sexta-feira, 7 de junho de 2024

Piruás 42

 Piruás e Farelos - volume 42.


Nada de novo sob o Sol.


O mundo sempre foi assim: um reduzido número de pessoas tem ciência do que se passa, da ação nefasta dos poderosos autoritários, que massacram povos inteiros, enquanto a grande massa, ignara, além de desinteressada, ocupada com quaisquer outras coisas, miudezas sem fim, condena ao fogo do inferno os que se esforçam para lhe abrir os olhos. E o que sobra aos de olhos abertos, pessoas, estas, que, na ausência de outra alternativa, querendo pôr luz, um pouco que seja, na cabeça do povo insciente? O humor. Que o digam Aristófanes, Rabelais, Jonathan Swift, e os nossos Machado de Assis, Lima Barreto, Herberto Sales.

Nada de novo sob o Sol.


*****


A extrema-direita, extrema-direita, extrema-direita.


- A extrema-direita está destruindo o Brasil. A extrema-direita é golpista. A extrema-direita...

- Ô, papagaio de pirata retardado, substitua o intestino que está dentro de sua cabeça por um cérebro.


*****


A favor ou contra as fake news.


- Sou contra fake news. Quem espalha fake news...

- Contra fake news?! Você?! Você espalhou aquela fake news que dizia que o Bolsonaro e a Michelle roubaram 261 móveis da presidência, lembra?! Não?! E até agora reconsiderou o que disse. Contra a fake news?! Você?! Hipócrita! Pilantra!


*****


Os homens da lei e a Justiça.


- Todos os homens da lei, juizes, promotores, procuradores, enfim, todos eles, tem um fim a atingir: a Justiça. São seres honrados, nobres, que se sacrificam...

- Para! Para! Para! Conte-me a história de Sócrates, o filósofo grego, sábio, mestre de Platão, e pai da filosofia ocidental. Conte-ma, por favor. Não sei se é verdade: ouvi falar que ele, acusado de, se não me falha a memória, dois crimes, provou-se de ambos inocente, e mesmo assim nobres e honrados homens da lei condenaram-lo à morte por envenamento, e ele, filosoficamente resignado, bebeu de um copo de cicuta, e partiu desta para a melhor, e para melhor, mesmo, pois, agora, ele, na vida após a morte, palestra com outros sábios de têmpera igual à dele.


*****


Uma falácia: universalização do ensino.


*****


Uma política demagógica: universidade para todos.


*****


Já se sabe que nunca houve ciência em todos aqueles protocolos de saúde contra o covid. Foi tudo uma farsa. Máscaras, distanciamento social, vafssinação em massa, prisão domiciliar voluntária, etc, tudo besteira.


*****


O que há de científico na ideologia de gênero?


*****


É incorreto declarar que enfrentamos uma epidemia viral em 2.020, 2.021, 2022. O correto seria dizer que nos deparamos com uma histeria coletiva global.


*****


É o Brasil, hoje, na segunda década do século XXI, um país mais, muito mais, alfabetizado do que o de há setenta, oitenta, cem anos.

Diz a lenda que com o aumento dos seus índices de alfabetização (produto da escolarização) tem o país constituição cultural, intelectual, literária, musical, etc., e tal, superior à condição anterior.

Se é assim, por que as pessoas nascidas, no Brasil, nos anos 1.970 em diante, tem um gosto musical de dar engulhos, uma ignorância abissal em praticamente todas as áreas do conhecimento, uma rudeza estética de fazer os humanos do paleolítico parecerem requintados aristocratas da nobreza européia, em um ano mal lê, e lê mal, se muito, um livro, despreza o conhecimento, desdenha de quem sabe?!

E ninguém há de negar que muitas pessoas, em sua maioria analfabetas e semianalfabetas, nascidas há uma centúria e nas duas décadas subsequentes, têm um gosto e uma sensibilidade artística, musical, muito superiores ao das gerações escolarizadas nos anos 1980 em diante. Tal eu declaro evocando meus avós e pais e tios e outras pessoas, todas elas com setenta anos ou mais (os meus avós, ja falecidos - se vivos, todos eles teriam mais de cem anos), todas elas sempre a demonstrarem herdeiras de um ambiente cultural, de uma época em que grassava no Brasil o analfabetismo, superior ao atual, o que me faz pensar se a escolarização moderna não é, nada mais, nada menos, do que uma trituradora de cérebros, uma destruidora de talentos, uma devastadora de culturas.

E acredito eu que toda pessoa que hoje tem menos de sessenta anos já identificou tal fenômeno. Ora, quem nunca, hoje, se comparou com seus pais, tios e avós de mais se setenta anos, e não lhes reconheceu a superioridade cultural?

Nenhum comentário:

Postar um comentário