terça-feira, 19 de abril de 2022

Três observações

 

É sensato proibir o ensino do comunismo?

Em primeiro lugar, deve-se definir comunismo, e a definição tem de vir sem dubiedades, e jamais permitir objeções, pois em não havendo consenso acerca do que o comunismo é eterniza-se as controvérsias em torno do seu estatuto, o que impede a concretização de políticas de proibição, se assim se deseja, de seu ensino, afinal, vai-se proibir não se sabe o quê. Além disso, se se proíbe o ensino do comunismo, há de se proibir o ensino das idéias dos intelectuais cujos nomes estão umbilicalmente presos ao movimento comunista, e apagar tais nomes dos livros de história? Que não se faça a apologia do comunismo, concordo; e que não se reverencie os seus líderes intelectuais e políticos, também concordo. Que se apresente o comunismo e correntes de pensamento que se lhe opõem, é o correto. Que se apresente o comunismo em confronto com pensamentos adversários, e muitos que sequer lhe tomam conhecimento, e se permita que cada pessoa pense a respeito das idéias políticas, e se decida, em respeito à sua consciência, se vai em favor desta ou daquela, comunista, ou não, ou se se isenta de tecer comentários a respeito, porque se reconhece ignorante do assunto, ou, se indiferente ao, e desinteressado do, assunto, que fique à margem do embate político público.
Para se ensinar o comunismo, se faz indispensável a quem está no papel de quem ensina saber o que o comunismo é, e conhecer os pensamentos políticos que se lhe opõem, e ter boa bagagem literária, intelectual, e conhecimento da história da civilização e da das idêias políticas, e, principalmente, ser dono de mente aberta, não um espírito sectário, e demonstrar disposição para se manter equidistante das ideologias para fazer o confronto correto entre elas. Mas quantos professores têm consciência de suas responsabilidades, e o temperamento que se pede para exercer com propriedade o magistério?
Os intelectuais não se entendem. Cada qual defende - com unhas e dentes, não poucos - a idéia que faz do comunismo. Para uns, é o comunismo um sistema econômico; para outros, uma ideologia (ideologia, para uns, materialista, para outros, de inspiração satanista); para outros, é um movimento político cujos adeptos visam a conquista do poder absoluto, que pode ser obtido por todo e quaisquer meios, pois o fim justifica os meios; e para outros, é uma cultura, que abrange todos os aspectos da sociedade e do comportamento humano; para outros, é uma religião política, civil, que prescinde da idéia de transcendência. O que é o comunismo, afinal? Não se sabendo o que ele é, e menos ainda como ele se manifesta, como se pode proibir que os professores o ensinem? E como podem os professores ensiná-lo?
Recebe o comunismo inúmeros, infinitos nomes. Os comunistas ressignificam as palavras, e fazem uso da retórica para vender gato por lebre. O comunismo atende pelo nome de social-democracia, socialismo cristão, democracia, liberalismo, neoliberalismo, capitalismo, maradonismo, fã-clube de Guerra nas Estrelas; enfim, qualquer nome que sirva para apresentá-lo com uma figura carismática, adorável, amável, ao povo (ou grupo, ou classe) que se deseja manipular e usar como bucha-de-canhão. Além do mais, muitos comunistas não se dizem comunistas; muitos dentre eles se dizem democratas, cristãos, defensores da liberdade. Há quantos comunistas dentro da Igreja, a pregar o Evangelho, deturpando-o, e corroendo-a, e destruindo-a, e, ludibriando os simplórios fiéis, cooptando-os para um movimento revolucionário que tem em seu fim a eliminação de tudo o que eles amam?
É o comunismo proteiforme, ser mimético; assume infinitas formas, inclusive as dos seus inimigos; e por estes se fazendo passar, enganam, e destróem, até o mais perspicaz dos homens.
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Proibir-se a apologia do comunismo, sim. Do mesmo modo que se deve proibir a do nazismo e a do fascismo, e a de qualquer outra ideologia. Deve-se proibir a apologia de todo sistema de pensamento, ideologia, socialismo, comunismo, nazismo, capitalismo, liberalismo. E não se faz aceitável que, nas salas-de-aula, professores ensinem seus alunos a idolatrar personagens caros aos revolucionários comunistas, e a se prosternar diante de símbolos de movimentos políticos, seja a suástica, seja a foice-e-o-martelo.
Professores têm de expor, com imparcialidade, as idéias fundamentais, elementares, das principais correntes de pensamento político-ideológico, e a história delas, o que só podem fazer se dotados de boa formação intelectual; infelizmente, muitos deles, desconhecendo-as, se de boa vontade, e bem intencionados, resumem seu papel na sala-de-aula a repetir lugares-comuns, platitudes, nem sempre com a postura apropriada. Se diz o professor "No socialismo, um órgão central, o Estado, planeja e controla as atividades econômicas, e no capitalismo são as atividades econômicas livres de planejamento e controle centrais.", ele não faz juízo de valor. Mas se ele diz "O socialismo produz justiça social e igualdade entre homens e mulheres, e o capitalismo, injustiça social e desigualdade.", ele faz, sem o saber - se bem-intencionado, mas destituído da formação intelectual que lhe permitiria fazer uma exposição correta -, juízo de valor entre os dois, vou assim dizer, sistemas, favorável ao primeiro, certo de que apresentou-os com imparcialidade; mas, se mal-intencionado, ciente de que tomou posição favorável ao primeiro, jamais adota a postura de quem se dispõe a ouvir voz destoante, e nunca apresenta exemplos das obras meritórias dos socialistas, e se diz imparcial porque falou dos dois sistemas, e não apenas de um, o socialismo.
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É o comunismo movimento revolucionário. E o anticomunismo, cujos agentes, usando dos artifícios dos comunistas, e alegando combater o comunismo, manipulam as massas, para cooptá-las, alimenta o movimento revolucionário, pois equivalem-se a mentalidade revolucionária dos comunistas e a dos anti-comunistas.
Retroalimenta-se o movimento comunista durante o embate entre comunistas e anti-comunistas, estes a usarem dos expedientes políticos daqueles.
Os conservadores revolucionários, seres que se reproduziram exponencialmente, no Brasil, nos quatro lustros que abrem o século XXI, adotam políticas contraproducentes, pois, de mentalidade revolucionária, estão a alimentar o monstro contra o qual dizem lutar. Usam das armas, reprováveis, muitas delas criminosas, que os comunistas usam, para manipular, e não instruir, o povo, as massas, as classes, as minorias.
Comunistas e anti-comunistas participam de um aparelho de moto-contínuo.

domingo, 17 de abril de 2022

Duas notas

 Vida saudável e bons hábitos alimentares.



Até há não muito tempo, as pessoas, num dia frio, nublado, ao verem um cilíndro de luz enfiando-se por entre as nuvens que cobriam o céu, e projetando-se no chão, tratavam de nela se banharem, e, regozijando-se, diziam: "Ô, solzinho bom." Hoje em dia, neste mundo prático e desgracioso, muitos expõem-se ao Sol para, unicamente, produzirem, e para uso próprio, exclusivo, vítima D.


Em tempos idos, dos nossos avós, comia-se e bebia-se de tudo, por gosto, atendendo-se ao chamado da gula; empanturravam-se em banquetes fradescos os filhos-de-Deus, e àqueles que mal pegavam do garfo e da colher dava-se um abridor de apetite qualquer; todos tinham de crescer fortes e robustos; e eram louvados aqueles que, à mesa, não se faziam de rogado, e mandavam para dentro da barriga o que lhes ofereciam, até pedregulho, e entojados eram aqueles que torciam o nariz para este e aquele prático que lhes eram oferecidos.


A jabuticabeira estava carregada com suas deliciosas frutinhas esféricas, pretas, que reluziam ao Sol!? Dela arrancavam-lhas os filhos-de-Deus aos punhados, enchiam-se as mãos com elas, e levavam-las à boca, sem, antes, lavarem-las, e davam-lhes uma ligeira mordida para romperem-lhes a casca, e, escapando-se-lhe o sumo cobiçado, engoliam-lo, e muitos engoliam até a casca, e ao final da diversão estavam os adoradores da fruta irresistível com o bucho cheio, a barriga saliente, e o umbigo, destacado, na iminência de ser disparado para bem longe. Na mangueira, mangas, muitas, muitas mangas; lambendo os beiços de prazer, prelibando do prazer que sentiria ao levar as mangas tão desejadas à boca, com os olhos selecionava-se as mais suculentas, procurava-se, no chão, por uma já caída, pegava-a, e arremessava-a contra as mangas desejadas, uma, duas, três, quantas vezes se fizessem necessárias, até atingi-las e derrubá-las; derrubadas as mangas, a elas atirava-se, pegavam-las, ávido, enfiava-se-lhes os dentes, para arrancar-lhes a casca, e tirava-lhes nacos de bom tamanho, e chupava-lhes a semente; ao fim da brincadeira, após devorar duas, três, quatro, ou mais, mangas, satisfeito, estava-se com fiapos de manga entre os dentes e os dentes amarelados e alaranjados (ou amangueirados), e divertia-se com a situação bizarra, a exibir os dentes pontados de laranja e amarelo e adornado de fiapos da manga. E naqueles tempos chupava-se cana, descascada, e dela tirados os anéis, cortadas em palitos, e cuspia-se o bagaço; e comia-se goiaba, do pé, e ignorava-se o bicho-da-goiaba (e dele desdenhava-se), que ia, com a goiaba, para o bucho; e chupava-se laranja; e comia-se abiu, e abacate, e maracujá, e uva, e banana, e mamão; e tomate, e alface, e abóbora; e batata, e inhame; e o que mais encontrava-se pela frente. E dizia-se, então, que comia-se isto e aquilo porque gostava-se disto e daquilo; porque jabuticaba era uma gostosura, e manga uma delícia. E lambia-se os beiços, e os dedos. Nos dias que correm, antes de levar à boca seja o que for, fruta, legumes, verduras, carnes, consulta-se manual de nutricionista, à procura de informações acerca das propriedades nutricionais dos alimentos e do uso medicinal deles, e em que quantidade se deve ingerir tais e tais frutas, tais e tais verduras, tais e tais legumes, e em quais horas do dia, e acompanhados de quais e quais frutas, legumes e outros materiais comestíveis, e não se goza do prazer de comer uma fruta qualquer, a qualquer hora do dia, porque a aprecia; não se delicia com os alimentos. Muita gente, hoje em dia, alimenta, sem se alimentar, um amor pela vida saudável, pela alimentação saudável, que vai às raias do absurdo, do ridículo, do patético, do grotesco. Toda pessoa já ouviu, é certo, durante uma refeição, café-da-manhã, almoço, café-da-tarde, janta, um autonomeado doutor de bons hábitos alimentares, saudáveis, descarregar suas cantilenas, as dispensáveis e jamais solicitadas aulas de nutrição.


Até durante as refeições, hoje em dia, não se está livre de regras que alguém, um especialista, que segue o que as pesquidas indicam, em algum lugar, um laboratório de engenharia social, inventou, sabe-se lá baseado em quê. Até os nossos hábitos alimentares são determinados por agentes a serviço dos que almejam controlar-nos em todos os nossos atos e pensamentos. Absurdo?! Sim. Mas verdadeiro.


Daqui a pouco, irei comer um bom pedaço de melancia. Quais são as propriedades nutritivas e medicinais da melancia? Não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe. Gosto de melancia. Estou com vontade de comer melancia. Irei comer melancia. Bom apetite.


Ah! Esquecia-me: assim que eu me deliciar com a melancia, da qual comerei até as sementes, banhar-me-ei ao Sol. Para produzir em meu corpo vitamina D?! Não. Nada disso. Tomarei um bom banho de Sol porque, hoje, o Sol 'tá gostoso, 'tá bonito! Ô, solzinho bom!



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O sistema de saúde colapsou.



O sistema de saúde colapsou. Ora, mas é claro que o sistema de saúde colapsou. O carinha abre, no dedo, com uma faca de cortar pão, um corte pequeno, de não mais de meio centímetro de extensão, superficial, do qual escapa meia gota de sangue, que logo se enrijece, e não uma cachoeira rubra, e, em vez de ou simplesmente ignorar o ferimento, de tão insignificante, ou chupar o dedo machucado até cessar de sair fora o sangue, ou, então, cobri-lo com um curativo apropriado, ou no dedo enrolar uma tira de pano, corre, célere, aos berros, ao pronto-socorro, a suplicar, esgoelando-se, por um atendimento urgente. E a carinha cutuca o dedo com uma agulha, sente a picada, vê o ponto, minúsculo, quase invisível aos olhos humanos, onde enfiara, inadvertidamente, a ponta da agulha, avermelhado-se, solta um berro de abalar os alicerces da Pirâmide de Quéops, e dispara a correr, aos gritos, ao pronto-socorro, o dedo atingido pela agulha destacado dos outros dedos, e lá chegando exige atendimento imediato. Tendo de atender tais carinhas, não há sistema de saúde que aguente.


Há quem, com a garganta arranhada, faz uso, para eliminar os arranhões da garganta, de um pouco de leite quente com sal, ou com açúcar; e há quem, gripado, resfriado, bebe, todo santo dia, café com limão, e engole uma colherada de mel; e há quem, flagelado por pedras que lhe pesam nos rins, bebe chá de quebra-pedra, ou de caninha-do-brejo, e elimina-as, aos jatos - com certa dor, é verdade, mas as expulsa de si; e há quem faz uso de chá de erva-cidreira para aumentar a pressão; e de chá de folha de goiabeira, e de chá de boldo, e de ora-pro-nobis, e de folhas de loro, cada qual para atender a um chamado do corpo afetado por algum mal. Claro que não se aconselha a sair a consumir qualquer coisa, de qualquer modo, em qualquer quantidade quando adoentado, mas há certos males que se pode remediar com um chazinho da vovó, um chá qualquer, que a vovó tão bem conhece e do qual já fez uso trilhões de vezes e com bons resultados, e com o uso de plantas, e com produtos provenientes de animais, picumã, por exemplo, para cicatrização de machucados.

Recorrer ao pronto-socorro por causa de qualquer machucado, ou dor, muitas destas passageiras, que nascem de um tropicão, é demais! Deve-se recorrer ao pronto-socorro apenas em último caso, quando se tem o pescoço cortado de fora a fora, ou a cabeça rachada ao meio, por um machado, um machado bem afiado.


domingo, 10 de abril de 2022

Notas breves

 Limites da liberdade. Populismo. O mundo piorou. Notas breves.


Quais são os limites da liberdade? Há limites para o exercício da liberdade, de ação, de expressão? Se há, quem tem autoridade para determinar quais são? Tal questão atormenta os homens desde que o mundo é mundo. Se não há limites para a ação humana, se toda ação é admitida, um ato apenas, nem moral, nem imoral, tampouco amoral, e assim sendo deve ser aceito porque um homem o executa no seu exercício da liberdade, então assassinatos, estupros e roubos devem ser admitidos, e quem os comete dispensado de punições. Não há, no entanto, viva alma, se saudável, se lúcida, que admita correta tal idéia, e não pessa por limites à liberdade à ação humana - tal gente entende que assassinatos, roubos e estupros são crimes, e quem as comete deve ser punida com rigor. No entanto, há não poucas pessoas que, relativizando o valor de tais atos, coonesta-os, e emprestam-lhes ingredientes que retiraram de mentalidade política subversiva: o roubo pode não ser roubo, mas desapropriação de propriedade particular obtida por meios injustos, capitalistas, seu detentor a usufruir de privilégios fora do alcance de muitas pessoas, as que a sociedade oprime, e o assassinato, que, a depender do contexto, é dado como um ato aceitável por este ou aquele povo cuja cultura é milenar, de povos nativos, deve ser aceito como prática cultural respeitável e o assassino merecer respeito e compreensão - um bom exemplo é o assassinato, por algumas tribos indígenas, de crianças.

As ofensas que grupos revolucionários, que, supostamente, existem para acabar com preconceitos e defender minorias, grupos que lutam contra a Igreja, opressora, a família, opressora, o homem (principalmente se branco e heterossexual), opressor, o grande capital, enfim, grupos que lutam contra todos os opressores reais e imaginários, disparam contra a Igreja Católica, e os atos de violência, tais como invasão a igrejas e gestos obscenos na presença de crianças, e na do Papa, são, segundo os que os executam e seus apoiadores, atos de liberdade, liberdade de expressão, que, entendem, não possui limites; todavia, basta que aqueles que os esquerdistas têm na conta de inimigos expressem suas opiniões críticas aos ídolos esquerdistas e às políticas que estes defendem que os esquerdistas agitam a bandeira da liberdade e os acusam de propagadores de discurso de ódio e de disseminadores de fake news e sobre eles, esgoelando-se insanamente, descarregam impropérios impublicáveis e pedem aos poderes legais que os punam, se não com a prisão, e tampouco com a morte (o que desejam), com a proibição de se expressarem livremente, alegando que eles não sabem respeitar a democracia, a liberdade, a justiça, sendo imprescindível, portanto, que alguém, com o rigor da lei, lhes ensine bons modos.

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O tema de um texto, curto, de Fabio Blanco, é o populismo. Conta o autor, como que numa página de um seu diário, a sua ida, depois de meses, à feira livre de sua cidade, e relata ele seu encanto com a turbamulta reinante, para, depois, tecer reflexões acerca da romantização que ele faz da algaravia dos feirantes e do público. Ora, ele não vive de trabalhos na feira, não é dela que ele tira seu sustento financeiro; suas atividades são outras, de professor; ao ver a agitação das pessoas ele a interpreta sob a ótica de um intelectual, e acaba por emprestar ao ambiente, dir-se-ia caótico, de uma feira livre aspectos que ela não possui, embelezando-a. E é esse o pensamento, diz, que muitos intelectuais fazem da pobreza, dos pobres: romantiza-os. Dizem muitos amar os pobres e ver beleza na pobreza, mas eles na pobreza não vivem e não pretendem viver nas mesmas condições que os pobres vivem. É o populismo elitista, de gente que vê, ou finge ver, paz e beleza, maravilhas de um mundo perfeito, idílico, onde elas inexistem. E quantos são os políticos que se apresentam dedicados aos pobres e trabalham, não para extinguir a pobreza, mas para perpetuá-la? São muitos os demagogos; e é a pobreza o capital político deles.

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Lembro-me que há um bom tempo, em tempos não muito distante, afirmaram jornalistas anti-bolsonaristas que a economia brasileira, no governo Jair Messias Bolsonaro, despiorou. Ora, os sinais, claros, da recuperação econômica do Brasil, não podiam ser eclipsados por notícias apocalípticas, comuns hoje em dia; a economia brasileira ia bem, obrigado!, e não podendo negar o sucesso - mesmo que relativo - em tal departamento, jornalistas esforçaram-se para dar a entender que a coisa não é bem assim, que a recuperação econômica brasileira não ia bem, como se pensa, e que temos de nos preocupar, e decidiram que não diriam que a economia brasileira melhorou - como diria qualquer pessoa, menos os jornalistas anti-bolsonaristas - mas, sim, que ela despiorou. E numa era posterior, o Real valorizando-se frente ao Dólar, o que, para muitos, representa confiança do investidor nacional e internacional no Brasil, que se torna um porto seguro para investimentos, dizem jornalistas que, insinuando que vai mal a economia brasileira, o Dólar, no Brasil mais do que em qualquer outro país, se desvalorizou, e consideravelmente. Ora, até um dia antes de tal fenômeno econômico - o da valorização do Real -, o Real a desvalorizar-se frente ao Dólar, a olhos vistos, dizia-se que a desvalorização do Real era um sintoma da economia brasileira fragilizada, a ir de mal a pior, concluindo-se, então, que melhor para o Brasil seria a valorização da moeda nacional; e agora que esta valoriza-se, indica manchetes de alguns jornais que é o Dólar que se desvaloriza, o que vem em prejuízo à economia brasileira, conclui-se. E há poucos dias, sinais alvissareiros da economia brasileira a animar o espíritos de todos, jornais ensinam que a economia brasileira não melhorou, mas, sim, a economia mundial piorou, concluindo-se, portanto, que não temos os brasileiros o que comemorar, o governo Jair Messias Bolsonaro do que se vangloriar, afinal vai o Brasil de mal a pior. Ora, mesmo que se dê mãos à palmatória, e aceite-se que a economia brasileira não melhorou, e, sim, que ela, na comparação com a economia mundial, que piorou, sai-se bem, conclui toda pessoa decente que merece o governo Jair Messias Bolsonaro elogios, afinal ele impediu que a economia brasileira piorasse tanto quanto as economias das outras nações.