sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Bolsonaro 2

 O presidente Bolsonaro fala um palavrão. E quem lhe reprova a conduta? Pessoas que, sabedoras de que um tal de Adélio Bispo o esfaqueou, dizem que foi a facada um golpe publicitário eleitoral, uma facada falsa, facada fake, uma fakeada, e lamentam que o presidente não tenha morrido à tentativa de assassinato. Chamar a postura de tais pessoas de insanidade é ser educado, demasiadamente educado. E tais pessoas apóiam coletivos violentos, que destróem patrimônios públicos e privados, e espancam e matam quem não lhes seguem a agenda subversiva - apoiadores de Bolsonaro e Trump, principalmente -; e calam-se ao saberem que artistas, políticos e jornalistas pedem pelo assassinato do presidente do Brasil; e é tanto o ódio alimentam por Bolsonaro e pelos bolsonaristas que apóiam servilmente todo e qualquer movimento revolucionário que sai à caça de bolsonaristas, e justificam tal apoio brandindo bandeiras de ativistas militantes, apresentando-se como legítimos defensores da Moral, da Ética, da Democracia, da Liberdade, da Justiça. "Mas tais pessoas têm pais bolsonaristas, e tios, e primos, e cunhados, e filhos, e avós, e amigos, todos bolsonaristas..." E importam-se os anti-bolsonaristas com a vida de seus familiares, parentes e amigos bolsonaristas?! Eles estão, de corpo e alma, comprometidos com a revolução, e toda e qualquer bolsonarista, inclusive pais, irmãos, tios, amigos, são, para eles, obstáculos a serem eliminados.

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Além de coiós-de-argola, os anti-bolsonaristas são chatos de galocha. Não têm desconfiômetro. E jamais tomaram Semancol. Num tempo não muito distante, bostejaram os sandeus aos quatro ventos que a ministra Damares queria proibir os meninos de vestirem roupa cor-de-rosa, e as meninas azul. Que papelão o dos pascácios! Meses depois tais mentecaptos condenaram ao fogo do inferno o nosso amado presidente Biroliro e o ministro Sales, que, segundo eles, patrocinaram a matança de girafas amazônicas. Patético! Ridículo! E dias atrás, com toda a força de seus pulmões, cuspindo asnidades, reprovaram a glutonaria do nosso querido Capitão Bonoro, que, no decorrer do ano 2.020, mandou, voraz, para dentro de sua pança, toneladas e mais toneladas de leite condensado. E é tão fominha o nosso querido Bolsolaion, um gargântua exemplarmente bem acabado, que ele engoliu até as latinhas! Hilários os anti-bolsonaristas são! Paspalhões! E não está distante o dia em que eles defecarão outra de suas sandices expelidas pelo intestino que têm no lugar em que os seres humanos têm um cérebro. Diria o Didi Mocó: "Aguardem, e confiem." Os anti-bolsonaristas não irão nos decepcionar.

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Uma história edificante do tempo do coronavírus

João Fulano da Silva invadiu uma casa, e estuprou e matou mãe e filha. E policiais o capturaram e o prenderam.
No tribunal, perguntou-lhe o juiz, educadamente:
- João Fulano da Silva, o senhor já tomou a vacina contra o coronavírus?
- Tomei, sim, senhor doutor. Tomei - respondeu-lhe, humildemente, João.
- E seguiu-se a conversa:
- E o senhor - perguntou o juiz -, senhor João, usava máscara enquanto estuprava e matava aquelas duas mulheres?
- Sim, senhor, eu usava máscara, e uma de três camadas.
- O senhor é um homem de responsabilidade social. Respeita a saúde pública. Tem empatia coletiva. Pelos poderes a mim conferidos pelas leis deste mundo, concedo ao senhor João Fulano da Silva a liberdade.
- Posso, senhor doutor, fazer uma pergunta?
- À vontade.
- Posso estuprar e matar outras mulheres e também matar e estuprar mulheres?
- Matar, e depois estuprar?! - perguntou o juiz, intrigado.
- Sim. Eu gosto de...
- Entendi. Não preciso dos detalhes. Você, um cidadão responsável, exemplar, comprometido com a saúde coletiva, tem o direito de viver a sua vida como bem entenda, desde que não se esqueça de usar máscara.
- Não esquecerei, não, senhor doutor. E eu uso máscara de três camadas.
- Então, vá. Você é um homem livre. Divirta-se. E não se esqueça da máscara.
- Obrigado, senhor doutor. Obrigado. Até breve.

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