sábado, 15 de abril de 2017

Odebrecht

Marcelo Odebrecht citou, em delação premiada, diversos políticos, e com riqueza de minúcias descreveu o papel de cada um deles no esquema de corrupção no qual está diretamente envolvida a empreiteira que carrega o nome da sua família. E todos os políticos que ele mencionou se declaram honestos, afirmam que sempre foram obedientes à Lei, e dizem que ele, o delator, mentiu. Ora, se Marcelo Odebrecht mentiu, então ele inventou papéis, um para cada personagem da trama, emprestando a todo eles ares tão reais que elas se movem como se seres vivos fossem, e criou um enredo complexo, aparentemente caótico, demonstrando um extraordinário poder criativo, e revelando-se um contador de histórias primoroso, dotado de uma imaginação, que, de tão fértil, é invejável e não encontra paralelo nos anais da história da literatura universal. Se se dedicasse à literatura, ele seria um escritor tão, ou mais, genial que Leon Tolstoi, e escreveria um romance superior à Guerra e Paz.

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