, na extremidade anterior de seu corpanzil, de um nariz amangueirado, flexível, grosso, cheio de dobras, de uma cauda, pequena, na extremidade posterior do imenso corpo, de dois grandiosos dentes, e de duas asas, proeminências maleáveis encontradas, uma, à lateral direita da cabeça, outra, à lateral esquerda. 


domingo, 16 de janeiro de 2022

Notas breves

 Fraudemia, insisto. Três doses. Vacinados e não-vacinados. Argentina. Bolsonaro e Tarcísio. Notas breves.


Navegando pelos mares revoltos da internet, aportei em alguns sites e redes sociais, e neles encontrei, para a minha surpresa, perdidos, tesouros. Aqui, dois deles, ambos nos Estados Unidos, a terra do Tio Sam: 1) No governo Biden (ou Brandon) morreram, de covid, mais gente do que no governo Trump. E sabe-se que atualmente boa parte da população americana está vacinada. Na comparação entre os dois governos, sai-se mal o do mister Joe. Para evitar constrangimento ao atual ocupante da Casa Branca, decidiu-se, agora, separar os mortes pela peste viral em dois grupos, o dos que morrem de covid e o dos que morrem com o covid, incluindo nas estatísticas de mortos por covid apenas os do primeiro grupo. Ora, mas não era isso o que se pedia desde o início da fraudemia?! E por que não se usa do mesmo critério para se dimensionar os casos de mortes durante o governo Trump?!; e, 2) Em alguns estados americanos, em decorrência da rápida, assustadoramente veloz, disseminação da variante ômicron, muitos americanos infectados, oficialmente infectados, com o resultado do teste em mãos, foram obrigados a se licenciarem do trabalho por alguns dias, mas foram tantos os afastados de suas tarefas profissionais que alguns setores da economia e dos serviços públicos que entenderam as autoridades correto os infectados assintomáticos exercerem suas tarefas, pois eles, por não apresentarem sintomas, não estão doentes, estão aptos, portanto, ao trabalho, e não transmitem o vírus. Ora, mas era isso o que se diz, com todas as letras, desde o início da fraudemia. Mas, não se sabe porque cargas-d'água, insistia-se, até então, em trancar os assintomáticos em suas casas. O que mudou? A queda da popularidade do presidente Biden. A disseminação da variante ômicron foi tão rápida que põe à pique a economia americana, causando um estrago, que não é desprezível, na imagem do Brandon (ou Biden), e, por consequência, do Partido Democrata. Imagine-se o impacto de uma crise econômica nas eleições legislativas americanas deste ano!

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Multiplicam-se os casos isolados de pessoas que, vacinadas com três doses da poção da imortalidade, foram infectadas pelo coronavírus, e os dos que sofrem de efeitos colaterais por ela provocados, e os de mortes.

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Até há não muito tempo eram consideradas pessoas não-vacinadas aquelas que não haviam tomado nenhuma dose da poção milagrosa; agora, todas as que não tomaram, em alguns países, a dose de reforço, e, em outros, a quarta dose. Não está longe o dia em que serão tidas como não-vacinadas as pessoas que tiveram injetadas no corpo 2.789 doses, e não 2.790. Alteram ao bel-prazer o estatuto ontológico dos não-vacinados os especialistas e cientistas e médicos renomados - conforme o que as pesquisas indicam, é óbvio.

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No ano passado, para estabelecer a quarentena, classificaram as atividades econômicas em essenciais e não-essenciais, e os sábios políticos consideraram de bom tom proibir o exercício das não-essenciais. Hoje, classificam as pessoas, segregando-as, em dois grupos, o dos vacinados e o dos não-vacinados. Faltam quantos dias para os políticos proibirem a existência dos não-vacinados?! Parece-me que, se não houver uma força em sentido contrário, poucos, afinal alguns países já construíram o que se chama eufemisticamente de campo de reeducação, ou campo de quarentena. E não posso deixar de evocar Djokovik. Ou Dkojovic?! Ou Dvokojik? Pausa, para uma pesquisa rápida em site de busca: É Novak Djokovic. Tenista sérvio, atualmente o melhor do mundo. Ele está comendo, na Austrália, o pão que o diabo amassou. Pegaram-lo pra Cristo. E o espantoso é que muita gente está a catarrar-lhe na cara.

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Não saiu da memória dos homens a política, elogiada por onze de cada dez brasileiros anti-bolsonaristas, de lockdown implementada, na Argentina, por Alberto Fernandez. Dizia-se, então, que eram os argentinos sortudos por contarem com um presidente que zela pela saúde deles, e azarados eram os brasileiros, caídos nas mãos do tal de Bozo. Trancorridos dois anos, a Argentina colheu, em 2.020, inflação anual de 35%, e, em 2.021, de 50%. E não surpreende ninguém os antibolsonaristas silenciam a respeito. Ah! Eu disse que não saiu na memória dos homens aqueles dias; corrijo-me, sair, saiu, e convenientemente, da dos antibolsobaristas.

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O presidente Jair Messias Bolsonaro tem um nome para o estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, atual ministro da infra-estrutura, o Thórcísio, o Tarcisão do Asfalto. Todo e qualquer apoiador do presidente, todo e qualquer homem público, que, dizendo-se inimigo das esquerdas, insistir outro nome para os paulistas está a trabalhar para o inimigo.


sábado, 15 de janeiro de 2022

Sociedade

 Do louvor à estúpidez, à vagabundagem, à bandidagem, à injustiça.


Assisti, em canais  de vídeos, na internet, vídeos que exibem cenas de estarrecer: homens e mulheres a entrarem em lojas, retirarem das prateleiras inúmeros produtos, amontoarem-los em carrinhos-de-compra, e a retirarem-se das lojas, passando pela porta, sem pagar pelos produtos que carregavam, aos olhos de caixas, clientes, e seguranças, que não moveram um dedo para impedi-los de praricar os roubos, à luz do dia, e aos olhos de todos. Cocei-me a cabeça, e pesquisei a respeito. Vim a saber, para a minha surpresa, e o meu espanto, que tais cenas foram filmadas, nos Estados Unidos, no estado da Califórnia, e, para intensificar-me o espanto, que há, em tal estado americano, lei, inspirada no Princípio da Insignificância, que concede aos nobres trabalhadores cidadãos americanos que se ocupam da incumbência de carregarem com eles mercadorias e produtos que entendem serem seus a partir do momento que os retiram da prateleira o direito de apossarem-se de toda e qualquer coisa que pertença à outra pessoa desde que ela não tenha valor superior a U$ 800,00 (ou um valor próximo disso). Consta que se considera insignificante qualquer produto ou mercadoria de preço inferior aos U$ 800,00 uma bagatela, ou a soma do preço de vários deles não atingindo tal valor. Ora, estamos falando da Terra do Tio Sam, e sabemos que, lá, com irrisórios U$ 800,00 (aproximadamente R$ 4.000,00) compra-se mansões. É dinheiro que não acaba mais. Não sou jurista, mas acredito que a idéia esposada no Princípio da Insignificância contempla a Justiça, afinal ninguém justo entende correto trancafiar numa fétida masmorra um homem que, sendo bom, num momento de desespero, carrega consigo, oculto sob a camisa, um pacote de um quilo de arroz. Tal Príncipio está, hoje em dia, a ser corroído pelos justiceiros sociais, pelos intelectuais que amam a humanidade, por aqueles que lutam contra as injustiças sociais, contra o capitalismo, a ganância dos empresários, por pessoas que se arvoram autoridades morais.

A política estabelecida na Califórnia causa estragos na sociedade californiana: empresas fechadas, demissões, aumento da violência, da miséria, o tecido social esgarçado. É uma política de tal estupidez, de tal desumanidade, que não tardou muito para inspirar a políticos brasileiros uma política de mesmo teor. E há uma ilustre deputada tupiniquim que propõe, no Brasil, a inspirá-la o desejo de salvar a humanidade, de auxiliar as classes sociais menos favorecidas, política semelhante.

Todo discurso em favor de tal política, seja quem seja o autor, vem revestido num jargão jurídico técnico, reforçado com citações de trocentas lei - que intimidam o homem comum, que acredita, diante de uma linguagem que não compreende, ser justa a política -, e ataviado com vocabulário e sentenças da Sociologia, da Economia, da Psicologia, da Antropologia, e de outras áreas das ditas Humanas, e paramentado com citações de especialistas e estudiosos, e de professores universitários e autoridades religiosas e intelectuais. Mas a idéia subjacente, percebe toda pessoa minimamente atilada, não é a alegada, mas seu oposto. Tal política, corroído o nobre valor que inspirou a concepção do Princípio da Insignificância, redunda em injustiça, revanchismo, estímulo à vagabundagem, ao crime, destrói a inteligência, favorece pessoas de pouca, ou nenhuma, consciência cívica, de mentalidade criminosa, que até então não tinha coragem para exercer atos à margem da lei (agora dentro da lei), desincentiva o trabalho, o empreendimento, o estudo, confunde as pessoas de mente fraca, sugestionáveis,a  balançarem-se, em gangorra, ora para um lado, o do que é justo, ora para o outro, o do injusto, muitas vindo a se inclinar a este e, assim, a perderem-se.

Li, há poucos dias, no texto (não anotei o nome do autor) de introdução ao livro Discurso Sobre a Educação, do Padre Manoel Bernardes, que as mais nefastas idéias brotam da cabeça de intelectuais, de gente da elite do pensamento mundial. Dias antes, li, de Cesar Ranqueta Jr, um texto, curto, que traz o mesmo pensamento. Não me surpreendi com o que li nestes dois textos, pois eu já sabia que é verdade, e verdade verdadeira, o que eles afirmam. A realidade ensina; para aprender o que ela tem para ensinar, basta ter olhos para ver.
Outro ponto que me chamou a atenção foi o que trata da situação econômica brasileira, exisindo muitos milhões de brasileiros desempregados, pobres. Ora, havendo tantos pobres, muitos desempregados, à margem da sociedade, nada mais justo que tais pessoas possam amenizar seu sofrimento apossando-se de, como se diz, bagatelas, coisas insignificantes, cuja perda causa menhuma lesão, ou uma lesão insignificante, ao proprietário da coisa furtada - e se o furto não foi cometido por meio de agressão física. Não me surpreende ver pessoas que apóiam ou patrocinam políticas econômicas que arremessam milhões de pessoas na misérias a apresentarem soluções mágicas para os problemas que elas causam.
Aos olhos de muita gente é justa a política proposta.
Dita a política que se considera insignificante o furto de coisas de primeira necessidade, alimentos em especial. Mas daqui quanto tempo os proponentes de tal política irão ampliar a lista das coisas de primeira necessidade, contemplando o direito legal das classes oprimidas, injustiçadas, de apossarem-se de quaisquer coisas? É o mal feito à conta-gotas, um nobre princípio a mover aqueles que o promovem, o patrocinam.  No início, é de primeira necessidade alimentos; depois, na lista entram produtos de higiene pessoal, afinal ninguém pode viver a feder como uma gambá; depois, os de vestuário, pois foi-se o tempo das gentes pré-colombianas que no mundo viviam como ao mundo vieram; depois, os farmacêuticos, afinal todos adoecem; e não demorará muito, os materiais de construção, e os elétricos e hidráulicos, pois a laje de uma casa pode cair, a resistência de um chuveiro queimar, um cano estourar; e daqui não muito tempo, os de perfumaria; e os de beleza; e as guloseimas; e os adornos pessoais; e até o infinito e além. E será bagatela a televisão de alta definicão, o telefone celular, a bicicleta, a motocicleta, o carro, o caminhão; e a Ferrari. E chegaremos mos ao mundo do crime legalizado, mundo, hoje, em embrião, que logo, bem nutrido, converter-se-á em um Gargântua pantagruélico tão monstruosamente gigantesco que Rabelais, ao vê-lo, esgazeará, de espanto, os olhos, e se reconhecerá um homem extraordinariamente ingênuo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Um

 O peido da vaca e o aquecimento global.


Vivemos tempos difíceis, de fundo apocalíptico, previsto, possivelmente, pelo folclórico e notório Nostradamus, irrivalizado personagem de poderes proféticos. E para surpresa de todos - ou de ninguém? - já se descobriu a gênese dos males que nos acossam: o peido da vaca. E quem foi o gênio, intelecto da estirpe de Newton, Leonardo e Einstein, o autor de tal façanha, digna de heróis divinos? O nome dele é um emblema de uma era, cientificista, um símbolo do excelso poder do intelecto tecnocrático, e não o de uma pessoa. A façanha chegou a termo após infinita elucubração científica e filosófica e teológica, e sua execução já chegou ao conhecimento do comum dos homens pela boca de sumidades televisivas, jornalísticas, enfim, entidades da indústria do espetáculo midiático, do entretenimento. O peido da vaca, sabe-se, irá causar - e tal evento está determinado nos livros da natureza - o aquecimento global. Preocupados com a concretização de tal fenômeno, cataclísmico, com potencial para partir a Terra ao meio, os sábios, após queimarem as pestanas, encontraram a solução para o problema que de nós se avizinha: persuadir os humanos a mudarem seus hábitos alimentares, converterem-se, os hereges, ao vegetarianismo, ou ao veganismo, ou, simplemente, abandonarem o consumo de carne de bois e vacas e adotarem o salutar hábito de comerem, além de vegetais, formigas, baratas, escorpiões, minhocas, besouros, lacraias, muriçocas, lombrigas, pernilongos, piolhos-de-cobra e outras criaturazinhas suculentas e crocantes.

Estou, aqui, com os meus botões, que são cinco, o Joãozinho, o Zezinho, o Pedrinho, o Tóninho e o Rubinho, a concatenar a multidão de idéias que a questão que me inspirou a redação desta minha obra-prima intelectual: Penso ser de uma potência equivante à de mil bombas de Hiroshima somada à de mil bombas de Nagazaki a do peido da vaca. Potência nuclear, apocalíptica. Evocando a mitologia nórdica, muito em voga nos dias que correm pelas fibras ópticas, é iminente o Ragnarok. E não será a serpente de Midgard que irá realizar a profecia, mas a vaca com seu peido apocalítico.

Brincadeiras à parte, entendo que o assunto é sério, e entendo, também, que é uma panacéia a solução que pretendem dar ao problema que paira sobre nossas cabeças: mudar os hábitos alimentares dos humanos, assim, do dia para a noite, ou da noite para o dia, sem mais nem menos; sem mais nem menos não é, afinal está-se falando da destruição da Terra. Suspeito que a solução apresentada pelos gênios da raça, e apóiam-me em tal desconfiança meus cinco botões, parte, não do alegado desejo de salvar a Terra e, por consequência indesejada, a humanidade, mas de um interesse inconfessado de seus propugnadores: controle social, acúmulo de poder. Não confio em tal gente, nem aqui, tampouco no céu, menos ainda no inferno. Penso que com tal medida deseja-se, unicamente, oprimir o povo, já tão sofrido, que come o pão que o diabo amassou, enquanto os poderosos de plantão vivem no bem-bom, como se diz. E há quem proponha lockdowns climáticos e outras sandices equivalentes para se interromper o fenômeno devastador que nos perturba o sono inspirando-nos pesadelos assustadoramente amedrontadores.

Há, todavia, uma outra solução para o caso, solução, esta, que eu, com a inestimável ajuda dos meus cinco botões, engendrei com o meu formidável cérebro: Gasodutos transportam gases por longas distâncias, e com segurança; sendo assim, conecte-se ao fiofó das vacas - e ao dos bois também - tubos flexíveis e inquebráveis conectados, na outra ponta, a um tambor de gás daqueles bem grandes, imenso, que de tão grande a visão do homem não pode abarcar; toda vez que a vaca - ou o boi - soltar um pum, sonoro ou insonoro, o pacote de gás fluirá, da vaca - ou do boi -, pelo tubo, para o tambor; assim, países - principalmente o Brasil, de todo o mundo conhecido o maior proprietários de vacas e bois peidorrentos - armazenarão tal recurso, que terá o selo de estratêgico, que poderá ser usado em momentos em que se fizerem imprescindíveis. São óbvias as vantagens desta minha proposta: não prejudica quem tira sua renda da criação de gado bovino, as pessoas seguem com sua dieta rica em proteínas, os governos não interferem na vida de ninguém com seus lockdowns climáticos e outras basbaquices, e os gases, usados em tempos de inverno rigoroso, aquecem residências, e o encurtam; e o ganho em divisas internacionais - principalmente para o Brasil: imagine-se quantos bilhões - e bilhões de dólares! - o Brasil ganhará vendendo peido de vaca para outras nações! Há, presumo, outras vantagens, que a minha imaginação, neste momento, não vê.

Aqui estão, em poucas palavras, os meus comentários acerca de assunto que exige de quem dele trata seriedade e compromisso com o bem comum.

Que este meu artigo fique registrado para a posteridade.