terça-feira, 24 de julho de 2018

A guerra do século

Os eleitores do Bolsonaro têm bom-humor; os anti-bolsonaristas, não. Estes alcunharam aqueles de bolsominions, e aqueles, contrariando o desejo destes, em vez de se irritarem, adotaram o apelido e transformaram os minions (personagens do desenho animado Meu Malvado Favorito), com algumas alterações estéticas, em mascotes. E recentemente, numa atitude ridícula de tão histérica, reação intempestiva, reveladora de estado de ânimo doentio, os anti-bolsonaristas externaram o horror e a indignação fingidas que lhes inspiraram um ato de Bolsonaro: o de fazer uma menina representar, com a mão, uma arma. E o que fizeram, em resposta, os eleitores do Bolsonaro, os bolsominions? Discursos vitimistas? Não. Enraivecidos, expuseram a bílis em público? Não. Transformaram a mão representando uma arma em símbolo político-eleitoral. E antes deste episódio, apelando para as ofensas mais desbragadas, numa demonstração de sordidez intrínseca, os anti-bolsonaristas, aglutinando, de Bolsonaro, as duas primeiras sílabas, com as duas primeiras do nome de um ideal político luciferino, e com o substantivo que designa a substância mefítica que lhes recheia a cabeça, criaram, respectivamente, os cognomes bolsonazi e bolsobosta.
E como reagem os anti-bolsonaristas ao tomarem conhecimento da existência de um apelido que os bolsominions criaram com o propósito de ridicularizá-los e aos seus heróis? Com humor? Não. Fazendo piadas com os seus heróis semi-divinos e consigo mesmos? Não. Destilando ódio, uns abertamente, não raro virulentos, outros dissimuladamente, com vocabulário e tom de voz de falsos requinte e civilidade, todos, feridos no ego, dando-se como ofendidos, destratando-os como criaturas desumanas e insensíveis que não respeitam a imagem imaculada de seus heróis impolutos.

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