domingo, 27 de agosto de 2023

Nota breve

 

As realizações do governo Lula e a imprensa. E as jóias, e o ráquer, e o oito de janeiro.

Sou daqueles homens que acreditam, e piamente, que a imprensa existe para informar, e informar bem, quem a ela recorre para se informar, e bem se informar, para se manter antenado acerca das coisas do mundo, independentemente de qual seja o governo de turno e os interesses de quem põe a mão no bolso e com o dinheiro que dele tira mantê-la viva, livre, jamais deixando na mão quem quer saber o que se passa em nosso mundo. Ciente de que é o papel da imprensa dizer o que tem de ser dito, dar a quem a ela recorre as informações que o ajudam a saber das coisas de nosso mundo, estou sempre a ela recorrendo para saber o que se passa no Brasil e em outras localidades. E para saber do Brasil, especificamente do meu querido Brasil, desde o alvorecer desta era alvissareira, que se iniciou no dia primeiro de Janeiro deste ano de 2.023, o Brasil sob o timão de um homem supremo, de ares mitológicos, híbrido de herói e semideus, ou herói e deus, assim entendem os seus admiradores, e dele reconhecendo os inigualáveis méritos intelectuais, culturais, morais, artísticos, científicos, filosóficos, disposto, e bem disposto, a dedicar-me a conhecer-lhe as valorosas, históricas realizações, recorro, dia sim, e outro também, à imprensa, para inteirar-me delas, e maravilhar-me com a delas grandiosidade, para antecipar, em imaginação, o futuro magnífico que está reservado ao Brasil; e à imprensa recorrendo, vim a saber que as jóias, que não eram jóias, do presidente que residia no Palácio do Planalto até o dia 31 de Dezembro de 2.022, o excelentíssimo presidente Jair Messias Bolsonaro, foram avaliadas em R$ 400,00, ou um pouco mais do que isso, e que o tal ráquer, homem de moral ilibada e alma imaculada, e seu perspicaz advogado, estão a dever as provas, que incriminariam o presidente Jair Messias Bolsonaro, provas que ofereceriam às autoridades competentes o motivo para jogá-lo num calabouço qualquer de um presídio perdido em algum lugar da terra em que Pedro Álvares Cabral inadvertidamente pisou, e que até o presente momento não apresentaram as autoridades imagens que no dia 8 de Janeiro deste ano de 2.023 as câmeras de segurança da Praca dos Três Poderes gravaram, câmeras que, onipresentes, têm o que revelar ao mundo, e que o telefone celular do presidente Jair Messias Bolsonaro nada tem que o desabone, e que o presidente Jair Messias Bolsonaro compartilha memes engraçados e divertidos - e numa época em que se sabe que as piadas, as anedotas, e o humor, e a sátira, e a ironia, e o sarcasmo, ferem os sentimentos de pessoas humanas, deprimindo-as, prejudicando-as imensamente, fazer tal é um acinte à humanidade -, e que o presidente Jair Messias Bolsonaro isso e que o presidente Jair Messias Bolsonaro aquilo, e que a senhora esposa do presidente Jair Messias Bolsonaro, a senhora Michelle Bolsonaro, isso e aquilo, e que o Zero-Um isso e aquilo, e que o Zero-Dois isso e aquilo, e que o Zero-Três isso e aquilo, e que o Zero-Quatro isso e aquilo, e que o cunhado do presidente Jair Messias Bolsonaro isso e aquilo, e que o irmão do jardineiro do amigo do vizinho do motorista do compadre do tio de um dos condiscípulos do presidente Jair Messias Bolsonaro em seus primeiros anos escolares isso e aquilo, e outras histórias do balacobaco, todas a envolverem o presidente Jair Messias Bolsonaro e seus familiares, parentes, amigos, vizinhos, colegas, aliados, barbeiros, motoristas, cabelereiros, eletricistas, mecânicos, e etecétera, e etecétera, e etecétera, e tal, e uma sequência de quatro reticências. Mas, e o Lula?! Quando ele entrará na história?! Por que a imprensa não nos dá a conhecer as extraordinárias realizações de um dos mais extraordinários governantes, talvez o mais extraordinário deles, que o mundo já conheceu?! Por que está a imprensa a nos negar a felicidade que nos encherá de alegria o espírito se conhecermos a magnífica obra, que se rivaliza com as dos construtores de Roma, e com os Jardins Suspensos da Babilônia, e a Biblioteca de Alexandria, e o Taj Mahal, obras que do Brasil irão fazer, em quatro anos, a mais rica e poderosa das nações, pondo todas as outras no chinelo?! Se a imprensa seguir nesta toada, isto é, a negar-nos informações acerca das extraordinárias obras lulianas, serei obrigado a pensar que o Lula nada de grandioso está a erguer, o que me não será do agrado.

Uma nota

 

Lula cortou, ou não cortou, verbas da educação?

Não sei o que se passa em nosso país, mas sei que alguma coisa se passa, e o que se passa não é do meu conhecimento. Deixemos de tautologia e de vanilóquio, e vamos para o que interessa, porque o resto não tem pressa - e o resto não é o resto que está no tacho, digo, para embromar um pouco mais a história, ocupando o precioso tempo do meu querido leitor com asneirices, quem têm lá, presumo, a sua graça.

Afinal, o Lula cortou, ou não cortou, verba da educação?! Ou ele apenas contingenciou as verbas?! Não sei, confesso. E aproveito a ocasião para perguntar, e para mim mesmo, ou, melhor, para o meu amigo imaginário, o Frederico, o mais fiel e leal de meus amigos, cuja amizade me é cara desde o tempo em que eu mamava na mamadeira e usava fraldas e chupava chupetas e fazia um berreiro danado quando mamãe não me dava de mamar, e não para o leitor, que me lê: O Lula tem orçamento secreto, ou ele apenas, como bom democrata que é, contando com o beneplácito de congressistas patriotas, a estes distribui as estimadas emendas parlamentares?!

Se neca de pitibiriba entendo de coisa nenhuma do que desconheço, dou fim à nota breve, que vai num tom joco-sério que rouba sorrisos ao leitor, e ponho um ponto final, aqui.

Uma crônica

 

As minorias, as minorias minoritárias, as minorias maioritárias e a maioria.

- Não sei se o que sei está certo ou errado e se o que está certo eu sei que está certo e se o que sei que está errado...

- Que papo furado!

- Blablabla, reconheço. Mas... Vê... Caso queiras ver... O mundo 'tá um bagaço, um bagaço embagaçado. Pegues um bagaço de laranja, esbagaça-o esbagaçadamente duas vezes...

- Deixa de papo furado! Não tenho tempo a perder com lero-lero.

- O assunto é deveras complexo, bróder.

- Descomplexica-o!

- Descomplexicando-o, eu o complexicarei ainda mais.

- Então, complexica-o.

- Se queres...

- Querer, não quero. Mas tenho outra opção?

- Qual opção?!

- A de não te ouvir.

- Não. Não tens. Aí vai: em nossa sociedade, inventaram de inventar uma tal de minoria, que, em tese corresponde à minoria...

- Minoria do quê?!

- Minoria das pessoas que compõem a sociedade. Cada minoria corresponde à uma parcela da população da sociedade. Então, uma minoria, sendo uma parcela da sociedade, e, portanto, mais fraca do que a sociedade, que, correspondendo à totalidade das pessoas que a compõem, é mais forte do que a minoria, tem de, para que a sociedade não a oprima, ser protegida por lei.

- Desenbanana a bagaça.

- Desenbananando-a: a sociedade é o conjunto das minorias que a compõem, é igual à soma de todas as minorias, e cada minoria, sendo menor do que a sociedade, é por ela oprimida porque é ela mais forte. Vê: a minoria das mulheres...

- Minoria das mulheres?!

- Sim. As mulheres, que são de uma minoria...

- Que minoria?! Há mais mulheres do que homens. As mulheres são um pouco mais de cinquenta por cento, e os homens um pouco menos, da população.

- Sim. Mas a sociedade, composta de homens e mulheres, tem mais gente do que apenas mulheres, que merecem leis que, defendendo as minorias, as defendem porque elas formam uma minoria.

- Neste caso, os homens são minoria também, afinal a sociedade, composta de homens e mulheres, tem...

- Entendo este ponto, e não entendo porque dizem que as mulheres são minoria e...

- Está certa a idéia se se considerar que as mulheres são minorias maioritárias.

- Não entendi.

- Eu também não. O raciocínio é o seguinte: a sociedade, composta de homens e mulheres, é maior do que a sua parcela mulheril e a sua parcela homenil. Então a sociedade oprime as duas parcelas, que formam um todo.

- As duas metades.

- As duas metades, não, porque há mais mulheres do que homens, um pouco mais mas há. Seriam duas metades se as duas parcelas correspondessem à metade, exatamente à metade, e não uma à metade e mais um pouco e a outra à metade e menos um pouco. E não estamos falando dos pétis. Então, fica assim: a parcela das mulheres, sendo uma parcela, e não o todo, e, portanto, sendo uma minoria, porque é menor do que o todo, que é a sociedade, tem de ser protegida da sociedade, que, sendo o todo, e, portanto, a maioria, a oprime porque ela é a oprimida.

- Entendi, mas por que é a parcela da sociedade correspondente às mulheres minoria maoritária?

- Por que a outra parcela da sociedade, que é a dos homens, também uma minoria, afinal é menor do que a sociedade, é menor do que a minoria formada pelas mulheres. Assim, temos duas minorias, a maioritária, das mulheres, e a minoritária, dos homens.

- Se a parcela da sociedade formada exclusivamente de homens também é uma minoria, por que dizem que é a das mulheres minoria e a dos homens não?!

- E eu sei?! Deve haver uma explicação, que eu desconheço, que explique o caso. Uma explicação sociológica, antropológica, histórica, psicológica, geográfica, arqueológica, etnológica, paleontológica, parapsicológica, astronômica, astrológica, bioquímica, sei lá.

- Não entendo o... Não entendo, confesso. É o caso muito complicado para a minha cabeça. A minoria das mulheres é maior do que a do homens... E ninguém diz que a dos homens é minoria. A das mulheres é maior do que a dos homens, o que faz a da das mulheres maioritária e a dos homens minoritária. E... E... E a minoria das mulheres negras e a dos homens negros seriam minorias minoritárias. Se entendi bem...

- Entendi o que queres dizer. Entendi. Mas tu estás errado.

- Estou?!

- Estás. Vê: tu dissestes que as duas minorias, a constituída de mulheres negras e a composta de homens negros, são minoritárias. Errado. Ambas são minorias dentro de minorias, mas não esqueça que a minoria das mulheres é a minoria maioritária e a dos homens a minoria minoritária; portanto, a minoria das mulheres negras é a minoria dentro da minoria maioritária e a dos homens negros minoria dentro da minoria minoritária; então, se se considera que em nossa sociedade a população negra corresponde à quarenta por cento da sociedade, a parcela de mulheres negras que compõem a parcela social formada exclusivamente de mulheres é minoria minoritária dentro de uma minoria maioritária, que é a das mulheres; assim sendo, a minoria das mulheres negras é a minoria minoritária da minoria maioritária.

- E a dos homens negros?!

- A dos homens negros é a minoria minoritária da minoria minoritária.

- Não se pode falar menos complicadamente, não?!

- Não sei. Deixe-me ver... Vejamos: a minoria minoritária da minoria maioritária é a minoria minoritária minoritariamente majoritária.

- Piorou!

- Pode-se dizer simplesmente minoria da minoria da minoria maioritária.

- Piorou!

- Ou: minoria minoritária da... É muito confuso!

- Concordo.

- Concordo com a sua concordância.

- Tu disseste que em nossa sociedade a parcela de pessoas negras é menor do que a de pessoas brancas, mas li, não me lembro onde, e quando tampouco, que é igual.

- Eu não disse que a dos negros é menor; tu disseste.

- Eu?!

- Sim. E eu te segui em teu pensamento ao...

- Que diabos! Eu disse... Que seja! Haja o que hajar... Se há mais pessoas brancas do que negras, se há mais negras do que brancas, se as pessoas negras e as pessoas brancas estejam em nossa sociedade igualmente representadas, se... Não vem ao acaso. O troço é deveras complexo.

- E é impossível, já se vê, descomplexicá-lo.

- E onde os japoneses entram na história?!

- Japoneses?!

- É. Japonês não entra no time do brancos e nem do dos negros. Entra em qual time?

- Tu tinhas de envolver os japoneses... Complexicou ainda mais o que já é complexicadamente complexo.

- Seria a turma de japas minoria minoritariamente minoritária dentro de uma minoria minoritária e de uma minoria maioritária?!

- Por que o seria?!

- Ora, porquê?! Ora... Bolas! Ora, bolas! Há menos japinhas e japinhos do que... Vamos deixar os japoneses de fora da história?!

- Sim. P'ra que complexicar o que de tão complexo não conseguimos descomplexicar?!

- Então... Agora, vejamos: homens negros de orelhas-de-abano sofrem preconceitos à beça. São de uma minoria. E as mulheres negras de orelhas-de-abano também. Então... Então... Como é que fica?! As pessoas de orelhas-de-abano... E aí?!

- As pessoas de orelhas-de-abano, que formam uma minoria, considerando apenas as negras, que formam uma minoria dentro de uma minoria, estão subdivididas em duas minorias minoritárias, pois há menos pessoas negras de orelhas-de-abano do que pessoas negras. Há menos mulheres negras de orelhas-de-abano do que mulheres negras e menos homens negro de orelhas-de-abano do que homens negros. As mulheres negras de orelhas-de-abano são uma minoria minoritária dentro de uma minoria minoritária, a das mulheres negras, que está dentro de uma minoria maioritária, a das mulheres. Por sua vez, os homens de orelha-de-abano compõem uma minoria minoritária dentro de uma minoria minoritária, a dos homens negros, que está dentro de uma minoria minoritária, a dos homens. Resumindo: as mulheres negras de orelhas-de-abano representam uma minoria minoritária de uma minoria minoritária de uma minoria maioritária e os homens negros de orelhas-de-abano uma minoria minoritária de uma minoria minoritária de uma minoria minoritária.

- O resumo não 'tá bem resumido, não.

- E há um complicador.

- Há?!

- Há. Sim, há. E pouca gente pensa no caso. Das duas minorias minoritárias, a das mulheres negras de orelhas-de-abano e a dos homens negros de orelhas-de-abano, uma delas é mais minoria do que a outra.

- Não entendi.

- Atenta para este detalhe: há mais mulheres negras de orelhas-de-abano do que homens negros de orelhas-de-abano?! Ou não?! Se há mais mulheres negras de orelhas-de-abano do que homens negros de orelhas-de-abano, então, do total de pessoas negras de orelhas-de-abano, que corresponde à minoria minoritária de uma minoria minoritária, a das pessoas de orelhas-de-abano, a minoria que elas representam é maioritária, e, portanto, é a dos homens de orelhas-de-abano a minoritária. Então, dentro do universo de pessoas negras de orelhas-de-abano é a das mulheres minoria maioritária e a dos homens minoria maioritária. Considero que há mais mulheres negras de orelhas-de-abano do que homens de orelhas-de-abano com um propósito: desenvolver um raciocínio. Não sei quantas pessoas de orelhas-de-abano existem. E não quero saber. E tenho raiva de quem sabe. Continuemos: concluímos, considerando o exemplo que dei: há mais mulheres negras de orelhas-de-abano do que homens negros de orelhas-de-abano, então aquelas compõem, dentro do universo de pessoas negras de orelhas-de-abano, a minoria maioritária, e estes a minoria minoritária. Então, as mulheres negras de orelhas-de-abano são a minoria maioritária da minoria minoritária, a das mulheres negras, da minoria maioritária, a das mulheres. Esqueçamos por hora os homens negros de orelhas-de-abano. As mulheres negras de orelhas-de-abano correspondem à minoria maioritária do universo de pessoas negras de orelhas-de-abano. Mas, pergunto, são a minoria maioritária das pessoas, negras e brancas e de outras cores, de orelhas-de-abano?! Improvável! Ou provável! E eu sei?! Se não, então, do universo de pessoas de orelhas-de-abano compõem a minoria minoritária. Então, é ora, a se considerar à qual grupo pertence, a minoria maioritária, ora a minoria minoritária. E o caso não para por aqui.

- Não?!

- Não. Há, considerando a nossa linha de pensamento, mais mulheres negras de orelhas-de-abano do que homens negros de orelhas-de-abano, mas a proporção de homens negros de orelhas-de-abano à população de homens negros talvez seja maior do que à de mulheres negras de orelhas-de-abano à de mulheres negras, o que faz das mulheres negras de orelhas-de-abano, proporcionalmente à população de mulheres negras, uma minoria menor do que à de homens negros de orelhas-de-abano à de homens negros. Neste caso, as mulheres negras de orelhas-de-abano representam uma minoria minoritária...

- Corrige-me se eu estiver errado: as pessoas que, de um ponto de vista pertencem à uma minoria minoritária, de outro ponto de vista pertencem à uma minoria maioritária.

- Sim. Estás redondamente correto.

- Então... Qual minoria tem mais direitos e merece mais atenção e mais respeito e mais proteção e... Não entendo o búsilis.

- O que é busílis?!

- Sei lá! Meu avô, sempre que está a pensar em um problema deveras complicado, e em vão esforça-se para descomplicá-lo, a coçar a cabeça, exclama: "Não entendo o busílis!" Não sei o que ele quer dizer com tal exclamação, mas que ele quer dizer alguma coisa, quer.

- Com certeza; do contrário ele não diria o que diz. Eu... Não conseguimos... Conseguimos?! Não. Pensando, e pensando, e pensando, concluímos... Concluímos o quê?! Falamos de minorias, de minorias minoritárias dentro de minorias... Mas... Vê! Que interessante!

- Interessante?!

- Todas as pessoas, sejam de quais minorias forem, sejam de minorias minoritárias, sejam de minorias maioritárias, pertencem à maioria.

- Sério?!

- Sim. Afinal, todas as pessoas são pessoas, e, sendo pessoas, todas elas pertencem à parcela da sociedade que corresponde ao todo, à das pessoas, que reúne todas as suas parcelas menores, as minorias, sejam estas ou as minoritárias, ou as maioritárias.

- Legal! Nunca imaginei que isso fosse possível!

- Falamos de homens e mulheres, e de brancos e negros, e de pessoas de orelhas-de-abano, e quanto mais gente incluíamos na nossa conversa mais complexa a coisa ficava.

- Ainda bem que não incluímos os dentuços. Já pensou se falássemos de mulheres negras de orelhas-de-abano e dentuças?!

- Aí a coisa se complexicaria de vez.

- Complexicar-se-ia, mesmo.

- E se os japoneses entrassem na história?!

- Vixe Maria! Ainda bem que prudentemente da história os excluímos antes de nela os incluirmos.

- Fizemos bem!

- Se fizemos!

sábado, 19 de agosto de 2023

Notas e Notas

 Piruás e farelos - volume 4.


O mão-de-vaca e a escova de dentes; e Javier Milei, o Bolsonaro argentino, o Trump argentino, destruirá a Argentina; e outros farelos e piruás.


O mão-de-vaca e a escova de dentes.


Chamam-me mão-de-vaca, muquirana, mão-fechada, avarento, somítico, pão-duro, sovina, unha-de-fome; dizem-me que não abro a mão nem para dar tchau; que sou pior do que o Tio Patinhas e o senhor Scrooge. Se eu fosse tão rico quanto a criatura do Barks, não reclamaria. Não sou, infelizmente. Infelizmente, porque, não tendo muito dinheiro no bolso, e menos ainda num banco, que seja em uma caixa-forte, menos posso economizar. Mão-de-vaca não sou, e nem muquirana, mão-fechada, avarento, somítico, pão-duro, sovina, unha-de-fome. Dão-me alcunhas pejorativas aquelas pessoas que querem me difamar. Sou parcimonioso. Não desperdiço sequer um centavo. Sou econômico. Meus hábitos, simples. Minha alimentação, frugal. Meu calcanhar-de-aquiles, doce de leite. Sei que não resisto a uma colherada do néctar que é o doce de leite, daí eu evitar comprar que seja um pote deste alimento dos deuses da Grécia. Se não resisto à tentação, compro um, pequeno, e me lambuzo com a guloseima, espécie de ambrósia, viciante, e não deixo de lambar o pote. Não sou de jogar fora o que quer que seja. Toda coisa tem a sua utilidade. E toda coisa que me chega às mãos eu a uso até quando der. Chinelo, por exemplo. Arrebentou-se-me uma tira do chinelo?! Ajeito-a com um prego. Prego enferrujado, torto; jamais com um prego novo. Rasgou-se-me os fundilhos da calça?! Remendo-a. Resta de um lápis o toco, só o toco, minúsculo, que não dá para se segurar?! Conecto no toco do lápis um pedaço de cano fino, curto, ou um de mangueira, também curto, e com ele escrevo até desaparecer o último grão de grafite. Dos pães, mando para o bucho todas as migalhas; e tenho o salutar, para os xarope coisa de gente mal educada, hábito de lamber pratos para não desperdiçar que seja um grão de arroz, uma gota de azeite de oliva, uma gota de vinagre, um grão de sal, um pedacinho minúsculo de orégano. E enrolo e pressiono e amasso o tubo de pasta de dentes até arrancar-lhe a última gota. E não desperdiço escovas de dentes. E foi, ontem, uma escova de dentes a causa de uma desavença minha com a minha mulher, que me viu com a minha escova, e berrou-me ao ouvido que eu a jogasse fora, enfurecendo-me. E por que fez a danada da mãe de meus três filhos, que de mim herdaram, para a felicidade da raça humana, a beleza, a inteligência e a parcimônia, tempestade em copo d'água?! Ora, só porque a escova de dentes, que é minha, tinha um, e só um, pêlo! E chamou-me mão-de-vaca a patroa! E eu não me vexei de lhe responder, alterado, na lata: "Mulher dos infernos, este único pêlo da escova tem-me utilidade: passo-o por entre os dentes, limpando-os assim." E a danada da filha da minha sogra, antes que eu pudesse dizer que a vaca foi pro brejo, tirou-me das mãos a escova e dela arrancou o pê-lo restante. Maldita mulher! Fez-me gastar uma nota preta com outra escova de dentes! Aquele pêlo da escova tinha vida para mais dois meses!


*****


Javier Milei, o Bolsonaro argentino, o Trump argentino, destruirá a Argentina.


Mal o garboso Javier Milei deu as caras nas primárias da eleição argentina, a todos os profetas surpreendendo, ele, o Bolsonaro argentino, dizem os brasileiros, ele, o Trump argentino, dizem os americanos, a ir de encontro aos esquerdistas, a arrostar as criaturas do pântano, a, sem papas na língua, mostrar para o que veio, e os mal-amados espíritos-de-porco trataram, de imediato, de defecar a cantilena revolucionária: Javier Milei, da extrema-direita nazifascista neoliberal, ultra-radical, preconceituosa, racista e machista... - e dá-lhe pancada no lombo. E pasmem! os indignados autonomeados antifascistas, no uso de seus dons proféticos, antevêem futuro tenebroso para os argentinos se o senhor Milei sentar-se na cadeira da Casa Rosada: ele destruirá a Argentina, afinal é ele, o Bolsonaro argentino, ele, o Trump argentino, da extrema-direita fundamentalista hiperautoritária, megaditatorial.

Blablateram os esquerdistas. Javier Milei destruirá a Argentina, pergunta-se toda pessoa que tenha no mínimo lambido com a testa a capa de um livro de história recente do universo. Quem ao ver a figura do senhor Milei declara que ele destruirá a Argentina aterrissou, hoje, na Terra, sem ao menos se informar acerca de alguns capítulos da história recente da civilização humana?! Sabemos que é a Argentina um país periférico, mas, convenhamos, há certas coisas que ninguém pode ignorar, e da Argentina qualquer pessoa, inclusive as criaturas que hoje desceram em terras terrestres, tem de saber de Menem, e dos Kirchner, Néstor e Cristina, um casal adorável, e do Fernández, todos os quatro seres heróicos que fizeram da Argentina um paraíso edênico.

Os tipos que hoje, com a certeza dos seres omnissapientes, prevêem tempos difíceis para os argentinos se Javier Milei arrumar as suas tralhas e mudar-se para a Casa Rosada, são aqueles que anteviram para os americanos, se Donald Trump arrumasse suas trouxas e se transferisse para a Casa Branca, tempos dificílimos, e, para todos os povos, a catástrofe nuclear, e para os brasileiros, se Jair Messias Bolsonaro carregasse consigo seus trens para o Palácio do Planalto, o inferno na Terra. Parece-nos que a bola de cristal dos esquerdistas está quebrada - ou é defeituosa desde a sua invenção.

E que o que seja o Bolsonaro argentino ou o Trump argentino, mesmo que nas urnas seja derrotado, faça das suas e ponha nas fuças das criaturas do pântano verdades das quais eles fogem com a mesma desenvoltura satânica do diabo ao fugir da cruz.


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O Apagão e os seres oniscientes.


Hoje pela manhã, um pouco antes das nove horas, desligaram-se todos os aparelhos de minha casa, e nenhuma lâmpada eu pude acender. Mistério. O que se sucedeu, eu não sabia.

Assim que se restabeleceu o fornecimento de energia elétrica, religou-se a geladeira, e o forno microondas, e a televisão, e o roteador, e os outros aparelhos da casa. E apertei os interruptores da sala, do quarto, da cozinha e dos outros cômodos a verificar se se reviveram da casa todas as lâmpadas. E fizeram-se as luzes. Feliz da vida, contente à beça, fui trabalhar. E não precisei, assim que cheguei ao trabalho, esperar sequer um minuto para ouvir seres oniscientes declarando, vividamente, certos do que diziam, e do que diziam diziam que era certo, saber a causa do que vim a saber do que se tratava, ciente, agora, de que a interrupção de energia elétrica não foi um fenômeno aleatório que se deu exclusivamente no meu lar, doce lar: um apagão, e apagão generalizado, que deixou no escuro, embora o Sol já houvesse acordado de muito, doze estados da federação brasileira. Um apagão! Quem diria?! E em doze estados brasileiros!

E os sábios de plantão, antes mesmo de qualquer investigação, apresentaram cada qual a sua certeza acerca da origem, que apontaram, do desgracioso e indesejado fenômeno que a todos por ele afetado surpreendeu: a privatização, disse um, que explicou: "Na época em que a empresa de energia era estatal não havia apagões."; o neoliberalismo, afirmou não sei quem; a política, de extrema-direita, do Bolsonaro, cuspiu alguém, que insistiu: "É o blecaute parte do esquema nazifascista ultraliberal que tentou, em oito de Janeiro, dar o golpe, e está associado ao roubo, pela Micheque, de jóias árabes."; o Lula, disse um fulano qualquer, que mandou ver: "O Luladrão quer venezuelizar o Brasil, e para tanto deu cabo da rede elétrica do Amazonas e desviou a energia para a Venezuela."; um raio, que atingiu a estação de distribuição de energia, disse alguém; maritacas, afirmou um sábio, que seguiu: "As maritacas são bichos peçonhentos, piores que bodes e gansos. Comeram, as diabas! os fios das linhas de transmissão." E etecétera, e etecétera, e tal. Todas as pessoas que se dedicaram a expôr o seu parecer têcnico acerca do caso, fê-lo com a certeza de que está certo o que disse e errados são todos os outros, que nada entendem do assunto.

Se toda pessoa pode dizer o que bem entendem do que nada entendem, então eu, que sou uma pessoa, e de carne e osso, uma pessoa sapiens, posso dizer o que bem entender do que nada entendo, e o fazer dando a entender que entendo do que digo, e declarar que está errado, redondamente errado, quem diz coisa diferente do que digo - e ai! de quem ousar me dizer que estou errado. Sendo assim, digo: Seres oriundos de uma galáxia distante, Andrômeda, provavelmente, evoluídos, de uma civilização do tipo dois na escala de Kardashev, a bordo de uma espaçonave movida por energia extraída de uma estrela presa em uma gaiola de Dyson, aterrissaram - melhor, alunissaram - no lado oculto da Lua, e lançaram um feixe (feixe, e não peixe - leia com atenção, leitor) eletromagnético contra um distribuidor de energia elétrica, assim deixando no escuro todas as regiões que dependiam daquele distribuidor afetado pela arma alienígena. Este é o meu parecer técnico acerca da origem do apagão. E cá entre nós, leitor, de todos os apresentados - dê mãos à palmatória - é o único plausível.

E vamos ao próximo apagão.

E que sejam muitos os apagões que estão por vir.


*****


Guerra na Ucrânia: novas notícias velhas.


Já estamos em Agosto, mês do desgosto, e só agora lembrei-me de escrever, uma vez mais, acerca do que se passa - ou supostamente se passa, pois tenho comigo, à leitura de qualquer notícia, uma pulga atrás da orelha - na terra do genial, e um tanto louco, criador do Tarass Bulba. E são as notícias, nesta era em que as notícias correm, conquanto novas, velhas. Além de algumas histórias que o passarinho me contou, do arco-da-velha, sabe-se que o Biden, presidente dos Estados Unidos - democraticamente eleito?! -, insiste em enviar tropas para o campo de batalha, que, dizem por aí, e por aqui também, converteu-se em um moedor de carne ucraniana, e o czar da Rússia, desgostoso com a ação do Zelensky, desconfiado de que ele tem feito mal uso do acordo, assinado entre as partes em conflito, para o escoamento de grãos cultivados e colhidos em terras ucranianas para o exterior, deu fim ao entendimento e impôs barreiras à navegação de embarcações nas proximidades da Criméia. E sem querer te assustar, leitor, parece que a coisa ainda há de feder, e muito, naquela região, podendo, com o recrudescimento da conflagração, vir culminar numa guerra apocalíptica.

E o que, afinal, contou-me o passarinho, talvez tu estejas, leitor, desejoso de me perguntar. Contou-me histórias que envolvem uma tal de Burisma, e um tal de Metabiota, e lavagem de dinheiro, e exploração sexual de crianças e mulheres, e armas biológicas, e pesquisas de aprimoramento de vírus, dentre eles o mocorongovírus, e suborno, e espionagem, e outras coisitas mas que estão na arena do Jason Bourne e do George Smiley e do James Bond e do Ethan Hunt, coisitas que são de arrepiar os cabelos da cabeça de Samuel Jackson e Ben Kingsley.

Deixo abaixo uma lista com dez reportagens que dão suporte às palavras, poucas, acima escritas.

1) Washington Examiner - "Biden signs order to call up 3,000 troops for Operation Atlantic Resolve in Europe." - de Mike Brest - 13 de Julho.

2) Fox - "Vance, Hawley propose bill to eliminate ‘accounting errors’ at Pentagon after $6B Ukraine blunder." - Brooke Singman - 12 de Julho.

3) White House - Briefing Room - Presidential Actions - "Ordering the Selected Reserve and Certain Members of the Individual Ready Reserve of the Armed Forces to Active Duty." - Joseph R. Biden Jr. - 13 de Julho.

4) Fox News - "Biden authorizes military to use up to 3,000 reserve troops to augment US forces in Europe." - de Bradford Betz - 13 de Julho.

5) The Gateway Pundit - "Russia: Ukraine’s “Counter-Offensive” Lost Over 26.000 Men, 1200 Tanks and APCs, 21 Planes and 5 Choppers Since June 4." - de Richard Abelson - 12 de Julho.

6) Daily Mail - "'World War III is approaching': Putin's ranting ally warns 'completely mad West' is boosting the prospect of all-out global conflict with its military assistance for Ukraine." - de Alexander Butler - 12 de Julho.

7) Zeroheard - "Russia Terminates Black Sea Grain Deal, Wheat Prices Spike, As Extent Of Crimea Bridge Terrorist Attack Revealed." - de Tyler Durden - 17 de Julho.

8) Reuters - "Commentary: Ukraine’s neo-Nazi problem." - de Josh Cohen - 19 de Março de 2.018.

9) Zero Hedge - "The Media And Ukraine War Coverage: Where Truth Takes A Holiday." - de Tyler Durden - 20 de Julho.

10) New York Post - "Biden $10M bribe file released: Burisma chief said he was ‘coerced’ to pay Joe, ‘stupid’ Hunter in bombshell allegations." - de Steven Nelson - 20 de Julho.


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O céu azul.


- Vê. O céu. Azul. Lindo, não?! Nenhuma nuvem. Nenhuma. Azul. Azul.

- Azul?! O céu está azul?!

- Está. Vê. Olha para cima. Azul. Azul.

- Quem te disse que o céu está azul?

- Quem me disse?! Ora, ninguém me disse. Olhei para cima, e vi o céu, que está azul. Vê. Nenhuma nuvem.

- Qual é a tua profissão?

- Minha profissão?!

- Tua profissão qual é?

- Não entendi o porquê da pergunta. Tu sabes qual é a minha profissão.

- Tu és de qual classe social?

- Classe social?! Sei lá. Eu nunca parei para pensar em tal coisa.

- Tens curso universitário? Concluíste o colegial?

- Não entendo onde queres chegar. Tu sabes qual é a minha formação escolar.

- Por que disseste que o céu está azul?

- Porque está azul. Estivesse amarelo, eu diria que está amarelo.

- Tu não podes dizer que o céu está azul.

- Não?! Por quê?!

- Porque não sabes se está azul.

- Não sei?! Mas... Mas... Vê. Vê. Olha para cima.

- Não posso.

- Não podes?! Por quê?!

- Não consultei as minhas classes, a econômica, a laboral, a...

- De que raio estás a falar?!  Se queres saber a cor do céu, basta olhar para o céu.

- Seria tal ato de insanidade.

- O que tu puseste em tua cabeça?! O que te puseram na cabeça?!

- Explico-te: tu, um alienado, sofreste lavagem cerebral; tens a cabeça cheia de idéias que desrespeitam tua natureza de pessoa humana; tu tens de entender que és um ser social, coletivo, que herdaste de teus ancestrais conhecimentos, que estão acumulados no deneá das pessoas humanas, que, tais quais tu, os herdaram dos ancestrais delas; todos os conhecimentos que possuímos são herança de nossos antepassados, são o patrimônio da nossa espécie, estão reunidos no ser do nosso ser, no mais profundo de nosso ser, o ser social, coletivo; assim, herdeiros que somos do que os nossos tataravôs nos legaram, pertencemos à uma ordem de vida coletiva, que pensa coletivamente, e a nossa percepção das coisas do mundo depende da inteligência da coletividade, superior à inteligência individual, pobre, esta, rasteira, e incapaz de apreender as coisas do mundo.

- Estás a me dizer que o que vejo com os olhos que Deus me pôs na cara, o esquerdo à esquerda do nariz, que dobra a esquina cinco segundos antes de lá eu chegar, e o direito à sua direita, não é o que vejo e que deles não posso fazer uso apropriado?!

- Entende: para se perceber, e, mais do que perceber, entender, as coisas do mundo, tens de saber o que as pessoas humanas de teu grupo percebem e entendem.

- Mas... Se o céu está azul! Vê! Azul! Mais azul do que o próprio céu. Azul celeste. Azul.

- Tu erraste ao olhar, antes de consultar os de teu grupo, de tua classe, para o céu, e erraste segunda vez ao concluir que está o céu azul.

- Mas... Macacos me mordam! Pernilongos me piquem! Sucuris me embrulhem! Elefantes me pisoteiem! Morcegos me suguem o sangue! Se está azul o céu, raios! Vê! Azul! Não vê?! Vê! Azul! Ergue a cabeça, e olha o céu. Azul! Azul! Mais azul que o céu de minha boca! Azulsíssimo! Azulsérrimo! Azulstático! Azulíssimo! Azulejo! Azulástico! Ultra azul!

- Vou consultar as minhas classes.

- Quê?! Pra quê?!

- Para saber se posso olhar para o céu.

- E precisas de permissão para ergueres a cabeça e, de olhos abertos, olhares para o céu?!

- Sim. Tenho consciência social. Não sou um individualista egoista. Tenho humildade para, reconhecendo as minhas limitações intelectuais e cognitivas, consultar os sábios de minhas classes, a social, a econômica, a...

- O céu está mega-azul! Azulsissimamente azul. Celestial!

- Um minuto, por gentileza. Ao telefone, quem eu tenho de consultar.

Transcorreram-se longas duas horas.

- Pronto. Encerrada a consulta. Os intelectuais das minhas classes, seres que, todos de impecável formação intelectual, dispensaram-me do estafante, desgastante, trabalho de erguer a cabeça, olhar para o céu, apreender-lhe as características, separar das irrevelantes as relevantes, avaliando-as sob a luz dos conhecimentos científicos acumulados durante gerações de seres humanos, destacar as relevantes, estudá-las, compreendê-las, disseram-me que está o céu vermelho e salpicado de bolinhas amarelas e florezinhas rosas.

- É sério?!

- Sim. Os intelectuais das minhas classes são seres excepcionais, infalíveis. Sabem o que sabem. Jamais me dispenso da obrigação, eu, que tenho responsabilidade social, eu, que sou humilde, eu, que não tenho orgulho individualista, consultar os intelectuais das minhas classes, a econômica, a social, enfim, todas às quais pertenço.

- Legal. Interessante. Mas.. Que diabos! O céu se me apresenta azul.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Notas várias

 Piruás e Farelos - volume 3.


Hipismo vegano, nova modalidade esportiva. Heróis e vilões brasileiros. Não falem mal dos professores. A ação policial, a violência e o Estado ineficiente, incompetente. E outros piruás e farelos.



Hipismo vegano, nova modalidade esportiva.


O ser humano é, de todos os seres que já passaram pela face da Terra, o mais criativo. Já inventou a roda, o pneu, e o carro e a moto, e o avião e o foguete, e a marmelada e a cocada, e o queijo, e a goiabada, e o queijo com goiabada, e o romeu-e-julieta, e o brigadeiro e a maria-mole e a teta-de-nega, e o pôquer e o vinte-e-um, e a caneta e o lápis, e a borracha, e Odisseu e Macbeth e Dom Quixote, e o castelo, e a ponte, e o Clark Kent e o Peter Parker, e a Enterprise, e o computador, e a filosofia e a matemática, e infindáveis outras coisas, coisas materiais e coisas imateriais. Dir-se-ia infinita a criatividade humana. E após não se sabe exatamente quantos trilhões de anos de processo evolutivo, atingiu o ser humano um nível de sagacidade intelectual que lhe concedeu poderes criativos para criar uma extraordinária modalidade esportiva que há de pôr de queixo caído e boquiaberto e de olhos arregalados de tanta admiração todo e qualquer ser de outros mundos que porventura venha a cair, por vontade própria ou não, na Terra: o hipismo vegano.

Em que consiste tal modalidade esportiva? Ao leitor algumas palavras acerca de tão grandiosa maravilha, a maravilha das  maravilhas, a invenção das invenções humanas, de todas as criações humanas a maior, a maior das maiores.

Preocupados com o bem-estar dos animais, no caso  em questão, os cavalos, os mais elevados dos seres humanos modernos, que põem no chinelo os seus antepassados, a aflorarem-lhes a criatividade que lhes fazem a fama, inventaram o hipismo vegano, que nada mais é do que uma modalidade esportiva que consiste na ação de cavaleiros e amazonas montados sobre cavalos e éguas de madeira, equinos estes que não vem munidos de rodinhas. Os juízes de tal modalidade esportiva avaliam a desenvoltura dos cavaleiros e das amazonas e de suas montarias e a harmonia entre os equinos e as suas cavalgaduras - corrijo-me: entre o cavaleiro (ou a amazona) e a cavalgadura. É o espetáculo uma exibição da destreza do ser humano, capaz de, numa evolução que nenhuma outra espécie de ser vivo poderia lhe adivinhar, e tampouco lhe emular, saltar e correr e trotar e relinchar - alguns observadores apalermaram-se ao ouvirem alguns cavaleiros e amazonas zurrarem (e há quem diga que os zurros saíram da boca de gente que ocupava, a assistir, emocionada, ao evento, um pedaço da arquibancada).

Tem o hipismo vegano o seu charme: nenhum cavalo e nenhuma égua faz cocô durante a exibição do espetáculo; nenhum animal se machuca; e os cavaleiros e as amazonas não são de se jogar fora.

As bestas são bem adestradas, todos que assistiram aos campeonatos de hipismo vegano concordam.


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A ação policial, a violência e o Estado ineficiente, incompetente.


- Você viu?! Um policial matou uma pessoa inocente.

- Pessoa inocente?! Ou bandido?!

- Um suspeito. Ele é suspeito de cometer crime; se é suspeito, não é bandido. O policial errou, e errou feio. Cometeu uma chacina.

- Chacina?! Matar um bandido é chacina?!

- Não é bandido; é suspeito. O policial tem de ser preso.

- Por quê?! Primeiro, uma investigação; depois, a...

- A violência policial é uma chaga social.

- Sempre que um bandido mata um policial você a respeito se cala. Por que você não fala da violência do bandido?!

- Porque a ação de policial, se errada, e, pior ainda! além de errada, causa a morte de um suspeito, é a prova da incompetência do Estado. Se competente o Estado, os policiais, que são seus funcionários, jamais matariam suspeitos. E eu, que pago impostos, e muitos, quero policiais que não matem suspeitos, policiais que não cometam erros.

- Por mais competente que seja, o Estado não é perfeito; e além de imperfeito, não pode estar, em todo lugar, o tempo todo. Se uma parcela da segurança estivesse nas mãos da iniciativa privada, de...

- Nada disso. Segurança pública é da competência exclusiva do Estado.

- O Estado não é entidade ubíqua. Não é onipresente. Não é onisciente.

- O Estado é a única instituição que tem competência para administrar a segurança pública.

- Nesse caso, é do Estado, e só do Estado, a responsabilidade pela segurança; se o policial comete erros, e sendo o policial funcionário do Estado, então, em última análise, é o Estado incompetente, falho.

- Daí eu cobrar do Estado investimento em segurança pública.

- Mas quando bandidos matam policiais e quaisquer outras pessoas, você não...

- Os bandidos não são funcionários do Estado; se eles não são funcionários do Estado, eu, que quero um Estado eficiente, nada tenho a dizer, entendeu?! Quer que eu desenhe?! Critico o  Estado sempre que um de seus funcionários erra.

- Mas a violência pública, sendo elevada, não prova que é o Estado incompetente?! A incompetência do Estado não é diretamente proporcional à violência? Quanto maior a violência, maior a incompetência do Estado. Quanto mais crimes os bandidos...

- Os bandidos são funcionários do Estado?!

- Maior a violência, maior...

- O Estado não é responsável pela ação dos bandidos, que não são funcionários do Estado.

- O Estado se revela eficiente, competente, se administra um aparato de segurança, em todas as suas esferas, que mantêm baixo o índice de violência; se é o índice de violência alto, então o Estado é ineficiente, incompetente. Se quer um Estado competente, então você há de pedir ao Estado investimentos em segurança pública, mas você não pede por investimentos...

- Investir em segurança?! Você quer dizer investir na polícia, que chacina o povo?! Você é a favor de milícias policiais fascistas genocidas?!

- E pode o serviço de segurança pública, sem investimento público na polícia, sem policiais preparados...

- O que você quer?! Mais chacinas?! Já não basta as que já vimos?!

- O Estado, que tem o monopólio da segurança pública, sendo o responsável...

- A polícia chacina o povo. Nenhum investimento tem o Estado obrigação de fazer na polícia.

- Mas, sem investimentos na polícia, a...

- A polícia chacina o povo. Não tem de existir polícia. E polícia armada com arma de alto calibre é uma  ameaça aos cidadãos desprivilegiados, às pessoas necessitadas.

- Os policiais têm de...

- Sumir do mapa, fascista! Sumir do mapa! Genocida! Você quer chacinas! Chacinas!


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O homem que tem respostas para todas as perguntas.


Sou daqueles homens, tão sábios! que têm, na ponta da língua, respostas para todas as perguntas. Se alguém me pergunta a respeito de política brasileira, dou-lhe uma resposta. Se alguém me faz uma pergunta acerca de biologia, à pergunta dou uma resposta. Se alguém dirige-me a palavra e pergunta-me qualquer coisa acerca de astronomia, não lhe deixou de à pergunta responder. Se alguém me fala de equitação, e me faz uma pergunta qualquer a respeito dos talentos dos cavalos, respondo-lhe de imediato. Se alguém me pergunta acerca das idéias do Albert Einstein, dou-lhe uma resposta. Se alguém me pergunta qualquer coisa a respeito de medicina holística, respondo-lhe. Se alguém quer de mim saber uma resposta para uma pergunta relacionada à história de Roma, não me faço de rogado: dou-lha. Se alguém me pergunta acerca de eletromagnetismo, respondo-lhe. Se alguém me faz uma pergunta a respeito do sistema econômico do Império Austro-Húngaro, sem hesitar um segundo à pergunta dou uma resposta.

Se as respostas que dou às perguntas que me fazem são as corretas?! Precisam ser as corretas?!


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Não falem mal dos professores.


- Um dos meus professores, de Língua Portuguesa, no colegial, de cada aula ocupava a metade do tempo a falar de política, sempre a enaltecer os políticos de esquerda, e da outra metade perdia a metade reclamando de sua vida e desdenhando dos alunos.

- Você é professor?

- Eu?! Não. Não sou professor.

- Se não é professor, você não pode falar dos professores.

- Por que, se, aluno, vi professores...

- Você não é professor. Eu sou professor. Você não tem experiência de professor, e não sabe os problemas que os professores enfrentam. Julgar os professores, sem saber o que passamos é injusto.

- E eu julguei os professores?! Não. Limitei-me a falar de um professor, que foi meu, no colegial, e dele falei o que vi, sem julgá-lo. Você ouviu-me adjetivar o professor, o meu, de Língua Portuguesa?! Não me ouviu, pois não o qualifiquei seja do que for. Falei dele, e da postura dele, e não entrei em detalhes.

- Você não é professor.

- De fato, não sou professor. Mas posso falar do que vi e do que vejo. Se vi, e com os meus olhos, um professor, eu, então, um aluno, posso falar do que vi.

- Você não é um professor. Você não sabe quais dificuldades os professores enfrentamos. Ao falar mal de professores, você prejudica a nossa imagem. Antes de falar mal dos professores, você deveria saber o que os professores enfrentamos.

- Repito: não falei mal dos professores; falei do que vi; constatei fatos. Não falei de professores; falei de um professor, que foi meu, de Língua Portuguesa. Parece-me, e corrija-me se eu estiver errado, que você, um professor, se ofende com o que eu disse, não de você, mas de um professor, que você não sabe quem é, pois dele não citei o nome.

- Mas você, não sendo um professor, não pode falar dos professores.

- Você se ofendeu com o que eu disse de um professor dele revelando conduta reprovável. E diz-me que eu, porque não sou professor, de professores não posso falar um 'a'. Neste caso, não posso falar dos meus bons professores, e nem dos ótimos. E eu que desejava falar para você de um professor, que foi meu, de Matemática, ótimo professor, brilhante, um dos homens mais inteligentes que eu conheci. Todos os alunos o admirávamos. Mas dele nada posso falar, elogiá-lo tampouco, para você e para nenhuma outra pessoa, afinal não sou um professor.


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Heróis e vilões brasileiros.


Todo brasileiro, se homem-de-bem, distingue dos heróis os vilões, e são estes os criminosos e aqueles os policiais. Se dentre os policiais há que seja um que use de seu uniforme para cometer crimes então é ele, e ele unicamente, e não toda a corporação policial, um criminoso, e, sendo, portanto, um criminoso, deve ser tratado como tal.

E quem defende os criminosos, sendo, portanto, um vilão, pois é vilão quem apóia os vilões, há de, presume-se, defender o criminoso que usa do uniforme policial para cometer crimes. Não entendo, no entanto, todavia, entretanto, porque cargas-d'água os vilões, pessoas que sempre acolhem, amorosamente, em seus braços aconchegantes, os criminosos, destes pintando imagem amável, condenam o criminoso que se passa por policial. Não sei qual é a resposta correta para esta pergunta, mas posso aventar uma: usar o criminoso que se faz de policial para destruir os policiais.

E termino, com uma pergunta: O criminoso que assume ares de policial não é, ele também, uma vítima da sociedade?!


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Tarcísio Gomes de Freitas, governador do estado de São Paulo, e os bandidos e os bandidólatras.


Os paulistas sabemos, e das mais diversas fontes, que no estado de São Paulo há uma guerra, na Baixada Santista, entre e Polícia Militar de São Paulo (e suas associadas de outros estados do Sudeste e do Sul) e os criminosos.

Há poucos dias, criminosos mataram  um policial da ROTA e, posteriormente, policiais, numa operação que envolveu dezenas de agentes de segurança, mataram, fala-se, quatorze bandidos. E tão logo se deu a notícia do resultado da operação policial, bandidólatras trataram de condenar ao fogo do inferno os policiais militares e o governador do estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e, pasmem! sustentando uma jornalista numa favela daquela região, armar uma arapuca (que, felizmente, desarmaram antes de preparada apropriadamente) para o governador do estado de São Paulo e a sua polícia militar.

Falaram em uso desproporcional da força pelas forças de segurança pública do estado de São Paulo. Queriam o que os bandidólatras, que se arvoram as vozes da Justiça?! Que os policiais usassem de força equivalente à força dos bandidos?! Ora, se há uma guerra, e nesta guerra há dois exércitos em conflito, e se ambos têm a mesma força, isto é, uma não se sobrepõe à outra, estando, portanto, ambas em pé de igualdade, a guerra se estenderá indefinidamente. É o que desejam os bandidólatras?! É claro que não. Eles querem a vitória dos bandidos, se possível estes a massacrarem os policiais. Na guerra entre a Polícia Militar e os bandidos, aquela, e não estes, tem de possuir a superioridade de força, pelo bem de toda a população.

Não satisfeitos com a vitória da Polícia Militar numa batalha querem os bandidólatras intimidar o governador do estado de São Paulo e a Polícia Militar com belos discursos humanitários ao som de Imagine e rosas jogadas nas águas do mar e pombas ao vento.

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, fez um discurso contundente diante de profissionais da imprensa, falou do crime organizado, que domina a Baixada Santista, de dois policiais feridos (para tristeza dos bandidólatras, eles não morreram), da ação da polícia, de sua política de segurança pública. Falou, sempre, sem titubear, firme, em defesa dos policiais, contra os bandidos.

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, é, ninguém ignora, amigo dos policiais e inimigo dos bandidos. Sabendo-se disto é fácil entender porque os esquerdistas o odeiam.


Três notas:

1) Os esquerdistas têm no Estado (uma abstração) a entidade suprema, perfeita, infalível, justa e correta, mas sempre que o Estado combate os criminosos condenam-lo. Para eles, o Estado é puro, imaculado, desde que os seus agentes implementem políticas que atendem a uma certa agenda política revolucionária, esquerdista; e quando os agentes públicos põem em prática políticas que não contemplam a ideologia vermelha, dão os esquerdistas a entender que eles não atuam em nome do Estado e não agem pelo bem comum, público. O Estado é infalível, sempre; os não-esquerdistas é que o corrompem.

2) Se os bandidos dominam, hoje, a Baixada Santista, somos obrigados a concluir que negligenciarem, antes de Tarcísio Gomes de Freitas ocupar o Palácio dos Bandeirantes, a segurança pública no estado de São Paulo.

3) Quando condenam o uso, pelos policiais, de força desproporcional, os bandidólatras querem dizer que o certo, justo, correto é os bandidos usarem força desproporcional e derrotarem, sempre, os policiais. Eles não estão pedindo, como pensam os ingênuos, que os policiais e os bandidos usem forças proporcionais, estejam em pé de igualdade.


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Diverte-me a molusquiana imprensa brasileira. Anti-bolsonarismo na veia.


Durante os quatro anos do governo do presidente Jair Messias Bolsonaro, o dia 7 de Setembro foi o auge do sentimento cívico e patriótico de milhões de brasileiros, quase todos - para não dizer todos - eleitores do presidente Jair Messias Bolsonaro, que, gostem ou não os seus inimigos, reacendeu a chama democrática e cívica e patriótica dos brasileiros. Na efeméride da Independência milhões de pessoas iam às ruas assistir aos desfiles militares, numa exibição de inegável amor pelo Brasil, amor, este, que os brasileiros aprenderam a ocultar de todos e cada qual de si mesmo e a se culparem porque o possuíam.

É certo que os brasileiros lembram daquela constrangedora, e assustadora, cena, de um inesquecível 7 de Setembro, os brasileiros, em Brasília, impedidos de assistir ao desfile da excelentíssima presidente Dilma Roussef, protegida atrás (ou na frente, a depender da perspectiva) de biombos, que dela separavam o povo, que, sabemos, ela tanto ama e que tanto a ama.

Os vermelhos alguma vez deram provas de amor pelas coisas do Brasil?! Que eu saiba, jamais. O compromisso deles é com a ideologia mais assassina da história.

Voltamos aos anos do governo do presidente Jair Messias Bolsonaro: os vermelhos denunciaram aos quatro ventos que o presidente Jair Messias Bolsonaro perpetrou um dos mais horrendos crimes que um ser humano pode cometer: sequestrar os símbolos nacionais. Daí, porque, diziam eles, o presidente Jair Messias Bolsonaro sequestrara os símbolos pátrios, e, portanto, sequestrara o dia 7 de Setembro, que, entendem os vermelhos, passou a ser um símbolo do bolsonarismo, eles, os vermelhos, não participarem da festa cívica, que é de todos os brasileiros, e não assistirem aos desfiles da Independência, para não se misturarem com os seus inimigos, os bolsonaristas. Justificativa que nada justifica, pois eles, os vermelhos, jamais deram valor à efeméride, que eles usavam para exibir bandeiras vermelhas e de partidos políticos vermelhos.

Durante os anos do governo do presidente Jair Messias Bolsonaro os quatro 7 de Setembro foram sucesso de público - digam o que quiserem os vermelhos, o presidente Jair Messias Bolsonaro levava milhões de brasileiros aos desfiles. Mas agora o presidente do Brasil é outro, um vermelho de quatro costados, querido e amado de todos, de popularidade irrivalizada.

Li, hoje, uma reportagem jornalística que se concentra no seguinte: agora que o presidente Jair Messias Bolsonaro não é mais o presidente do Brasil e que os bolsonaristas estão desanimados, o 7 de Setembro será um fracasso, e tal fracasso, conclui a reportagem, será a prova de que o presidente Jair Messias Bolsonaro é impopular. Faz algum sentido tal peça de estúpidez?! Quem é o presidente do Brasil? É o presidente do Brasil o representante dos brasileiros, certo?! E no dia 7 de Setembro os brasileiros irão assistir aos desfiles independentemente de quem está sentado na cadeira de Presidente. Todavia, parece-me, já se antecipa constrangedora ausência de povo brasileiro, em Brasília, no dia 7 de Setembro, e o vazio será a prova cabal da impopularidade do atual presidente do Brasil, e não da de seu antecessor. A imprensa, no entanto, já está a preparar a versão mais conveniente ao atual ocupante do Palácio do Planalto.

E por que já se antecipa o insucesso do 7 de Setembro deste 2.023?! Por que os vermelhos não 'tão nem aí para a hora do Brasil! O compromisso deles é com a foice e o martelo.


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Em 2.022, votei no candidato que:


1) acredita que a vida começa na concepção;

2) opõe-se ao assassinato de pessoas no ventre de suas mães;

3) acredita que toda pessoa tem o direito à legítima defesa;

4) defende a liberdade de toda pessoa ameaçada por criminosos fazer uso de quaisquer meios para sua defesa e de sua família;

5) acredita que se combate notícias falsas e mentiras com mais liberdade, e não menos;

6) respeita a polícia e combate o bandido;

7) respeita a propriedade privada;

8) tendo poder nas mãos, dele não faz uso para oprimir o povo;

9) defende os interesses do Brasil;

10) faz uso correto do dinheiro público;

11) defende políticas educacionais que concedem aos pais a liberdade de educarem seus filhos usando de técnicas de ensino que não as contempladas pelo sistema oficial de educação;

12) reprova espetáculos públicos grotescos de atividades ditas culturais;

13) faz das estatais empresas lucrativas;

14) investe em obras públicas que beneficiam os brasileiros;

15) investe dinheiro público no Brasil, e não em países com cujos governantes tem identidade ideológica;

16) não quer reeducar os brasileiros, tampouco regulamentar a imprensa;

17) respeita os produtores de alimentos;

18) defende a soberania do Brasil sobre a Amazônia em sua parte brasileira;

19) combate as organizações que supostamente trabalham em defesa do meio-ambiente;

20) diz verdades inconvenientes nem sempre com o vocabulário apropriado;

21) além de jamais proibir os brasileiros de, em momentos difíceis, colherem, com o suor do próprio rosto, os seus alimentos e os de sua família, estende a mão para ajudá-los;

22) respeita os policiais e sabe que eles são gente;

23) sabe que um homem não pode bater em sua mulher, nem dentro de sua casa, nem fora dela;

24) respeita os Pracinhas, heróis brasileiros;

25) respeita a Bandeira Nacional;

26) usa na cabeça o boné da Polícia Federal;

27) não vê lógica no assalto;

28) não odeia a classe média;

29) quer unir o povo brasileiro, e não o dividir em classes antagônicas;

30) não quer roubar aos policiais o poder de enfrentar os criminosos, sobrepujando-os;

31) não quer desencarcerar os criminosos;

32) cria condições econômicas para investimentos privados; e

33) aconselha os brasileiros a encontrarem a verdade.

domingo, 6 de agosto de 2023

Três notas

 Qual é o nome de seu irmão?


- Renato, o nome do Carlos, o seu irmão mais velho, é Carlos Roberto Pinto da Silva Filho?

- Não. O nome dele é Carlos Roberto da Silva.

- Pensei que ele tivesse o nome de seu pai. Pensei que se chamasse Carlos Roberto Pinto da Silva Filho.

- Muita gente pensa isso. Mas meu irmão, o Carlos, não tem nem Pinto, nem Filho.


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A venezuelização do Brasil.


A velocidade do processo de venezuelização do Brasil é diretamente proporcional à quantidade de brasileiros que apóiam as políticas socialistas, de esquerda, anti-capitalistas, coletivistas, bandidólatras, identitárias, politicamente corretas, anti-cristãs.


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Os esquerdistas e os bandidos.


Em poucas palavras, digo: li, ontem, no Facebook, um texto de Marco Frenette, esclarecedor, que dá a saber o amor dos marxistas pelo lumpemproletariado, um nome estrambótico para os bandidos; há poucos dias, chegou-me ao conhecimento uma história a envolver o ex-diretor da Inteligência da Venezuela, Hugo Carvajal, El Polo, homem de confiança, até há pouco tempo, de quem está a destruir a Venezuela e de quem espera-se, agora que ele transferiu, contra a sua vontade, a sua residência para os Estados Unidos, revelações bombásticas acerca do dinheiro que os narcotraficantes latino-americanos despejam na política regional; e hoje eu soube, durante a leitura de "Filho de Gustavo Petro admite que dinheiro de drogas entrou em campanha eleitoral.", o que o título da reportagem já informa - e não me surpreendi com o que se dá a conhecer (aviso: Gustavo Petro é o presidente da Colômbia, um esquerdista de quatro costados); e contou-me um passarinho que na terra do Tio Sam irriga-se, com dinheiro americano, esquemas de tráfico de pessoas, de escravos sexuais, e que até os serviços de inteligência estão dominados por gente bandida, e também o Departamento de Justiça - fala-se horrores de um caso policial escabroso que envolve a morte de um homem próximo de Barack Obama e de uma aventura misteriosa que traz a conhecer a existência de um pacote de cocaína em algum recanto inacessível da Casa Branca e de uma novela de espionagem de pôr a todos de queixo caído a protagonizarem-la o presidente americano e o seu adorável filho ambos os dois envoltos com uma tal de Burisma, empresa ucraniana de energia, e com personalidades terrivelmente iníquias.

Os esquerdistas vêem lógica no assalto, calam-se - quando não se regozijam - diante de assassinatos de policiais por bandidos, e esgoelam-se, fingindo indignação, vociferantes, contra os policiais quando estes, em confronto com bandidos, matam-los. E se têm na conta de lídimos representantes da Justiça, da Paz, da Moral, do Amor.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Uma nota

 

Nazismo e fascimo e comunismo, obras de intelectuais.

Não poucas vezes ouvi pessoas dadas à atividade intelectual - seja isso o que for - declararem, de peito estufado, que é o povo ignorante e insensato e que são os filósofos, os sociólogos, os antropólogos, os psicólogos, os, enfim, intelectuais, seres superiores, que estão no topo da escala evolutiva.

Os pedreiros ocupam-se com a atividade de erguer casas, os agricultores com a de lavrar a terra e cultivar plantações, e outras pessoas, as dadas às tarefas braçais, com outras atividades.

Os intelectuais, via de regra, desdenham de quem, todo dia, faça sol, faça chuva, arregaça as mangas e põe a mão na massa e ocupam o tempo a pensar e, não raro, de seus cérebros brotam as idéias mais estapafúrdias que a inteligência - ou falta de inteligência - humana é capaz de conceber; e não felizes em apenas pensá-las querem impô-las à toda a humanidade.

Intelectuais pensaram o fascismo e o nazismo e o comunismo.

Cientistas emprestaram ao nazismo e ao fascismo e ao comunismo teor científico; e antropólogos e psicólogos e economistas e filósofos e sociólogos e psicólogos e intelectuais de outras áreas de estudos ao fascismo e ao nazismo e ao comunismo deram ares de coisa séria, justa, idéias que, se concretizadas, fariam do mundo um paraíso.

O nazismo e o fascismo e o comunismo, concretizados, produziram cádaveres em série, aos milhões.

E intelectuais, ao recordarem os males que o nazimo e o fascismo produziram, culpam os pedreiros e os agricultores e outras gentes do povo, para eles ignorantes, e fazem de conta que nada sabem a respeito.

E dos males que nasceram do comunismo o que os intelectuais têm a dizer?! Males do comunismo?! Que males?! O comunismo, que, tais quais o nazismo e o fascismo, produziu males sem conta, entendem não poucos intelectuais, é coisa boa, produz riqueza e harmonia em todos os países em que foi concretizados.

Um conto

 

Relatório da viagem ao planeta Podridão.

Sob as ordens do Monarca, empreendemos os tripulantes da espaçonave intergaláctica Olho Vivo uma viagem ao planeta Podridão, situado na periferia do sistema da estrela Sujidade, uma das três milhões de estrelas da constelação Fétida, localizada nas circunvizinhanças da galáxia Escatologia, uma das incontáveis do quadrante 03/03 do setor 46/09 do universo conhecido.

Em decorrência da escassez de tempo, o escrivão da Olho Vivo, sob a pressão das constantes ameaças que pairam sobre todos, escreve, de próprio punho, este delgado relatório.

Aterrissamos, dia 267 do ano galáctico 1.234 da era incomum, no planeta Podridão, e logo feriu-nos as narinas o odor miasmático que as criaturas - seres repulsivos - que o habitam exalam, naturalmente, de seus corpos putrefatos. Protegemo-nos como pudemos, e mal pudemos no proteger, da flagelante situação, adversa, mortífera, que poderia vir a ceifar-nos a vida. Diante de tão periculoso contratempo, para nós inédito, deparamo-nos com dificuldades dir-se-ia insuperáveis que quase nos incapacitaram para qualquer ação, qualquer pensamento, de tão mal-cheirosos são os nativos do planeta que ora visitamos. E o odor, tão graveolento! tão fedido! que nos perguntamos porque aquelas asquerosas criaturas fediam tanto, e descobrimos que tem o fedor que delas recende sua origem no espírito delas e quando elas pensam o odor malcheiroso recrudesce, e itensifica-se ainda mais quando elas falam, e mais ainda se elas concretizam as suas idéias fedorentas.

Entendemos, mesmo que para entender o que entendemos não nos esforçassêmos, o que se passa em Podridão: quanto mais aquelas criaturas rastejantes peçonhentas pensam o que pensam e falam o que falam e fazem o que fazem, mais o planeta fede.

Aqui, neste curto relatório, apresentamos ao nosso querido e sábio Monarca uma síntese das nossas descobertas - e prometemos entregar-vos um relatório minucioso assim que nos sobrar tempo, que é precioso, para o exercício de redigi-lo: neste planeta Podridão, entendemos, indivíduos que ocupam cargos de poder protegem bandidos e prendem agentes de segurança, atribuem ações criminosas aos indivíduos pacatos que vivem suas vidas sem incomodar ninguém e entendem que são indivíduos gentis e amáveis os assassinos, os assaltantes, os estupradores, os criminosos, têm no trabalho ocupação malvista, de indivíduos desprezíveis, e na vagabundagem cultura rica e valiosa, consideram atos que atentam contra a ordem social os pacíficos que indíviduos educados promovem e atos responsáveis e justos os violentos, criminosos, que culminam com a morte de agentes de segurança, proibem indivíduos honestos de, se agredidos por criminosos, defenderem-se, e permitem que os indivíduos criminosos matem quaisquer outros indivíduos, desde que sejam estes honestos, prendem os indivíduos de bem e conservam livres os que cometem crimes, condenam ao cárcere os que não se sujeitam aos desmandos de governantes inescrupulosos e iníquos e enaltecem os servis e pusilânimes, retiram dos trabalhadores as riquezas que estes produzem, prometem distribuí-las aos pobres, a estes não as distribuem, as embolsam e desperdiçam-las com objetos luxuosos e hábitos dispendiosos de falso requinte, comem do bom e do melhor e ao povo jogam restos apodrecidos de víveres que o pantagruélico estômago deles não digeriu.

Estas palavras, poucas, ilustram, acreditamos, a natureza fedorenta dos macheirosos habitantes do planeta Podridão.

Em nos apresentando a oportunidade, entregaremos ao Monarca o prometido relatório minucioso das coisas do planeta fedorento.

Encerramos. Mas não é este ponto final o fim do relato que conta as coisas do mais fétido dos planetas.

Duas notas breves

 Viagem à Marte.


Aos interessados, uma notícia interessante: Estou promovendo uma excursão a Marte. Favor contatarem o meu secretário, o senhor Elon Musk.


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Mataram o policial. Mataram o bandido.


... e a história se repete, para surpresa de ninguém: bandido mata policial - e culpa-se o policial, que se deixou matar pelo bandido, que é, coitadinho! vítima da sociedade; e policial mata bandido - e culpa-se o policial, que usou força desproporcional contra, pasmem! um coitadinho, vítima da sociedade.

Nestes dias, ocorreram, no Estado de São Paulo, dois eventos de impacto: a morte de um policial, assassinado por um bandido; e, uma ação policial que resultou na morte de bandidos e de menhum policial.

A inexistência de um cadáver de policial no segundo evento entristece aqueles que vêem lógica no assalto, naqueles que choram lágrimas de tristeza sempre que sabem que uma vítima da sociedade roubou, à mão armada - e seria tal arma instrumento legalizado que homens de bem alugaram aos laboriosos profissionais do ramo da justiça social anti-capitalista?! -, um detentor de privilégios burgueses e, antecipando-se de qualquer ação violenta que ele lhe poderia praticar, matou-o com um tiro na cabeça.

A inexistência de cadáver de bandido no primeiro evento é do gosto daqueles que se entristeceram ao saberem que nenhum policial morreu no segundo evento.

Há, em nossa sociedade, aqueles que apóiam policiais, pedem por maior segurança, mais rigor contra os bandidos, pelo direito de os homens de bem, em legítima defesa e em defesa de seus entes queridos e de quais pessoas sob ameaça de criminosos, lançarem mão de quaisquer meios e com quaisquer instrumentos, e aqueles que oferecem apoio incondicional aos criminosos - e tal apoio vem, não raro, sob rótulos bonitos e elegantes de justiça social, amor pelas pessoas desprivilegiadas, luta contra o grande capital e a sociedade burguesa e a odiada classe média (Odeio a classe média! Odeio a classe média! - esgoelam-se as amáveis criaturas). Cada cabeça uma sentença. E a sentença que brota da cabeça daqueles que a cloaca do capeta defecou faz um grande mal aos humanos.

Aos famíliares, parentes e amigos do policial morto por um criminoso, os meus sentimentos. Que Deus lhes conforte a alma.

Ao governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, força para seguir em sua jornada em favor de todos os homens de bem que respiram o ar do Estado de São Paulo.

Aos policiais, coragem.

Ao policial vitimado pelo seu assassino, que Deus lhe dê o céu.