Marcelo Odebrecht
citou, em delação premiada, diversos políticos, e com riqueza de minúcias
descreveu o papel de cada um deles no esquema de corrupção no qual está
diretamente envolvida a empreiteira que carrega o nome da sua família. E todos
os políticos que ele mencionou se declaram honestos, afirmam que sempre foram obedientes
à Lei, e dizem que ele, o delator, mentiu. Ora, se Marcelo Odebrecht mentiu,
então ele inventou papéis, um para cada personagem da trama, emprestando a todo
eles ares tão reais que elas se movem como se seres vivos fossem, e criou um
enredo complexo, aparentemente caótico, demonstrando um extraordinário poder
criativo, e revelando-se um contador de histórias primoroso, dotado de uma
imaginação, que, de tão fértil, é invejável e não encontra paralelo nos anais
da história da literatura universal. Se se dedicasse à literatura, ele seria um
escritor tão, ou mais, genial que Leon Tolstoi, e escreveria um romance
superior à Guerra e Paz.
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