domingo, 29 de abril de 2018

Dedicando-se aos lusitanos

Para não desaprender o pouco que sei da Língua Portuguesa, após ler livros e artigos escritos, por brasileiros, hoje em dia, recorro, com frequência, aos clássicos portugueses e brasileiros: João de Barros, Fernão Mendes Pinto, Camões, Gil Vicente, Camilo Castelo Branco, Almeida Garret, Eça de Queirós e Alexandre Herculano, e Padre Antonio Vieira, e Machado de Assis, Gonçalves Dias, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, João Francisco Lisboa e Graciliano Ramos. E incomoda-me a sensação de que falta-me alguma coisa para eu apreender, corretamente, a Língua Portuguesa: o conhecimento da história, da cultura, do espírito do povo que a criou. Não posso mais seguir a negligenciar o estudo das coisas dos lusitanos.

Recordações. E orgulho.

Ao ascender em sua condição social, e estabelecer-se numa posição de destaque em uma profissão qualquer, e adquirir certa proeminência, muita gente, orgulhosa de suas conquistas, ao evocar a sua vida pregressa, para dá-la a público, a recria de modo a satisfazer seu ego, sua vaidade, ocultando aquilo que a envergonha, no seu entender, dotando-a de elementos favoráveis. E numa posição social privilegiada, reconhecendo as deficiências de sua formação intelectual, rememorando os seus anos de escola, vêm-lhe à mente suas experiências, o seu desinteresse pelos estudos, recorda dos professores, despreparados muitos deles, e não poucos desinteressados do exercício correto do magistério, e da escola, que nenhum meio de aquisição de conhecimentos lhe ofereceu, molda o seu passado, emprestando à escola recursos que lhe faltavam, ou lhe escasseavam, e aos professores vocação e talento dos quais eles eram desprovidos. Não deseja, tal gente, bem-sucedida em sua carreira profissional, agora cidadão proeminente, dar a conhecer ao público - seja este público constituído de familiares e parentes, seja um pequeno círculo de amigos, seja um grupo de colegas, seja toda a população de uma cidade, ou de um país - a miséria que foi a sua formação intelectual, em especial a escolar.

Ressentidos e rancorosos

Muitos lulistas, rancorosos, ressentidos, destilam ódio, uns, os de maior coragem e fibra, virulentos, abertamente, outros, covardes, simulados, falando num tom pseudo-intelectual (ou intelectual militante constrangido), em nome da justiça social, da igualdade, condenando os "discursos de ódios" e as "fake news" dos "fascistas", dos "nazistas", dos "anti-democráticos", dos "conservadores retrógrados". Não suportam ver Lula preso, e o PT desmoralizado. Daí não tolerarem a ascensão de outros personagens, superiores, em todos os aspectos, ao seu ídolo de pés de barro. Não é por outra razão que desejam ver a caveira de Olavo de Carvalho, filósofo, Sérgio Moro, juiz, e Jair Bolsonaro, deputado federal.

sábado, 28 de abril de 2018

Educação no Brasil

Com a política de universalização do ensino, houve a necessidade, urgente, de se contratar muitos professores; e não havendo muitos bem preparados, contratou-se muita gente despreparada para o exercício do magistério.

Estudos

Escrevo contos, novelas e romances, e comentários sobre política e outros assuntos. Sempre que me deparo com dificuldades para argumentar, nos textos dissertativos, e, para conceber enredo para os textos de ficção, recorro às obras clássicas da Filosofia, da Teologia, da História, da Biografia, da Novela, do Conto, da Poesia, do Romance, da Dramaturgia, não em busca de um tema, mas de uma ampliação dos meus horizontes, de inspiração, para impedir que a minha visão das coisas do mundo se estreite, tornando-se ainda mais estreita do que é. E por esta e outras razões, li, neste meses recentes, Parmênides, de Platão, O Pai Nosso, de São Cipriano; e estou lendo A Guerra do Peloponeso, de Tucídides; e pretendo reler, de, Ésquilo, O Prometeu Acorrentado, de São Tomás de Aquino, O Ente e a Essência, de Dostoiévski, Crime e Castigo, e outras obras clássicas da literatura e da filosofia.
Não me limito, em busca de inspiração, à leitura dos clássicos da literatura universal, tendo em mente apenas a ampliação dos meus horizontes; tenho outro motivo: o de aprimorar o meu estilo literário, aprendendo com os clássicos da Língua Portuguesa, mestres da Prosa e da Poesia. Li, recentemente, após reler os meus contos e um romance que estou escrevendo e corrigí-los, de Antônio José da Silva (O Judeu), algumas obras, e sermões de Padre Antonio Vieira, poesias de Camões, trechos selecionados de Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, e, de João de Barros, Décadas. E pretendo reler alguns romances de Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós.

Esquerdismo e cristianismo, incompatíveis

Muitos esquerdistas se dizem cristãos. Eu só acreditarei que eles são cristãos no dia em que deixarem de ser esquerdistas.

Messianismo

Cristianismo é a religião do Cristo. Budismo é a religião do Buda. Maometismo é a religião do Maomé. Messianismo não é a religião do Messi.

Destino

Por muitos caminhos se chega ao mesmo destino.

Futuro possível

O Brasil será um país rico e próspero no dia em que os brasileiros não mais estimarmos a ignorância.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Messianismo político

Gleisi Hoffmann denuncia, via al-Jazeera, o Brasil aos países árabes, e o brasileiro ri, faz piada, e vê, no ato da senadora petista, loucura. Lindbergh Farias, senador petista, vê, em uma nuvem, a imagem de Lula, e o brasileiro ri, faz piada, convencido de que ele enlouqueceu.
Que o brasileiro faça piada com os petistas, e com um objetivo, o de desmoralizá-los, e que não se seja ingênuo acreditando que eles enlouqueceram, e se saiba que eles têm, em todas as suas ações, por mais amalucadas que sejam, uma motivação política.
Eu me perguntei, ao ver Gleisi Hoffmann se dirigindo aos países árabes, por que ela não se dirigiu aos países europeus, aos Estados Unidos, a Israel, aos países da América do Sul.
Ao saber do caso protagonizado por Lindbergh Farias, vi, no ato dele, um meio de dar a entender que Lula transcendeu a realidade, que Lula é, ainda em vida, um ser superior, um santo, um ser divino. O senador petista, com seu ato, insiste na política que faz do Lula um messias, um salvador da pátria.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Senso crítico

Para se ter senso crítico acerca de determinado assunto, se faz necessário conhecê-lo. Eu não tenho senso crítico em pintura, escultura e música, pois desconheço tais artes; limito-me a admirar as obras que mais me encantam. Admiro A Santa Ceia, de da Vinci; admiro Pietá, de Michelângelo; admiro a Quinta Sinfonia, de Beethoven. Não ouso tecer críticas à nenhuma dessas obras.
Em se tratando de questões políticas, ou qualquer outra questão, também se necessário conhecê-la, estudando-a, durante anos antes de se desenvolver um senso crítico, daí a razão de jovens não possuírem sendo crítico algum, e resumirem as suas críticas a lugares-comuns e discursos ideologicamente motivados os quais ouviram, em sala-de-aula, de algum professor, e de cantores e de intelectuais orgânicos, militantes.
Para se ter senso crítico, percuciente capacidade de avaliação, se faz necessário possuir conhecimento prévio sobre o assunto so qual se trata. E como jovens, estimulados por professores, podem ter senso crítico, se, além de não terem uma ótima bagagem literária que lhes permita pensar, ponderar, e tampouco experiência de vida, poderiam ter senso crítico? Não podem. O senso crítico que, diz-se, professores lhes ensinam tem viés ideológico.

Memórias da escola

Se todos os adultos descrevessem e relatassem, sem distorções propositais, sem adição de comentários, o que viu e vivenciou, nas escolas que frequentaram, há 20, 30, 40, 50 anos, e dessem a público tais registros, os brasileiros conheceríamos a verdadeira extensão da decadência da escola brasileira, da sua degradação, e ninguém mais haveria de acreditar que a sua má qualidade é resultado de uma política que se iniciou ontem.

Memórias do tempo da escola

As salas-de-aulas, nos meus anos de estudante, eram locais em que se promoviam badernas homéricas. Os alunos não tinham interesse em estudar, e os que tinham não encontravam o estímulo para fazê-lo; e os professores não tinham interesse em ensinar, e muitos deles ignoravam a matéria que lecionavam, e os que eram dedicados ao ensino não encontravam, na escola, a estrutura apropriada, em especial os das áreas científicas (biologia, física e química), que lhes propiciasse os recursos imprescindíveis à transmissão do conhecimento.

Pecados capitais

São sete os pecados capitais. E nenhum filho de Deus está livre deles.

Memórias do tempo de escola

Estudei em 4 escolas (excluindo-se a do pré-primário). Nenhuma delas tinha estrutura apropriada para os estudos. Na biblioteca das escolas, meia dúzia de livros. E em todas elas o ambiente não era estimulante, não era apropriado aos estudos. Alunos não estudavam; professores não ensinavam. Eu seria injusto com alunos e professores, se generalizasse: havia os alunos estudiosos, e os professores dedicados - eram as exceções que confirmam a regra.

Memórias do tempo de escola

Estudei, no pré-primário, em 1977, 1978 e 1980; cursei, de 1981 a 1988, o primário, de 1989 a 1991, o colegial, e, nos anos de 1992 a 1995, a faculdade. Não me recordo de como era o ambiente escolar no pré-primário e na primeira série. Minhas lembranças deste período são vagas. Recordo-me, unicamente, do nome das professoras e de alguns alunos, de cujos nomes não me lembro. Dos anos seguintes tenho muitas lembranças, e no que diz respeito aos professores, digo: apenas um deles eu o chamo de Professor, assim mesmo, em inicial maiúscula, o único que, além de dedicado, apaixonado, digo, pelo ofício de ensinar, tinha maturidade e senso de responsabilidade raros, e amor pela matéria que lecionava. Dos outros professores, só posso dizer: muitos eram dedicados ao ensino, mas despreparados, não poucos eram indiferentes aos alunos, e não eram raros os que faziam da sala-de-aula um local angustiante para si mesmos, e para os alunos, ao descarregar sobre nós seus ressentimentos, suas angústias, suas frustrações.

Memórias dos tempos de escola

Hoje em dia fala-se em doutrinação nas escolas. E muita gente pensa que esta questão é nova. Que nada. Nos longínquos anos de 1989, 1990, 1991, eu, no colegial, ouvia professor desperdiçando metade das aulas enaltecendo, descaradamente, PT e Lula. O problema é antigo, mas só agora está sendo enfrentado.