sábado, 26 de janeiro de 2019

Leitura caótica

Eu sou um leitor indisciplinado. Antes de encerrar a leitura de um livro, inicio a de outro. E não raro leio vários livros em simultâneo, ora trechos de um, ora de outro, fazendo algumas anotações, poucas.
Para dar idéia do meu hábito de leitura: estou na página 286 de Disinformation, de Ion Mihai Pacepa e Ronald J. Rychalack; na 31 de Da Ditadura à Democracia, de Gene Sharp; na 115 de História da Guerra do Peloponeso, de Tucídides; na 86 do volume 2 de Obras Completas de João Francisco Lisboa; na 82 de Como Ler Livros, de Mortimer Adler e Charles Van Doren; na 55 de A Vida Intelectual, de A. D. Sertillanges; na 135 da Summa Teológica, de Santo Tomás de Aquino; na 223 de Gulag, Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos, de Anne Applebaum; na 80 de The Act of Creation, de Arthur Koestler; na 434 de Origens do Totalitarismo, de Hannah Arendt; na 172 de Arquipélago Gulag, de Alexandre Soljenitsin; na 55 de O Livro Negro do Comunismo; na 180 de O Caçador de Pipas, de Khaled Hosseini; na 12 de Storia Moderna, de Rosario Villari; na 51 de Ensaios sobre a Fotografia, de Susan Sontag; na 43 de Ensaios sobre Literatura, de Georg Lukács; na 92 de As Terras Ásperas, de Rachel de Queiroz; na 236 de um livro de poesias de Manuel Bandeira; na 86 de um volume de ensaios de Otto Maria Carpeaux; na 174 de um livro de contos universais; na 51 de um livro de contos de Nathaniel Hawthorne; na 151 de um volume de trechos de obras de Santo Tomás de Aquino; na 305 de um livro de trechos selecionados de obras de Santo Tomás de Aquino, Dante Alighieri, John Duns Scot e William de Ockham; na 341 de um tomo de seleção de obras de Henri Bergson e Gaston Bachelard; na 585 de Hawaii, de James A. Michener; na 144 de um volume de homílias de São João Crisóstomo; na 58 de um livro de contos de Hans Christian Andersen; e na 227 de um livro de contos norte-americanos. E já li o Prefácio, do Autor, de A Teoria do Desenvolvimento Econômico, de Schumpeter; e a Apresentação, do Autor, de Tratado Geral do Brasil, de João de Scantimburgo. Ah! Esquecia-me: também estou lendo a Bíblia.
Aparentemente, leitura tão caótica impede-me de absorver o teor dos livros. Entendo o que está ao alcance da minha inteligência, não me perco na leitura, não confundo uns com os outros. Muitos dos livros que estou lendo são reuniões de contos (Hawthorne, Andersen, etc.), outros de artigos e ensaios (Otto, Lukács, etc.), e muitos de textos curtos (Crisóstomo, Bandeira, etc.). Não abandono pela metade ou um conto, ou um ensaio, ou outro texto curto, para cuja leitura me tomam alguns minutos. Eu os leio, de cabo a rabo, num tacada só; o mesmo não digo do livro de Arendt, do de Applebaum, do de Soljenitsin, cujas leituras, interompidas, não me são prejudiciais, pois a pausa, assim direi, servem-me para eu absorver as idéias neles expostas, e, no caso do livro de Applebaum, também, para eu descansar após ter contato com inúmeras informações.

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